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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 03/01/00 14:06:14
Carnaval: entrevistas exclusivas na Som Livre 

Em ritmo de Carnaval, a Som Livre Loja Virtual apresenta em seu site entrevistas exclusivas com destaques da festa brasileira, como Dona Ivone Lara, Nenê da Vila Matilde, Nelson Sargento e Ricardo Chaves.

Dona  Ivone Lara foi a primeira mulher a compor samba-enredo, em 1965, até então uma atividade essencialmente masculina e vinculada à malandragem. "Ninguém aceitava, ninguém aceitava de jeito nenhum mulher na ala de compositores", relembra D. Ivone Lara. O carnaval de antigamente e o relacionamento dos artistas com a indústria fonográfica também são assuntos abordados na entrevista.

Ricardo Chaves, do bloco Coruja e um dos destaques do carnaval baiano, relata o início das bandas tradicionais como Pinel e Chiclete com Banana e sua passagem pelo bloco Eva, o sucesso nacional depois da música "É o Bicho", a relação de "amor e ódio" entre a imprensa e a axé music e até o recente mal entendido com Ivete Sangalo. Chaves está animadíssimo com a folia carnavalesca. "Este ano Salvador promete! Em termos de datas o Carnaval nunca foi tão importante: 500 anos de Brasil, 50 anos de trio elétrico, 15 anos de axé music e o ano 2000, o último carnaval do milênio, e para alguns o primeiro. Só por isso já promete!"

Nélson Sargento, da Mangueira, tem mais de sessenta anos de samba e se considera um artista reconhecido pelos estudiosos e até mesmo pela juventude. "Com os jovens, é impossível um trânsito melhor do que o meu. Fui a Curitiba agora e fiquei surpreso, porque os caras sabiam de mim. Isto me surpreendeu! Não sou um dos mais ilustres desconhecidos. E isto me satisfaz!" Sargento comenta ainda a divulgação da memória musical brasileira e o trabalho de recuperar o passado das escolas de samba.

Nenê da Vila Matilde recorda os Carnavais da sua infância, as músicas, os blocos, e conta as mudanças do carnaval de São Paulo ao longo do tempo, relembrando a época em que o paulistano pulava carnaval de paletó. "Paletó com camisa de cetim, se não listrada, por baixo. Não saía! O paulistano é fogo. Fazia calça branca, roupa de marinheiro. Encontrava marinheiro a torto e a direito". O sambista fala também do relacionamento das escolas de samba e do carnaval com a administração municipal e comenta como a televisão mudou o carnaval de São Paulo sua influência estética na escola de samba.

As entrevistas estão disponíveis no formato texto e também em Real Audio, onde o internauta ainda encontra uma página dedicada exclusivamente às músicas de carnaval. Os destaques são os CDs com os samba-enredos das escolas de São Paulo e do Rio de Janeiro.