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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 02/20/01 01:37:30
Bips 

Amazon muda - Começam a mudar os critérios dentro do site Amazon.com. Ainda neste mês, a livraria virtual norte-americana passa a cobrar das editoras pela recomendação de livros aos seus usuários, processo até então gratuito. Os valores podem chegar a US$ 10 mil por título, que as editoras pagariam para ter maior exposição de seus produtos. O receio do mercado é que isso comprometa a isenção nas opiniões expressas pela equipe de conteúdo da Amazon, se não ficar nítida a separação entre as informações sobre livros prestadas sem custo para as editoras e as que forem emitidas mediante esse pagamento que garanta maior visibilidade de seus livros junto aos milhares de internautas cadastrados para o recebimento dessas mensagens.

Grátis? - No mundo dos negócios, costuma-se dizer que não existe almoço grátis. Isto é, de alguma forma você vai pagar a conta. Um ano depois da euforia do provimento de acesso gratuito à rede mundial de computadores, aos poucos o que era gratuito está deixando de ser, ou pelo menos tem muita gente descobrindo que o barato (grátis, então, nem se fala!) sai caro. 

Diria o músico sertanejo: "Laranja madura/na beira da estrada/'tá bichada, Zé/ou tem marimbondo no pé...". Ou, nas palavras de um especialista em Marketing, lembrando as premissas básicas de sua profissão: "grátis" pode ser um belo atrativo, mas não é fonte de receita. 

Assim é que certos produtos gratuitos podem ter um custo bem maior de consultoria, implantação, treinamento ou simplesmente de uso. Ou a visibilidade proporcionada pelo "grátis" servir para impulsionar serviços paralelos, estes muito bem cobrados (que o diga o HPG, com seus serviços paralelos de consultoria, ou o IG, que começa a lançar produtos de Internet sujeitos a cobrança, relegando cada vez mais o "grátis" à categoria de "amostra grátis"...

Atenção aos custos! - O pessoal que está embarcando na onda do Speedy da Telefônica deve ficar atento para um detalhe que não aparece na propaganda: o provedor de acesso enfrenta custos junto à Embratel proporcionais à largura de banda utilizada nas conexões. Como os serviços ADSL (tipo Speedy) implicam na disponibilidade permanente de acesso em velocidade maior, e os internautas tendem por isso a usar mais intensivamente a Internet, o tráfego de dados pelo provedor aumenta, e portanto também se eleva a conta dele com o backbone (Embratel ou equivalente).

Isto significa que o provedor cobrará uma quantia maior do usuário para permitir o acesso na modalidade Speedy - o que não tem sido comentado. Por exemplo, a Universo On Line (UOL), que tem tarifas como R$ 19 por usuário de linha discada, cobra pelo menos R$ 68 desse mesmo usuário no sistema Speedy (tarifa desde 1º de fevereiro de 2001, em janeiro ainda cobrava R$ 35). Ou seja: antes de sair assinando contratos por aí, experimente conferir com seu provedor se não há um custo extra para a conexão. Os que não o fizeram estão descobrindo isso neste mês, a duras penas...

Aliás, o provedor Ig vem há algum tempo escondendo que o significado da sigla era Internet Grátis (repare: agora eles se denominam Internet Group), e manda recados cada vez mais diretos de que em breve estará encerrando as operações de conexão gratuita.

A propósito: Novo Milênio atenta para as letras miúdas do contrato de adesão ao Speedy e outros serviços ADSL, que só garantem efetivamente 10% da velocidade de conexão contratada. Assim, quem contrata acesso a 256 Kbps só tem garantida - por todo esse custo extra - uma velocidade inferior à proporcionada por um daqueles antigos modems de 33.3 kbps. Mesmo que a velocidade inicial seja alta, conforme outras pessoas nas vizinhanças instalem o sistema, a empresa pode contratualmente deteriorar o serviço sem problemas.

Pseudo-UOL - No mínimo, pode-se deduzir dos fatos que o UOL tem dupla personalidade. Primeiro, 10.241 assinantes desse megaprovedor são enganados com uma mensagem supostamente do administrador do sistema, solicitando que se recadastrem numa página supostamente pertencente ao UOL, informando inclusive o número do cartão de crédito - 21 assinantes prestaram essa informação e um deles chegou a ter seu número de cartão utilizado pelo autor da página em compras pela Internet. 

