Pesquisa analisa o uso do e-business
no País
Para
destacar as mudanças provocadas pela adoção dos negócios
eletrônicos (e-business) nas empresas de médio e grande
portes do mercado brasileiro, o Grupo IT Mídia realizou no período
out/nov-2000, uma pesquisa on-line
com os principais executivos de TI de 300 empresas no País. A pesquisa
obteve um retorno de 15% dos profissionais entrevistados, totalizando a
participação de 45 empresas, todas integrantes do grupo das
500 maiores no Brasil e que, juntas, somam faturamento anual de cerca de
20 bilhões de dólares, quase 5% do PIB brasileiro. Os resultados
revelam um panorama das prioridades dessas empresas em relação
aos negócios eletrônicos.
A pesquisa identifica que os principais
objetivos que motivaram as empresas a adotar alguma forma de negócios
eletrônicos foram a melhoria no atendimento aos seus clientes e a
criação, ou manutenção, de vantagem competitiva,
ficando a satisfação do cliente e os custos operacionais
como os principais quesitos usados pelas empresas para mensurar o retorno
sobre o investimento.
Revela ainda que, com a implementação
do negócios eletrônicos, os executivos obtêm respostas
mais rápidas às pressões competitivas, o que favorece
a mudança da cultura interna das empresas, bem como a formação
de equipes multifuncionais – fator considerado, juntamente com o conhecimento
tecnológico, como de extrema importância para a sobrevivência
dos funcionários, ou aquisição de novos, dentro das
companhias.
Agentes - Um dos destaques
da enquete mostra que os departamentos de marketing e de informática
das empresas são os principais agentes auxiliares da direção
executiva na tomada de decisão para planejamento e implementação
de soluções de negócios eletrônicos. Na pesquisa,
49% das empresas direcionou a liderança das mudanças necessárias
para a adoção do negócios eletrônicos para os
seus departamentos de informática.
Algumas justificativas: “A Informática
percebeu primeiro os impactos que as novas tecnologias causariam na organização”;
também: “porque precisou se antecipar, qualificando os funcionários
e iniciando um processo de disseminação de uma nova cultura”.
A maioria das perguntas da pesquisa feita pela ITMídia ofereceu
possibilidade de resposta multipla escolha.
Aplicações -
As empresas aplicam os negócios eletrônicos da seguinte forma:
96% para sites Web, 93%, intranet, 46% comércio eletrônico,
30% extranet – para integração dos fornecedores, 26% Web
EDI (troca eletrônica de dados pela Web) e 26% Portal Vertical.
A venda de serviços é
o principal gerador de receita por meio dos negócios eletrônicos
para 37% das empresas entrevistadas. Para outros 34% é a venda de
produtos que gera os recursos, sendo seguida pela publicidade, com 18%.
Quando questionadas sobre qual a
forma principal da atividade de negócios eletrônicos, 39%
responderam B2B (negócios entre empresas), 33% B2C (negócios
entre empresas e consumidores finais) e 28% uma combinação
de ambas.
Entre os grupos conectados ou que
têm acesso às aplicações da empresa, lideram
os funcionários, com 87% das respostas, seguidos pelos clientes,
com 72%, os parceiros comerciais, com 50%, e, fornecedores e serviços
financeiros, ambos com 41%. Ficou também comprovado que 89% das
empresas pesquisadas ainda priorizam a informação de seus
produtos e/ou serviços em seus sites Web.
O modelo atual de negócios
eletrônicos praticados pelas empresas é ativo na maioria das
unidades de negócios das mesmas, 33%. Apenas 26% delas criaram uma
divisão específica de Web.
Em 70% das empresas entrevistadas
a intranet é utilizada como acesso remoto para base de dados corporativos.
A extranet fica para a venda de produtos e serviços (41%), para
configuração de produto e/ou serviço (20%) e pagamentos
ou outras atividades de contabilidade (também 20%). O restante das
aplicações de extranet se dividem em: gerenciamento de distribuição,
da cadeia de fornecedores, de estoque e negociação de preços
e descontos.
Pode-se observar que 58% das grandes
empresas no Brasil respondem às indagações dos seus
clientes de negócios eletrônicos por meio de correio eletrônico
personalizado. 28% dirigem os clientes para um centro de chamadas, 9% têm
resposta automática de correio eletrônico. 2% indicam ao cliente
uma área do site específica para dúvidas (FAQs) e
outros 2% disponibilizam um auto-serviço de busca em banco de dados.
O que mais impressionou aos analistas
que formataram a pesquisa foi o fato de que todas as empresas, de forma
unânime, colocaram que o maior obstáculo para se ter sucesso
com negócios eletrônicos é encontrar pessoal qualificado
com talento. |