Peças avulsas de um presépio português de 1950, em gesso-pedra. Elas eram distribuídas como brinde em
caixas de biscoitos, e teriam sido importadas de Portugal em grandes quantidades, sendo que muitas de suas peças foram posteriormente copiadas e
reproduzidas em gesso em Sorocaba/SP (que ainda as fabrica, mas as peças em barro fino ou gesso-pedra fino não são mais fabricadas, pelo menos no
Brasil. Existem vários exemplares remanescentes, como na lapinha que a Irmã Zefa (falecida em 2012) montava no
corredor do hospital da Santa Casa de Santos
Fotos
enviadas por Francisco Carballa a Novo Milênio, em 11/1/2013
Esses presépios têm características peculiares: os animais são maiores que as pessoas e os reis tanto
podem ser representados em camelos, quanto em pé sem os animais. Estas peças estão desde 1950 no acervo de Matilde das Neves
Fotos
enviadas por Francisco Carballa a Novo Milênio, em 11/1/2013 |
N. E.: Não foram encontradas na
Internet outras referências a esta tradição no Brasil, nem mesmo a marca dos biscoitos em cuja caixa vinham as peças. Pesquisas em sites europeus
permitem a priori associar tais brindes com a tradição francesa da gallete des rois (Bolo
Rei), em que favas ou outros brindes eram colocados dentro de um bolo servido no Dia dos Reis Magos (6 de janeiro). Quem o encontrasse, tinha
privilégios (como ser o primeiro a beber na festa) ou deveres
(como o de ficar encarregado da compra do bolo do ano seguinte)
Com a queda das monarquias, houve pressão dos republicanos para a mudança de nome (em Portugal chegou a ser denominado Bolo Presidente!). Em 1874,
na Alemanha, começaram a ser produzidas figuras em porcelana, cujos temas se diversificaram a partir de 1892, sendo as mais afamadas as figuras da
casa Ranque-Ducongé e sua continuação Limoges-Castel (desde as figuras de presépio até miniaturas de aviões e dirigíveis Zeppelin, reis e rainhas,
galos, elefantes, periquitos e peixes, garçonetes, binóculos etc.).
Nos últimos anos desse costume, em meados do século XX, os brindes eram
figuras de presépio, mas a tradição das favas fez com que a coleção de tais objetos permanecesse com o nome de favofilia (fabophilie,
em francês).
No Brasil de meados do século XX, a marca de biscoitos Aymoré distribuía
muitos brindes, mas não foram encontrados exemplares de publicidade ou de peças associando a marca às figuras de presépio (embora uma das latas de
biscoitos da época tivesse na tampa adesivos com imagens natalinas).
Latas metálicas brasileiras para biscoitos Aymoré, de meados do século XX
Fotos:
site Caríssimas Catrevagens (acesso:25/1/2013)
Lata antiga com decoração natalina, fabricada pela Biscoitos Aymoré Ltda. do Rio de Janeiro
Fotos:
anúncio de venda de exemplar em Blumenau/SC no site
Mercado Livre (acesso:25/1/2013) |