Clique aqui para voltar à página inicialhttp://www.novomilenio.inf.br/santos/h0348b.htm
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 10/13/06 19:24:09
Clique na imagem para voltar à página principal
HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - Religiosos santistas -  [2]
O primeiro bispo nascido em Santos (A)

Foi eleito em 1979 bispo da diocese de Anápolis (Goiás)

Leva para a página anterior

Matéria publicada no jornal santista A Tribuna (exemplar no acervo do historiador Waldir Rueda), em 18 de fevereiro de 1979:


"Espero que todos continuem rezando por mim"
Foto publicada com a matéria

D. Manoel Pestana, o bispo santista

O primeiro bispo nascido em Santos será ordenado hoje, na Catedral, em cerimônia que terá início às 10 horas e contará com a presença do núncio apostólico do Brasil, dom Carmine Rocco, além de vários outros bispos e sacerdotes que já se encontram na Cidade, vindos de diferentes estados brasileiros. Todas as homenagens serão para monsenhor Manoel Pestana Filho, eleito bispo da Diocese de Anápolis, em Goiás, por indicação do Papa João Paulo II, no final do mês de novembro do ano passado.

As cerimônias religiosas exigiram cerca de dois meses de preparação por parte da Diocese de Santos, tendo, inclusive, sido formada uma comissão para tratar da solenidade de ordenação, uma vez que esta é a primeira vez que um acontecimento de tamanha importância acontecerá na Cidade.

Além dos inúmeros amigos, parentes, sacerdotes e ex-alunos de monsenhor Pestana que residem em Santos, centenas de pessoas virão também de Petrópolis (estão previstos de 6  a 8 ônibus), Duque de Caxias e cidades do Interior Paulista, sendo que uma caravana composta por amigos e sacerdotes de Anápolis já chegou ontem a Santos, pela manhã. A comissão não tem um cálculo exato de quantas pessoas chegarão ainda à Cidade para as solenidades, uma vez que, além dos ônibus, muitos amigos deverão chegar também em carros particulares.

Programa - Dois bispos auxiliarão o sagrante principal da cerimônia (dom Carmine Rocco), funcionando como consagrantes: dom David Picão e dom Manoel Pedro da Cunha Cintra, respectivamente bispos de Santos e Petrópolis. Logo à entrada dos oficiantes, será entoado o canto Sacerdos et Pontifex, com a participação especial do Coral Municipal de Santos, sob a regência do maestro Bruno Roccella. Nesse momento entrará a procissão dos oficiantes.

Após a saudação inicial e rito penitencial, seguirão os preparativos para a missa solene. No evangelho, o sagrante falará da missão do bispo como vínculo da unidade da Igreja, prolongamento do ministério de Cristo e, por isso, a forma especial de Consagração. Em seguida dom José Fernandes Veloso, bispo auxiliar de Petrópolis e reitor da Universidade Católica daquela cidade, fará a homília.

Logo depois, terá início a liturgia da ordenação episcopal propriamente dita, com a invocação do Espírito Santo, com o canto gregoriano Veni Creator, pelo padre Ney Brasil. Depois disso, haverá o pedido da ordenação: monsenhor Manoel Pestana Filho será apresentado ao sagrante que, por sua vez, falará a ele e à comunidade sobre as funções específicas da Ordem que lhe vai conferir. A seguir, monsenhor será interrogado formalmente se está disposto a assumir o encargo e a corresponder fielmente às suas exigências.

Nesse momento, será lida a bula papal enviada pelo Vaticano, sem a qual a ordenação não poderia ser feita. Lida a bula, seguirá a exortação sobre a missão do bispo e, logo depois, a cerimônia de imposição das mãos sobre o leito, da qual participarão também os bispos consagrantes e dois diáconos (monsenhores Benedito Vicente dos Santos, pároco da Pompéia, e Jorge Facchin, reitor do Seminário Diocesano de Petrópolis).

Dom Carmine lerá então a oração consacratória, seguindo-se a unção do eleito com o Santo Crisma e, ainda, a entrega do livro do Evangelho, anel e imposição da Mitra e báculo pastoral. O anel significa a fidelidade com que o novo bispo deve dedicar-se ao povo de Deus que lhe foi confiado; o báculo, que o novo bispo está a serviço da Igreja, como pastor do rebanho a ele confiado.

