Clique aqui para voltar à página inicialhttp://www.novomilenio.inf.br/santos/h0300g39f.htm
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 11/02/09 12:53:14
Clique na imagem para voltar à página principal
HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SANTOS EM 1913 - BIBLIOTECA NM
Impressões do Brazil no Seculo Vinte - [39-F]

Leva para a página anterior

Clique nesta imagem para ir ao índice da obraAo longo dos séculos, as povoações se transformam, vão se adaptando às novas condições e necessidades de vida, perdem e ganham características, crescem ou ficam estagnadas conforme as mudanças econômicas, políticas, culturais, sociais. Artistas, fotógrafos e pesquisadores captam instantes da vida, que ajudam a entender como ela era então.

Um volume precioso para se avaliar as condições do Brasil às vésperas da Primeira Guerra Mundial é a publicação Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no Arquivo Histórico de Cubatão/SP. A obra teve como diretor principal Reginald Lloyd, participando os editores ingleses W. Feldwick (Londres) e L. T. Delaney (Rio de Janeiro); o editor brasileiro Joaquim Eulalio e o historiador londrino Arnold Wright. Ricamente ilustrado (embora não identificando os autores das imagens), o trabalho informa, nas páginas 700 a 713, a seguir reproduzidas (ortografia atualizada nesta transcrição):

Impressões do Brazil no Seculo Vinte

Clique na imagem para ampliá-la
Instalações da Soc. Financière et Commerciale Franco-Brèsilienne
Foto-montagem publicada com o texto, página 701

Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Comércio

Prado, Chaves & Cia. - Estes srs., grandes proprietários de fazendas, fundaram a firma acima em 1890. Eram, a princípio, comissários; depois, dedicaram-se à exportação. A firma compõe-se dos sócios dr. Antonio da Silva Prado, dona Anezia Chaves, João Pinto Machado Portella, dr. João Conceição, dr. Paulo Prado, dr. Ernesto Ramos, Carlos A. Monteiro de Barros e d. Albertina Prado. Possui vários depósitos nesta cidade e em Santos, onde tem máquinas aperfeiçoadas para bonificar e classificar café antes de ser exportado.

No ano de 1910, foram os srs. Prado, Chaves & Cia. os maiores exportadores, embarcando cerca de 1.500.000 sacas de café. À testa dos negócios de exportação está o sr. dr. Paulo Prado, que presentemente se acha em Paris. Dirige a firma da Companhia Agrícola Fazenda São Martinho, que mede 36.000 hectares, plantados com 2.500.000 pés de café. Esta companhia gira com o capital de £800.000.

Antes de ser incorporada em companhia, pertencia a fazenda de São Martinho à família Prado. Ali existem cerca de 2.500 cabeças de gado, entre as quais muitas reses de raça superior: a companhia mandou vir reprodutores de raça Hereford. Na fazenda, que fica no município de Ribeirão Preto, distante  6 quilômetros da Estação de Martinho Prado, estão empregados cerca de 2.000 colonos; para descascar e classificar o café, existe importante estabelecimento com os maquinismos mais aperfeiçoados e modernos.

Todos os sócios que compõem a firma são proprietários de fazendas. D. Albertina Prado é proprietária da bem conhecida fazenda de Guatapará, no município de Ribeirão Preto, Estação de Guatapará, a qual é servida por uma linha particular, e onde há para cima de 2.500.000 pés de café. Ao dr. Antonio da Silva Prado pertencem diversas fazendas, das quais a mais importante é a de Santa Veridiana, que mede 5.000 hectares e tem 500.000 pés de café. Também aí se encontra gado de raça em grande quantidade.

O conselheiro Prado, como é conhecido, é um dos homens mais eminentes de São Paulo, pela sua cultura e pelos seus trabalhos. Nascido em 1840, formou-se em Direito em 1861, iniciando então a sua carreira jornalística que foi brilhante. Em 1865, foi eleito deputado à Assembléia Provincial de São Paulo, e durante as sessões dos anos de 1869, 1872 e 1889 foi delegado pelos seus colegas para a Câmara dos Deputados do Império no Rio. Em 1877 foi presidente da Câmara Municipal de São Paulo; em 1885, a convite do barão de Cotegipe, então presidente do Conselho de Ministros do Império, dirigiu com brilho e grande patriotismo a pasta da Agricultura, sendo então feito conselheiro d'Estado.

Como ministro, muito contribuiu o conselheiro Prado para o voto da lei de 21 de setembro de 1885, que declarava livre todo escravo maior de 60 anos; foi esse o primeiro passo para a abolição da escravatura. Em 1887, era nomeado senador do Império e, quando o senador João Alfredo assumiu a chefia do Gabinete de 10 de Março, que devia efetuar a abolição definitiva da escravatura no Brasil, Antonio Prado tomou conta da pasta dos Negócios Exteriores; em seguida, a da Agricultura e por último a das Obras Públicas.

Em 1888, foi presidente da Assembléia Provincial de São Paulo e, em 1889, proclamada a República no Brasil, retirou-se da política, dedicando-se à agricultura, à indústria e à finança. Viajou muito pelo estrangeiro. Em 1898, criava-se o cargo de prefeito municipal de São Paulo, e era para ele eleito, por unanimidade e por três anos, o conselheiro Antonio Prado. Reeleito quatro vezes, exerceu aquelas funções até 1910. A ele se deve o saneamento e embelezamento de São Paulo, cidade que ora rivaliza com as mais adiantadas do mundo.

