Benedito Pinheiro
Imagem: bico-de-pena de Ulisses Veneziano, publicado com o texto
Benedito Pinheiro nasceu em Vila Bela, hoje Ilhabela, a 9 de abril de 1864. Veio para Santos com a idade de 14 anos, empregando-se numa casa de calçados de
propriedade de Antônio Jacinto de Oliveira. Afeito ao trabalho, brioso e revestido de espírito empreendedor, conseguiu estabelecer-se com pequena casa de chapéus e calçados, a Chapelaria Pinheiro, que se desenvolveu e se tornou muito conhecida na
Praça. Mais tarde montou escritório de despachos aduaneiros e de representações.
Conduzido para a política, ingressou no Partido Republicano Paulista. Na Câmara Municipal de Santos, na Legislatura que compreendeu o período de 1908-1911, Benedito Pinheiro exerceu o
cargo de 1º secretário da Mesa e, por mais de uma vez, ocupou a presidência; viu-se eleito também nas 7ª, 8ª, 9ª, 10ª, 11ª e 12ª Legislaturas, que se estenderam dos anos de 1911 a 1928.
Em 1928, vice-prefeito, estava no exercício do cargo de prefeito quando ocorreu a catástrofe do Monte Serrate, a 10 de março desse ano. Foi o idealizador e fundador da Caixa Escolar de
Santos, que se deu a 1º de março de 1922, sendo seu presidente de gestões sucessivas. Foi presidente e benemérito da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio, assim como prestou valedora coadjuvação à Santa Casa da Misericórdia e ao Asilo
de Órfãos, além de outras instituições.
Após sua morte, a Caixa Escolar adotou o nome do prestante e útil cidadão, que era casado com da. Deolinda Martins Pinheiro. Faleceu a 27 de março de 1937, em sua residência, à Rua
Tolentino Filgueiras, nº 134, deixando ilustre descendência, como seu filho, sr. Oscar Martins Pinheiro.
Ao início da sessão ordinária efetuada pela Câmara Municipal a 1º de abril de 1937, presidida pelo dr. Antônio Feliciano, o vereador Eduardo de Lamare
referiu-se ao trespasse do ex-vereador Benedito Pinheiro. Elogiou-lhe o espírito público e requereu a consignação, em ata, de profundo voto de pesar e encaminhamento de ofício à família enlutada, também discorrendo sobre a personalidade de Benedito
Pinheiro, louvando-o pelos serviços tributados ao Município os srs. Waldemar Leão e Antônio Feliciano.
No dia 3 de junho de 1911, proprietários e moradores da Rua Nova, situada entre 7 de Setembro e Bittencourt, requereram à Câmara Municipal fosse dado a essa via pública o nome respeitável de
Benedito Pinheiro. Aprovada a representação, a lei nº 647, de 16 de fevereiro de 1921, sancionada pelo prefeito municipal, cel. Joaquim Montenegro, considerou oficial a tradicional via pública que homenageia um dos mais salientes vultos do ambiente
social, cívico e político do Município, situada no núcleo habitacional popularmente conhecido por Mercado.
Designava-se na Planta sob nº 65.
Na sessão ordinária da Câmara Municipal de 6 de junho de 1923, o com. João Manuel Alfaia Rodrigues Júnior requereu que da ata constasse voto de regozijo pelo retorno do vereador Benedito
Pinheiro, "que tão bons serviços presta ao Município". Aprovado o requerimento, o vereador Benedito Pinheiro agradeceu e manifestou seu empenho de continuar trabalhando dedicadamente pela grandeza e prosperidade do Município. |