Ao som do Hino de Nossa Senhora do Monte Serrate, padroeira da Cidade, haverá o abraço da paz, que será dado não só pelo sagrante principal, mas por todos os bispos presentes à cerimônia.


"Espero que todos continuem rezando por mim"
Foto publicada com a matéria

"Rezem por mim"

Confessando ainda estar um tanto assustado, desde que recebeu o comunicado oficial do Vaticano, monsenhor Manoel Pestana continuava a receber ontem inúmeros cumprimentos e homenagens, por parte de amigos, religiosos e ex-alunos do tempo em que exerceu o magistério na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Santos. E foi até mesmo com muita simplicidade que deixou escapar um comentário fervoroso: "Espero que todos continuem rezando por mim".

O comentário foi feito na manhã de ontem, no alto do Monte Serrate, depois de celebrar sua última missa como monsenhor. Na verdade, a celebração serviu como desfecho de um movimento popular que, às 7 horas, havia iniciado uma via sacra pelas escadarias do Caminho Monsenhor Moreira, até atingir o Santuário de Nossa Senhora do Monte Serrate. Cerca de 60 pessoas participaram da caminhada.

"É sempre uma responsabilidade que aumenta - disse Pestana - pois, de repente, as coisas se tornam diferentes, muito embora continue o trabalho que vinha fazendo, agora com nova dimensão". A Diocese de Anápolis abrange 16 municípios que, no total, reúnem perto de 400 mil habitantes, em área de 22 mil quilômetros quadrados.

Monsenhor explicou que jamais esteve em Anápolis ("a não ser passando pela estrada"), mas que desde o anúncio da sua indicação para bispo da diocese local, passou a estudar tudo o que pôde sobre a cidade e a região. "Para que se tenha uma idéia, a região da diocese equivale ao Estado de Alagoas", disse. "No entanto, pelo que pude perceber, não é população de grandes problemas, já que é uma região progressista".


"Espero que todos continuem rezando por mim"
Foto publicada com a matéria

Surpresa geral - A nomeação de monsenhor Pestana para a diocese de Anápolis foi surpresa geral. Desde então, a expectativa pelas solenidades de ordenação tomaram conta de boa parte dos católicos da Cidade, principalmente pelo ineditismo do acontecimento. "Acho que ninguém mesmo acreditou de início - comentou em tom de brincadeira -. Eu mesmo, embora fosse avisado um pouco antes, custei a acreditar e confesso que fiquei muito assustado com tudo".

Quanto à missa que oficiou ontem no Monte Serrate, monsenhor Pestana tem especial atenção pelo santuário da padroeira da Cidade: foi nesse mesmo local que, em 5 de agosto de 1953, rezou sua primeira missa no Brasil, após ter voltado de Roma, onde ordenou-se padre e celebrou oficialmente sua primeira missa como tal. E será no Monte Serrate a sua primeira missa como bispo, amanhã, às 7 horas, seguindo o programa que ele próprio elaborou, percorrendo as igrejas significativas da sua vida religiosa, antes de viajar para Anápolis.

Mensagens - Por intermédio de A Tribuna Dom Manoel Pestana enviou duas mensagens. Para Santos, citando um pensamento de Saint Exupèry que diz: "Somos eternamente responsáveis por aqueles que nos cativam", acrescentando: "Posso dizer que Santos realmente me cativou e, por isso, apóio-me no sentido de respeito dos santistas, pois espero que continuem rezando por mim, com todo apoio, amizade, estímulo e crítica".

E agradeceu: "Sou muito de Santos, sabe? E por isso mesmo, tenho que agradecer a Deus tudo aquilo que os santistas fizeram por mim. Esse pensamento carrego sempre comigo", disse.

Na mensagem para Anápolis, monsenhor Pestana evocou a compreensão do povo da sua nova diocese: "Estou disposto a tudo. Quero ser amigo, irmão, companheiro, servo, pai e um pastor de nossa Igreja. Quero, ainda, que me ajudem a ajudá-los com o seu apoio e sua compreensão. Afinal, estou começando algo de novo em minha vida, e há muita expectativa, mas muita responsabilidade nisso", concluiu.