O dr. Antonio Prado é presidente de diversas grandes empresas, tais como: Companhia Paulista de Vias Férreas e Fluviais; Companhia Frigorífica e Pastoril de Barretos (com o capital de £240.000); Banco do Comércio e Indústria de São Paulo e outras. Foi ele o encarregado, pelo Governo de São Paulo, de negociar o empréstimo de £15.000.000 para a valorização do café, o qual teve pleno êxito.

Seu filho mais velho, o dr. Paulo da Silva Prado, representa o Governo de São Paulo perante o comitê encarregado da venda dos cafés da valorização, comprado pelo Governo e agora vendido para pagamento do referido empréstimo. O nome de Antonio Prado é querido e respeitado em todo o país e principalmente no Estado de São Paulo, onde ele reside e possui vastas e importantes propriedades agrícolas e rurais.

Companhia Auto-Taxímetros Paulista - Esta companhia foi fundada em 1º de setembro de 1910 pelos srs. Luiz Prado, presidente; Plinio Prado, João Pinto Portella, Ernesto Ramos, João Mendonça Filho, Reynaldo Porchat, Francisco Rodrigues Lavras, Carlos Augusto Monteiro de Barros, Alexandre Mendonça e Charles Bourgeois, gerente. A história da fundação e desenvolvimento da companhia desperta real interesse, pois que representa a introdução de uma idéia nova e o seu completo êxito.

Em 1901, veio o sr. Bourgeois para São Paulo, trazendo consigo dois automóveis apenas, e tanto ele como os seus futuros associados compreenderam logo o grande futuro reservado ao automóvel, como substituto de toda sorte de viaturas, empregadas há uns 10 anos atrás. De fato, a empresa tomou um incremento grande e rápido, tendo por parte do público a aceitação mais lisonjeira, visto como vinha encurtar consideravelmente as distâncias e transformar viagens penosas em passeios agradáveis.

Em pouco tempo, a empresa recompensara com bons lucros aqueles que tinham tido confiança no seu futuro; de mês para mês aumentara a sua importância e com ela o número dos seus carros. A pequena oficina de concertos do início da companhia transformou-se em grande fábrica que constrói já os seus próprios carros, sem que, todavia, deixe a empresa de importar carros das melhores marcas francesas.

Atualmente, tem a companhia 62 automóveis-taxímetros (taxi-autos), além de grande número de automóveis de luxo. Num total de 78 automóveis, figuram Berliets, Renaults e Panhards, com luxuosas e cômodas carrocerias; e o número dos veículos cresce de dia para dia, com as contínuas aquisições que faz a empresa. Poucas empresas congêneres, mesmo em cidades européias, poderiam apresentar um conjunto de automóveis superior ao que esta companhia tem exibido em público, por várias vezes, em São Paulo.

Para mostrar a grande aceitação que encontram carros da companhia, basta dizer que estão em serviço contínuo, por assim dizer, noite e dia. A companhia, além do seu serviço público de taxímetros, mantém também grande número de limusines, victorias landaulets etc., de aluguel, para excursões e viagens. O estabelecimento tem uma escola de choferes, e estes, para entrar no serviço da companhia, têm de passar por um exame rigoroso, com provas minuciosas e práticas. As oficinas da companhia são montadas com os mais modernos maquinismos e utensílios para construção de automóveis e seu reparo. Em suas diversas seções, emprega a empresa 150 homens.

O enorme desenvolvimento que tiveram os serviços da companhia em 1911 tornou necessário o aumento do edifício em que se achava instalada. Tanto a garagem como as oficinas têm aspecto de limpeza e ordem perfeitas; os choferes da empresa são de uma cortesia que muito a recomenda. A garagem e oficinas da companhia ficam à Rua Conselheiro Nébias, 55 e 70, havendo, além disso, uma agência à Rua de São Bento, 21.

Herm, Stoltz & Cia. - Um vastíssimo comércio de comissões e consignações faz os srs. Herm, Stoltz & cia., que importam máquinas de toda a qualidade, especialmente agrícolas, madeiras para construção, papel, tintas, vernizes, óleos, instrumentos de todas as espécies, armas, munições, louças, utensílios de cozinha, máquinas de costura, arame, cimento, moinhos, artigos esmaltados, couros, ferro, canos, folhas de flandres, dinamite e outros explosivos. Para guardar os explosivos, tem a firma depósito especial em arrabalde da cidade.

O escritório principal da firma acha-se no Rio de Janeiro, com filiais em São Paulo, Santos, Pernambuco e Maceió. No Braz, em São Paulo, os srs. Herm, Stoltz & Cia. têm um estabelecimento industrial, conhecido pelo nome de Fábrica Ypiranga, ocupando uma área de 6.000 metros quadrados. A sua produção consta de cravos, dando 200 caixas de 40 quilos por dia, e de ferraduras. Esta indústria, que dá trabalho a 40 homens, está agora sendo dilatada.

