Revistas [...]
Revista Ilustrada - 1890
O historiador Francisco Martins dos Santos, em trabalho sob o título Esboço
Histórico da Imprensa Santista, publicado no jornal O Diário, de 6 de janeiro de 1936, registra que "em
1890 circulava Revista Ilustrada, muito bem servida e montada, em cujas páginas apareciam nomes em evidência no meio literário santista.
Acreditamos que essa revista tenha sido fundada nesse mesmo ano ou pouca coisa antes".
Confessamos que, em nosso árduo serviço de pesquisas, nada encontramos sobre essa
publicação. Nem sabemos se ela é de Santos ou de São Paulo.
Revista Maçônica - 1901
Exatamente no dia 10 de novembro de 1901 foi distribuída Revista Maçônica. Seu
artigo de abertura, com o título Como Programa, apresentava este trecho inicial: "Uma
publicação de caráter maçônico, atendendo mais ao prestígio da instituição que às conveniências e inércia dos indivíduos que a representam, era uma
necessidade que estava pedindo urgente e imediata satisfação.
"É a essa necessidade que pretendemos acudir, rompendo com essa aquiescência
incondicional que, há longos anos, vem trabalhando o descrédito dos maçons e da maçonaria, abatendo o prestigio dez vezes secular desta, em proveito
da desídia daqueles.
"Que interesse ou objetivo nos move a tomar sobre os ombros empresa por sem dúvida
superior às nossas forças, mas não superior à energia da nossa vontade?"
O número 2 da revista saiu rigorosamente em dezembro de 1901. Aduziremos que Olímpio
Lima e Alberto Veiga, diretor e redator-chefe, respectivamente, de A Tribuna, naquela época, pertenciam à Loja Braz Cubas, de Santos.
Revista da Semana - 1902
A Revista da Semana, que se publicava no Rio de Janeiro, dedicou uma edição
especial a Santos por ocasião do 63º aniversário de sua elevação à categoria de Cidade, ou seja, a 26 de janeiro de 1902. Anatólio Valadares foi o
coordenador dessa edição especial, bem encadernada e contendo 46 páginas.
O texto nada dizia de Santos, tratando-se de matéria fria para cobrir as fotografias
sobre a Cidade. Mais de 200. Com que nostalgia vemos e revemos em nossos dias aquelas imagens que mostravam as ruas ainda tortuosas, seus bondinhos
de burros, suas chácaras e muita outra curiosidade já não mais existente. Anatólio Valadares, no ano seguinte, veio para o Município e aqui editou
Santos Ilustrado, de parceria com seu irmão Décio Valadares e Wladimir Alfaya.
- Anos depois foi outra revista do Rio de Janeiro - Brasil Ilustrado - que deu
suplemento sobre a nossa Cidade, publicando esplêndidas fotografias e textos curiosos.
O suplemento de Brasil Ilustrado, também dirigido por Anatólio Valadares, foi
publicado a 15 de junho de 1920.
Santos Ilustrado - 1903
Anatólio Valadares foi o jornalista que, em 1902, coordenou número especial da
Revista da Semana em homenagem à Cidade de Santos.
Fixando-se aqui, lançou a 1º de janeiro de 1903 Santos Ilustrado, que dizia
ser revista mas não passava de jornal. A direção artística foi confiada a Décio Valadares, seu irmão, contando com o concurso de Mimi Alfaya.
Cri-Cri - 1904/8
Cri-Cri não era revista santense, mas sim da Capital, onde tinha redação e se
imprimia. Humorística e literária. Tinha boa circulação em Santos, pois muitos temas diziam respeito à nossa Cidade.
Quando foi lançada? Francisco Martins dos Santos e Durwal Ferreira apontam o ano de
1904. João Gualberto de Oliveira, em Nascimento da Imprensa Paulista, registra o ano de 1905.
A Pena - 1909
Revista mensal. Literária, crítica e humorística. Lançada a 1º de janeiro de 9109.
Não passou desse 1º número. Contudo, tinha boa impressão e apresentava trabalhos variados.
Aqueles que lhe apreciaram o único número publicado, teriam exclamado:
- Foi uma pena!
A Bruxa - 1910
Astolfo Correia e Wladimir Alfaya (Mimi Alfaya) eram considerados o maior
caricaturista e o maior pintor-chargista de Santos no começo deste século. Um e outro ganhavam muito dinheiro com seus trabalhos, que focalizavam
figuras de evidência social na Cidade. Mimi Alfaya, que morreu em 1913, deixou esplêndidos trabalhos paisagísticos.
Um dia, os dois artistas decidiram editar uma revista. Mais humorística e crítica que
noticiosa e literária. E lançaram em julho de 1910 A Bruxa, em iguais características que Careta, do Rio de Janeiro, que estava no
apogeu da popularidade.
A Bruxa foi bem acolhida. Todos gostaram. Mas os seus editores tinham a fama
de boêmios...
A Fita - 1911
Foi no dia 15 de abril de 1911. Sob a direção de Andrade & Pompílio, ou Bento de
Andrade e Manoel Pompílio dos Santos, apareceu pela primeira vez a revista A Fita, com redação no Largo do Rosário, hoje Praça Rui Barbosa, 2
(sobrado). Revista humorística e literária.
Nesse primeiro número, publicou a fotografia de Nélson, que contava menos de 2 anos
de idade, filho do sr. Nero Serra, escriturário da Recebedoria de Rendas do Estado. Nélson - o Nélson Serra - é hoje funcionário aposentado da mesma
Recebedoria de Rendas, cidadão muito conhecido na Cidade, já encanecido, culto, prestativo e servido por alto espírito altruístico.
No segundo número de A Fita, soneto de Martins Fontes, colaboração de Antônio
Cazal, Mendes de Oliveira, A. de Castro, Viriato Correia (prosa) e muitos outros.
Festejando a circulação do 17 número, no sábado de Aleluia daquele 1911, os diretores
Bento de Andrade e Pompílio dos Santos promoveram simples reunião à qual compareceram João Carvalhal Filho, Galeão Carvalhal, Alexandre Coelho, Bias
Bueno, Francisco Teixeira da Silva, cel. Miguel de Souza Filho, Artur Porchat de Assis, Heitor de Morais, Miranda Rosa, Luís Correia Pais, Júlio
Santiago, Euclides de Andrade, Carlos Martins, Pedro Neves, José Paiva Magalhães, Valentim de Morais, Mário Amazonas, Antônio de Oliveira Passos
Sobrinho, Patrício Soares, padre Gastão de Morais e Rafael G. Torquemada. Miranda Rosa, redator-chefe de A Tribuna, saudou A Fita,
agradecendo Manoel Pompílio dos Santos.
Tinha várias seções como: Laços de Fita, Fitas Queimadas e A Fitinha
e demais. No nº 10 a revista tinha redação na Praça da República, 7, sobrado, e a dirigia apenas Pompílio dos Santos. Do número 21 em diante adotou
maior formato e começou a publicar-se semanalmente, às quintas-feiras, mudando-se para a Praça da República nº 15.