"Espero que todos continuem rezando por mim"
Foto publicada com a matéria

Ensino e religião, ideais que o caracterizaram

Monsenhor Manoel Pestana Filho será o segundo bispo de Anápolis, em substituição a dom Epaminondas José de Araújo, transferido para a Diocese de Palmeira dos Índios (Alagoas). Ele nasceu em Santos, a 27 de abril de 1928, realizando seus primeiros estudos na Cidade, até atingir a idade que lhe permitisse entrar para o Seminário Menor em Pirapora de Bom Jesus, ingressando depois no Seminário Maior do Ipiranga, onde cursou Filosofia, disciplina em que licenciou-se já como sacerdote.

No período de 1949 a 1953, cursou a Universidade Gregoriana de Roma, licenciando-se em Sagrada Teologia, sendo ordenado padre a 5 de outubro de 1952. Depois de regressar ao Brasil, iniciou seu ministério como vigário cooperador da Paróquia Matriz de São Vicente, lecionando também no Seminário Diocesano de Santos e nas faculdades de Direito, Filosofia, Enfermagem e Educação.

Monsenhor Pestana fundou diversos movimentos religiosos ou ligados à juventude secundarista, destacando-se, em Santos, o início de atividades dos Cursilhos da Cristandade e Equipes de Nossa Senhora, bem como o Movimento de Ação Secundarista - MAS -, este último sem caráter religioso, mas com finalidade de assistência à comunidade em geral.

Sua transferência para Petrópolis aconteceu no início de 1972, depois de monsenhor largar a direção da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Ultimamente, ele vinha desenvolvendo diversas atividades naquela cidade, entre elas a direção da Faculdade de Ciências Econômicas, Contábeis e Administrativas da Universidade Católica de Petrópolis, além de ministrar aulas de Ciências Religiosas, Estudo dos Problemas Brasileiros e Filosofia.

Além disso, era diretor do Seminário Maior de Correias (distrito de Petrópolis), diretor espiritual dos Encontros de Casais com Cristo, da Escola de Dirigentes de Cursilhos da Cristandade, dando assistência também aos movimentos de jovens.


"Sou muito de Santos, sabe? E por isso mesmo tenho que agradecer a Deus tudo aquilo que os santistas fizeram por mim. Esse pensamento carrego sempre comigo".
Foto publicada com a matéria

No dia seguinte, 19 de fevereiro de 1979, foi publicada esta matéria no mesmo jornal A Tribuna (exemplar no acervo do historiador Waldir Rueda):


Prostrado, o novo bispo assinala sua humildade em face de sua missão evangélica
Foto publicada com a matéria

Emotiva e alegre, a sagração de D. Pestana

A Igreja Catedral foi pequena para acolher os milhares de amigos, parentes, sacerdotes e ex-alunos de dom Manoel Pestana Filho, sagrado bispo diocesano de Anápolis (Goiás), ontem pela manhã, na presença do núncio apostólico do Brasil, dom Cármine Rocco. Todos queriam ver de perto o novo bispo, como se isso os fizesse compartilhar da alegria do popular monsenhor Pestana, como era conhecido, até ontem.

Desde cedo, a movimentação de populares nas imediações da Catedral foi intensa, sendo que, por volta das 8,30 horas, muitos amigos do novo bispo já reservavam lugar no interior da igreja, a fim de que pudessem assistir às solenidades de ordenação episcopal. Mas, como estava previsto no programa, elaborado pela comissão designada pela Diocese de Santos, foi mesmo às 10 horas que teve início a cerimônia, ocasião em que os sinos da Catedral ressoaram festivamente.

A cerimônia contou com a participação de 20 bispos vindos de diferentes pontos do País, que desfilaram em procissão pela nave principal da Catedral, juntamente com inúmeros outros sacerdotes de Santos, Petrópolis, Anápolis, e várias outras cidades da Baixada Santista e Interior do Estado. No final do cortejo introdutório estavam os dois bispos consagrantes (dom David Picão e dom Manoel Pedro de Cunha Cintra, de Santos e Petrópolis), o novo bispo e o núncio apostólico do Brasil.

Inúmeros preparativos foram tomados pela comissão, incluindo a decoração da igreja (mais de mil dúzias de flores, entre monsenhores amarelos, gladíolos e palmas brancas), distribuição de milhares de folhetos contendo a seqüência da solenidade (como também as orações e os cânticos), além da participação dos corais da própria Catedral e da Prefeitura Municipal.