O escritório principal encontra-se em Hamburgo, a cargo do sr. Herm Stoltz, ao passo que seu filho Hans Stoltz dirige no Rio de Janeiro os interesses da firma. Desde a inauguração da filial em São Paulo, está a sua direção confiada ao sr. Heinrich Rudinger. Esta filial funciona à Rua Álvares Penteado, 12.

Wilson, Sons & Co., Ltd. - É de reputação mundial a firma de Wilson, Sons & Co., que tem o seu escritório central em Londres, Cardiff e Barry, e escritórios filiais em Tenerife, Madeira, Las Palmas, São Vicente, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, Montevidéu, La Plata, Buenos Aires, Rosario e Bahia Blanca. Estes escritórios representam, como é de ver, importantíssimo movimento comercial.

As agências de Santos e São Paulo são notáveis. Todos os anos dão entrada no Estado de São Paulo cerca de 180.000 toneladas de carvão, uma parte das quais é diretamente importada pela Estrada de Ferro de São Paulo e pela Companhia do Gás, sendo pela firma Wilson importado o restante, isto é, 100.000 toneladas.

Em Santos tem a firma depósitos com um quilômetro de frente, ao longo da margem do rio, havendo nos fundos 2 quilômetros de pátio; e no Braz (subúrbio de São Paulo) tem armazéns que podem acomodar 10.000 toneladas de carvão, e estão ligados à São Paulo Railway. Contudo, o carvão armazenado nestes últimos depósitos apenas se destina ao suprimento dos consumidores particulares e industriais, e o de Santos a toda classe de vapores.

Os srs. Wilson, Sons & Co., Ltd., são também importadores de toda espécie de artigos e especialmente dispõem de grande quantidade de cimento Portland, fabricado por J. B. White Bros., de Londres, de quem são os únicos agentes. Todos os anos dispõem de mais de 3.000 toneladas de ferro em barra e outros metais para as fundições etc., fazendo também considerável comércio de importação de óleos, tintas e materiais para fábricas.

Os seus depósitos de artigos importados acham-se ao lado dos grandes armazéns, no Braz, e ocupam uma área de 9.500 metros quadrados. O escritório da firma em São Paulo está à esquina das ruas Álvares Penteado e Quitanda, mas deverá em breve ser mudado para prédio próprio, à Rua Barão de Paranapiacaba, 10. O gerente no Estado de São Paulo, sr. Cyril L. Stock, faz parte da firma há 18 anos e já conta na atual posição 15 anos.

Société Financière et Commerciale Franco-Brésilienne - Os interesses desta sociedade foram comprados dos srs. Nathan & Cia. em junho de 1906, que, por sua vez, os tinham adquirido da Companhia Lupton. O capital empregado é de 5.000.000 francos, que em breve estará dobrado. A sociedade importa máquinas de toda a espécie, havendo seções espaciais para a agricultura, a engenharia, estradas de ferro, e seções para vinhos, espíritos e mercadorias gerais.

Entre as firmas das quais a sociedade é agente, mencionam-se a South Bend Chilled Plow Co., a Wiard Plow Co., a International Harvester Co., a Superior Drill Co., a Marseille Manufacturing Co., a B.F. Avery & Sons, a Long & Allstatter Co., Duane H. Nash, Hallock & Sons, a Standard Oil Co. (Thompson & Bedford Dept.), a Fairbanks Morse Co., H. W. Harrison & Co. (cuteleiros), Mc. Gregor & Co. (cuteleiros), a Page Woven Wire Fence Co. e a Wilkinson Plow Company (arados Hercules e Samsão).

Os armazéns acham-se à Rua de São Bento, 43 e 45; a seção de secos, especialmente artigos nacionais, à Rua Florêncio de Abreu, 65; e os depósitos no Braz, São Paulo. Como casa exportadora de café, a sociedade, que tem uma plataforma especial na São Paulo Railway, iguala-se às mais importantes do Brasil e dispõe, em Santos, de grandes armazéns com escritório à Rua 15 de Novembro, 13. O pessoal permanente compõe-se de 240 homens; mas a casa ocupa grande número de pessoas como diaristas.

A sociedade tem agências em todos os centros principais do Brasil. A diretoria da sociedade acha-se à Rua Chauchat, 5, em Paris. São seus representantes em Londres, à Rua Cannon, 112, os srs. Fry Miers & Co., e em New York, William E. Peck & Co., Broad Street, 116. Compõe-se a diretoria dos srs. Pierre Girod, presidente, em Paris; Ch. Pairson, delegado-administrador; Allen C. Nathan (Londres), Samuel Fry (Londres), Edward W. Wysard (São Paulo), e William Smith Wilson (São Paulo).

Clique na imagem para ampliá-la
Cia. Nacional de Auto-Tansportes: 1) Um canto das oficinas; 2) Interior da garagem; 3) A garagem
Foto-montagem publicada com o texto, página 702

Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Companhia Nacional de Auto-Transportes - Esta empresa começou tendo apenas uma oficina para concertos em automóveis; depois, foi, pouco a pouco, comprando carros, de modo que, um ano depois de sua inauguração, em fevereiro de 1911, tinha 20 landaulets em serviço ativo e mais 6 ônibus automóveis e 4 caminhões, com capacidade para 3 toneladas. Além destes, vai a companhia receber brevemente mais 20 carros de diversos modelos. O capital da empresa foi elevado de Rs. 300:000$000 a Rs. 1.000:000$000. É intenção da empresa estabelecer na cidade de São Paulo um bem organizado serviço de táxis.