Era vendida em São Paulo na Rua 15 de Novembro nº 51 e na Estação da Luz. A
hemeroteca da Humanitária possui A Fita até o nº 43, de 12 de fevereiro de 1914.
A Bruxa - 1911
Um ano depois, ou a 7 de fevereiro de 1911, surgiu outro jornal com o mesmo título.
Ou era outro, na verdade, ou seria a segunda fase de A Bruxa... Esse pormenor não foi confirmado pelas folhas que noticiaram seu surgimento,
como A Tribuna, que assim se referiu ao jornalzinho que trazia o nome de "feiticeira" ou de "boneca": "Santos
ressentia-se realmente da falta de uma revista ilustrada.
"É claro que essa revista não podia ser obra de fancaria, destinada apenas à
consecução de fins mercantis. Não! Para que ela estivesse à altura do progresso de Santos era preciso que, antes de tudo, desse uma prova de fina
intelectualidade, desse uma nota de fino humorismo.
"Até ontem não havia na Cidade essa revista. Mas só até ontem. Porque de hoje em
diante aqui estará A Bruxa. O que é A Bruxa? A Bruxa é uma revista maravilhosamente bem feita. Tout a fait moderne. É
uma revista destinada ao mais largo e ruidoso sucesso. O número que temos em mão é mais do que uma esplêndida promessa. É uma tranqüilizadora
garantia de sucesso. Fazem-na rapazes que constituem a nata da intelectualidade de Santos.
"A Bruxa aí está triunfantemente gritando nas ruas. Compre-a quem quiser
alguns minutos de fina emoção artística".
A Via Lactea - 1912
Fábio Montenegro, se era muito humilde, como diziam, era muito poeta, lançou em 1912
a revista A Via Lactea, na qual publicava primorosos versos de Martins Fontes, Paulo Gonçalves, Ribeiro Couto, Afonso Schmidt e também seus,
além de poemas de Vicente de Carvalho, para citar-se apenas os de Santos.
Foi uma revista feita por um homem de fina sensibilidade lírica, para gente que
entedia o que era beleza e estesia. Mas, como o reluzente autor, A Via Lactea foi-se muito cedo.
A-43 - 1913
Tivemos também revista militar e bem feita. No dia 12 de março de 1913 foi
distribuído o primeiro número da revista A-43, dirigida e redigida por tenentes do 43º Batalhão de Caçadores, aquartelado em Santos.
Tratava de temas militares. Tinha também texto de cunho social.
O Riso - 1914
Quando o mundo sofria grande comoção moral com a eclosão da Primeira Guerra Mundial,
cujos efeitos ainda eram incertos, eis que surge em Santos uma revista. E revista para fazer rir, quando muita gente chorava. Seu nome dizia tudo:
O Riso. Além de humorística, crítica, artística e literária. Prometia circular todas as semanas. Mas sucumbiu...
Diário de Santos, em sua edição de 1º de novembro de 1914, noticiou o
recebimento do exemplar, gabando-o e desejando-lhe longa existência. Quer dizer, se não teve "longa existência", a culpa não foi do Diário.
Miramar - 1916
Revista ilustrada. Fazia muita propaganda do tradicional estabelecimento de diversões
do Boqueirão que tinha seu nome. Na hemeroteca da Humanitária existe o número 4, de 22 de dezembro de 1916.
No cabeçalho, abaixo do título, os temas de que tratava: Artes - Letras - Esportes
- Atualidades. Nesse número 4 apresentava as fotografias das formandas de 1916 do Liceu Feminino Santista, além dos drs. Porchat de Assis e
Edmundo Grug; Alma Panteísta, poesia de Tales de Melo; Balada das Torcedoras, por Luís de Morais Carvalho; Esplanada de Tênis do
Miramar (foto); A Virgem Sarracena, conto de Samuel Prado; Alta Sociedade (foto da sra. Fileta Presgrave do Amaral); Natal no
Mar, por Paulo de Souza Bandeira; Regatas, com retrato d atleta Edgard Perdigão; Domingos Silva, remador, ao lado do seu barco; Como
se despe Madame X, por Mirone; Emílio Wysling e seus filhos (foto); Convescote na Ilha Porchat; Notícias, com foto do presidente
da Câmara, dr. Antônio de Freitas Guimarães Sobrinho; Tesouradas, por Amolador, e demais matérias.
Miramar custava 500 réis.
A Nota - 1919
Revista mensal, cujo número inicial saiu a 15 de janeiro de 1919. Dirigiu-a o
jornalista Alberto de Carvalho, que na mesma oportunidade pertencia ao corpo redatorial de A Tribuna. Menotti del Pichia orientava a seção
literária.
Durante mais de dois anos, A Nota foi de propriedade de Alberto de Carvalho,
apresentando acontecimentos sociais e esportivos, além de escolhida colaboração literária. Já em 1921 passou à propriedade do dr. Cirilo Freire, que
confiou a Mariano Scarpini não apenas a gerência como o setor de publicidade.
A Nota ainda viveu um pouco mais nas mãos do dr. Cirilo Freire. Todavia,
absurda decisão adotada por esse jornalista fez com que Norberto Paiva Magalhães lançasse Flama, que, no ramo, tomou conta do mercado...
O Pimpão - 1919
Como era revista, devia intitular-se A Pimpona. Todavia, contrariando seu
significado, não era jactancioso nem janota. Pelo contrário simples demais. Seu número inicial saiu a 4 de novembro de 1919, quase no Dia de Finados
- mas acabou falecendo antes do tempo...
O Pimpão era de propriedade de Júlio de Góis, que também o redigia.
Apresentava bons colaboradores, entre os quais Humberto de Campos, Menotti del Picchia e Oswald de Andrade.
Flama - 1921
Em represália a um gesto do dr. Cirilo Freire, que fora diretor-proprietário da
revista A Nota, Norberto Paiva Magalhães editou a revista Flama, lançada a 21 de fevereiro de 1921, figurando Galeão Coutinho como
redator-secretário.
Quatro anos depois, passou à direção de Ciro Lacerda, mas retornou à administração de
Norberto Paiva Magalhães, secretariada em períodos diferentes por Décio de Andrade, Ciro Lacerda e Júlio Barata.
Pela altura de 1931 Paiva Magalhães passou Flama a José Gomes dos Santos Neto,
que convidou para assumir ass funções de diretor o dr. Nicanor Ortiz. E ele, Gomes dos Santos, ficou como secretário. A princípio, o dr. Nicanor
Ortiz desempenhou as verdadeiras funções. Todavia, assoberbado com os misteres da advocacia e magistério, sua atividade em Flama resumiu-se
amais em prestigiá-la literariamente com seu nome, por isso que Gomes dos Santos Neto assumira, ele só, todos os encargos redacionais e
administrativos. Na publicidade, trabalhou Alcides Vilaboas e, em seguida, gerindo-a, Nélson Ribeiro, que se manteve no cargo até o fim do órgão.