Dom Pestana encaminha-se ao altar
Foto publicada com a matéria

Emoção - Um clima de emoção tomou conta de todos aqueles que foram assistir às cerimônias de ordenação do primeiro bispo santista, quando os sacerdotes deram entrada na nave principal da igreja, ao som da obra sacra Sacerdos et Pontifex, entoado pelo Coral Municipal de Santos. Antes disso, monsenhor Vicente Leite, pároco da Catedral, que ontem funcionou como comentarista da cerimônia, explicou ao público que, com a sagração episcopal, "confere-se a plenitude do Sagramento da Ordem, sendo que, tanto pelo costume litúrgico da Igreja como pela voz dos Santos Padres, é chamada o sumo sacerdócio, o ápice do ministério sagrado".

Os dois cálices de ouro utilizados na ordenação também tinham característica especial: um deles havia sido usado na primeira missa celebrada pelo papa Pio XII, tão logo foi eleito, e o outro havia pertencido ao Papa Paulo VI.

Depois dos ritos iniciais e liturgia da palavra, o padre Francisco Leite leu o evangelho com entonação, lembrando as leituras em latim (Jo 17, 6-11, 15-21), seguindo-se a homília, feita pelo bispo auxiliar de Petrópolis, dom José Fernandes Veloso. Este, por sua vez, relembrou a infância de dom Pestana, citando a coincidência dos pais do novo bispo terem contraído matrimônio naquela mesma igreja, assim como batizado o primeiro filho (o próprio dom Pestana), também ali.

"O bispo é sinal de unidade, de santidade, de verdade - disse dom Veloso -. Deve assumir a vida, a verdade de Cristo, em nome do próprio Cristo". O orador da homília falou ainda das atividades espirituais desenvolvidas por dom Pestana, além do trabalho que desenvolveu com os jovens, exemplificando com a criação do Movimento de Ação Secundarista - MAS - o que considerou "uma irradiação do seu trabalho por quase todo o Brasil".

Ritos de ordenação - Nesse momento, teve início a liturgia da ordenação episcopal, propriamente dita, com a invocação do Espírito Santo, por meio do canto gregoriano Veni Creator e da apresentação da bula papal, enviada diretamente do Vaticano, pelo cardeal João Villot, secretário geral do Estado. O documento representa a parte burocrática da ordenação, sem a qual a cerimônia não seria realizada.

Depois, o núncio apostólico falou sobre a missão do bispo: "O Episcopado é um serviço e não uma honra: o bispo deve distinguir-se mais pelo serviço prestado que pelas honrarias recebidas. Conforme o preceito do Senhor, aquele que preside, como o que serve. Prega a Palavra de Deus, quer agrade, quer desagrade". Em seguida, interrogou o novo bispo para obter a prova de que o mesmo estava ciente das novas funções que ocupará.

E a fase mais simbólica da cerimônia veio a seguir: a imposição das mãos sobre o eleito pelo papa. Em silêncio, dom Carmine impôs suas mãos sobre a cabeça de dom Pestana, ato que foi seguido pelos bispos consagrantes. O livro dos Evangelhos também foi imposto sobre a cabeça do novo bispo, até que fosse lida a Oração Consacratória pelo núncio apostólico. Em seguida, dom Carmine fez a unção da cabeça do novo bispo com o óleo do Santo Crisma, entregando-lhe depois o livro dos Evangelhos, a fim de mostrar-lhe a sua nova identidade e sua missão especial de Pastor e Anunciador do Evangelho do Senhor.

Dom Pestana recebeu, ainda, o anel (significando a fidelidade com que o novo bispo deve dedicar-se ao povo da sua Diocese) e o báculo pastoral (simbolizando que o novo bispo está a serviço da Igreja, como pastor do rebanho a ele confiado pelo papa). Ao som do Hino de Nossa Senhora do Monte Serrate, dom Carmine Rocco abraçou longamente dom Manoel Pestana, em ato solenemente chamado de "abraço da paz". Seguiram-se os rituais preparativos da eucaristia e comunhão.

