Aracaju, capital de Sergipe: 1) Avenida Rio Branco; 2) Parte do porto; 3) Palácio do Governo; 4) A
Igreja Matriz; 5) Rua das Laranjeiras
Foto publicada com o texto, página 1.060. Clique >>aqui<< ou na
imagem para ampliá-la
Sergipe
estado de
Sergipe, um dos situados no litoral do Brasil, ocupa uma pequena parte do território brasileiro, afetando a forma de um triângulo, um de cujos lados
é formado pela linha do litoral, tendo um dos vértices no extremo Norte da costa e cuja base oposta forma uma linha na direção NO-SE. O outro lado é
formado pelo majestoso Rio S. Francisco, um dos maiores do Brasil, onde grandes cachoeiras, como a de Paulo Afonso, cuja beleza é muito celebrada,
representam grandes depósitos de força a aproveitar industrialmente, agora que o gradual esgotamento das minas de carvão, no mundo, chama a atenção
da indústria para o aproveitamento das energias da hulha branca.
Esse rio forma a linha limítrofe do estado, ao Norte, separando-o de Alagoas; limita-o ao Sul o
Rio Real, que o separa do estado da Bahia e a Oeste o mesmo estado, em parte, por meio do Rio Xingó, e na maior parte por uma linha reta estendida
entre as cabeceiras deste rio e as do Rio Real; limita-o a Leste o Oceano Atlântico.
Acha-se o estado de Sergipe situado entre 9º5' e 11º28' de latitude meridional e 5º3' e 6º35' de
longitude meridional, pelo meridiano do Rio de Janeiro. O território de Sergipe se estende, de Norte a Sul, desde a barra do Rio Xingó, afluente do
S. Francisco, até as nascentes do Rio Real, numa distância de 251 quilômetros, e, de Leste a Oeste, desde a Ilha de Arambipe, na foz do S.
Francisco, à margem direita do Xingó, numa distância de 284 quilômetros.
É o menor dos estados brasileiros; a sua área total se resume em 39.090 quilômetros. Da foz do S.
Francisco à barra do Aracaju, segue a linha N-E-S, inclinando-se para Sudoeste na barra do Japaratuba, sendo a costa em parte arenosa e em parte
coberta de mangues, pouco montanhosa e de vegetação escassa.
Da barra do Aracaju até Ponta do Saco, onde assenta o farol da Estância, a linha do litoral, menor
e mais freqüentada pela navegação do que a outra, dirige-se mais para o Sul, ostentando a costa praias de areias brancas, de aspecto pitoresco e
mais montanhosas do que a primeira seção. O terreno, em todo o estado, é geralmente baixo e desigual, não havendo, nessa área, uma só montanha ou
cordilheira de altura considerável.
Divide-se o território do estado em três zonas: a primeira, zona marítima, de 6 13
quilômetros, do mar para terra, é baixa e muito arenosa; a zona central, de 106 quilômetros de extensão, é coberta, em parte, de tabuleiros
agrestes, argilosos e pedregosos, sendo em grande parte banhada pelos principais rios do estado, que cavam vales cobertos de matas sempre
verdejantes. É uma zona fertilíssima, oferecendo amplo campo de atividade à agricultura, principalmente da cana-de-açúcar. Multiplicam-se aí os
engenhos para a elaboração da cana. Numa largura de 165 quilômetros, estende-se a zona ocidental, mais montanhosa do que as outras, com uma
vegetação variada e seca e a qual constitui zona pastoril, pois se presta magnificamente à criação de gado. É a zona do sertão, que também se
presta à agricultura, em certos lugares.
O clima é em geral quente, apresentando a temperatura uma média anual de 26,5º. Nas vizinhanças do
mar, é quente e úmido, mas quente e seco nas outras zonas. Em dezembro, janeiro, fevereiro e março, o calor é mais forte, mantendo-se em 28º a média
da temperatura. Nos meses mais frios, que são junho, julho e agosto, média e temperatura é de 24º. A estação das chuvas localiza-se, em geral,
entre os meses de março e agosto.