Os caminhões automóveis usados pela companhia são da Commercial Car Co., Inglaterra, e os ônibus atualmente em uso são da marca Spa; a companhia projeta, porém, adquirir vários ônibus do mesmo tipo dos que são usados pela General Omnibus Co., de Londres. Os landaulets são carros luxuosos, muito apreciados em São Paulo.

A companhia é a empresa que, em São Paulo, tem a maior clientela para consertos de automóveis; e as suas vastas oficinas estão perfeitamente aparelhadas e montadas, executando-se nelas não só consertos de toda a espécie, como também a  fabricação de carros e veículos automóveis para o serviço público. As oficinas estão divididas em cinco seções: seção mecânica, seção para carrocerias, seção de pintura, marcenaria e serraria; nestas diversas seções trabalham 50 operários. Uma das especialidades da empresa é a manufatura de peças sobressalentes para automóveis.

Os oficiais mecânicos, marceneiros etc. são todos escolhidos entre operários e de grande habilidade profissional. A sede da empresa fica em São Paulo, à Rua Rego Freitas, 36; e a sua diretoria é constituída pelos srs. Eduardo Rodrigues Alves, presidente; dr. Eduardo Nickson, vice-presidente, e Frederico Zanardini, diretor gerente. O sr. Frederico Zanardini nasceu em Veneza, em 1872, e está no Brasil há 18 anos.

Bromberg, Hacker & Cia. - Uma das maiores e mais afamadas casas importadoras alemãs de São Paulo é a de Bromberg Hacker & Cia. Estes srs. são mecânicos experimentados e contratam todas as espécies de instalações industriais. Diversas instalações têm sido por eles feitas em diferentes pontos do Brasil; usinas elétricas e hidráulicas, fábricas de fiação, cervejarias, fábricas de papel, olarias, engenhos de açúcar e de arroz, tipografias, elevadores elétricos, guindastes, instalações telegráficas, telefônicas etc. etc.

A sede da firma conhecida por Bromberg & Cia. fica em Hamburgo; as filiais do Brasil estão no Rio de Janeiro, Porto Alegre, Rio Grande, Pelotas e São Paulo, havendo também uma filial em Buenos Aires. A filial de Porto Alegre data de 1863. A casa de São Paulo foi aberta sob a razão de Bromberg, Hacker & Cia. Os sócios da firma em Hamburgo são os srs. M. Bromberg Senior e B. M. Bromberg, e os da filial local os srs. Hans Hacker e dr. Erwin Bromberg.

Os armazéns em São Paulo são situados à Rua da Quitanda, 10, havendo aí um vasto sortimento de máquinas, aparelhos e material elétrico, tudo importado via Santos. Nas proximidades da Estação Central da São Paulo Railway tem a firma os seus depósitos. Na capital, ela emprega umas 35 pessoas e pelo interior do Estado para cima de 1.000.

Entre as numerosas casas representadas pelos srs. Bromberg, Hacker & Cia., que incluíam manufaturas de toda a qualidade de máquinas comerciais e industriais, há as seguintes: Siemens & Halske A.G.; J. M. Voith Maschinenfabrik, Heidenheim; Fried, Krupp, A. G. Grusonwerk; Magdeburg-Bruckau; Hannoversche Maschinenbau A.G. Hannover-Linden; F. H. Schule, G.m.b.H., Maschinenfabrik Hamburg - além de várias outras fábricas. A parte técnica da casa está a cargo do sr. Hans Hacker, engenheiro de grande experiência, residente no Brasil há muitos anos, e a parte comercial é dirigida pelo dr. Bromberg, natural de Hamburgo.

Brazilian Warrant Co., Ltd. - Muito devem os lavradores e outros interessados à Brazilian Warrant Company e às duas companhias que esta dirige, pelas variadas vantagens que elas lhes dão, facilitando-lhes as transações comerciais. A Warrant Company recebe café e outros artigos de lavoura em consignação e adianta dinheiro sobre mercadorias em depósito e sobre colheitas, assim como mediante hipoteca de fazendas de café.

As companhias superintendidas pela Warrant Company são: a Companhia Paulista de Armazéns Gerais, que possui grandes depósitos para armazenagem de café, e a Companhia Registradora de Santos, cuja função é registrar todas as transações de café. Além destas, dirige também um Escritório de Liquidações para os negociantes, anexo à última companhia. O escritório de São Paulo fica à Rua do Comércio, 21, e é dirigido pelo sr. A. G. Monteiro de Castro.

Companhia Paulista de Armazéns Gerais - A Companhia Paulista de Armazéns Gerais foi fundada em 1907 com o capital de Rs. 400:000$000, a fim de fornecer armazéns para a guarda do café. Além dos importantes depósitos em São Paulo e Santos, tem a companhia enormes edifícios, otimamente instalados, em Taubaté, Jaú e São Carlos.

Companhia Registradora de Santos - A Companhia Registradora de Santos, formada em 1905 com o capital de Rs. 1.000:000$000, opera como escritório de liquidações para transações futuras de café. A sua fundação foi um grande serviço prestado aos lavradores, porque lhes oferece um preço seguro pelas suas colheitas antes de serem levadas ao mercado.

