Assinantes de telefone terão
número pessoal e intransferível
Por determinação
da Anatel, até 2005, no máximo, as operadoras brasileiras
terão de estar 100% preparadas para garantir portabilidade de número
em nível nacional para os assinantes. A oferta deste serviço
está pré-definida como obrigatória desde a fase de
qualificação das interessadas no edital de privatização,
à época do ministro Sérgio Mota, e deverá ser
uma realidade - pelo menos entre operadoras de uma mesma região
- já por volta de 2002.
Considerada como garantia essencial
do direito do assinante dentro do quadro de telefonia desmonopolizada,
a portabilidade de número é o serviço que assegura
um número de telefone privativo para o assinante, mesmo que este
venha a trocar de operadora - por força de vantagens oferecidas
ao consumidor - ou até mesmo em caso de mudança de endereço.
Pago - Numa reunião
entre operadoras brasileiras e internacionais promovida pela Prolan
no final de outubro, na capital paulista, o superintendente de serviços
públicos da Anatel, Edmundo Matarazzo, assinalou, no entanto, que
as regras para o mercado brasileiro prevêem a portabilidade como
um serviço de oferta obrigatória, porém de aquisição
opcional e, portanto, pago pelo assinante. "Quem define a necessidade do
serviço é sua demanda real, mas a portabilidade gratuita
poderá ser ou não implementada como ferramenta de marketing
das operadoras interessadas", explicou o executivo.
Participaram dessa reunião
50 executivos ligados a operadoras, empresas de tecnologia e entidades
do setor, além de executivos de empresas como a norte-americana
Sprint e parceiros internacionais da Prolan, como a Tekelec (desenvolvedora
de redes SS7 - que têm capacidade para prover portabilidade de número)
e a D-Set, cujos sistemas permitem transações inter-operadoras
para garantir a portabilidade.
De acordo com George Zelenjuk, gerente
da Unidade de Negócios de Telecomunicações da Prolan,
com estas duas parcerias, mais o apoio da Lockheed Martin (que mantém
bases de dados neutras com números de usuários para as operadoras
dos EUA), já se pode afirmar que o Brasil está tecnologicamente
pronto para a portabilidade. "A questão mais difícil a definir
é a administração de problemas, como o acordo entre
as operadoras concorrentes, serviços unificados de bilhetagem e
a garantia de que a portabilidade valha para todas as operadoras", disse
George.
Por sua vez, o gerente de numeração
da Anatel, Sérgio Dias Porsh, afirmou que a entidade já definiu
o oitavo dígito dos números telefônicos como elemento
de sinalização dos telefones portáveis. "Mas poderá
haver mudanças, caso as operadoras encontrem solução
mais eficiente", observou. |