Não existem moléstias endêmicas no interior e no sertão, por motivo do clima quente e seco, que se
torna recomendável para os hepáticos, tuberculosos e beribéricos. Na zona do litoral, entretanto, e às margens dos rios que transbordam, pelas
enchentes, formando pântanos, notam-se o impaludismo, as febres intermitentes, conhecidas no Norte pela denominação de sezões, o sarampo, a
disenteria e a varíola que, de longe em longe, aparecem, com caráter epidêmico.
Entre as produções do estado, contam-se, no reino animal: os guaribas (stentor), macacos (cebus),
saguis (jacebus vulgaris), cheirópteros, onça-tigre (felix onça), sussuarana (felix concolor), o guará ou cachorro-do-mato (canis
jubatus), a raposa (canis brasiliensis), o papa-mel (golitis barbara ou Mustella), lontra (lutra brasiliensis), o
guaxinim (procyon cancrinorus), a capivara (hydrochocrus capibara), a paca (Coclogenis), a cotia (dasyprocta aguti), a
preá (cavea aperca), o caxinguelê (sciurus aestuans), o coelho (lepus brasiliensis), gambás (didelphus), veados (cervus),
a anta (tapirus americanus), cactitiú (dicotyles labratus), queixadas ou porcos-do-mato (dicotyles torquatus), a preguiça (bradypus),
os tatus (dacypus), o tamanduá (mymercophaga) e, entre os cetáceos, os golfinhos ou botos (delphinos rostratus).
Entre as aves salientam-se os cantores, como os sabiás (turdas) e outros trepadores de
brilhante plumagem, como os papagaios (psittacus), periquitos (psittculus), tucanos (ramphastus), araras (ara) e outros;
entre os galináceos, destacam-se as perdizes, faisões etc.; e há ainda as pernaltas, como as cegonhas, e palmípedes, várias espécies de patos e
marrecos.
Entre os répteis, notam-se o jacaré (alligator cynocephalus), a jibóia (boa constrictor),
a caninana (coluber poecillostoma), cobra coral (coluber formosus), a cascavel (crotalus horridus) e o surucucu (crotalus
mutus). Grande variedade de peixes enchem o mar das suas costas e as águas dos seus rios. O estado é rico em coleópteros das mais caprichosas
formas e variadas cores, borboletas lindíssimas, o bicho-da-seda etc.
As matas do estado são abundantíssimas em madeiras de construção, e para marcenaria, tinturaria
etc. Entre elas, notam-se: o cedro, o jacarandá, o ipê, a peroba, a sucupira, o vinhático, a aroeira, o pau-ferro, baraúna, jequitibá, ipecacuanha,
alcaçuz, jalapa, mastruço, murta, dormideira etc. Entre as árvores frutíferas destacam-se a bananeira, a laranjeira, o coqueiro, a jaqueira, o
cambucá, a figueira, a mangueira, goiabeira, a mangabeira e outras, de frutos saborosíssimos.
Além do algodão e da cana-de-açúcar, produtos principais de sua indústria, o estado dá cereais,
legumes etc. Quanto ao reino mineral, suspeita-se a existência, no subsolo do estado, de minas de ouro e outros metais preciosos, sem que,
entretanto, explorações regulares tenham verificado o que há de certo, respeito. São indicadas como pontos de jazidas as serras de Itabaiana,
Miaba e outras. Há abundância, em certos pontos, de pedra calcária, existindo grande variedade de argilas, próprias para olaria e cerâmica.
O sistema orográfico de Sergipe é representado por uma pequena cordilheira independente,
oferecendo três ramificações perpendiculares à costa. Destaca-se, entre elas, a serra de Itabaiana, situada ao Norte do estado, distante cerca de 79
quilômetros do mar. Tem 800 metros de altitude, e possui pedras preciosas, salitre, prata e outros metais cujas jazidas se conservam inexploradas.
A potamografia sergipana abriu através do estado uma rede natural de comunicações, trafegando por
ela grande parte das expedições do comércio. Atravessam zonas férteis, cujos produtos serviçalmente se prestam a conduzir para vários pontos do
estado e para os portos de exportação.
