O Correio e a Associação
O Correio de Santos, como executor de serviços de
imediato interesse público, também suscitou o cuidado e o empenho de nossa Associação.
Além de funcionar provisoriamente em sua antiga
sede, o instituto agora centenário bateu-se desde a primeira diretoria por melhores condições de atendimento da repartição postal, representando ao
Governo do Império contra o reduzido quadro de funcionários que contava e seus salários baixos, como causa primordial dos péssimos serviços
prestados ao Comércio, e, em especial, no que respeitava à expedição de malas marítimas.
Quando foi rebaixada de diretoria regional para a
categoria de simples agência, o que prevaleceu até há pouco, transformada agora em empresa pública, a Associação levou seu enérgico protesto às
autoridades governamentais sob o fundamento de que a medida representava evidente menosprezo à Cidade em seu adiantamento urbano-econômico-social.
Foi na sede da Associação Comercial, em 25 de
fevereiro de 1910, que se decidiu sobre a escolha do terreno para edificação do atual edifício dos Correios e Telégrafos. Examinadas as propostas
apresentadas pelos srs. F. da Cunha Bueno, Júlio Conceição, Bento Joaquim de Medeiros e Ângelo Pierri e sras. Manuela Moreira Gomes e Catarina
Emerich Ablas, de parceria com o sr. José Pedro de Souza Amarante, foi julgada mais conveniente a proposta do sr. F. da Cunha Bueno, que oferecera
área de terreno de 2.000 metros quadrados pelo preço de 120:000$000 (Cr$ 120,00), situado na Rua Cidade de Toledo, entre D. Pedro II e Augusto
Severo.
Compareceram à reunião os srs. Benedito de Moura
Ribeiro, vice-presidente em exercício da Câmara Municipal, e vereadores srs. João Galeão Carvalhal, Carlos Pinheiro e Benedito Pinheiro. Srs. José
Domingues Martins, Frederico E. Whitaker Júnior, Antônio Marques Benot de Sousa, F. H. Fairchild e W. Enor, pela Associação Comercial, de que o
primeiro era presidente; srs. J. Batista Cardoso, pela Administração dos Correios de São Paulo, e Leonel A. Guerra, agente em Santos.
Como se sabe, o prédio do Correio foi construído
pela Companhia Docas de Santos. |