Está na ponta dos dedos o
fim das senhas
Alexandre Negrão Paladini
(*)
Colaborador
Senha
para o provedor de acesso, senha para a rede da empresa, senha para o cartão
do banco, senha para o home banking, dentre tantas outras. Sempre para
que o sistema tenha certeza de que você é quem diz ser. Mas
os usuários não agüentam mais decorar tantas senhas!
Elas garantem maior segurança para o usuário, mas também
são fáceis de serem esquecidas. Além disso, sua senha
pode ser roubada ou até mesmo olhada e anotada por cima de seu ombro,
enquanto você a digita.
Só existe uma senha que é
única e intransferível, não podendo ser imitada e
tampouco roubada por ninguém: a impressão digital, aquela
que você recebe ao nascer. E é nessa senha que o FBI e empresas
como a Compaq, Identicator, Digital Persona e a America Biometric estão
trabalhando. Os scanners de dedo, dispositivos que permitem ao computador
ler uma impressão digital, já estão disponíveis
no mercado norte-americano, onde a Compaq passou a fabricar um aparelho
por apenas US$ 99,00. Os aparelhos mais caros chegam a custar US$ 600,00.
Inconfundível - A grande
vantagem destes sistemas é que a impressão digital é
um meio de identificar uma pessoa de forma inconfundível, pois é
quase impossível de se repetir. E o que é melhor: não
é preciso montar meios e esquemas para decorar, já que ela
vem estampada nos dedos de cada um de nós. Com base na impressão
digital de cada indivíduo, os sistemas de acesso possibilitam efetuar
logon na rede por meio de um simples toque.
O processo se resume a um mini-scanner,
onde o usuário coloca o dedo e tem sua impressão lida e transferida
para um arquivo. Durante a etapa de cadastramento, o scanner lê a
impressão digital e a transfere para um arquivo de imagem. Ao mesmo
tempo, atribui coordenadas a vários pontos da digital - chamados
de minúcias. As coordenadas e direções das
minúcias são uma forma numérica de representar as
digitais.
Uma vez registrada, o sistema está
apto a identificar o usuário, bastando que este coloque o dedo (e
sua impressão digital) no scanner para que o sistema efetue a leitura.
Essa leitura é transformada em coordenadas, que procuram no arquivo
uma outra idêntica, guardada no momento do cadastro. Se for localizada,
o usuário é habilitado a entrar na rde. A comparação
não é feita com uma imagem sobre a outra, mas sim sobre os
dados numéricos que representam a imagem.
Padrão FBI - Essa metodologia
foi definida e padronizada pelo FBI como um Automated Fingerprint Identification
System (Afis - Sistema de Identificação Automatizada de Impressões
Digitais). Entre outras coisas, o padrão Afis determina que a resolução
mínima de uma impressão digital deve ser de 500 dpi (pontos
por polegada).
Naturalmente, o scanner é
protegido contra fraudes. Copiar uma impressão digital não
vai enganar a leitura (pelo menos, não deveria). E o algoritmo Afis
codifica o dedo de forma única, para não haver o risco de
um usuário ser autorizado por ter a digital semelhante à
de outro. Para cada máquina onde usuários irão efetuar
logon via impressão digital é preciso instalar um leitor.
Com a evolução dos
sistemas biométricos, onde o scanner de impressão digital
está incluso, novos sistemas tendem a se tornar populares, como
o identificador de voz e de íris, que analisa o olho da pessoa.
São identidades únicas e inesquecíveis. Então,
sua senha estará, literalmente, sempre à mão.
(*) Alexandre
Negrão Paladini é engenheiro de sistemas e consultor da Impacta
Tecnologia, de São Paulo/SP |