Clique na imagem para ampliá-la
O principal escritório para venda de bilhetes da Loteria do Estado de São Paulo
Foto publicada com o texto, página 703

Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

J. Azevedo & Cia. - Esta firma, concessionária das Loterias de São Paulo, foi fundada em 880 pelo sr. Joaquim Dolivaes Nunes, que agora vive em Paris. Os sócios atuais são os irmãos srs. Joaquim dos Santos Azevedo e José dos Santos Azevedo, nascidos em Portugal. Em 1862, vieram para o Brasil, com menos de 15 anos. Em 1880, entrou o sr. Joaquim Azevedo para a casa Dolivaes Nunes & Companhia, na qual igualmente se empregou seu irmão José em 1898. Em 1903, tornaram-se os srs. J. Azevedo & Cia. proprietários do estabelecimento e firmaram contrato com o Governo do Estado para o serviço das loterias.

O prazo da concessão para a extração das loterias do Estado é de três anos. Os concessionários são obrigados a recolher aos cofres do Tesouro do Estado, em prestações quinzenais adiantadas, a quantia anual de Rs. 727:000$000, ou sejam Rs. 2.181:000$000 durante os três anos do contrato, além de Rs. 20:000$000 anuais, destinados ao serviço de Fiscalização das Loterias. Os planos das séries, como das loterias inteiras, são sujeitos à aprovação do secretário da Fazenda; esta não se obriga, por forma alguma, a indenizar os concessionários, caso a União determine a extinção das loterias no território do país.

Findo o prazo da presente concessão, ou extintas as loterias, reverterá aos cofres da Fazenda do Estado a caução de Rs. 100:00$000, que os srs. J. Azevedo & Cia. depositaram nos cofres do Tesouro. O valor da emissão das Loterias do Estado não pode exceder Rs. 1.200:000$000 mensais. A extração é feita na capital do Estado, em lugar franqueado ao público, sob a presidência do fiscal das loterias e com assistência de uma autoridade policial. O preço do bilhete ou da fração nunca pode ser inferior a 500 réis.

Os planos das loterias são organizados de modo que a importância total dos prêmios a distribuir em cada loteria nunca seja inferior a 60% do total da mesma loteria; os 40% restantes são destinados ao custeio do serviço de venda e extração das loterias, material, pessoal e outras despesas necessárias. O direito ao prêmio do bilhete prescreve 6 meses depois da extração da respectiva loteria.

Hasenclever & Cia. - A casa Hasenclever & Cia. de São Paulo é uma das filiais estabelecidas no Brasil por J. Bernhard Hasenclever & Filho, de Remschied, Alemanha. As suas importações são feitas principalmente da Alemanha e dos Estados Unidos, e consistem em ferragens e máquinas, especialmente para o cultivo do café; materiais de construção, como cimento, barras de ferro e aço etc.; material para a construção de estradas de ferro, aparelhos sanitários, drogas, objetos para escritório e outros artigos. Os atuais sócios da firma são Herr Kommerzienrat Hermann Hasenclever e Herr B. Hasenclever.


A instalação de Hasenclever & Cia. em São Paulo
Foto publicada com o texto, página 703

Haupt & Cia. - A casa Haupt & Cia., estabelecida em 1821 sob outra razão social, passou em 1908 a girar sob a atual, constituída pelos sócios solidários, srs. Julios Schrader e Hermann Haupt. A filial de São Paulo foi fundada em janeiro de 1911 pelo atual gerente, sr. Drekers, que há 9 anos faz parte da firma.

Os srs. Haupt & Cia. são os únicos agentes no Brasil de Fried, Krupp A. G., Essen, do Stahlverks, Verband, A. G. (União das Usinas de Aço da Alemanha), de Düsseldorf; de Deutsche Waffen-und Munitionsfabricken de Berlin; da Wason M.f.g.C., de Springfield, Mass.; de Saxby e Tarmer Ld., de Londres, fabricantes de sinais para estradas de ferro; e de Lokomotivfabrik Krauss & Cia., de Munique, Alemanha.

A firma é fornecedora de locomotivas, carros, vagões, trilhos, fios isoladores para estradas de ferro de bitola larga e agrícolas, de material Decavuville, de turbinas hidráulicas, motores Diesel, motores elétricos e dínamos, fios, cabos e postes, aparelhos telegráficos e telefônicos, locomóveis a vapor alemães e ingleses, máquinas para a lavoura, arame farpado, estruturas metálicas, guindastes, cimento, máquinas para as indústrias têxteis, betoneiras, máquinas para fabricação de açúcar, álcool, fósforos, telhas, tijolos, ladrilhos, moinhos, máquinas para curtume, britadoras, maquinismo completo para a preparação de minérios auríferos, lanchas e navios a vapor, espingardas Mauser, pistolas Parabellum, munições de guerra e caça e uma infinidade de outros artigos.

Diversas obras importantes foram executadas pela firma no Estado de São Paulo, entre as quais: a ponte de Mogi-Guaçu, de 20 metros de comprimento; a instalação da força hidráulica na fábrica de pólvora de Piquete, por conta do Governo Federal; o fornecimento e a instalação, em parte das grandes oficinas da Cia. Mogiana de E. de F. em Campinas, e outras.

