Bips
Amazon muda - Começam
a mudar os critérios dentro do site Amazon.com. Ainda neste mês,
a livraria virtual norte-americana passa a cobrar das editoras pela recomendação
de livros aos seus usuários, processo até então gratuito.
Os valores podem chegar a US$ 10 mil por título, que as editoras
pagariam para ter maior exposição de seus produtos. O receio
do mercado é que isso comprometa a isenção nas opiniões
expressas pela equipe de conteúdo da Amazon, se não ficar
nítida a separação entre as informações
sobre livros prestadas sem custo para as editoras e as que forem emitidas
mediante esse pagamento que garanta maior visibilidade de seus livros junto
aos milhares de internautas cadastrados para o recebimento dessas mensagens.
Grátis? - No mundo
dos negócios, costuma-se dizer que não existe almoço
grátis. Isto é, de alguma forma você vai pagar a conta.
Um ano depois da euforia do provimento de acesso gratuito à rede
mundial de computadores, aos poucos o que era gratuito está deixando
de ser, ou pelo menos tem muita gente descobrindo que o barato (grátis,
então, nem se fala!) sai caro.
Diria o músico sertanejo:
"Laranja madura/na beira da estrada/'tá bichada, Zé/ou tem
marimbondo no pé...". Ou, nas palavras de um especialista em Marketing,
lembrando as premissas básicas de sua profissão: "grátis"
pode ser um belo atrativo, mas não é fonte de receita.
Assim é que certos produtos
gratuitos podem ter um custo bem maior de consultoria, implantação,
treinamento ou simplesmente de uso. Ou a visibilidade proporcionada pelo
"grátis" servir para impulsionar serviços paralelos, estes
muito bem cobrados (que o diga o HPG, com seus serviços paralelos
de consultoria, ou o IG, que começa a lançar produtos de
Internet sujeitos a cobrança, relegando cada vez mais o "grátis"
à categoria de "amostra grátis"...
Atenção aos custos!
- O pessoal que está embarcando na onda do Speedy da Telefônica
deve ficar atento para um detalhe que não aparece na propaganda:
o provedor de acesso enfrenta custos junto à Embratel proporcionais
à largura de banda utilizada nas conexões. Como os serviços
ADSL (tipo Speedy) implicam na disponibilidade permanente de acesso em
velocidade maior, e os internautas tendem por isso a usar mais intensivamente
a Internet, o tráfego de dados pelo provedor aumenta, e portanto
também se eleva a conta dele com o backbone (Embratel ou equivalente).
Isto significa que o provedor cobrará
uma quantia maior do usuário para permitir o acesso na modalidade
Speedy - o que não tem sido comentado. Por exemplo, a Universo On
Line (UOL), que tem tarifas como R$ 19 por usuário de linha discada,
cobra pelo menos R$ 68 desse mesmo usuário no sistema Speedy (tarifa
desde 1º de fevereiro de 2001, em janeiro ainda cobrava R$ 35). Ou
seja: antes de sair assinando contratos por aí, experimente conferir
com seu provedor se não há um custo extra para a conexão.
Os que não o fizeram estão descobrindo isso neste mês,
a duras penas...
Aliás, o provedor Ig vem há
algum tempo escondendo que o significado da sigla era Internet Grátis
(repare: agora eles se denominam Internet Group),
e manda recados cada vez mais diretos de que em breve estará encerrando
as operações de conexão gratuita.
A propósito: Novo Milênio
atenta para as letras miúdas do contrato de adesão ao Speedy
e outros serviços ADSL, que só garantem efetivamente 10%
da velocidade de conexão contratada. Assim, quem contrata acesso
a 256 Kbps só tem garantida - por todo esse custo extra - uma velocidade
inferior à proporcionada por um daqueles antigos modems de 33.3
kbps. Mesmo que a velocidade inicial seja alta, conforme outras pessoas
nas vizinhanças instalem o sistema, a empresa pode contratualmente
deteriorar o serviço sem problemas.
Pseudo-UOL - No mínimo,
pode-se deduzir dos fatos que o UOL tem dupla personalidade. Primeiro,
10.241 assinantes desse megaprovedor são enganados com uma mensagem
supostamente do administrador do sistema, solicitando que se recadastrem
numa página supostamente pertencente ao UOL, informando inclusive
o número do cartão de crédito - 21 assinantes prestaram
essa informação e um deles chegou a ter seu número
de cartão utilizado pelo autor da página em compras pela
Internet.
