Vírus: como se livrar dos
falsos alarmes
André Pitkowski (*)
Colaborador
Existem
momentos em que um novo projeto de vírus vinga e nos defrontamos
com uma verdadeira epidemia se alastrando pelo mundo em questão
de horas. Nestes momentos, os fabricantes de antivirus se desdobram para
disponibilizar vacinas em tempo de conter a disseminação.
Posso citar os exemplos do Melissa, LoveLetter e o ILOVEYOU, tipos de vírus
que se disseminaram através dos serviços de correio eletrônico,
o meio mais difundido de uso da Internet.
Mas, de tempos em tempos, recebo
em minha caixa postal uma enxurrada de e-mails me alertando sobre
um vírus que contém fotos da feiticeira, ou avisando para
não acessar determinado site ou mesmo para não abrir nenhuma
mensagem com determinado assunto. Como saber se é vírus ou
uma mentira? Estive pensando...
Quando da ocorrência de um
vírus inédito, sou alertado internamente pela Trend Micro
do fato e a partir daí sei exatamente quanto tempo será investido
até que a respectiva vacina esteja pronta. Nosso trabalho é
alertar nossos clientes sobre o vírus, seu nome, detalhes técnicos
e que receberão a partir de determinado momento a vacina para o
tal vírus.
Como é que um usuário
me manda um e-mail me alertando sobre um vírus inédito?
De que ferramentas este usuário dispõe para saber que está
contaminado? Se foi realmente um vírus, onde este usuário
compilou tamanha quantidade de informações sobre o assunto
para gerar um alerta? Porque, se todos os arquivos suspeitos são
enviados para os fabricantes de antivirus, este usuário conseguiu
este arquivo e deu o tal alerta?
Fontes - A única conclusão
é de que se trata de um alarme falso. Existem apenas duas fontes
confiáveis para se consultar quanto a um vírus: primeiramente,
o fabricante e, em segundo lugar, a imprensa, que garimpa a informação
justamente dos fabricantes de antivírus.
Meus amigos, se vocês receberem
e-mails avisando que existe um novo vírus à solta, por favor
não dêem crédito: é alarme falso. Não
me refiro aos e-mails sobre correntes de sorte (que muitos insistem
em enviar para "trocentos" destinatários), pessoas desaparecidas
(também não consigo saber quem realmente está ou não
desaparecido), piadas e fotos, que sobrecarregam nossas caixas postais,
servidores de e-mails e banda de rede.
Tenho por hábito ler primeiramente
os cabeçalhos das mensagens que recebo antes de abrí-las.
Meu filtro funciona da seguinte maneira: 1. Remetentes que não conheço:
Deleto. 2. Conheço o remetente mas não sei do que
trata o assunto: Deleto. O resto das mensagens eu abro. 3. Arquivos
anexos de qualquer natureza de remetentes não profissionais: deleto
o arquivo anexo. Fiz minhas estatísticas e cometo um erro de julgamento
a cada aproximadamente 250 e-mails recebidos.
Bem, agora é com vocês.
Só peço que não sejam vocês a divulgar a existência
de um novo vírus. É pior do que acreditar em correntes. Mais
informações sobre vírus estão no site www.antivirus.com.br.
(*) André
Pitkowski é diretor de Mercadologia e Negócios da Trend
Micro América Latina |