Os srs. Haupt & Cia. são os incorporadores da Empresa Hidro-elétrica da Serra da Bocaina, concessionária dos contratos de iluminação e fornecimento de força elétrica das cidades de Bocaina, Cruzeiro e outras vizinhas. São os agentes, para o Estado de São Paulo, da Banque Belge de Prêts Fonciers com sede em Antuérpia, cujos negócios no Brasil são dirigidos pela casa matriz dos srs. Haupt & Cia. no Rio de Janeiro.

Estabelecida há mais de 10 anos, tem realizado importantíssimas transações em vários estados do Brasil, notadamente no de São Paulo, com grande aproveitamento para a lavoura. O escritório dos srs. Haupt & Cia. em São Paulo é situado à Rua da Boa Vista, 4, nos altos do Bairro Alemão, e o da matriz no Rio de Janeiro, à Rua da Alfândega, 60.

F. Upton & Cia. - Esta firma faz grande movimento comercial, importando maquinismos agrícolas e industriais de toda a espécie. Os seus depósitos acham-se n Largo de São Bento, 12, onde há sempre considerável estoque, com as máquinas de maior importância tão bem montadas que parecem estar em atividade.

Das grandes casas, de que os srs. Upton & Cia. são únicos agentes, podem ser mencionadas as seguintes: a Challanoaga Plow Company, de Tennessee, Estados Unidos da América, e a Engelberg Huller Co., de Syracusa, New York, fabricantes de máquinas para beneficiar café e arroz. A firma tem grandes depósitos à Rua Domingos Paiva, 48 e 50, à beira da Estrada de Ferro de São Paulo, no Braz. No Rio de Janeiro tem uma filial à Avenida Central, 18, e agências nos principais estados do Brasil.

A casa foi fundada em 1879 pelo sr. F. Upton, com o nome de Companhia Importadora Upton, mas desde 1903 gira sob a firma F. Upton & Cia., da qual são sócios os srs. Frederick Archer Upton e Egmont H. Krischke. O sr. Upton, que vive em São Paulo há 32 anos, passa grande parte do seu tempo na direção de uma grande fazenda que possui em Pirituba, à margem da São Paulo Railway. O sr. Krischke, que é sobrinho do sr. Upton, entrou, após longa prática de negócios comerciais e bancários, para a sociedade, em 1902.

Clique na imagem para ampliá-la
Krug & Cia.: 1) O edifício; 2) Desembarcando uma locomotiva Wolf
Foto-montagem publicada com o texto, página 704

Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Krug & Cia. - Fundada em 1904 pelo engenheiro sr. Francisco Krug, esta firma explorou, nos primeiros anos, principalmente, o seu estabelecimento industrial Serraria São Carlos, situada em terrenos dos srs. Prado, Chaves & Cia., entre as linhas Sorocabana e Ingleza, com um desenvolvido comércio de madeiras nacionais e estrangeiras, onde a produção de material manipulado se eleva a cerca de 9.000 metros cúbicos anualmente.

Em 1907, a fábrica de locomóveis e caldeiras de R. Wolf, de Madgeburg, Alemanha, nomeou a firma sua representante geral para o Estado de São Paulo; igual incumbência ela recebeu de E. Kiessling e Cia., Leipzig, fábrica de máquinas em geral para trabalhos em madeiras, e de Walter Spencer & Co., Sheffield, fabricantes de ferramentas, e outros artigos de aço. No começo do ano, a firma, tendo vendido aos srs. Allen & Cia. a serraria, transferiu a sua sede para o centro da Capital, abrindo um escritório técnico no Largo São Bento, 6-A. Entraram então para esta seção da firma, como sócios solidários, os engenheiros srs. Edmundo Krug e Oscar Krug.

A firma trata, na seção comercial, de importações, exportações, comissões e consignações, para o que possui depósitos de máquinas de toda a espécie, transmissões lubrificantes etc. A seção técnica ocupa-se da elaboração e execução de projetos de construções em geral, medições e levantamentos topográficos, construções de pontes, estradas de ferro e instalações de fábricas em geral.

A firma acaba de instalar na capital paulista dois grandes locomóveis Wolf, na fábrica da Companhia Nacional Tecidos de Juta, com a força total de 1.400 cavalos efetivos; e está atualmente montando, com pessoal próprio, os locomóveis Wolf para as grandes usinas da Companhia de Eletricidade em Corumbá, Estado do Mato Grosso, e igualmente a força motora Wolf para instalação de luz e força em Paraíba do Norte.

Casa Fuchs - Poucas casas há em São Paulo tão conhecidas no comércio de couros e selins como a Casa Fuchs, cujos proprietários são os srs. Jorge Fuchs & Cia. Este estabelecimento, um dos mais antigos da cidade, foi fundado em 1855 pelo finado sr. Guilherme Fuchs. Retirou-se este em 1892 e três anos depois faleceu na Alemanha. O seu filho, Jorge, assumiu a direção do negócio em 1892, levando-o avante sob sua única responsabilidade como seu pai o fizera, até 1907, quando admitiu como sócio o sr. Otto Koch. Desde então, a firma tem sido Jorge Fuchs & Cia.