As investigações levaram
a uma quadrilha integrada pelo filho de um funcionário do Senado
Federal, e um computador foi apreendido na casa desse funcionário
no dia 17 de janeiro. O UOL já sabia do problema em 8/9/2000, quando
bloqueou uma conta de e-mail usada no processo, mas em dezembro o falso
pedido de recadastramento voltou a ocorrer.
Agora, no dia 25 de janeiro, 21 mil
internautas acompanharam um bate-papo (chat) que supostamente estaria ocorrendo
com a dupla de artistas Sandy e Júnior a partir de uma residência
da família perto de Campinas/SP. Os impostores conseguiram enganar
o megaprovedor e até criaram uma lenda, que os verdadeiros artistas
estão tendo dificuldades para desmentir: a de que teriam usado play-back
durante o espetáculo apresentado no Rock in Rio, alguns dias antes.
Perigo! Perigo! Não tem
registro! - Como diria o robô "lata-de-sardinhas" da antiga série
Perdidos
no Espaço. Se você confia seus arquivos e dados a sites
de hospedagem na Internet, principalmente os gratuitos, corre perigo de
perdê-los a qualquer momento. Com a onda de falências e o fechamento
de inúmeras empresas "pontocom", também os provedores de
acesso gratuito à Internet podem, a qualquer momento, descontinuar
os serviços, desligando os sistemas e apagando os bancos de dados
neles hospedados.
Já aconteceu com um diretor
de empresa, que guardava seus arquivos num sistema de hospedagem em Hong-Kong.
Quando o território foi devolvido pelos ingleses à China,
repentinamente o provedor sumiu do mapa, junto com os arquivos nele hospedados,
que foram assim irremediavelmente perdidos.
Assim, mesmo com as tentativas de
popularizar a Internet como uma rede que substituiria o arquivamento local
dos dados, enquanto não existir uma norma clara que garanta a disponibilidade
permanente desses arquivos dos usuários - e mesmo depois da norma
existir, afinal normas são criadas para serem transgredidas -, o
melhor conselho é: não confie totalmente em arquivamento
remoto de dados. Pelo menos, se for muito necessário, encontre uma
forma de guardar os arquivos em dois locais sem relação entre
si, esperando que os dois serviços não resolvam sumir do
mapa ao mesmo tempo.
Isso vale também para listas
de debates, provedores de funcionalidades para formulários etc.
Até mesmo os sites redirecionadores de endereços eletrônicos,
que em tese facilitam o ajuste quando os endereços originais precisam
ser mudados (pois não é preciso avisar ninguém, só
ajustar o redirecionamento de forma a apontar para o novo endereço),
mesmo esses também podem ser descontinuados algum dia, caso não
obtenham rentabilidade que compense sua manutenção em atividade.
Assim, leve sempre em conta risco
x benefício, e procure usar sites e serviços de empresas
que lhe inspirem confiança, evitando principalmente os que surgem
de repente como novos sóis no firmamento, já que são
os mais propensos a desaparecer também de forma repentina...
De olho - Novo Milênio
está acompanhando os desdobramentos de uma história que corre
em São Paulo, envolvendo conhecido site de pesquisa de opinião
sobre assuntos de Internet. Consta que, depois de representantes do site
terem tentado sem sucesso vender um relatório a uma empresa de telefonia,
na pesquisa seguinte essa mesma empresa telefônica despencou fragorosamente
para o último lugar da lista de empresas do gênero, em termos
de preferência do público, sem que nenhum fato conhecido possa
ter causado tamanha reviravolta. De fato, na nova pesquisa apresentada
a empresa supostamente pão-dura aparece no rodapé, mas não
há dados que permitam estabelecer uma relação segura
de causa-efeito, e não são claros os métodos de pesquisa
do referido site.
Como o site de pesquisa de opinião
está relacionado a uma empresa promotora de prêmios a sites
de Internet que vem sendo altamente questionada quanto aos critérios
usados (ao ponto de Novo Milênio não estar publicando
essas informações, por considerá-las não confiáveis),
e não serem transparentes os critérios que orientam também
as pesquisas, mais uma vez este jornal adota a posição de
não publicar as informações dessa fonte, até
que a questão seja satisfatoriamente esclarecida. Estamos entendidos? |