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Internet regional - Depois
de alcançar escala mundial e, em seguida, entrar num processo de
nacionalização, a Internet começa a chegar à
escala regional. Já estão surgindo os primeiros endereços
que, apesar de teoricamente poderem ser acessados a partir de um computador
ligado à Internet em qualquer lugar do mundo, na prática
têm como público-alvo apenas uma pequena comunidade, às
vezes um bairro, funcionando como uma espécie de extranet aberta.
Não é impossível
que, em pouco tempo, vejamos a padaria da esquina anunciando na Internet,
para o conhecimento da freguesia no bairro, a realização
de uma promoção especial de pães e doces, e assim
conseguindo estabelecer um diferencial importante na concorrência
com
a padaria vizinha.
Comunitária - A mesma
necessidade de informação regionalizada que justifica a criação
de rádios comunitárias e jornais de bairro poderá
ser a mola impulsora desses sites - que poderão até usar
as tecnologias já disponíveis para criar "rádios"
e "televisões" locais na Web, transmitindo as músicas dos
conjuntos musicais locais e programas gerados no próprio bairro
onde residem os "ouvintes" e "telespectadores". Com duas vantagens: o menor
custo dos equipamentos e o fim do risco de interferência no espectro
de freqüências usado pelas empresas tradicionais desses setores.
Melhor ainda: sem o risco de interferir nas comunicações
aeronáuticas e derrubar algum avião...
Não será o custo dos
computadores para os usuários o entrave nesse processo. Primeiro,
porque escolas, bibliotecas e outros locais públicos estão
sendo cada vez mais informatizados. Segundo, porque já está
ultrapassada a idéia de que favela não tem computador e Internet.
A mais famosa favela do Brasil, a da Rocinha, no Rio de Janeiro, tem até
endereço
próprio na rede mundial de computadores. E, através da
compensação gerada por publicidade, logo poderão surgir
redes de terminais de Internet à disposição do público,
para uso gratuito. Não estranhe: não seria inconcebível,
até recentemente, a idéia de um provedor oferecer acesso
gratuito à Internet, e até mesmo pagar para atrair internautas?
Foco - O jornalista Manoel
Fernandes Neto, diretor da empresa paulista MFN
Comunicação, Consultoria e Estratégias, teoriza a
respeito, em uma lista de debates sobre negócios eletrônicos:
"A Internet Regional - ou seja lá como vamos chamá-la
- é a tal da história do foco do negócio em um público
que, teoricamente, nós conhecemos melhor e, ao mesmo tempo, tem
interesse em algum conteúdo ou produto específico do seu
bairro, cidade, estado, clube, lista de discussão, tendência
etc.
"Ou temos que acreditar que a padaria
do Mané, por querer anunciar na Web, vai ter que ir para
a UOL? Ele vai querer ver o seu pão sendo apresentado para o seu
bairro, distrito. Ele pode até entregar esse pão. Anunciar
promoções. Criar ações dentro da
padaria para o Dia das Crianças,
dos Pais, Natal. Vocês já imaginaram um link Pão
quente com hora marcada, onde o usuário reserva na parte da
amanhã o horário do pão vespertino quente na porta.
Com direito a um litro de leite de graça e assinatura do padeiro.
Não é útil? Tem ou não tem chance de quebrar
a concorrência regional? O seu Mané não está
inserido na Nova Economia?"
Pois é...
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