A firma ocupa um edifício de dois andares, à Rua de São Bento, 83-A, o qual se estende até a Rua Líbero Badaró, 104 a 104-A. A entrada principal está na Rua São Bento, onde há três grandes vitrines, ocupando 12 metros de frente. A firma, como já se disse, negocia em couros e importa em vasta escala toda a espécie de arreios, selas, artigos de viagem, artigos atléticos, mobílias de junco, brinquedos, capas de borracha, artigos de fantasia etc. etc.

A casa é especializada em artigos de viagem, tendo sempre grande sortimento. Importando produtos similares da Alemanha, Inglaterra, França, Áustria e Estados Unidos da América, a casa faz timbre de bem representar esses países com exibição de seus artigos nos armazéns. Tem uma seção de manufatura na qual emprega 15 práticos e que, além de produtos de couro, fabrica lona para coberturas e encerados par vagões, café etc. O pessoal do armazém ascende a 40 homens, além de viajantes por toda a República, pois o comércio da casa se estende muito além dos limites do Estado.

O sócio mais velho é o sr. Jorge Fuchs, natural de São Paulo e educado na Alemanha. Antes de voltar a São Paulo, em 1884, adquiriu alguma prática na casa alemã dos srs. H. L. Muhle & Cia. Ao voltar, uniu-se à firma Lacerda, Camargo & Cia.; e quando esta foi absorvida pela Companhia Mecânica e Exportadora, foi nomeado gerente da mesma, posição que manteve até 1892, quando, com a retirada de seu pai, iniciou a sua vida comercial por conta própria. Tem o diploma de Comerciante Matriculado.

O sr. Otto Koch é natural de Hamburgo e veio para São Paulo em 1889; depois de trabalhar em outra casa, entrou como empregado para a Casa Fuchs em 1894, e dez anos depois obteve interesse no negócio.

Clique na imagem para ampliá-la
Instalações de Jorge Fuchs & Cia
Foto-montagem publicada com o texto, página 704

Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Ferreira Junior & Saraiva -  A casa comercial que gira sob a razão social de Ferreira Junior & Saraiva é uma das mais antigas e conceituadas da cidade de São Paulo, onde tem escritório central à Rua da Quitanda, 16. Fundada há 34 anos, teve por chefe, pouco depois do seu início, o capitalista Antonio Ferreira Junior, que já há bastantes anos se retirou da atividade comercial.

Compõem a firma atual os sócios srs. Thomaz Alberto Alves Saraiva e José M. Alves Ferreira Junior. O seu comércio é o de importações, principalmente de sal. Mas os srs. Ferreira Junior & Saraiva são também comissários de café e de negócios em grande escala, de açúcar e outros gêneros, chamados de estiva. Possuem fazendas de café com meio milhão de cafeeiros.

Fazem exportação de café, efetuando, porém, o principal das vendas deste artigo na praça de Santos, onde têm escritório à Praça da República, 31. O movimento anual neste ramo anda entre 50.000 e 100.000 sacas. Por vapores da Companhia Comercio e Navegação, de que são agentes, recebem pelo porto de Santos, anualmente, cerca de 40.000.000 de quilos de sal, que são vendidos pelo interior do Estado.

Possuem vastos armazéns à Alameda Barão do Rio Branco, 85, servidos por cerca de 400 metros de desvios da linha férrea São Paulo Railway Co., e os quais, com as suas dependências, ocupam 10.600 metros quadrados.

O sócio sr. Thomaz Alberto Alves Saraiva, que é de origem portuguesa e brasileiro pelas leis da República, e reside em São Paulo há mais de 30 anos, é também superintendente da Sociedade Mútua de Pecúlio e Garantia do Capital Tranqüilidade, e pertence ao conselho consultivo da Banque Française et Italienne pour l'Amerique du Sud, no Rio de Janeiro. O sócio sr. José M. Alves Ferreira Junior, igualmente de origem portuguesa, também reside no Brasil há cerca de 30 anos.

Clique na imagem para ampliá-la
Escritório e depósitos de Ferreira Junior & Saraiva
Foto-montagem publicada com o texto, página 705

Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Companhia dos Fazendeiros de São Paulo - A Companhia dos Fazendeiros de São Paulo figura entre as maiores e mais importantes empresas do seu gênero, no Brasil. O capital autorizado é de Rs. 3.000:000$000, garantido e fiscalizado pelo Governo do Estado de São Paulo.

O negócio mais importante desta grande companhia está realmente dividido em seis seções, que são as seguintes: comércio de gêneros do consumo, por atacado e a varejo; exportação, importação, imigração e colonização. Cada um destes departamentos é, por si só, uma movimentada e grande empresa.

Os diretores da companhia, todos bem conhecidos no comércio brasileiro e em posições eminentes no Estado de São Paulo, são os srs. J. B. de Oliveira Penteado, Alfredo Freire, A. B. de Paiva Azevedo e Alfredo A. Cardoso Bastos, caixa da companhia. Além destes, há ainda, ligados à companhia, os srs. Dario Carneiro Rodrigues de Moraes, Pedro Antonio Sant'Angelo e Leopoldino M. Meira de Andrade, que fazem parte do Conselho Fiscal.

