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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/29/00 21:41:58
Qualificação em informática é uma
saída para o desemprego

Não é necessário ser economista ou especialista em pesquisa para identificar uma das maiores preocupações atuais dos brasileiros. O desemprego se tornou um fantasma que assombra desde quem está ingressando no mercado de trabalho até aqueles que possuem carreiras consolidadas, já que a expressão "estabilidade de emprego" praticamente pertence ao passado. A crise do emprego é uma realidade e, para quem a vive, pouco importam suas causas.

Há um nicho do mercado, porém, que parece escapar da "maldição" do desemprego. Disputados corpo a corpo, os profissionais qualificados em informática não apenas conseguem colocação rapidamente, como também são bem remunerados. Foi-se o tempo, contudo, em que esta qualificação se restringia a um diploma técnico ou mesmo de curso superior. Hoje, a demanda é principalmente por profissionais que possuem certificados fornecidos por gigantes do setor, incluindo a toda poderosa Microsoft.

"Com certeza, quem possui uma certificação deste tipo dribla facilmente a crise do desemprego", afirma Graciela Trindade, gerente de treinamento da Brasoftware, empresa que há doze anos oferece cursos de especialização em informática e, desde o final de 1998, se tornou um Microsoft Certified Technical Education Center (MS-CTEC - centro de educação técnica certificado pela Microsoft). 

O motivo pelo qual estes profissionais são tão procurados é simples e, na maioria dos casos, pode ser comprovado na ponta do lápis. Segundo a International Data Corporation (IDC - uma das mais conceituadas consultorias de informática do mundo, que emprega cerca de 370 analistas em mais de 40 países), as empresas que possuem funcionários com certificados ganham em produtividade e têm os custos de manutenção de seus sistemas bastante reduzidos.

Mais difíceis - As certificações emitidas pela Microsoft e outros fornecedores de software e hardware podem valer muito mais do que um diploma. "Elas atestam que a pessoa está habilitada e capacitada para trabalhar com Windows NT, o sistema operacional corporativo da Microsoft, por exemplo", explica Graciela. Como parceira da Microsoft, a Brasoftware funciona como uma espécie de cursinho pré-vestibular. A empresa não avalia nem emite os certificados, mas prepara os alunos para enfrentarem as provas de certificação elaboradas pela Microsoft.

Da mesma forma que não é obrigatório fazer cursinho para entrar na USP, a obtenção dos certificados da Microsoft não exige que os interessados passem por algum centro de treinamento específico. As provas, porém, são bastante difíceis e apresentam um índice de reprovação superior a 50%. "Nossa experiência indica que é muito mais produtivo se preparar em curso especializado, que tenha o aval da própria Microsoft, como é o nosso caso", afirma a gerente de treinamento. Por ser uma MS-CTEC, a Brasoftware utiliza o Microsoft Official Curriculum como material didático e todos os professores possuem seus próprios certificados.

Demanda crescente - Segundo a Microsoft, existem cerca de quatro mil profissionais certificados por esta empresa no Brasil, dos quais 60% trabalham em São Paulo. A demanda por estes especialistas, porém, está longe de ser atendida. "Ainda há muito mercado para quem investir neste tipo de qualificação profissional", explica Graciela. Prova disso é que muitas empresas já estão utilizando a certificação como pré-requisito em seus processos de seleção de pessoal.

"Obter um certificado da Microsoft é quase uma garantia de emprego e bom salário", diz a gerente da Brasoftware. Para quem está empregado, a certificação da Microsoft pode significar um aumento substancial de salário. E, para aqueles que estão desempregados, é uma excelente alternativa, já que a procura é crescente. 

Os certificados favorecem tanto os recém-formados em processamento de dados e ciências da computação como os profissionais com mais experiência, pois não há limite de idade. "Há Microsoft Certified Professionals (MCPs - profissionais certificados Microsoft) com mais de 50 anos", afirma Graciela.