Ainda trabalharam na administração Juraci Alves (Tusa) e Luís Loureiro Carbone.
Flama atravessou o tempo enfrentando muitas dificuldades, até que, por volta
de 1966, suspendeu definitivamente a publicação. Era composta e impressa em São Paulo, na Gráfica Bignardi. Foi a revista de maior vivência em
Santos.
Entre os colaboradores de Flama na fase de Nicanor Ortiz-Gomes dos Santos Neto
salientavam-se: Meduar, Tito Marcondes, Martins Fontes, Afonso Schmidt, Lincoln Feliciano, Emília de Freitas Guimarães, J. Freitas Guimarães,
Cassiano Nunes Botica, W. Barbosa Trigo, Antônio Passos Sobrinho, Sebastião Gonçalves Leite, Luiz dos Santos, Ibrantina Cardona, Stockler de Lima,
J. M. Coimbra, Mariano Gomes, Itacy de Souza Teles, Heitor de Moraes, Agenor Silveira, Guilherme de Almeida, Durwal Ferreira, Luso Ventura, João da
Veiga (Lincoln Feliciano), Júlio Barata, Roldão Mendes Rosa, Álvaro A. Lopes, Moacir Chagas, Ribeiro Couto, Emiliana Delminda, Chaves e Silva Oacy
Rodrigues (caricaturista), Rosinha Mastrangelo, Francisco de Marcchi, Francisco Martins dos Santos e tantos outros.
Revista Novidades - 1923
Revista Novidades, a princípio, foi dirigida por Galeão Coutinho. Ele era
co-proprietário da Agência Novidades, que vendia livros, jornais e também editora, tanto que editou o livro de versos Samburá, de Martins
Fontes.
Lemos os nºs 9 e 10, do segundo ano, correspondentes a outubro e novembro, cujo
diretor-proprietário era Demerval da Cunha Brito e sua redação ficava na Praça Rui Barbosa, 30.
Nesse número 9 publicava: Os grandes virtuoses nacionais, comentários sobre
Souza Lima; reportagem sobre a firma cafeeira Leon Israel, com foto de Aquiles Israel; trabalhos de Brasil Machado Campos; charges de
Bernardo Browne e comendador Alfaya Rodrigues; reportagem sobre o Clube Eden Santista; Os grandes vultos (Roberto Simonsen); as seções
Vida Social e Notas da Redação, em que registrava que Novidades era encontrada em São Paulo, na Agência Scafuto, na Rua São Bento,
43; no Rio de Janeiro, na Avenida Rio Branco, 137, 2º andar, sala 49, e em Santos, na Agência Magalhães.
No outro número, soneto de Laurindo de Brito; Curiosidades; charges de
A. Guilherme Gonçalves e Haroldo Murray. Publicava uma nota da redação em que dizia que, devido à aceitação da revista, havia necessidade de maior
espaço para o trabalho. E da acanhada redação da Praça dos Andradas vira-se na contingência de mudar-se para a Praça Rui Barbosa, 30.
Revista Novidades tinha como redator-secretário Cyro Lacerda e como gerente
Mário José de Carvalho. Entre seus colaboradores contavam-se Menotti del Picchia, Vicente Mello e o próprio Cyro Lacerda.
Progresso Santista - 1924
Revista consagrada à coletividade italiana, sendo a maior parte do texto escrita em
idioma itálico. Publicava-se mensalmente e seu primeiro número circulou em abril de 1924 com 22 páginas. Diretor responsável, B. Figliolino,
custando 2$000 o exemplar. Redação e administração, na Rua João Otávio, 48.
Número em homenagem à visita ao porto da nave Itália, em cuja capa apareciam
os presidentes do Brasil e da Itália e em relevo a belonave italiana. Trazia reportagem circunstanciada sobre a chamada Nave da Raça, roteiro
das visitas oficiais do comando e oficialidade e informações técnicas sobre a embarcação. De permeio, vistas panorâmicas da Cidade e artigos em que
se exaltavam as relações diplomáticas e fraternais entre os dois países. Composta e impressa na Tipografia Paulista, na Capital.
Terra Santista - 1926
Cid Silveira morou em Santos, aqui pertenceu ao ambiente jornalístico e literário e
depois foi para outras paragens. Sabemos que, como Santos, fez-se popular em Ribeirão Preto.
Em 1926, com Antônio de Freitas Guimarães, ele fundou e lançou a revista Terra
Santista que, malgrado dirigida por homens de talento, com boa colaboração, não teve vida longa. Mas, pelo menos, ele aqui deixou sua marca
cultural.
Filmlândia - 1928
Circulou a 6 de junho de 1928 o primeiro número de Filmlândia, dirigido por
Norberto Paiva Magalhães. Como insinua seu título, era semanário que cuidava exclusivamente de atividades cinematográficas.
O segundo número circulou a 14 de julho de 1928, aparecendo uma semana depois o
terceiro número, enquanto o 4º número também teve plena regularidade, distribuído a 28 de junho de 1928...
Norberto Paiva Magalhães foi sempre correto em seus compromissos jornalísticos, como
sucedeu com Flama.
O Balneário - 1928
26 de maio de 1928 foi a data em que circulou o primeiro número de O Balneário.
Semanário crítico, ilustrado e de elegância, dirigido por Cyro Lacerda, secretário Armando Rosas e gerente F. Campos.
Em seu artigo de apresentação, assim se exprimia: "Jornal-revista
modelo sem outras aspirações que não as de bem servir à culta coletividade santista, e este glorioso público de nossa terra, às boas iniciativas
cívicas que vicejam e frutificam em toda a plenitude, O Balneário surge na arena jornalística com o desejo de poder ser o espelho onde se
reflitam todos os acontecimentos das nossas formosas e aristocráticas praias". E o artigo
continuava.
Matéria publicada nesse primeiro número de O Balneário: Festa de elegância
e distinção oferecida pelo Miramar aos seus freqüentadores; Focalizando (d. Pitoca); Reportagem sobre o Palace Hotel; colaboração de Rui
de Castela; Hotel Parque Balneário; Curiosidades; Poema da Felicidade (Manoel Cunha); uma página de versos de Rosarmando e
outros trabalhos.
O segundo número saiu a 16 de junho de 1928. O Balneário tinha redação na Rua
7 de Setembro, 56, e oficinas na Rua Amador Bueno, 316. Representante em Guarujá: Jorge Moura. Impressa em papel acetinado. 12 páginas.
Fã Filme - 1929
Órgão de propaganda do Cine Paramount, Fã Filme começou a ser distribuído no
início de 1929. No dia 23 de fevereiro de 1929 já estava no terceiro número.
Apresentava biografias e outras informações sobre artistas, propaganda de filmes e
roteiro dos filmes que seriam exibidos no Cine Paramount. Essa casa de diversões era de propriedade de Scarpini & Vetró, sendo o responsável pelo
jornal-folheto o sr. Jacinto Scarpini.
