Em pouco tempo, as operadoras de telefonia local (cuja receita ainda depende em grande parte da venda de serviços de voz) deverão abrir mão desta commodity como meio de sobrevivência e irão simplesmente zerar a tarifa desses serviços. Embora pareça surpreendente, este tipo de previsão vai se tornando corriqueiro entre os especialistas em telecomunicações, que prometem surpresas ainda maiores na Telexpo 2001. 

Responsável por um painel sobre novas tecnologias, que reunirá várias operadoras no evento, o diretor da integradora Prolan, Manoel Rodrigues Neto, afirma que a guerra agora é para ver quem chega primeiro à casa do consumidor e de forma mais econômica com serviços de banda larga. "Para colocar mais lenha na fogueira, a nova tecnologia de linhas digitais do assinante (xDSL) está superando a carência de fibras ópticas ao levar Internet rápida até o assinante utilizando o próprio fio telefônico", comenta Rodrigues Neto.

Corroborando esta análise, o diretor da israelense Rad do Brasil, John Comluban Hoe, afirma que haverá nos próximos anos uma inversão de lugares, com os serviços de banda larga sobre fio telefônico sendo predominantes no tráfego. "A própria Rad vai mostrar na Telexpo uma tecnologia de linhas digitais do assinante que tornam o serviço de voz um simples subproduto", garante o executivo.

As chamadas tecnologias convergentes (que unem a Internet, as redes locais e as redes telefônicas) - como é o caso da voz sobre protocolo Internet e comunicação multiponto sem fio de banda larga - são também tendências apontadas por empresas formadoras de opinião, como a gigante mundial das redes, Cisco Systems. No estande do Mude, por exemplo, seu maior distribuidor de valor agregado na América Latina, a Cisco apresenta a nova solução de telefone Aironet, um aparelho fixo sem fio que serve para receber correio de voz telefônico (usando o protocolo da Internet) abrir mensagens de computador e funcionar como um gerenciador de comunicações.

Na mesma linha de raciocínio, a norte-americana Extreme Networks apresenta, na Telexpo, nova plataforma para a constituição de redes metropolitanas, baseada em IP ou IPX (protocolo de redes Novell), capaz de suportar o tráfego de até 10 bilhões bits por segundo (10 Gbps), contra os já bastante rápidos 256 mil bits da atual Internet rápida brasileira.

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