Projetos santistas são destaque
na Europa
Estão
despertando interesse, em vários países europeus, os projetos
comunitários desenvolvidos pelo Departamento de Informática
da Universidade Santa Cecília (Unisanta), de Santos/SP, que já
iniciou o intercâmbio de informações com entidades
portugueas e italianas no sentido de adaptá-los à realidade
e às necessidades desses países.
O sindicato de trabalhadores em Milão,
na Itália, pretende adaptar ao atendimento a refugiados de guerra
da Albânia os conhecimentos obtidos com os projetos Educação
de Valores e Bom de Bola, Bom de Byte (projeto Futuro), enquanto o contato
com os professores da Universidade de Coimbra, em Portugal, despertou o
interesse pelo Projeto Ruas da Cidade. Eles foram desenvolvidos na Baixada
Santista em 1999, usando os recursos da Informática, como explicou
a professora Rosana Ferreira C. de Souza, que retornou neste mês
de uma viagem a vários países europeus para trocar experiências
com educadores, como professora de Informática da Unisanta e do
Colégio Santa Cecília.
Intercâmbio - A Unisanta
mantém intercâmbio cultural com a Universidade de Coimbra,
onde Rosana foi recebida pelo professor António
Dias de Figueiredo, do Departamento
de Engenharia da Informação. Ela observou que, pela própria
estrutura do Ensino português, o relacionamento entre professor e
aluno ainda não é tão direto como no Brasil, daí
o interesse da universidade portuguesa na troca de experiências e
tecnologia aplicada ao Projeto Ruas da Cidade, feito pelos alunos de 5ª
a 9ª séries do Ensino Fundamental do Colégio Santa Cecília
desde o ano passado.
Nesse projeto, as crianças
fazem pesquisas na Internet sobre os bairros santistas. A Universidade
de Coimbra mantém o Projeto
Nonio, para crianças em faixa etária semelhante (que
também poderiam fazer pesquisas sobre os bairros em que vivem).
Estas crianças trocariam experiências via Internet.
Rosana conta, entusiasmada, que os
professores portugueses elogiaram as crianças brasileiras pela maior
amplitude no conhecimento da História do relacionamento entre Brasil
e Portugal e da realidade portuguesa. Isso ocorreu quando receberam o livro
“Brasil, estamos te redescobrindo”, realizado com as crianças da
pré-escola santista Cantinho da Tia Cecília, nas comemorações
dos 500 anos da colonização do Brasil por Portugal. Todo
o trabalho foi desenvolvido com o apoio do corpo docente e digitado pelas
crianças, com idade entre cinco e seis anos.
Foram feitos contatos também
com professores que orientam teses de mestrado, notando-se que as universidades
européias também estão realizando experimentos no
campo do ensino à distância, daí o interesse pelos
projetos brasileiros de teleducação. "Os computadores não
estão a surgir nas escolas como poção milagrosa para
todos os males da Educação, mas a sua presença no
dia-a-dia escolar promete se tornar tão útil, familiar e
discreta como na vida diária de todos nós", afirmou em dezembro
o professor António Dias de Figueiredo, em Coimbra.
Itália
-
Além de visitar Espanha e França, a professora Rosana esteve
em Milão, onde manteve contato com Giovanni Zampariolo, do
Ufficio Internazionale del Camera del Lavoro (CGIL), responsável
pelas Relações Internacionais do Sindicato dos Trabalhados
de Milão.
Ele esteve na conferencia ”O Papel
do Conselho Nacional do Trabalho”, realizada na Albânia, onde colocou
em pauta (nas reuniões com os representantes dos sindicatos albaneses)
os resultados dos trabalhos comunitários santistas. Eles foram iniciados
em 1999, com o apoio de empresas privadas: o projeto Bom de Bola, Bom
de Byte, com a Prefeitura Municipal de Praia Grande/SP, em que os adolescentes
carentes de Praia Grande/SP participam de cursos profissionalizantes de
Informática; e o Projeto Educação de Valores,
em parceria com a Prefeitura Municipal de Santos, para a realização
de cursos de Informática, com ênfase para os valores sociais
e a cidadania plena dos alunos, também oriundos de famílias
de poucas condições financeiras e com baixa auto-estima.
A intenção dos italianos
é adaptar essas experiências ao trato com o grande número
de refugiados de guerra albaneses, ministrando-lhes cursos profissionalizantes
e de reciclagem que resgatem sua auto-estima e cidadania. |