Cinco destes rios, os principais, percorrem o território sergipano em demanda do litoral, formando
as grandes bacias, e são os seguintes: S. Francisco, Japaratuba, Sergipe, Vasa-barris e Real, com uma rede de afluentes e confluentes que fazem, em
grande parte, o papel de ramais de viação fluvial entre as várias regiões do estado.
O maior de todos é o Rio S. Francisco, que nasce no estado de Minas Gerais e serve de divisa entre
Sergipe e Alagoas. Trezentos e dez quilômetros antes de desaguar no oceano, o rio forma a célebre cachoeira de Paulo Afonso, a mais importante das
que lhe interrompem o curso, celebrada por Castro Alves num poema que tem o seu nome, e já descrita noutras partes deste volume. Na margem
sergipana, o S. Francisco recebe 12 afluentes.
O Rio Japaratuba, o menor dos cinco grandes rios do estado, tem, entretanto, grande importância
por ser da ramificação de suas correntes que resulta a penetração de todo o interior por outros tantos rios de comunicação e de fertilidade. Recebe
cinco afluentes. Os outros rios são o Sergipe, o Cotinguiba e o Vasa-Barris.
No território de Sergipe há cerca de trinta lagoas, piscosas, abundando nelas formosas aves
aquáticas. Entre as suas sete ilhas destacam-se: a dos Coqueiros, formada pelos rios Sergipe, Japaratuba, Pomonga e pelo oceano, notável pela
produção de cocos, de que faz larga exportação para os outros estados; e a de Arambipe, na foz do S. Francisco, cujas margens são muito piscosas.
O principal porto do estado é, naturalmente, o de Aracaju, ao lado oriental da cidade do mesmo
nome, capital do estado, na margem direita do Rio Sergipe. É o mais importante e comercial de todos os do estado. Tem um vasto ancoradouro; a sua
barra é de acesso difícil, em virtude dos bancos de areia nela existentes. O de Estância, formado pelo Rio Piauí na confluência deste com o Rio
Fundo, é, em importância comercial, o segundo porto do estado. Vêm, depois, o de S. Cristóvão, no Rio Vasa-Barris; os de Itaporanga, de Laranjeiras,
Bom Jesus, Pedra Branca, Madre de Deus, das Redes etc.
De todos esses portos, penas os três primeiros oferecem ancoradouro a grandes vapores; os outros
só permitem o acesso aa embarcações pequenas como canoas, lanchas, saveiros ou embarcações especiais, de fundo chato, para a navegação fluvial.
Na costa do estado, há quatro faróis, a saber: o de S. Francisco, à margem direita deste rio, com
10 metros de alcance (N.E.: SIC); o de
Aracaju ou de Sergipe, na foz do rio deste nome, visível à distância de 17 milhas; o do S. Cristóvão, na barra do Rio Vasa-Barris, ao alcance de 8
milhas; e o da Atalaia ou da Estância, visível a dez milhas de distância.
História
Só em 1575, isto é, 75 anos depois da descoberta do Brasil e quando já a colonização ia adiantada,
os portugueses se estabeleceram em Sergipe. Aquelas terras que os lusitanos tinham diante de si eram tantas que não lhes era possível a ocupação que
ratificasse a afirmação do domínio português no Brasil. Como outras zonas do grande país sul-americano, Sergipe, em 1575, ainda estava por conhecer
pelos portugueses.
E mais tempo ainda ficaria desconhecido, talvez, se uma circunstância estranha a intuitos de
expansão colonizadora não tivesse levado as armas portuguesas ao seu território. No vale do Rio Real, acirravam-se as lutas entre os indígenas e os
portugueses aí estabelecidos quando estes, seriamente ameaçados, foram auxiliados pelo governo colonial, estabelecido na Bahia, para a pacificação.
Simultaneamente com essa intervenção, se deu a primeira tentativa de conquista do território do
estado, levada a efeito pelo padre Gaspar Lourenço, jesuíta, que se atirou à faina pacificadora dos índios pela evangelização. A sua obra de
brandura e suavidade ia adiantada quando as brutalidades e violências da soldadesca deitaram por terra tudo quanto conseguira a catequese.