Barra - 1929
Nem quem coligiu a árdua matéria deste livro, nem outros pesquisadores, nem mesmo as
fontes obscuras e vagas, conseguiram pormenorização da revista Barra, que se publicou na Cidade no fim da década número três. Mas seu
registro aqui fica como pequenina célula do grande corpo do jornalismo citadino.
Aliás, o maior propósito é esse, a assinalação da revista ou jornal. Faz de conta que
este livro é grande cartório onde se fazem averbações ou transcrições.
Fica, pois, registrada a revista Barra como tendo circulado pela nossa
Santópolis. Barra limpa...
Eva - 1931
Revista de 46 páginas que registrava os acontecimentos sociais de Santos, de que era
diretor Francisco B. Freitas. Tinha redação na Praça José Bonifácio, sala 20, no Palacete Humanitária. Redator-chefe Cyro de Lacerda,
redator-secretário Armando Rosas e gerente Alfredo Debs.
Em sua crônica de abertura: "Surgindo
despretensiosamente nos arrebiques de damas chiques e vaidosas, revestida apenas das mais amplas intenções, quais a de se tornar útil à sociedade
desta terra carinhosa e hospitaleira, Eva aí está em suas mãos, com o melhor dos seus sorrisos, desejosa de ser a confidente amiga das nossas
encantadoras demoiselles e a companheira sincera da nossa boa e elegante rapaziada". E
continuava a crônica.
Apresentava trabalhos de Benedito Merlim, Manoel Cybas, Malvar Neto, Armando Rosas,
Acácio Marques Leite, José Santos Aço, Álvaro Augusto Lopes, Berto, Rei de Gália, Paulo Santiago, além de reportagem sobre a Humanitária, charge de
Guilherme Gonçalves, fatos sociais, visita do ministro do Trabalho, sr. Lindolfo Collor, a Santos, e biografia de Silvério Fontes. Seções de Eva:
Caixinha de Segredos, Grafologia (Rui de Castela), reportagens e outras.
Malgrado fosse revista bem feita, de boa apresentação gráfica, Eva só publicou
4 números. O comércio ainda não compreendia a vantagem da publicidade!
O Café - 1931
O Instituto Técnico de Propaganda do Café - segundo noticiou o Jornal da Noite,
edição de 27 de fevereiro de 1931 - lançou o mensário O Café, seu órgão oficial, com sede em Santos. A revista compunha-se de 70 páginas
ilustradas, inserindo curiosa e interessante matéria sobre o produto básico da economia nacional.
Diretor técnico, Rogério de Camargo, e redator responsável, Diógenes Castanho.
Jabaquara - 1933
Jabaquara, como ela própria se intitulava, era revista de ação social.
Diretor, A. Rodrigues da Silva, e gerente, Mariano Scarpini. Ficava a redação na Rua Riachuelo, 60, 2º andar. Propriedade de Scarpini & Silva.
Custava 500 réis o número avulso. Circulava nos dias 10 e 23 de cada mês. Sem qualquer inclinação partidária, dispunha-se a prestigiar o governo que
dirigia os destinos do Município. Compunha-se de 16 páginas, em papel comum.
Na capa desse número especial, a fotografia do eng. Aristides Bastos Machado,
prefeito municipal.
Em seu texto, discorria sobre o bairro histórico da Cidade, onde se localizava o
quilombo do Jabaquara, administrado por Quintino de Lacerda. Reportagem sobre A Tribuna, já em seu novo prédio da Rua General Câmara,
reportagem sobre o Carnaval, reportagem sobre o comércio de leite, homenagem à memória de Rosalina Coelho Lisboa, soneto assinado por Antônio
Paraíba e Políticos e Política.
Sabemos que o sr. A. Rodrigues Silva arrepiou carreira, deixando Mariano Scarpini
sozinho.
O Idealista - 1933
Havia o Grêmio do Esforço Cultural dos Funcionários da Companhia Docas de Santos que,
em dezembro de 1933, lançou a revista O Idealista, por iniciativa de Adolpho Coutinho, Miguel Antônio Lopes e Nilo Ferreira da Silva.
A revista obedecia à direção de Adolpho Coutinho e responsabilidade artística de J.
Lima.
Durou por espaço de 1 ano, quando J. Bento, também funcionário da Companhia Docas de
Santos, sugeriu que, embora bem redigido e de feição gráfica agradável, o órgão deveria ganhar maior amplitude técnica e redacional. Dessa forma,
O Idealista foi transformado em Estrela Azul, que lançou seu primeiro número em dezembro de 1934 sob a direção de J. Bento.
O Grêmio do Esforço Cultural dos Funcionários da Companhia Docas de Santos, como o
próprio nome insinuava, foi agremiação de desenvolvimento intelectual e literariamente promocional dos funcionários da empresa portuária.
Patrocinava um curso que preparava os trabalhadores para seu ingresso no quadro de funcionários. E preparava-os com tal eficiência e valimento que
os pretendentes à melhoria hierárquica, por meio de concurso, todos eles, foram aprovados. Era uma das atividades do grêmio superiormente dirigido
por Adolpho Coutinho.
Estrela Azul - 1934
Sucedendo à revista O Idealista, órgão do Grêmio de Esforço Cultural dos
Funcionários da Companhia Docas de Santos, Estrela Azul começou a publicar-se em dezembro de 1934. Dirigida por J. Bento, essa revista
apresentou-se com apreciável disposição gráfica, além de bem escolhida colaboração literária.
Em sua fase final, a redação situava-se na Rua General Câmara, 102, ao lado de A
Tribuna. J. Bento teve diversos cooperadores.
O Estuário - 1934
O Estuário era revista dirigida por guardas da Alfândega, de cuja classe se
tornou órgão representativo. Não cuidava apenas de temas fiscais, frios e de interesse exclusivo de uma corporação, senão divulgava matéria de ordem
geral, sobretudo vinculada à Arte e à Literatura.
No dia 11 de dezembro de 1934 deu número especial comemorativo da inauguração do novo
edifício da Alfândega, hoje Delegacia da Receita Federal, publicando reportagem pormenorizada sobre o acontecimento que foi prestigiado por dois
ministros de Estado, o da Viação e o da Fazenda. Foi duplicada a tiragem, mas ainda assim faltaram exemplares.
Falena - 1934
Dois anos após a Revolução Constitucionalista de São Paulo, Falena exaltava o
evento. Em sua primeira página do número 1, publicada em maio de 1934, ostentava o retrato de Pedro de Toledo, com esta dedicatória: "Por
intermédio de Falena, ao honrado povo de Santos, ao qual devo as mais carinhosas homenagens, minhas cordiais saudações".
Revista mensal, editada até o dai 10 de cada mês. no Expediente, lia-se "Ler
e divulgar Falena é uma obra de amor a Santos. Porque tudo faremos pela imortal terra de Braz Cubas, o maravilhoso reduto do civismo!".