Quatro sacerdotes distribuíram a comunhão para o público, enquanto dom Pestana fez o mesmo apenas para seus pais, sr. Manoel Pestana e sra. Maria Isaura Ornellas (de 75 e 71 anos de idade, respectivamente), que se encontravam sentados no primeiro banco dos que haviam sido reservados para a família do bispo. Próximo a eles, estavam os seis irmãos do novo bispo, além de cunhados, sobrinhos e demais familiares.


O núncio apostólico impõe as mãos sobre o eleito
Foto publicada com a matéria

"Prefiro rezar" - "É tão difícil falar em situações como esta - disse dom Pestana, depois de abençoar o público caminhando pela nave principal - que preferiria rezar". Depois de relatar que havia pedido a Deus que recompensasse a todos aqueles que o ajudaram a chegar ao episcopado. "Minha primeira palavra de gratidão é para o papa João Paulo II - disse -, pelo gesto de confiança em chamar-me para o episcopado. Um gesto que amedrontou, a princípio, e que depois me apavorou mais ainda".

Dom Pestana agradeceu também ao núncio apostólico, no qual disse ter encontrado "um coração de pai e uma alma de amigo"; a dom David Picão, que depois de ter sido seu companheiro no Seminário Maior de São Paulo, "num gesto de caridade comovente, abriu as portas da Catedral para minha ordenação"; ao bispo de Petrópolis, "homem admirável que dirigiu meus passos, ainda, na minha juventude, e que depois veio a Santos tentar-me para que fosse trabalhar com ele".

Vários agradecimentos seguiram-se, não sendo esquecidos seus pais, irmãos e demais familiares, "pela presença, apoio e crítica". Mas vários outros grupos também foram lembrados, como "os amigos do cursilho, das equipes de Nossa Senhora, Encontro de Casais com Cristo, movimento sindicais com que trabalhei, e aos jovens do MAS, que tanto se dedicam dando tudo de si pelos seus semelhantes e a quem fui encontrar também em Petrópolis", disse dom Pestana.

Como homenagem póstuma, o novo bispo fez questão de citar as figuras de dom Idílio José Soares e dom Paulo de Tarso Campos, que funcionaram como bispos de Santos; cônego Agenor Maria Santana (responsável pelo seu encaminhamento aos estudos no seminário); seus avós Manoel Pestana e Maria Augusta da Conceição, e ao sr. Paulo Junqueira Netto, recentemente falecido (responsável pelo custeio dos seus estudos em Roma, quando ordenou-se padre em 1952).

Ao final da cerimônia, às 12,40 horas, o Coral Municipal realizou um mini-concerto sacro, ao mesmo tempo em que o novo bispo era cumprimentado pelos parentes e amigos, numa seqüência que durou cerca de uma hora.

Brasão e armas - O segundo bispo de Anápolis, dom Manoel Pestana Filho, usará as seguintes armas como símbolo e selo do seu episcopado: escudo - de prata, com três faixas em vermelho, sendo que a figura honorífica (uma haste em ouro), nasce do bordo inferior, sustentando uma cruz alta, que começa no meio da faixa inferior e vai até o meio do campo de prata; os braços do escudo ficam sobre a primeira faixa, em preto perfilada de ouro, entre duas pétalas de lírio presas à haste, também em ouro.

Suas insígnias episcopais serão: chapéu prelatício, de três fileiras de borlas, de verde e cruz processional. Seu lema, In te Projectus.

Segundo o padre Paulo Lachenmayer, de Salvador, no comentário que fez sobre o brasão e armas de dom Pestana para o livreto explicativo da cerimônia de ordenação, "o escudo de prata com as faixas é dos Pestana, servindo em concluir no mesmo o verso 11 do Salmo 12, escolhido pelo armígero como lema".

Centenas de amigos de dom Pestana vieram de Petrópolis (calculou-se mais de 500 pessoas), sendo que de Anápolis compareceram perto de 100 pessoas, entre populares e sacerdotes locais. Além dos bispos representando várias cidades do interior de São Paulo, Bahia, Ceará, Goiás e Rio de Janeiro, diversas autoridades civis e militares da Baixada Santista estiveram presentes às solenidades de ordenação, entre elas o prefeito de Santos, Antônio Manoel de Carvalho.


Dom Pestana (segundo à esquerda), quando a cerimônia estava no final
Foto publicada com a matéria

Leva para a página seguinte da série