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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - IMPRENSA
A imprensa santista (2-b04)

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Na sua edição especial de 26 de janeiro de 1939, comemorativa do centenário da elevação de Santos à categoria de cidade - exemplar no acervo do historiador Waldir Rueda -, o jornal santista A Tribuna publicou esta matéria (grafia atualizada nesta transcrição):
 


Imagem: reprodução de trecho da matéria original
Demais fotos desta página: publicadas com a matéria

Galeria dos poetas, prosadores e jornalistas de Santos

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Martins Fontes (dr. José Martins Fontes) - Nasceu em Santos, a 23 de junho de 1884, do legítimo consórcio do dr. Silvério Fontes com d. Isabel Martins Fontes.

"Zezinho Fontes", como carinhosamente o chamava todo o povo, fez seus primeiros estudos com sua mãe, e os demais até os preparatórios, com seu pai, médico doutíssimo, sociólogo, jornalista e filantropo, o que não o impediu ao mesmo tempo de freqüentar os melhores colégios de sua terra, a escola de d. Leopoldina Thomás Coelho, a escola de Eugênio Porchat de Assis, a do prof. Tarquínio Silva, e depois o Colégio Nogueira da Gama, em Jacareí, e o Colégio Alfredo Gomes, no Rio de Janeiro.

Já no Rio de Janeiro, entrou para a faculdade, onde se formou em Medicina, defendendo tese para doutoramento, a 20 de dezembro de 1906, produzindo um trabalho que foi aprovado com distinção e louvado pela Congregação da Faculdade, sob o título Da Imitação.

Poeta nato, começou a rimar muito cedo, aos oito anos, em 1892, publicando seus versos num jornal manuscrito, A Metralha. Fez parte da boemia do Rio de Janeiro, na roda literária de Bilac, Coelho Netto, Emílio de Menezes, Paula Ney e tantos outros espíritos brilhantíssimos.

Durante o tempo de estudante, trabalhou na Gazeta de Notícias, no Paiz, na Careta, no Diabo, na Kosmos, no Tagarella, no Esparadrapo, e, por fim, no Serviço de Bromatologia, no Serviço de Recenseamento da Prefeitura Federal, no Instituto de Manguinhos, no Hospital Nacional, na direção da Revista do Hospício Nacional e na Casa de Saúde São Sebastião.

Depois de formado, foi médico da Comissão das Obras do Alto Acre, sob a direção do paulista dr. Bueno de Andrada, e foi interno da Santa Casa da Misericórdia de Santos, da Santa Casa da Misericórdia do Rio, chefe do Serviço de Assistência Escolar da Prefeitura Federal, assistente do prof. Abreu Fialho, auxiliar de Oswaldo Cruz na Profilaxia Suburbana, médico da Beneficência Portuguesa, inspetor sanitário em Santos, e, finalmente, diretor do Serviço Sanitário, substituindo ao benemérito dr. Guilherme Álvaro, lugar em que faleceu.

Há tempos fora-lhe oferecida a cadeira de Fisiologia na Faculdade de Medicina de São Paulo, pelo dr. Arnaldo Vieira de Carvalho, lugar que não pôde desempenhar por ter de ausentar-se de São Paulo.

Durante a gripe de 1918 tornou-se um dos beneméritos da cidade, desvelando-se em assistência à população desprovida de recursos.

Fez parte da excursão ao Velho Mundo, em companhia do dr. Júlio Prestes, recebendo diversas homenagens nos países que percorreu, tornando-se comendador da Ordem de São Thiago da Espada, de Cavalleiro da Espanha e Par da Inglaterra, tornando-se também titular da Academia de Ciências de Lisboa, a multi-secular instituição científica de Portugal.

Foi por duas vezes candidato a uma cadeira na Academia de Letras, sendo derrotado pela política então reinante naquele ilustre cenáculo literário. Sua obra é uma das mais extensas e brilhantes, contando-se por quase 80 produções de alto quilate, como Verão, As Cidades Eternas, Escarlate, Prometheu, Arlequinada, Bohemia Galante, Paulistania, Guanabara, Poesias completas, São Francisco de Assis, Nos jardins de Augusto Comte e tantas outras, amplamente conhecidas.

Martins Fontes faleceu em Santos, a 25 de junho de 1937.


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