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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 11/08/00 13:24:08
Bips 

Guerra virtual - A nova escalada de violência entre israelenses e palestinos, das últimas semanas, está fazendo vítimas também na Internet: mais de 50 sites, entre os dois lados do conflito, já foram atacados por hackers, crackers, spammers etc. Se no início ocorria apenas a retirada de um site do ar, nos primeiros dias de novembro a situação se agravou: um arquivo com informações confidenciais de 700 membros do American Israeli Public Affairs Committee foi roubado pelos palestinos, que divulgaram o material. Em represália, os israelenses obtiveram e divulgaram inúmeras informações sobre detalhes das comunicações dos palestinos. Assim, tanto os sistemas de comunicação palestinos como os participantes do comitê israelense-americano estão sob ameaça.

Nem as organizações guerrilheiras, como o Hezbollah e o Hamas, estão a salvo do que vem sendo chamado de e-Jihad (Jihad eletrônico, ou guerra santa eletrônica). Seus sites também foram atacados por hackers israelenses, e devolveram atingindo os sites do governo de Israel. Nos Estados Unidos, órgãos oficiais manifestam o temor de que tais ataques cibernéticos sejam também endereçados a sites de empresas e órgãos norte-americanos. O National Infrastructure Protection Center (NIPC), uma agência do FBI especializada no combate a crimes eletrônicos, já fez o alerta. Um caso conhecido foi o da empresa AT&T, que ajudou a recolocar na Web sites israelenses atacados e teve por sua vez o próprio site atacado, em seguida.

Um dos ataques, ocorrido nos últimos dias de outubro, foi contra o site do ministério israelense de relações exteriores (MFA), que além de conter material sobre a cultura, história e geografia de Israel, divulga a versão judaica das razões para o conflito. O site ficou inacessível por vários dias e, ao retornar, em tamanho "encolhido", exibiu uma mensagem de desculpas, explicando ter ocorrido "sabotagem deliberada por elementos que visam obstruir o livre fluxo de informação":

Profissionalização - Relatório preparado há poucos meses pelo FBI norte-americano sobre as invasões em redes de computadores e sites na Internet indica que a maior parte dos casos está sendo promovidas por concorrentes e sabotadores, e não por adolescentes sem mais o que fazer. Ou seja, a sabotagem está se tornando uma profissão...

Estresse - Bem, se depois dessas informações você ficou mais tenso ainda, então que tal fazer (anonimamente, se preferir) um teste de stress? Confira no site Felicidade. Ele permite não só quantificar seu nível de tensão física/emocional, como encontrar formas de se livrar desse mal, elevando sua qualidade de vida...

Domínio Shop - Poderão surgir nos próximos dias cerca de dez novas siglas de domínio na Internet, com destaque para o sufixo ".shop", destinado a mercados e centros de compras, os shopping centers e malls. A questão está sendo analisada pelo fórum da Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (Icann), e há bastante controvérsia sobre isso. Outras propostas em estudo: ".kids", para crianças; ".biz", para negócios, ".health" para saúde.

Spam - O envio de mensagens indesejadas pelo destinatário, conhecido como "spam", vem causando grande polêmica nos bastidores da Internet brasileira, nas últimas semanas. Irritado com as críticas do Movimento Brasileiro Anti-spam ao site Ig, um diretor desse provedor, que também é conselheiro do Comitê Gestor da Internet no Brasil, solicitou à Fapesp (que cuida do Registro.br, responsável pelo cadastramento dos endereços da Internet no Brasil) que retirasse o site Anti-spam (http://www.anti-spam.org.br) da Web. A Fapesp seguiu a orientação do Ig sem questionar, tornando o domínio indisponível para registro. 

O fato veio a público e arranhou profundamente a imagem do provedor Ig, que além de tudo ainda se envolveu num episódio bastante criticado, a publicação durante o período de eleições de um editorial considerado bastante tendencioso, ao ponto de levantar suspeitas sobre ter sido feito por encomenda de um político em campanha.

Nos últimos dias, enquanto já começava a se formar um movimento de internautas para questionar a ética do procedimento - classificado por eles como um verdadeiro exemplo de censura - a Abranet-RJ iniciou gestões para encampar o movimento anti-spam, com a criação do site provisório http://www.antispambr.org.