Dirigida por G. Lacerda Ortiz e João de Minas, tinha redação na Rua D. Pedro II, 54,
4º andar, sala 416. Ainda no Expediente, anunciava: "Vendemos idéias, desenhos e clichês
artísticos". Encontrava-se à venda na Agência Magalhães e seu único fotógrafo o Pedro Peressin,
o popular Barbado. Compunha-se de 34 páginas, 6 das quais de papel acetinado.
Nesse número inicial publicava trecho de um romance de João de Minas, sobre a mulher
e outras coisas, colaboração de Calazans de Campos, soneto de Bastos Tigre, trabalho do dr. Santos Silva, comentário de Crisanteme, Página
Portuguesa, Esportes e matérias outras.
O 2º número circulou em junho de 1934. Na capa, alegoria a São Paulo
Constitucionalista com esta frase histórica de Pedro de Toledo: "Nunca mais se apagará da
história continental a investida sublime de 9 de julho!". O número avulso custava 1$000.
No texto, matéria assim intitulada: As Divinas; Encantadoras praias de
Santos; Os garimpeiros do café; Baile do XV na noite de 16 de junho de 1934; Funeral do dr. Samuel Baccarat; Página
Portuguesa; Diálogo com o jornalista Horácio de Andrade; Falena visita a PRB-4; Poesia de Da Rosa Ferreira; Episódio
Romântico, conto de Benedito Merlim; Aulas de História do Brasil e fotografias de Francisco Paino, Uriel de Carvalho, João Carlos de
Azevedo, Emílio Navajas Filho, Moreno Filho e outras.
Na hemeroteca da Humanitária só existem os números 1 e 2.
Revista Aduaneira - 1936
Em fevereiro de 1936 surgiu Revista Aduaneira, que tinha como orientadores os
funcionários da Alfândega Augusto Vítor dos Santos, Catão Peixoto Lopes e Joaquim Matoso. Meses depois, com a saída dos outros sócios, Augusto Vítor
dos Santos transformou a Revista Aduaneira em Brasilidade, de sentido amplo e genérico.
Todavia, anos antes Revista Aduaneira existiu e cuidava apenas de assuntos
técnico-fiscais. Um de seus dirigentes foi o conferente da Alfândega Olegário Lisboa.
Brasilidade - 1936
Imagem publicada com o texto, na página 177
Foi continuadora da Revista Aduaneira, editada em fevereiro de 1936 por
guardas da Alfândega de Santos. Como se inscrevia em seu expediente, Brasilidade foi na verdade uma revista feita em Santos para todo o
Brasil. Além de apreciável feição gráfica, apresentava escolhida e boa colaboração literária, bem como fatos e acontecimentos ilustrados da vida
social da Cidade.
Em novembro de 1937, já em seu número 15, com redação na Praça da República nº 41,
seu grupo de liderança era este: diretor, Augusto Vítor dos Santos, que tinha o concurso de M. Pinheiro de Assis e Tito Marcondes; secretário,
Vicente Quintino Duarte; gerente, Gerciano Bueno; redator-chefe, Lourival Pinto; publicidade, José Rosa de Aquino e Djanira Frota. Na redação, o
intelectual Soares de Souza, Álvaro Castro, Hugo Ferreira Paiva e outros.
Jorge Azevedo, o contista e poeta, também foi diretor da revista, de parceria com
Augusto Vítor dos Santos. Sucederam-se na direção Agostinho Duarte de Souza e Lúcio Mendes. Vitorino Soares de Souza tornou-se redator-chefe e foi
um fac-totun da redação.
Em agosto de 1949 saiu um de seus derradeiros números, o 140, na fase diretiva e
Agostinho Duarte de Souza e J. Pinto Sebastião na gerência.
Brasilidade, que publicava em média 44 páginas, era bem desenvolvida, com
seções literária, social, esportiva, rádio, televisão e cinema, costuras, teatro, recreio, entrevistas e muitos outros trabalhos em prosa e verso,
prestigiada pela colaboração de nomes de evidência na Literatura, como Afonso Schmidt, Jorge Azevedo, Soares de Souza e tantos outros.
Letras - 1936
Em 1936/1937, Pascoal Nunez Arca, jornalista e literato espanhol, ajustou com Mário
Amazonas o lançamento da revista Letras, composta e impressa nas oficinas do Jornal da Noite.
Redigida em idioma castelhano, a folha apresentava farta matéria de interesse
ibero-americano, tanto em prosa como em verso, distribuída a homens de Letras e a instituições literárias do Brasil e do Exterior, sobretudo
Espanha. Teve boa repercussão a revista.
Mar - 1938
Mar - Apenas três números saíram da boa revista santense, dirigida por Geraldo
Ferraz e Francisco Azevedo. Bem redigida, apresentava excelente matéria literária. Seu objetivo era vincular a hinterlândia com as praias santenses.
O segundo número ainda se apresentou mais vivo e interessante. A Urbanização de
Santos era o artigo principal. Outros trabalhos: Folhas d'Álbum, de Mário de Andrade; Indecisão de Meier, de Carlos Drumond de
Andrade; Cobras mal acostumadas, de Valdomiro Silveira; Quem é a cantora Conchita Badia?, de Miroel Silveira; Manhã de Revolução,
de Oneide Azambuja; Joe Louis, de Rubens Ulhoa Cintra; Reminiscências, de Diogo Pires de Campos, e Carta aberta sem destinatário,
de Mário Donato.
Em dezembro de 1938 circulou o 3º e último número da bem feita revista. Entre os
colaboradores, Gilka Machado, Afonso Reyes, Calazans Campos, Luiz Martins, Mozart Firmeza, Alex Grieg, Paulo Meireles e outros.
Na primeira página, uma explicação sobre atitude do estabelecimento gráfico de São
Paulo que descumpriu entendimentos e compromissos e entregou com grande atraso a revista.
Mar tinha redação na Rua do Comércio nº 15, 2º andar.
Revista Comercial - 1945
Em 22 de dezembro de 1945, quando a Associação Comercial de Santos comemorou o 75º
aniversário de fundação, foi editado número especial da Revista Comercial de Santos.
Apresentou 130 páginas e registrou todas as diretorias até 1945 da Associação, bem
como de seus departamentos, além de matérias de colaboração, sejam as seguintes: Juízo Arbitral, de Adail Camargo Viana; O Comércio e a
Lavoura do Café, de Heitor Bento Cordeiro; Uma instituição de que Santos se orgulha, de M.E. Fernandes e O símbolo de um grande
patrimônio, de Otávio Veiga.
Eram diretores da Revista Comercial os srs. Otávio Veiga e Manoel Escudero
Fernandes. Esse órgão de publicidade circulava periodicamente com informações as mais variadas e úteis de interesse da Praça.
Santos Filatélica - 1948
Em julho-agosto de 1948 surgiu Santos Filatélica, órgão oficial do Clube
Filatélico e Numismático de Santos, bissemanal, independente e de caráter internacional. Redator chefe, A. Reis; diretor-gerente, Manoel A.
