TV paga no Brasil atrai investidores
dos EUA
Com potencial
para crescer 40%, segundo a última pesquisa do Ibope, o mercado
brasileiro de televisão paga despertou o interesse de investidores
estrangeiros. Só em infra-estrutura serão investidos este
ano, conforme dados do Yankee Group, US$ 3 bilhões. No dia 22/6/2000,
um grupo de empresários do setor e autoridades brasileiras participarão
em New York do "Brazil Pay Conference", encontro organizado pelo Goldman,
Sachs & Co. e pelo Chase Securities, Inc. quando serão analisadas
as oportunidades de investimentos estrangeiros na indústria de TV
por assinatura.
Além do ministro das Comunicações,
Pimenta da Veiga; do presidente da Associação Brasileira
de Telecomunicações por Assinatura (ABTA), Moysés
Pluciennik; do diretor da Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel), Luiz Francisco Perrone; estará também no evento
o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), Francisco Gros.
Mudança - Para o presidente
da ABTA, esta é a primeira vez que os empresários de TV paga
são convidados pelos investidores estrangeiros para mostrar, em
bloco, as tendências do setor e as perspectivas de investimentos.
"O convite é importante porque marca a posição do
Brasil como um mercado ascendente, mudando a percepção de
que este não é um bom setor para investimentos".
Moysés Pluciennik afirma que
o mercado passa por uma nova etapa, não ficando restrito apenas
aos assinantes de TV paga. A perspectiva é oferecer novos serviços
com Internet em banda larga e um leque de atividades na área de
telecomunicações. "As oportunidades são excelentes
com a convergência tecnológica. Nos próximos anos,
a receita com a Internet em banda larga, segundo estudos do próprio
Chase, deverá alcançar 15% do faturamento total do mercado
de TV por assinatura brasileiro, que é hoje de R$ 1 bilhão.
Dados do IBOPE mostram ainda que
o mercado de TV paga está concentrado nas classes A e B com 84%
de assinantes (36% e 48% respectivamente). Mas segundo o instituto, os
integrantes da classe C estão interessados no serviço. Eles
representam cerca de 39% das pessoas que nunca tiveram, mas gostariam de
ter, TV por assinatura, o que corresponde a cerca de 1,8 milhão
de domicílios.
ABTA - Criada em 1993, a ABTA
é uma sociedade civil, de âmbito nacional, sem fins lucrativos,
constituída por empresas privadas e associações com
atividades relacionadas
direta ou indiretamente com a prestação de serviços
de telecomunicações no regime de assinatura. A associação
tem como compromisso, desde a sua fundação, contribuir para
o desenvolvimento e a profissionalização da indústria
das telecomunicações por assinatura no país.
Tem como associados representantes
das operadoras (empresas proprietárias e/ou operadoras de centrais
de recepção, processamento, geração e retransmissão
do sinal para os assinantes); fornecedores de equipamentos e prestadores
de serviços (suprem equipamentos, material de instalação,
acessórios peças e materiais de manutenção);
programadores (atuam na compra de programação externa, adaptação,
produção e edição de programas) e sócios
aspirantes (empresas que ainda não atuam no setor representado pela
ABTA).
Programa - Realizada no dia
22/6 no The Metropolitan Club (One East 60th Street, New York/EUA), a Brazil
Pay TV Conference começa às 9 horas com o tema "Brazilian
Macroeconomic Overview", por Joyce Chang, dirigente global do International
Fixed Income Research Chase Securities; às 9h45, o tema "Broadband
Internet Access - The case for cable, a teach-in on the ins and outs of
providing Internet access through a cable TV system" será abordado
por Chris Hussey, analista de Internet do Goldman Sachs Latin America Media.
Segue-se a palestra às 10h30 de Luiz Francisco Tenório Perrone,
diretor da Anatel, e às 11h30 fala o presidente do BNDES, Francisco
Roberto André Gros. Em seguida, às 12h30, fala o ministro
das Comunicações João Pimenta da Veiga Filho.
Às 13h30, o diretor-presidente
da ABTA, Moysés Pluciennik fala sobre "The cable TV landscape in
Brazil, current competitors, pricing, penetration, outlook for broadband
and convergence".
Em seguida, às 14h30, começa
um painel de debates sobre as oportunidades de negócios e necessidades
de capital nesse setor para os próximos anos, nas companhias brasileiras,
tendo como moderadores Ignacio Ponce de Leon, diretor da Corporate IFI
Research, da Chase Securities Inc.; e Chris Hussey, analista da Goldman
Sachs Latin America. O programa se completa com as apresentações
individuais das companhias, terminando a conferência às 17h30. |