Rede Saci facilita a vida de deficientes
Transformar
a Internet em uma grande rede de comunicação e informação
que contribua para inserir as pessoas portadoras de deficiência na
sociedade, tornando possível o exercício da cidadania e melhorando
sua qualidade de vida. Esse é o objetivo da Rede
SACI - Solidariedade, Apoio, Comunicação e Informação
-, projeto elaborado pela Coordenadoria Executiva de Cooperação
Universitária e de Atividades Especiais da USP em parceria com o
Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ, a Rede
Nacional de Pesquisa do Ministério de Ciência e Tecnologia
e o Amankay Instituto de Estudos e Pesquisas.
Criada em agosto de 1999, a Rede SACI
busca integrar, através do site, portadores de todos os tipos de
deficiência - física, mensal, auditiva, orgânica e múltipla
-, estimulando a comunicação e a difusão de informação
como instrumentos de inclusão social e cidadania dessas pessoas.
Além disso, pretende contribuir para a avaliação e
o desenvolvimento de software e hardware para portadores de deficiência.
Marta Gil, socióloga e gerente
da Rede SACI, destaca que o acesso à informação é
um dos direitos básicos do ser humano. Informação,
enfatiza ela, significa dar forma a uma ação e não
deve ser confundida com mera disponibilidade de dados. "Informação
demanda conhecimento sobre o usuário, reflexão e julgamento".
Ela ressalta que o projeto SACI acredita no poder da informação
e comunicação como forma de combater preconceitos e discriminação
e de promover a inclusão social e a cidadania.
Divisões - Desenvolvido
segundo critérios de acessibilidade virtual, o site da Rede SACI
está dividido em seções especializadas. Nele, além
de seis bases de dados a respeito do tema disponíveis para os usuários
cadastrados, há cinco listas de discussão - sendo três
delas coordenadas por internautas portadores de deficiência. Possui
mais de 1000 vínculos para sites nacionais e estrangeiros especializados
em Temática e apresenta notícias atualizadas três vezes
ao dia, graças a uma parceria estabelecida com a Agência Estado.
O acesso integral ao conteúdo é garantido aos usuários
cadastrados.
No site, o usuário pode baixar
de graça o Kit SACI para portadores de deficiência visual,
que inclui programas da família DOSVOX, desenvolvidos pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro, que permitem ao deficiente visual ler, escrever
e acessar a Internet. Em breve será lançado o Kit Saci para
facilitar a navegação de pessoas com dificuldades motoras.
Atualmente, a Rede SACI possui cerca
de mil usuários cadastrados em todo o Brasil. Destes, cerca de 40%
são pessoas portadoras de deficiência; 35% são profissionais
especializados; os restantes são familiares, empresários,
estudantes e pessoas interessadas nesta problemática.
CICs - Ampliando sua atuação
também para o espaço real, a Rede SACI vem investindo na
criação de Centros de Informação e Convivência
(CICs). "Esses espaços, além de oferecerem acesso a Internet
às pessoas que não possuem equipamentos em casa, funcionam
como local de convivência onde acontecem cursos e atividades sociais
e culturais fundamentais para o processo de inclusão social do deficiente",
afirma Marta Gil.
Dois CICs já estão
funcionando. O primeiro a ser inaugurado foi o Laboratório Navegar,
instalado no Instituto Benjamim Constant, na Urca, Rio de Janeiro. O outro,
fica na Vila Mariana, em São Paulo, na Divisão de Medicina
de Reabilitação do Hospital das Clínicas, da USP e
é denominado Laboratório e-Rehab.
16 milhões - A Organização
Mundial de Saúde (OMS) estima que, nos países em desenvolvimento,
em tempos de paz, o percentual de deficientes é de 10% a 15% da
população. Assim, estima-se que mais de 16 milhões
de brasileiros têm algum tipo de deficiência. Somando-se familiares,
amigos e profissionais da área, o tema deficiência interessa
e envolve aproximadamente um terço da população do
País. |