Teixeira; e diretor comercial, Messias P. da Silva. Diretores técnicos, dr. Gastão Dessart, dr. Ângelo A. Zioni e dr. Raul Moura. Redação na Avenida
Conselheiro Rodrigues Alves nº 268, com caixa postal 237 e endereço telegráfico Sanfil.
Era essa pelo menos a equipe central do apreciado órgão de publicidade em se número
terceiro do primeiro ano, correspondente aos meses de novembro e dezembro de 1948. Compunha-se ele de 50 páginas ilustradas.
Como é óbvio, toda a matéria compreendia temas filatélicos de autêntico interesse
para o filatelista e numismata, não só de Santos como do Brasil em geral.
Santos, por sinal, é dos mais adiantados centros filatélicos do Estado e do País.
Faz-se oportuno assinalar que o Clube Filatélico e Numismático de Santos foi fundado a 11 de outubro de 1939 e sua primeira diretoria, que teve
mandato até 1 de outubro de 1940, foi presidida por José Leandro de Barros Pimentel, secretariada por João Moreira de Sampaio Jr. e Omar P. Forjaz
como tesoureiro.
O Orbe - 1948
Outra revista maçônica. Seu primeiro número foi distribuído em dezembro de 1948.
Organizada e editada pela Loja Maçônica José Bonifácio.
Sua existência foi muito limitada. Em 1950, logo no primeiro mês - janeiro -
suspendeu a sua publicação.
O Roteiro - 1949
Rui Ferreira Santos, diretor-proprietário de Santos Turismo, agência de excursões
turísticas e despachante policial, aspirou ao jornalismo. Tentou A Tribuna, mas não lhe foi possível a carreira. Decidiu editar jornais e
revistas por sua conta e responsabilidade. Fundou Viramundo, órgão turístico, que não saiu do primeiro número. Em 1949 lançou a revista O
Roteiro, de formato cômodo, mas de feição gráfica de pouca valia técnica. O Roteiro viveu de 1949 a 1951 e desapareceu ou deu a vez à
Folha Trabalhista, que teve maior duração.
Todavia, Rui Santos, que não pôde ser profissional de imprensa, por motivos
absolutamente alheios à sua vontade, veio a ser dono de dois jornais e uma revista. Cumpriu em grande parte sua aspiração jornalística.
Trânsito - 1949
Trânsito não era revista cem por cento santense. Tinha interesses ligados a
São Paulo, onde se compunha, imprimia e tinha sede. Seu diretor, no entanto, sr. Otávio de Lara Campos, era de Santos e aqui residia com sua
família. E a revista cuidava de matéria vinculada à Cidade, onde tinha penetração.
Otávio de Lara campos lutava com dificuldades para editar a sua revista. Certa
ocasião, queixava-se a este jornalista ser um incompreendido. Queria colaborar com Santos, dar-lhe uma revista especializada, bem feita, de
apreciável apresentação gráfica, bonita mas custosa, porém o nosso público fechava os olhos para ela. Se narrasse a vida dos galãs de cinema,
dizia-nos ele, possivelmente a recepção seria diferente! Pobre Lara Campos com seu idealismo!
Revista AABB - 1950
Antes de revista, o órgão oficial da Associação Atlética Banco do Brasil foi jornal,
editado em março de 1948 durante a presidência de Nélson Ruiz de Afonseca. Assinava o artigo de apresentação o sr. Adão Pereira de Freitas, gerente
da agência do Banco do Brasil.
O jornal teve existência de março de 1948 a maio de 1950, circulando 27 números.
passaram pela sua direção Paulo A. S. Cunha, Nélson Cabral, Antônio Alves Figueiras, Rubens Rodrigues Nunes, Hamleto Celso Lins e Silva e Arnaldo de
Seixas Pereira. Em julho-agosto, o periódico virou revista, quando na presidência da AABB Hamleto Celso Lins e Silva.
Bem compreendida e prestigiada por todos os associados do clube e funcionários em
geral do banco, a revista também ganhou o aplauso daqueles que, como nós, conhecem jornalismo ou pelo menos sabem distinguir o que é bom, regular e
péssimo.
Pois a Revista AABB foi a melhor de todas até agora surgidas em Santos pela
variedade e interesse da matéria enfocada. Não cuidava com exclusivismo de temas vinculados à comunidade associativa, mas, como enunciamos, de
leitura de interesse geral, visando antes de tudo a propagação turística, econômica, cultural, cívica e social da Cidade, além de curiosidades e
originalidades.
Filha da produção mental de Daniel de Castro, Dalmo Teixeira Filho e José Moura
Ferreira e com o concurso da inteligência e dedicação de Nélson Ribeiro, Milton Teixeira, Walter Waeny Júnior e outros mais.
Em 1957 a Revista da AABB deu número especial em homenagem a Santos. Cantou a
glória de Santos nos seus 113 anos de Cidade, divulgando suas belezas naturais e artificiais, sua história, seu urbanismo, sua saliência social,
seus esportes e sua aptidão cultural. Belo número. Foi uma revista feita por amadores que elevou a imprensa citadina. (Obs. - Ler Fatos & Coisas da
AABB no capítulo de jornais).
Atualidade - 1951
Juarez Bahia marcou sua vivência em Santos pela inteligência e cultura. Chefiou a
redação do jornal O Diário e também se tornou editor-chefe do jornal A Tribuna. Escreveu um livro biográfico sobre o poeta Paulo
Gonçalves - Um Homem de Trinta Anos - premiado pela Academia Santista de Letras. Em 1960 escreveu outro livro - Três Fases da Imprensa
Brasileira. Mais dois livros editou: Jornal - História e Técnica e Jornalismo, Comunicação e Informação (este já em 1970). Em
todos esses livros, principalmente os que tiveram por tema o jornal, Juarez Bahia revelou-se o profissional idôneo e capaz, dando preleções sobre
jornalismo, em belo estilo, todo seu, agradável e excelente.
Ainda editou uma revista - Atualidade - bem redigida e de feição gráfica
apreciável. Enfim, o moço de Feira de Santana passou por Santos deixando marcas claras e luzentes de aptidão cultural e integridade moral.
Atualidade circulou de janeiro a dezembro de 1951. O primeiro número saiu em
janeiro e o seguinte em fevereiro. Em abril o número 3 e em junho o número 4. Já o número 5 foi editado em setembro, enquanto o número 6 e último
englobou os meses de novembro-dezembro de 1951.
Revista de interesse geral, com assuntos municipais, intermunicipais, nacionais e
internacionais, impressa em tricromia. Custava o exemplar Cr$ 2,00, os três primeiros números, e Cr$ 3,00 os demais. Juarez Bahia era o editor,
lay-out-man, agenciador de anúncios e o administrador.
O Enigmista - 1956
Santos foi adiantado centro de charadismo e cruzadismo do País. Congregados em
entidade especializada - o Círculo Enigmístico de Santos -, os bons charadistas disputaram sensacionais competições, por correspondência, com
diversas entidades nacionais e até de Portugal, das quais se tornaram vencedores. O CES foi fundado a 28 de janeiro de 1950, no salão nobre da
Associação Predial e Santos, e seu primeiro presidente foi o autor deste livro.
