Vírus? Verme? O que é
isso?
O vírus
de computador é um programa como outro qualquer. Geralmente muito
pequeno, menos do que esta linha de texto. A diferença é
que tem comandos poderosos, que permitem por exemplo formatar todo o disco
rígido (winchester) e destruir todos os programas ou alterá-los
(ás vezes de forma irremediável) em segundos.
No momento em que entra em um computador,
o vírus tenta contaminar todos os arquivos com extensões
.COM, .EXE, .SYS, .OVL. Isso é feito em segundos. Ao mesmo
tempo, pode afetar o sistema operacional e a memória de trabalho,
ficando em lugares de onde pode controlar cada acesso à memória
do computador e infectar novos programas, seja no winchester, seja nos
disquetes utilizados.
Existem inúmeras categorias
de vírus, desde os tradicionais até os chamados vírus
de macro (que utilizam funções macro de automatização
de procedimentos, existentes em programas como os da família MS
Office). Mais recentemente, estão surgindo os vermes (worms, em
inglês), assim chamados por serem especialistas em rastejar pelas
redes de computadores, infectando os micros pelos quais vão passando.
Alguns vírus agem como o da gripe, mudando de forma constantemente.
Mas todos, mesmo os mutantes, têm que manter pelo menos um trecho
do se programa original, e essa é a chamada assinatura do vírus.
A maioria dos programas anti-vírus
vasculha os disquetes, a memória do computador e os programas existentes
no disco rígido, além de monitorar os arquivos que vão
chegando, à procura dessas assinaturas. É assim que os vírus
são reconhecidos. Mas, como a cada dia surgem dezenas de novos vírus,
é necessário atualizar constantemente as bases de referência
das assinaturas dos vírus.
Alguns programas agem ao contrário:
fazem um registro sobre todos os programas existentes no computador e dão
o alerta caso algum programa estranho tente fazer alguma modificação
ou acréscimo. São mais seguros, mas costumam encher o disco
rígido de arquivos de controle e se tornam importunos, caso você
precise fazer constantes instalações de programas. Há
ainda programas anti-vírus que detectam comportamentos viróticos
(tentativas de apagar programas em série, por exemplo), mas que
podem emitir alarmes falsos em certos casos. Em outras palavras, não
existe anti-vírus perfeito.
Sem receio – Vírus
de computador não se transmite a humanos ou a animais (a recíproca
é verdadeira, também...), portanto não precisa ter
medo de manipular um disquete contaminado. Por ser um programa como outro
qualquer, só age quando executado ou acessado. Não existe
transmissão pelo ar de vírus de computador (a não
ser que um periférico envie dados ao micro por sistemas de rádio
ou infravermelho), portanto um disquete contaminado, ao lado de um computador,
nada fará, já que o computador não tem acesso aos
dados nele contidos.
Por isso, mesmo que uma correspondência
eletrônica (e-mail) contenha um arquivo vinculado com vírus,
o risco só existirá quando esse arquivo vinculado for usado.
O problema é que alguns programas de e-mail podem fazer a execução
automática de arquivos vinculados (é aconselhável
deixar essas opções sempre desligadas - e procure também
pelas opções de segurança do seu programa de navegação,
pois não é impossível que uma página web contenha
aplicativos que afetem seu sistema).
Os disquetes possuem trava contra
gravação. Assim, se um disquete protegido for colocado em
um computador infectado, o disquete não será afetado. O CD-ROM
não é infectado por vírus, mas pode conter vírus
se durante o processo de gravação original tiver sido incluído
nele um arquivo contaminado. Neste caso, como a regravação
é impossível, não há como remover o vírus
(já aconteceu de uma revista nacional de informática distribuir
um CD com um arquivo de texto Word contaminado por vírus de macro,
auxiliando involuntariamente a espalhar o vírus CAP pelo Brasil).
Ação – Existem
muitas formas de o vírus agir. Alguns apenas exibem uma mensagem
engraçada, outros podem apagar todos os arquivos do computador,
há os que degradam progressivamente a performance do sistema e alguns
até danificam fisicamente o aparelho. O vírus pode ter ação
imediata ou ser programado para agir em determinado conjunto de datas.
Em alguns casos, a ação é invisível: eles apenas
usam informações do sistema hospedeiro para se replicarem,
enviando automaticamente mensagens eletrônicas a endereços
cadastrados nos programas de e-mail (neste caso, o usuário do micro
infectado, se não tiver anti-vírus atualizado, só
perceberá o problema quando alguém que receber tais mensagens
lhe comunicar).
Descoberto o vírus, não
basta eliminá-lo no programa infectado. Antes de mais nada, desligue
o computador, para ter tempo de pensar em como agir. É necessária
uma verdadeira operação de guerra, vasculhando cada disquete
que possa ter estado no micro após o início da infecção,
conferindo se o arquivo de e-mails não tem nenhum programa vinculado
que esteja infectado e também conferindo se não há
vírus em algum outro computador da rede. E ainda, se os micros das
pessoas com quem o usuário se relaciona também não
possuem programas infectados. Fique atento também aos técnicos
de manutenção de computadores. Ao usarem programas de trabalho
em disquete, que passam por vários micros atendidos, eles podem
ser agentes involuntários de transmissão dos vírus.
Quando seu micro retorna da oficina, é sempre aconselhável
rodar nele um programa anti-vírus.
Certos vírus podem se disfarçar
de versões mais novas de anti-vírus ou de outros programas.
Outros podem se alojar na memória de trabalho do computador (neste
caso, lembre-se de que mesmo desligando o computador, a corrente elétrica
interna ainda continua por uns momentos. Deixe o computador desligado pelo
menos um minuto e meio para garantir que a memória de trabalho tenha
sido realmente apagada). O computador pode ser usado normalmente, depois
que você tiver certeza de haver destruído todos os vírus
nele contidos, bem como nos equipamentos da rede, disquetes etc.
Futuro negro? – Já
são contados em dezenas de milhar os vírus existentes e suas
variações, e a média atual é de pelo menos
200 novos vírus por mês. Para lidar com eles, os programas
anti-vírus têm de ser cada vez mais robustos, degradando a
performance dos sistemas, o que leva à preocupação
de até quando será possível ganhar essa guerra.
Mas, existe o lado positivo: os especialistas
estão aprendendo a dominar esses vírus, usando-os para propósitos
bons. Assim como certas pragas podem ser combatidas por modificação
genética, estão surgindo os primeiros vírus "bonzinhos",
como os que são colocados numa rede de computadores para fazer uma
limpeza, localizando programas inúteis que só gastam espaço.
A mesma técnica também
serve para testar sistemas de segurança de computadores: se um vírus
"bonzinho" puder atravessar um controle de segurança, então
um vírus "mau" também pode enganar esse controle, ou um pirata
de computador (hacker) pode entrar no sistema e trazer prejuízos
à empresa. Um micro-programa como o de um vírus pode servir
para percorrer sistemas, localizando falhas de programação,
ou ainda para encontrar a informação que o usuário
deseja obter sobre determinado tema de pesquisa. |