Em 1576, o governador da Bahia, Luiz de Britto, iniciou a conquista pelas armas, contra a qual
lutaram heroicamente as tribos autóctones. Essas lutas se prolongaram até 1590, quando, num combate decisivo, as forças indígenas foram
definitivamente derrotadas pelo exército comandado por Christovam de Barros que, próximo à foz do Rio Sergipe, fundou o arraial de S. Christovam.
Com essa vitória, conseguira Christovam de Barros não só dominar o gentio, como também deter
tentativas francesas de invasão, apoiadas pelos índios caetés. Em seguida à conquista, começou o trabalho de colonização até 1630, quando se deu a
invasão holandesa. Até 1645, esteve Sergipe de posse dos holandeses que o devastaram, mantendo um período de lutas heróicas em que os sergipanos
sofreram as mesmas misérias que os conquistadores portugueses haviam infligido aos indígenas. Em setembro desse ano, foi capitania de Sergipe
retomada para o domínio português, à custa de muito heroísmo e muita bravura.
Entrou a capitania, então, num período de reconstituição, perturbado freqüentemente por lutas de
toda a espécie, incursões de índios e negros escravizados, que se revoltavam, principalmente contra a Bahia, cuja tutela Sergipe sempre repeliu. Só
em 1820 conseguiu Sergipe, definitivamente, a sua emancipação, obtendo, com independência, a categoria de província. Em 1855, foi a capital da
província mudada de S. Cristóvão para Aracaju. No ano seguinte, o cholera morbus invadiu Sergipe, fazendo cerca de 30.000 vítimas.
Em 1889, com a proclamação da República, passou a ser um dos estados da confederação brasileira.
As várias administrações têm promovido o progresso de Sergipe, que se desenvolve rapidamente.
População
A população de Sergipe é calculada em mais de 400.000 habitantes, com uma pequeníssima proporção
de estrangeiros. Compõem-na quatro tipos: o branco, o caboclo, o negro e o mestiço, constituindo este mis de um terço e o branco uma quarta parte, o
que representa uma tendência para apuração da raça em relação aos elementos negro e indígena. Não existe imigração propriamente dita, dominando o
braço nacional em trabalhos da lavoura.
Embora falando a língua portuguesa, acontece com os habitantes de Sergipe o mesmo que com os
naturais de outros estados: têm a voz cantada, fazendo pausas nas sílabas; e o seu léxico está entremeado de termos indígenas que têm curso forçado
entre a população.
Agricultura
A agricultura é a indústria dominante no estado e representa a sua principal fonte de riqueza.
Constituem os seus elementos principais a cana-de-açúcar que dá em todas as zonas, o algodão, próprio das zonas central e ocidental, o café que
começa a tomar desenvolvimento, sem que aliás se possa esperar dele uma importância decisiva, pela concorrência formidável de outros estados maiores
e mais bem aparelhados para a exportação da preciosa rubiácea.
Além disso, cultivam-se várias espécies de cereais, como arroz, milho, feijão etc. Os seus
magníficos frutos constituem ainda uma grande fonte de riqueza a explorar, no tocante à exportação para o estrangeiro, devido à excelência de vários
espécimes pouco ou nada conhecidos nos mercados do Velho Mundo. Cultiva-se também um pouco a vinha e explora-se largamente a apicultura, obtendo-se
saboroso mel de várias castas de abelhas.
Indústrias
As indústrias do estado, além da agricultura, são conseqüência e função dos seus principais
produtos naturais. Assim é que os maiores capitais estão empregados, primeiro, na fabricação do açúcar e outros produtos derivados da cana, havendo
grandes usinas em vários pontos do estado; e depois, na indústria de tecidos, apesar de grande parte do algodão colhido ser exportado em rama.
Em situação de menor destaque, vêm as indústrias fabris de fundição de ferro e bronze, de sabão,
charutos e cigarros, calçado, chapéus, óleo, vinhos e licores. Da indústria mineira pouco se cuida; são, porém, grandemente exploradas as salinas do
estado, única exploração, aí, da indústria extrativa. Na zona do sertão, é largamente explorada a indústria pastoril, criando-se gado vacum, muar,
caprino, cavalar, lanígero e suíno. Há grandes fazendas de criação na zona ocidental.
