Tribunal em SC inicia projeto de
voz sobre IP
Desde
o final de 1999, a Comarca de Joinville e o Fórum Central de Florianópolis
estão contabilizando os resultados da implantação
de um sistema de transporte das ligações telefônicas
através da rede privativa IP. Conforme os testes de estabilidade
e qualidade, o objetivo é estender essa integração
às 12 maiores comarcas do estado. Essas unidades representam 70%
do custo de DDD, R$ 60 mil mensais, do Judiciário na região.
Com o deslocamento da telefonia para a rede IP, o custo cai em
pelo menos 40%.
As unidades beneficiadas por esse
projeto trabalham com as centrais BXS 20, da catarinense Dígitro
Tecnologia Ltda., que já incluem recursos de roteador, gateway
e gerenciamento avançado de banda. "Nos locais com equipamentos
de telefonia defasados, a implementação de gateways acaba
saindo muito caro", conta Adriano Junior Dias, coordenador geral de informática
do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. "Conforme o ciclo de vida
das centrais antigas for se esgotando, vamos substituí-las por plataformas
digitais e aí oferecer mais facilidades", complementa.
O investimento nos circuitos privativos
já tinha sido amortizado, pois o Tribunal já conta com links
de 64 Kbps para interligação das redes de dados. Para os
usuários da plataforma de telefonia Dígitro, a integração
de serviços é um caminho natural, pois o equipamento já
inclui a capacidade de alocar até 8 canais e voz em 64 Kbps.
O gateway permite ainda que as ligações
trafeguem pela linha privativa até a central de determinado município,
que direciona a chamada pela rede pública. Por exemplo, se sua empresa
tem um escritório no Rio de Janeiro, conectado por um link IP, e
você está realizando
uma chamada de São Paulo para um cliente carioca, a central de São
Paulo leva a chamada até a do Rio, através de IP, e o equipamento
da outra ponta o liga ao destino. E com tarifa local. A eficiência
na compressão e o rígido controle de retardo do equipamento
Dígitro não permitem que se perceba qualquer diferença
de qualidade na comunicação de voz.
URA e cidadania - Além
da economia de recursos de telecomunicações, as facilidades
de CTI (computer telephony integration, ou integração
de computação e telefonia) da central Dígitro permitiram
um salto de qualidade no atendimento aos clientes, segundo explica a empresa.
Com o Disque Processo, qualquer cidadão pode acessar, em tempo real,
as bases de dados do tribunal e saber em que estágio estão
os processos judiciais de seu interesse. A BXS 20 inclui uma URA (unidade
de resposta audível) que recebe, por telefone, o número do
processo, faz a consulta ao banco de dados, e vocaliza a reposta.
"Anteriormente, cerca de 40% do tempo
dos funcionários era dedicado ao atendimento. Com essa solução,
ganhamos 1,6 mil servidores disponíveis (são 4 mil empregados
no total), sem contratar ninguém", sintetiza Dias. "Agora os cidadãos
têm um atendimento padronizado, com rapidez e qualidade, ao mesmo
tempo em que estamos economizando. E os funcionários passam a se
dedicar às tarefas que fazem a Justiça efetivamente funcionar",
destaca.
A integração entre
os servidores de atendimento (embutidos na BXS 20) e os de banco de dados
é feita por meio de agentes Java, que viajam pela intranet e vão
realizando as tarefas de consulta e entrega de informações.
Dias enfatiza que os benefícios obtidos no atendimento acabam impondo
uma eficiência maior nas operações de retaguarda. "Não
adianta colocar uma tecnologia que permita ao funcionário levar
dois segundos para dizer que seu processo está atrasado dois anos.
Temos que levar dois segundos para informar que alguma coisa foi feita
ontem", afirma. |