As investigações levaram a uma quadrilha integrada pelo filho de um funcionário do Senado Federal, e um computador foi apreendido na casa desse funcionário no dia 17 de janeiro. O UOL já sabia do problema em 8/9/2000, quando bloqueou uma conta de e-mail usada no processo, mas em dezembro o falso pedido de recadastramento voltou a ocorrer.

Agora, no dia 25 de janeiro, 21 mil internautas acompanharam um bate-papo (chat) que supostamente estaria ocorrendo com a dupla de artistas Sandy e Júnior a partir de uma residência da família perto de Campinas/SP. Os impostores conseguiram enganar o megaprovedor e até criaram uma lenda, que os verdadeiros artistas estão tendo dificuldades para desmentir: a de que teriam usado play-back durante o espetáculo apresentado no Rock in Rio, alguns dias antes.

Perigo! Perigo! Não tem registro! - Como diria o robô "lata-de-sardinhas" da antiga série Perdidos no Espaço. Se você confia seus arquivos e dados a sites de hospedagem na Internet, principalmente os gratuitos, corre perigo de perdê-los a qualquer momento. Com a onda de falências e o fechamento de inúmeras empresas "pontocom", também os provedores de acesso gratuito à Internet podem, a qualquer momento, descontinuar os serviços, desligando os sistemas e apagando os bancos de dados neles hospedados. 

Já aconteceu com um diretor de empresa, que guardava seus arquivos num sistema de hospedagem em Hong-Kong. Quando o território foi devolvido pelos ingleses à China, repentinamente o provedor sumiu do mapa, junto com os arquivos nele hospedados, que foram assim irremediavelmente perdidos.

Assim, mesmo com as tentativas de popularizar a Internet como uma rede que substituiria o arquivamento local dos dados, enquanto não existir uma norma clara que garanta a disponibilidade permanente desses arquivos dos usuários - e mesmo depois da norma existir, afinal normas são criadas para serem transgredidas -, o melhor conselho é: não confie totalmente em arquivamento remoto de dados. Pelo menos, se for muito necessário, encontre uma forma de guardar os arquivos em dois locais sem relação entre si, esperando que os dois serviços não resolvam sumir do mapa ao mesmo tempo.

Isso vale também para listas de debates, provedores de funcionalidades para formulários etc. Até mesmo os sites redirecionadores de endereços eletrônicos, que em tese facilitam o ajuste quando os endereços originais precisam ser mudados (pois não é preciso avisar ninguém, só ajustar o redirecionamento de forma a apontar para o novo endereço), mesmo esses também podem ser descontinuados algum dia, caso não obtenham rentabilidade que compense sua manutenção em atividade.

Assim, leve sempre em conta risco x benefício, e procure usar sites e serviços de empresas que lhe inspirem confiança, evitando principalmente os que surgem de repente como novos sóis no firmamento, já que são os mais propensos a desaparecer também de forma repentina...

De olho - Novo Milênio está acompanhando os desdobramentos de uma história que corre em São Paulo, envolvendo conhecido site de pesquisa de opinião sobre assuntos de Internet. Consta que, depois de representantes do site terem tentado sem sucesso vender um relatório a uma empresa de telefonia, na pesquisa seguinte essa mesma empresa telefônica despencou fragorosamente para o último lugar da lista de empresas do gênero, em termos de preferência do público, sem que nenhum fato conhecido possa ter causado tamanha reviravolta. De fato, na nova pesquisa apresentada a empresa supostamente pão-dura aparece no rodapé, mas não há dados que permitam estabelecer uma relação segura de causa-efeito, e não são claros os métodos de pesquisa do referido site.

Como o site de pesquisa de opinião está relacionado a uma empresa promotora de prêmios a sites de Internet que vem sendo altamente questionada quanto aos critérios usados (ao ponto de Novo Milênio não estar publicando essas informações, por considerá-las não confiáveis), e não serem transparentes os critérios que orientam também as pesquisas, mais uma vez este jornal adota a posição de não publicar as informações dessa fonte, até que a questão seja satisfatoriamente esclarecida. Estamos entendidos?