A agremiação dos prosélitos da arte-ciência chegou a editar uma revista - O
Enigmista - coordenada por Armando Petrarchi (Arpetra), distribuída não só entre os associados mas a todos os demais clubes do Brasil e também
de Portugal.
Aduana - 1960
Após reiterados tentames, Marcos Faria, categorizado funcionário da Alfândega de
Santos, conseguiu lançar em março de 1960 o primeiro número da revista Aduana, que, como o 2º e 3º números, cuidava exclusivamente de
assuntos técnico-fiscais. Não se compreendia sua especialização numa cidade onde não prevalecia magazine que comportasse temas de sentido geral. Em
seu quarto número, como o desejava, Marcos Faria deu mais amplitude ao órgão, tornando-o do povo.
Em seu artigo principal, Aduana explicava: "Sentimo-nos
felizes e orgulhosos da contribuição que ora fazemos para o engrandecimento de Santos, a humana, fraterna e hospitaleira cidade em que vivemos".
Mais adiante: "Santos é mãe, esposa, irmã, noiva e amante, em grandeza e fascínio".
Circulava Aduana com mais de 100 páginas de boa leitura e apreciável feição
gráfica. Sua administração: presidente - Sigefredo Magalhães; diretor responsável - Marcos Faria; diretor técnico - Sandro de Moro. Tesouraria e
Publicidade - Cristina Andrade. Redatores - Aristheu Bulhões, Darcy Stipanich, Dorotéa Notari, Oduvaldo Batista e Maria Cecília Gurgel. Exercia as
funções de diretor social Attila Cazal. Redação e Administração - Praça Antônio Teles, 14/15, 10º andar.
Santos Chic - 1962
Em julho de 192 saiu o primeiro número de Santos Chic, editado por José
Joaquim Franco de Carvalho. Na redação geral, Antônio Belarmino Mendonça Franco. A redação ficava na Praça Iguatemi Martins, 141/144. Custava Cr$
50,00 (antigos) o exemplar avulso. Revista bem redigida, de temas sociais, científicos, literários, esportivos e artísticos.
Sumário desse número inicial: Fala o redator (Belarmino Franco Jr.);
Música... Divina; Política; Golfe; Ciência ao Alcance de Todos; Poesia; Cartas dos Leitores; Fatos Sociais;
Aventura Submarina; Judô; Contos Fantásticos e Crônica. Com 26 páginas e muitas fotografias, Santos Chic tinha
leitura enxuta e amena, sobretudo os artigos e crônicas do seu redator geral, que também redigia o artigo de fundo.
Nesse primeiro número, na primeira página, lia-se "Fala o redator", artigo e
apresentação que assim começava: "Brilha mais uma estrela na imensa constelação do jornalismo
bandeirante: Santos Chic - Grandeza, magnitude? Ainda é cedo para se dizer, embora já seja visível a olho nu (exceto para os que usam
óculos). Esta revista, que dedicará a maior parte de sua matéria à crônica social, tão em voga e tão bem aceita, nos dias de hoje, é oferecida a
você, leitor santista, na certeza de que saberá apreciar o que nela houver de bom.
"Santos Chic será publicada mensalmente, procurando apresentar ao leitor um
apanhado geral dos acontecimentos sociais dos últimos trinta dias, como sejam: festas, bailes, recepções, casamentos, coquetéis e outros eventos que
o possam interessar, nos clubes, embaixadas ou em seus próprios lares".
E em remate: "Eis aqui, pois,
santista, Santos Chic em seu primeiro número. É nosso desejo que a aprecie e se torne seu assíduo leitor e admirador".
Apesar de bem cuidada, em sua redação e feição técnico-gráfica, a revista de
Belarmino Franco Júnior e José Joaquim Franco de Carvalho não passou do segundo número.
Revista do Século - 1964
Com formato de 22x29, Revista do Século surgiu pela primeira vez em agosto de
1964. Saíram mais sete números.
Sua equipe de cúpula: diretor-presidente - Roberto Paulino. Secretário - Moysés
Borges Nunes. Tesoureiro - Cláudio Lemos Ferreira. Circulação - Nílton Esteves. Redator - eng. Gilberto Paulino.
Cartilha do Turista - 1966
O Conselho Municipal de Turismo, que é hoje a Secretaria de Turismo, Cultura e
Esportes, editou em 1966 a Cartilha do Turista, com cerca de 100 páginas, em off-set, executada em São Paulo. Foi coligida e redigida
por este jornalista, então secretário executivo daquela unidade da Prefeitura. Com gravuras a cores, de propaganda dos pontos atrativos da Cidade, a
publicação indicava ao turista, bairro por bairro, horários de bondes, trólebus e ônibus, magazines, hotéis, restaurantes, casas de modas, salões de
cabeleireiros, casas de jóias, casas de presentes, butiques e tudo o mais que porventura interessasse ao visitante do Município.
O pré-lançamento da Cartilha do Turista deu-se no estande de Santos da
Exposição Comercial, Agrícola e Turística de Assis, com a presença do governador Ademar de Barros e do prefeito Sílvio Fernandes Lopes, ocorrendo o
lançamento definitivo em cerimônia havida no Clube da Bolsa em coquetel oferecido pelo Sindicato de Hotéis, Restaurantes e Bares.
Santos em Números - 1966
Santos em Números foi das mais interessantes publicações editadas pelo
Conselho Municipal de Turismo que, além da Cartilha do Turista, lançou o Plano de Turismo, plantas da Cidade, prospectos de
propaganda, folhetos de divulgação das atrações da Cidade e milhares de cartões postais.
Santos em Números teve sua 1ª edição em preto e branco, com duas tiragens.
Registrava oficialmente o número de casas construídas em 1965, bem como todo o movimento estatístico havido nos setores sociais, esportivos,
culturais, assistenciais, escolares, número de pessoas extintas, nascidas, casadas e batizadas no ano de 1965.
Tanto interesse despertou que, no ano seguinte, foi lançada nova monografia, coligida
e redigida por este jornalista, a cores e em off-set.
Anais da Santa Casa - 1966
Imagem publicada com o texto, na página 184
Há anos a Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Santos edita seus anais. É uma
publicação oficial do corpo clínico da respeitável Irmandade fundada por Braz Cubas, em cujo texto se assinalam interessantes e importantes temas de
ordem científica.
Dispomos do volume VI, correspondente ao mês de dezembro de 1966/1967 e no qual se
apresentam trabalhos de Edmon Atik, Roberto Sérgio Lima, Leo M. Coelho Melo, Nélson Manoel do Rego e Ney Romiti. Essa publicação foi lançada na
gestão do provedor dr. Cyro de Ataíde Carneiro, paginada e impressa na tipografia da própria Santa Casa. É atual provedor
(N.E.: em 1979) o dr. J. Gomes da Silva.
