BOOM VERDE - A expansão imobiliária em Santos não trouxe só arranha-céus para a concorrida
área urbana. Com a matemática que exige cinco árvores plantadas para cada uma arrancada, a Cidade ganhou, nos últimos três anos, 6.535 unidades,
todas de espécies nativas como ipês, quaresmeiras, bauhinias e manacás
Foto: Rogério Soares, publicada com a
matéria
MEIO-AMBIENTE
Em três anos, Santos ganha mais de 6 mil árvores novas
Cinco mudas são plantadas para cada árvore removida na Cidade
Da Redação
Nem só de grandes torres "brotando" da
terra em direção ao céu vive Santos. Na cidade que experimentou, nos últimos anos, o sabor do boom imobiliário, também são plantadas mudas de
árvores. Para se ter idéia, o Município ganhou nos últimos três anos 6.535 árvores novas. As espécies nativas, como ipês, quaresmeiras, bauhinias e
manacás, foram priorizadas.
Além do plantio que a Prefeitura realiza permanentemente, uma parte dessas mudas é resultado do
chamado ato compensatório. Ou seja, quando uma empresa solicita a remoção de árvores para a realização de obras, é obrigada a compensar a vegetação
sacrificada.
E foi justamente o crescimento da construção civil em Santos que fez a Secretaria de Meio Ambiente
mudar a forma de calcular essa compensação.
Antes, segundo o engenheiro agrônomo João Luiz Cirilo Fernandes Wendler, que é chefe do
Departamento de Parques e Áreas Verdes do Município, a matemática para os atos compensatórios era uma árvore removida sendo igual a uma árvore
plantada. Agora a proporção é bem diferente. Para cada árvore removida, cinco são plantadas.
"Com esse boom imobiliário e o aumento dos pedidos de remoção de árvores, a gente foi conversar com
as construtoras para não perder massa verde". Assim, esse novo cálculo passou a ser utilizado pela Cidade há cerca de dois anos.
As empresas solicitam a remoção das árvores através de processos previamente autorizados pelo setor
responsável por obras particulares. Cabe ao departamento de Áreas Verdes vistoriar o local para verificar a real necessidade da retirada e a
possibilidade de que seja plantada no mesmo local ou o mais próximo possível.
Caso isso não seja viável, é feita então a proposta de compensação em função do valor ambiental das
árvores (porte, idade e espécie).
Como exemplos recentes de compensação, a Secretaria de Meio Ambiente citou um prédio que está sendo
construído no José Menino e que resultou na doação de 100 mudas de árvores para a Cidade. Uma outra construção na Avenida Francisco Glicério gerou
mais 30 mudas de árvores.
Um outro exemplo de arborização que ainda não está definido envolve a Codesp. Por conta da
construção da Avenida Perimetral, conforme o Departamento de Áreas Verdes, há previsão de plantio de 500 árvores.
SOLICITAÇÕES |
Os munícipes podem solicitar o plantio de árvores em suas ruas e calçadas através da
Ouvidoria Pública, pelo telefone 0800-112056. Antes de plantar qualquer árvore, é bom consultar o Departamento de Áreas Verdes para evitar
espécies inadequadas |
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Como funciona - É o Código de Posturas do Município (Lei 3.531/1968), com nova redação dada
pela Lei Complementar 172/1995, que prevê poda, corte, remoção ou sacrifício de árvores, mediante autorização da Prefeitura.
Na compensação, as espécies são plantadas no mesmo local quando há espaço disponível no passeio.
Caso contrário, as mudas são entregues no Departamento de Áreas Verdes para serem distribuídas pela Cidade.
Para isso, a Prefeitura mantém atualizada a relação de locais disponíveis para plantio, resultados
de quedas de árvores, solicitação de munícipes e vistorias.
As espécies são definidas conforme alguns fatores como, por exemplo, a largura da calçada e a
localização das redes elétrica e de água. Para facilitar o manejo, a Secretaria de Meio Ambiente procura manter espécies iguais na mesma rua.
Todo o serviço é realizado por uma empresa terceirizada. Este ano, novos plantios começarão assim
que o processo de licitação para contratar uma nova empresa for concluído.
Ipês estão entre as espécies priorizadas no plantio de novas mudas
Foto: Rogério Soares, publicada com a
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