MAPAS DE SANTOS
Planisfério "de Cantino", 1502
Numa manhã de 1859, o sr. Giuseppe Boni, de Módena, Itália, entrou numa salsicharia.
Enquanto esperava que o merceeiro o atendesse, passou a examinar uma planta da loja, cujo forro era feito de pergaminhos desenhados. Esquecido das
salsichas, o sr. Boni, diretor da Biblioteca Estense de Módena, pagou bom preço pelos pergaminhos. Verificou que se tratava da mais antiga carta
conhecida onde aparecem o Brasil e a linha das Tordesilhas.
Era a primeira vez que se incluíam estas informações, porque os reis portugueses proibiam sua divulgação.
Para conseguir um mapa completo, Alberto Cantino, espião italiano, teve de subornar um cartógrafo de Lisboa, pagando-lhe 12 ducados de ouro, mas recebeu
um bom trabalho. O artista anônimo, que quase certamente pertenceria às oficinas reais, reproduziu todas as terras conhecidas por Portugal,
chegando ao requinte de assinalar a ilha de Ascensão, de localização tão recente que seus descobridores ainda não haviam regressado. O "mapa de Cantino",
como ficou conhecido, data de 1502 e mede 105 cm x 220 cm. Mostra ainda a costa oriental da América do Norte, que só seria oficialmente descoberta dez
anos mais tarde. Clique na imagem para reduzi-la:
Imagem: Mapas Históricos Brasileiros, da enciclopédia Grandes Personagens da Nossa
História, ed. Abril Cultural, São Paulo/SP, 1969. Reprodução do fac-simile da mapoteca do Ministério das Relações Exteriores, situada no Rio
de Janeiro, no então estado da Guanabara
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