Comunicação - 1968
Comunicação não era revista, mas sim caderno de jornalismo editado por A
Tribuna. Seu primeiro número saiu em 1968 e correspondeu aos meses de julho/agosto. Conselho de editores: Roberto Mário Santini, Juarez Bahia,
Oswaldo Martins Filho, Carlos Conde e Cid Marcus, sendo diagramador Nélson Kafouri.
Títulos das matérias desse número 1: Por que Comunicação? (Juarez Bahia); A
indústria cultural (Theodor W. Adorno); Leis de Imprensa, Rádio... ou Código de Comunicação? (Marcelo de Ipanema); Um novo estilo na
comunicação (Carlos Conde); Da necessidade de um dicionário inglês-português na publicidade (Eugênio Mallanga); O milagre tecnológico
das comunicações modernas (Leonard A. Marks); Televisão para o povo e contra o povo (Oswaldo Martins Filho); Autor e ator na arte de
reportagem (José Augusto Guerra); Estágios (Aldo Vinholes de Guimarães); Como paginar cavalos? (Juarez Bahia) e Sua Majestade,
o leitor. Na capa, um homem tocando instrumento de sopro e a legenda: Este homem vende
Cristo na praça.
Revista da Orla - 1969
O cálculo foi bem imaginado. Se havia tanta receptividade no colunismo social dos
diários de Santos, por que não havia uma revista em off-set, a cores, em que se desse destaque ao close-up batido uma e mais vezes
após a especialíssima arrumação plástica no indefectível salão de beleza? O negocio tinha de dar certo. E, para que fosse mais positivo, os próprios
colunistas do soçaite se encarregariam do noticiário! Que mais!
A grande mercadoria que se vende no jornal é o espaço. Espaço para o anúncio. Espaço
para o noticiário. E não sobra. Por maior que ele seja, sempre é vendido. Só a veteraníssima A Tribuna, leitores amigos, dispõe de nada menos
do que quatro seções de tal gênero, uma delas diariamente e outra em página dupla. E ainda dizem que isto aqui é uma provinciazinha ou um burgo de
ponta de litoral. Pois, sim! Proporcionalmente à população, nenhuma capital, nem Supercap nem mesmo Belacap
(N.E.: designações populares respectivamente das cidades de São Paulo e Belo Horizonte)
possuem tanta movimentação soçailística assim, não têm seus jornais tanto espaço para esse tipo de mercadoria, nem mesmo tantos cronistas por
esses salões de categoria "A", intoxicados de uísque.
Não vai aqui nenhuma crítica aos inefáveis colunistas sociais de A Tribuna e
Cidade de Santos que, com inteligência, cumprem uma profissão e nobre profissão.
Em janeiro de 1969 saiu o número zero da Revista da Orla, com 64 páginas, em
off-set, de propriedade da Editora Alvarez Ltda. Diretor responsável, A. Ramiro Alvarez y Alvarez, e diretor técnico, Firmino Tiacci. Na
redação serviam Kiko Penteado Caldas, Edna Peressin, Oriette Tavolaro e João Carlos de Morais Camargo. Redação, na Avenida Washington Luiz, 488.
Como é de inferir, o magazine cobria os mais destacados fatos sociais de Santos e São
Vicente, explorando toda a atividade do soçaite com muitas fotos tiradas por Sílvio Guimarães, Anésio Borges e Gil Girão. Depois de alguns
números, suspendeu definitivamente a publicação.
Praiana - 1974
Começou em 1973 com o título de Beach News - A Comunicação Recreativa e Otimista
dos Praianos - feita em off-set no Departamento Gráfico da Prodesan. Na capa, Ana Maria, secretária-executiva da Prodesan.
A partir do 3º número, seu título foi abrasileirado para Praiana, surgindo no
4º número, na capa, Sílvio Caldas com seu violão, ao lado do proprietário do Chão de Estrelas, restaurante típico da orla.
Revista de agradável aspecto gráfico, porém mal compreendido pelo comércio a varejo.
Editor: Bandeira Júnior.
Luiz Otávio e a Trova - 1976
Trata-se de opúsculo que assinala os caracteres biográficos de Luiz Otávio. E por
prezarmos sua autora e ainda pelo mérito literário do biografado, não tivemos dúvida em registrá-lo nesta História da Imprensa de Santos.
Depois de condensar a vida civil e profissional do dr. Gílson Castro,
cirurgião-dentista nascido no Rio de Janeiro, Carolina Ramos desenvolve a biografia do maior trovador que o Brasil já teve.
Quando do Encontro de Trovadores Brasileiros em Santos, há alguns anos, Luiz Otávio
ocupou o microfone da Rádio Cacique e impressionou-nos a sua asserção em meio a discurso de improviso: "Nem
todos os poetas são trovadores, mas todos os trovadores são poetas". Luiz Otávio residia desde
1973 em Santos, onde granjeou largo círculo de amizades. Não o conhecêramos, mas o admirávamos. Sobretudo depois que lemos Carolina Ramos, mais se
alargou o sentimento de admiração pelo Príncipe dos Trovadores do Brasil.
Carolina Ramos é boa trovadora. Ela e Walter Waeny Júnior são autênticos campeões da
Trova. Para onde eles viajam para concorrer, seja lá onde for, a medalha galardoante segue-lhes ao lado. Dois expoentes da Espiritualidade de
Santos!
Folha da Baixada em Revista
- 1976
Revista em off-set, impressa na Litográfica Ipiranga, que circulava em municípios da
Baixada e no Vale do Ribeira. Por deplorável primarismo jornalístico, não se sabe ao certo a data da publicação da revista - nem mês, nem ano -,
pois seus editores a omitiram no cabeçalho. Presume-se haja circulado pela primeira vez em 1976.
Muita matéria sobre atrações turísticas e administrativas em torno de Santos, São
Vicente, Guarujá, Praia Grande, Itanhaém e Peruíbe. Cubatão - anunciavam - ficaria para a próxima edição, com maior matéria. Não havia dúvida que
todo aquele quadro colorido de turismo e administração sobre aqueles municípios era matéria paga e bem paga.
Editor e diretor - Luís Sanches. Coordenação - Eduardo Barreto Filho. Publicidade -
Ubiratan Toledo Campos.
Revista do Automóvel - 1978
Depois de lançar o número 0, em julho de 1978, Gabrielo Gabrieleschi tratou de
organizar o nº 1, que saiu no mês seguinte, ou em agosto. Trata-se de suplemento mensal do programa radiofônico Revista do Automóvel,
transmitido pela Rádio Clube de Santos, aos sábados, das 9 às 10 horas.
Propriedade de Gabrielo Gabrieleschi Publicidade e
Promoções, sendo jornalistas responsáveis José Luís Lopes e Rosinha Mastrângelo. Compõe-se de 22 páginas, destacando-se entre a matéria publicada a
que tem o título Mais Cruzeiro, que é reportagem sobre a história do Cruzeiro Praia Clube, o clube mais simpático da praia, sempre pujante,
disciplinado e fraternal. Fraternal porque é uma família de irmãos. Composto e impresso no Centro de Cópias Cerqueira.
[...]
|