Lateral da capela
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História da capela
Marco essencial para a compreensão histórica relativa à formação do município, sendo um dos monumentos mais antigos de toda a região do Grande ABC, a capela de Santa Cruz começou a ser construída
em 1611, sendo atualmente considerada a pedra fundamental sobre a qual está assentada a cidade de Rio Grande da Serra.
Torre
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Consta que por volta de 1611 as tropas que transportavam sal e outros gêneros vindos através do porto de Santos e São Vicente para o povoado de Santana de Mogi das Cruzes, utilizavam-se das trilhas
e caminhos pelo meio da serra, especificamente o de Zanzalá para Mogi, que atravessava o povoado de Rio Grande, ladeando o rio de mesmo nome.
Capela após a demolição
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Era aqui que as tropas pousavam, pois era a primeira parada após a saída do sertão e subida da serra íngreme. Numa dessas paradas, um tropeiro faleceu, sendo sepultado num alcantil próximo ao
local, demarcado por uma cruz e mais tarde substituído por uma orada, e depois ainda por uma ermida, à qual deram o nome de Santa Cruz e, posteriormente, São Sebastião.
Tropas pousando
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Pelo fato de a colonização ter sido regida e empreendida majoritariamente por religiosos, sua arquitetura é um marco para o estudo e o entendimento de toda uma época, fato notável sobretudo pelo
estilo de sua torre em meia chã jesuítica.
Capela de Santa Cruz - década de 1970
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Também são considerados jesuíticos a arquitetura e todo o acervo da obra religiosa dos séculos XVI e XVII, fruto de um trabalho penoso e constante dos padres da Companhia de Jesus. A capela de
Santa Cruz possui a arquitetura significativa, porque simboliza a penetração da primeira religiosidade na conquista das novas terras.
Lateral da capela
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A torre feita em abode, que é o tijolo feito em fôrma porém não cozido, lembra as torres carmelitanas, de estilo próprio, quadrangular. O seu coroamento, da maior importância, retrata um símbolo
português da época do Brasil Colônia.
Este consta de mísulas verticais nos quatro cantos da torre, formando simbolicamente das pétalas de Lírio, a flor símbolo de Portugal; os quatro cantos também representam as quatro virtudes
cristãs: fé, amor, esperança e caridade.
Coroamento
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Desse quadrado ergue-se uma cúpula ovalada (como uma abóbada celeste), que dá à capela a característica de uma nave arrematada por um bulbo, o qual sustenta o globo mundial, construído em grossas
fitas de aço pudlado que sustentam um galo, símbolo cristão na vigilância na fé, encimado finalmente por um Cruzeiro, a Cruz da Ordem de Cristo, que esteve estampada em todas as bandeiras de Portugal, como também na bandeira do Império,
instituída por dom Pedro I em 18 de setembro de 1822.
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É também na torre que encontra-se um elo extremamente significativo com os demais símbolos da capela, que é o Brasão do Império gravado no sino. De acordo com a simbologia, a coroa simboliza a
glória e a santidade, o homem e a força.
A coroa é ladeada de ramos de café com frutos e fumo e suas flores, fechados por laço. No centro vemos o globo celeste cortado ao meio, sobreposto por uma cruz, símbolo da totalidade; o globo
significa a soberania sobre o reino, sendo que a esfera celeste é o antigo símbolo da colônia portuguesa. As vinte estrelas que circundam o brasão representam as vinte colônias, ou condados de Portugal, dentre elas o Brasil Império de então.
Detalhe do sino
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Esta capela de Santa Cruz teve provisão de bênção e celebração de Ofícios Divinos assinada em 1º de maio de 1873, constando no Registro das Provisões de 1872 a 1875.
Torre do Sino - foto de 1979
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Tendo São Sebastião sido acolhido como padroeiro da capela em épocas posteriores, o mesmo foi representado por um escultura em madeira, feita a canivete no século XVII por Luís Leonel, que a
ofertou, em seguida, à família Pandolfi, que, por sua vez, a doou à capela em 1906, e hoje faz parte do acervo da Paróquia de São Sebastião, sendo esculpida para a capela uma nova imagem.
Capela e cruzeiro lateral
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Desde então, a capela começou a ser conhecida como capela de São Sebastião, festejado no dia 20 de janeiro, mantendo também as celebrações originais da Santa Cruz em 3 de maio e 14 de setembro.
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