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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/29/00 21:43:04
Está na ponta dos dedos o fim das senhas

Alexandre Negrão Paladini (*)
Colaborador

Senha para o provedor de acesso, senha para a rede da empresa, senha para o cartão do banco, senha para o home banking, dentre tantas outras. Sempre para que o sistema tenha certeza de que você é quem diz ser. Mas os usuários não agüentam mais decorar tantas senhas! Elas garantem maior segurança para o usuário, mas também são fáceis de serem esquecidas. Além disso, sua senha pode ser roubada ou até mesmo olhada e anotada por cima de seu ombro, enquanto você a digita.

Só existe uma senha que é única e intransferível, não podendo ser imitada e tampouco roubada por ninguém: a impressão digital, aquela que você recebe ao nascer. E é nessa senha que o FBI e empresas como a Compaq, Identicator, Digital Persona e a America Biometric estão trabalhando. Os scanners de dedo, dispositivos que permitem ao computador ler uma impressão digital, já estão disponíveis no mercado norte-americano, onde a Compaq passou a fabricar um aparelho por apenas US$ 99,00. Os aparelhos mais caros chegam a custar US$ 600,00.

Inconfundível - A grande vantagem destes sistemas é que a impressão digital é um meio de identificar uma pessoa de forma inconfundível, pois é quase impossível de se repetir. E o que é melhor: não é preciso montar meios e esquemas para decorar, já que ela vem estampada nos dedos de cada um de nós. Com base na impressão digital de cada indivíduo, os sistemas de acesso possibilitam efetuar logon na rede por meio de um simples toque. 

O processo se resume a um mini-scanner, onde o usuário coloca o dedo e tem sua impressão lida e transferida para um arquivo. Durante a etapa de cadastramento, o scanner lê a impressão digital e a transfere para um arquivo de imagem. Ao mesmo tempo, atribui coordenadas a vários pontos da digital - chamados de minúcias. As coordenadas e direções das minúcias são uma forma numérica de representar as digitais.

Uma vez registrada, o sistema está apto a identificar o usuário, bastando que este coloque o dedo (e sua impressão digital) no scanner para que o sistema efetue a leitura. Essa leitura é transformada em coordenadas, que procuram no arquivo uma outra idêntica, guardada no momento do cadastro. Se for localizada, o usuário é habilitado a entrar na rde. A comparação não é feita com uma imagem sobre a outra, mas sim sobre os dados numéricos que representam a imagem.

Padrão FBI - Essa metodologia foi definida e padronizada pelo FBI como um Automated Fingerprint Identification System (Afis - Sistema de Identificação Automatizada de Impressões Digitais). Entre outras coisas, o padrão Afis determina que a resolução mínima de uma impressão digital deve ser de 500 dpi (pontos por polegada).

Naturalmente, o scanner é protegido contra fraudes. Copiar uma impressão digital não vai enganar a leitura (pelo menos, não deveria). E o algoritmo Afis codifica o dedo de forma única, para não haver o risco de um usuário ser autorizado por ter a digital semelhante à de outro. Para cada máquina onde usuários irão efetuar logon via impressão digital é preciso instalar um leitor.

Com a evolução dos sistemas biométricos, onde o scanner de impressão digital está incluso, novos sistemas tendem a se tornar populares, como o identificador de voz e de íris, que analisa o olho da pessoa. São identidades únicas e inesquecíveis. Então, sua senha estará, literalmente, sempre à mão.

(*) Alexandre Negrão Paladini é engenheiro de sistemas e consultor da Impacta Tecnologia, de São Paulo/SP