Bips
Briga pelo poste - Uso de
postes próprios. Foi assim que a Big TV, uma das associadas da Associação
Brasileira de Telecomunicações por Assinatura (ABTA), resolveu
o impasse do compartilhamento de infra-estrutura com a Companhia de Eletricidade
de Alagoas (CEAL) em Maceió. Depois de frustradas negociações
com relação ao preço e, principalmente, à forma
de uso dos postes, a emissora concluiu que utilizar estrutura própria
seria a melhor opção.
"Além do preço abusivo
cobrado pelo aluguel, as distribuidoras de energia querem interferir no
tipo de serviço prestado", afirma Gustavo Godoy, diretor da holding
Alusa, uma das sócias proprietárias da Big TV. "Eles dizem
que alugam o espaço apenas para serviços de TV a cabo. Se
quisermos oferecer Internet em alta velocidade, por exemplo, não
podemos. Isso é o mesmo que alugar um imóvel para um casal
e achar-se no direito de estabelecer quantos filhos eles poderão
ter lá dentro". O motivo das condições impostas pelas
distribuidoras é a intenção de entrar na área
de telecomunicações a partir de 2003, quando o setor será
totalmente liberado.
A implantação dos novos
postes começa em fins de junho. De base quadrada, com sete metros
de altura, contra os nove a 11 metros dos tradicionais, eles são
tão resistentes quanto os antigos, têm espaço para
instalação de três cabos e ocupam apenas dois terços
da base do original. Segundo Godoy, o preço também é
vantajoso. "O valor de cada poste equivale a três anos de aluguel,
ao preço de R$ 4 mensais. Se levarmos em conta que a concessão
é de 15 anos, o usuário ganha 12 anos de lucro", diz.
Acordo - Nas negociações
com a prefeitura pela permissão de uso do espaço público,
ficou determinado que a Big TV deverá levar um ponto de Internet
para cada escola, além de cuidar de todas as calçadas dos
colégios municipais. "Nada mais justo", diz Godoy "Todos aqueles
que utilizam o espaço público devem, em contrapartida, trazer
algum tipo de benefício para a comunidade".
A ABTA incentiva qualquer tipo de
negociação com as prefeituras pelo uso de posteamento próprio,
pela instalação de cabos subterrâneos e, eventualmente,
estimula as prefeituras a construir uma rede própria de postes para
servir aos múltiplos usuários.
"Todos aqueles que se sentirem prejudicados
pelo monopólio de fato mantido pelas distribuidoras de energia elétrica
devem recorrer à Justiça e ao CADE para obter liminares que
lhes assegurem o acesso às indispensáveis infra-estruturas,
encaminhando denúncias à Anatel e Aneel e submetendo os conflitos
à arbitragem das agências reguladoras", sugere o diretor jurídico
da ABTA, José Francisco de Araújo Lima. |