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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 02/16/00 21:31:36
Tribunal em SC inicia projeto de voz sobre IP 

Desde o final de 1999, a Comarca de Joinville e o Fórum Central de Florianópolis estão contabilizando os resultados da implantação de um sistema de transporte das ligações telefônicas através da rede privativa IP. Conforme os testes de estabilidade e qualidade, o objetivo é estender essa integração às 12 maiores comarcas do estado. Essas unidades representam 70% do custo de DDD, R$ 60 mil mensais, do Judiciário na região. Com o deslocamento da telefonia para a rede IP, o custo cai em
pelo menos 40%. 

As unidades beneficiadas por esse projeto trabalham com as centrais BXS 20, da catarinense Dígitro Tecnologia Ltda., que já incluem recursos de roteador, gateway e gerenciamento avançado de banda. "Nos locais com equipamentos de telefonia defasados, a implementação de gateways acaba saindo muito caro", conta Adriano Junior Dias, coordenador geral de informática do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. "Conforme o ciclo de vida das centrais antigas for se esgotando, vamos substituí-las por plataformas digitais e aí oferecer mais facilidades", complementa. 

O investimento nos circuitos privativos já tinha sido amortizado, pois o Tribunal já conta com links de 64 Kbps para interligação das redes de dados. Para os usuários da plataforma de telefonia Dígitro, a integração de serviços é um caminho natural, pois o equipamento já inclui a capacidade de alocar até 8 canais e voz em 64 Kbps. 

O gateway permite ainda que as ligações trafeguem pela linha privativa até a central de determinado município, que direciona a chamada pela rede pública. Por exemplo, se sua empresa tem um escritório no Rio de Janeiro, conectado por um link IP, e
você está realizando uma chamada de São Paulo para um cliente carioca, a central de São Paulo leva a chamada até a do Rio, através de IP, e o equipamento da outra ponta o liga ao destino. E com tarifa local. A eficiência na compressão e o rígido controle de retardo do equipamento Dígitro não permitem que se perceba qualquer diferença de qualidade na comunicação de voz.

URA e cidadania - Além da economia de recursos de telecomunicações, as facilidades de CTI (computer telephony integration, ou  integração de computação e telefonia) da central Dígitro permitiram um salto de qualidade no atendimento aos clientes, segundo explica a empresa. Com o Disque Processo, qualquer cidadão pode acessar, em tempo real, as bases de dados do tribunal e saber em que estágio estão os processos judiciais de seu interesse. A BXS 20 inclui uma URA (unidade de resposta audível) que recebe, por telefone, o número do processo, faz a consulta ao banco de dados, e vocaliza a reposta. 

"Anteriormente, cerca de 40% do tempo dos funcionários era dedicado ao atendimento. Com essa solução, ganhamos 1,6 mil servidores disponíveis (são 4 mil empregados no total), sem contratar ninguém", sintetiza Dias. "Agora os cidadãos têm um atendimento padronizado, com rapidez e qualidade, ao mesmo tempo em que estamos economizando. E os funcionários passam a se dedicar às tarefas que fazem a Justiça efetivamente funcionar", destaca. 

A integração entre os servidores de atendimento (embutidos na BXS 20) e os de banco de dados é feita por meio de agentes Java, que viajam pela intranet e vão realizando as tarefas de consulta e entrega de informações. Dias enfatiza que os benefícios obtidos no atendimento acabam impondo uma eficiência maior nas operações de retaguarda. "Não adianta colocar uma tecnologia que permita ao funcionário levar dois segundos para dizer que seu processo está atrasado dois anos. Temos que levar dois segundos para informar que alguma coisa foi feita ontem", afirma.