Importante e desenvolvido, na altura de sua produção, é o comércio do estado, principalmente
depois da inauguração de linhas de vapores diretas entre os portos sergipanos e do Rio de Janeiro. Sergipe exporta açúcar, algodão, farinha de
mandioca, cereais, calçado, couros, peles, sal, aguardente etc. para os portos brasileiros do Rio de Janeiro, Bahia, Vitória, Alagoas, Pernambuco e
Pelotas e para os portos estrangeiros de New York, Liverpool e Hamburgo. A importação compreende toda a sorte de objetos manufaturados, tecidos,
licores etc.
Vias de comunicação
A rede ferroviária de Sergipe está em construção, servindo-se as indústrias e o comércio do estado
dos meios de comunicação que lhe proporciona a sua magnífica rede fluvial.
Ainda assim, esse meio de transporte carece de melhoramentos, tais como barragens, tipos de
embarcações apropriadas para grandes tonelagens sem grande calado etc. As suas vias fluviais ainda precisam de um impulso de progresso para darem o
seu máximo de proveito o trânsito comercial.
Internamente, o estado estará dentro em breve ligado, pela via férrea, aos seus vizinhos. Além dos
rios, a canalização dos produtos para o litoral faz-se em lombo de animais e carros de bois, através de longas estradas. Várias embarcações de
cabotagem, entre elas, principalmente, o Lloyd Brasileiro, fazem o transporte das mercadorias de Sergipe para os outros estados, sendo bastante
freqüentados os seus ancoradouros.
Sergipe está ligado telegraficamente ao resto do Brasil, por uma rede que dispõe de estações em
doze cidades do estado, número que vai aumentando progressivamente. Cerca de cinqüenta agências do correio facilitam as comunicações postais.
Instrução pública
Já está bastante difundida a instrução pública em Sergipe. O ensino secundário é dado no Liceu
Sergipense e na Escola Normal, além de outros colégios particulares. O estado mantém mais de 300 escolas, cujo número vai aumentando em proporção
das necessidades da população e dos recursos financeiros da administração.
Apesar do seu pequeno território e da sua importância relativamente pequena, em face dos outros
estados, Sergipe tem dado ao Brasil homens notáveis como o jurisconsulto Tobias Barreto, o homem de letras Sylvio Roméro, o notável pedagogo e
filósofo dr. Laudelino Freire, o historiador e financista dr. Felisbello Freire, além de muitos outros.
Centros de população
O principal centro de população do estado é a sua capital, a cidade de Aracaju, edificada perto da
barra pela qual deságua, no mar, o Rio Sergipe. Tem uma população de mais de 20.000 habitantes. É um cidade pequena e recente, pois foi
expressamente arvorada em capital do estado, não há meio século, quando era apenas um sítio quase abandonado.
A sua topografia é muito regular. A cidade goza de um ameno clima. No ponto em que ela está
situada, forma-se um ancoradouro muito freqüentado. É importante o seu comércio de exportação e de importação; e acham-se nela instaladas várias
fábricas.
Seguem-se em importância a cidade de Estância, de 12.000 habitantes, com um porto excelente e
grande centro de produção e comércio; Itabaiana, no interior, grande centro agrícola, com 11.000 habitantes; S. Cristóvão, a antiga capital, também
dotada de porto e com uma população de 9.000 habitantes; Laranjeiras, cidade de grande movimento comercial e industrial; Capela, com 6.000
habitantes; Propriá, à margem do Rio S. Francisco, empório notável de indústria agrícola; Maroim, Riachuelo e outras muitas cidades e vilas, de
importância mais secundária, constituindo municípios, em número de 27.
Como os poderes federais, os estaduais se dividem em Legislativo, Executivo e Judiciário: o
primeiro exercido por uma Assembléia de 24 representantes; o segundo pelo presidente do estado; este e aqueles eleitos por sufrágio direto; o
terceiro por um Tribunal de Relação, juízes de Direito, juízes preparadores, de paz e tribunais de júri.
Perante o Congresso Federal, o estado faz-se representar por três senadores e quatro deputados.
Para a manutenção da ordem, dispõe o governo do estado de uma corporação de polícia armada, composta de cerca de 510 homens.
|