Os escritórios e caixa da Companhia dos Fazendeiros de São Paulo ficam em São Paulo, à Rua de São Bento, e o escritório de embarques e armazém para as importações, em Santos, à Rua 24 de Maio. A companhia faz um largo negócio de exportação do café e é proprietária de algumas das melhores fazendas do Estado.

Na sua seção de colonização, obtém empregos para grande número de imigrantes, que semanalmente chegam da Europa e a quem a companhia desde a sua chegada guia, achando para eles acomodações em alguma das suas numerosas fazendas ou sob seções ou por meio do seu escritório central.

Seria tarefa difícil descrever detalhadamente o enorme negócio que faz a companhia. Da sua vasta organização de departamentos se depreende o seu extraordinário movimento. Deve-se notar que não só para os acionistas representa a empresa um grande êxito, mas satisfaz também as aspirações do público, em geral, do Estado. Poucas instituições nacionais terão atingido tão alta e dominadora posição como a Companhia dos Fazendeiros de São Paulo.

Rôtisserie Sportsman - Com a inauguração do novo hotel da muito conceituada Rôtisserie Sportsman em outubro de 1911, ficou dotada de mais um estabelecimento digno dela a cidade de São Paulo.

É no coração da privilegiada metrópole de São Paulo que se levanta, vitorioso, o magnífico prédio de quatro andares, onde funciona o hotel e restaurante Rôtisserie Sportsman, sob a imediata e competente direção de seu proprietário, sr. Daniel Souquières. Dá este estabelecimento para três das mais importantes ruas da cidade, as ruas de São Bento, Direita e da Quitanda, centros principais do comércio varejista e atacadista, na zona de maior trânsito e de mais fácil acesso, pois todo o sistema de viação urbana (tramways, carros, automóveis etc.) gira às próprias portas do hotel.

Arquitetura sólida e elegante, interna e externamente, sol e ar profusamente distribuídos até no menor recinto, condições sanitárias observadas nos mais ínfimos detalhes, tais algumas das feições que caracterizam a Rôtisserie Sportsman, tornando-a indiscutivelmente um dos primeiros hotéis, não só da cidade de São Paulo como de todo o Brasil.

Quanto à disposição interna, não podia ser mais bem adequada ao fim a que o sr. Souquières a destinara: um hotel e restaurante modelo, onde o luxo e o conforto rivalizassem com o bom gosto e a simplicidade higiênica. A Rôtisserie Sportsman dispõe de 100 quartos espaçosos e bem ventilados, com mobiliário novo e moderno, luz e campainha elétricas etc. São em número de 18 as salas de banhos e chuveiros, montados com material inteiramente sanitário, assim, como o empregado nos vários W.C.

Na parte térrea, funciona um bar, sistema americano, e um restaurante com capacidade para 200 pessoas; e no primeiro andar acha-se um magnífico salão para banquetes, assim como uma série de gabinetes reservados, sala de visitas e salão de leitura, tudo luxuosamente instalado e profusamente iluminado a eletricidade. O serviço de condução é feito por dois elevadores elétricos e o pessoal empregado nas diversas dependências da Rôtisserie consta de 65 indivíduos de ambos os sexos.

Devemos acrescentar que a administração desse estabelecimento modelo é objeto de constante vigilância e meticuloso estudo por parte do mesmo sr. Souquières, secundado eficazmente por pessoal hábil e competente. A tão famosa cozinha da Rôtisserie Sportsman está a cargo de chefe francês de raro valor, e o restaurante, sala de banquetes e gabinetes reservados, sob a direção de um maitre d'hotel competentíssimo para esse fim. O proprietário da Rôtisserie, sr. Daniel Souquières, é um profundo conhecedor do ramo, educado na boa escola francesa.

Clique na imagem para ampliá-la
Grand Hotel de La Rotisserie Sportsman
Foto-montagem publicada com o texto, página 706

Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Campos Mesquita & Cia. - Apesar de ter sido fundada há cinco anos apenas, esta firma goza de várias relações no Estado de São Paulo. O sócio solidário é o sr. Jorge de Almeida Campos Mesquita, sendo o dr. Luiz de Campos Mesquita comanditário. Como comissários de café, os seus negócios consistem em vender aquele artigo por conta de outrem e sob comissão.

Os srs. Campos Mesquita & Cia. dispõem anualmente de cerca de 50.000 sacos de 60 quilos cada um. Em Santos, são seus agentes a Brazilian Warrant Company e o sr. Luiz Suplicy. Além disso, os sócios da firma são proprietários de duas fazendas de café. A primeira está situada a 6 quilômetros de Jaú, servida pela Estrada de Ferro Paulista. A sua área é de 375 hectares e tem 190.000 pés de café que produzem 6.000 sacos de 60 quilos cada um, por ano. A fazenda está provida dos melhores maquinismos modernos.

A segunda fazenda acha-se a 2½ horas de distância de São Paulo, em Itupeva, à margem da Estrada de Ferro Sorocabana. A sua área é de 750 hectares, com 220.000 pés de café. Nesta, também foram instalados maquinismos modernos.

O sr. Jorge de Almeida Campos Mesquita nasceu em São Paulo e fez a sua educação na Suíça e na Inglaterra. Ao voltar para a cidade natal, em 1893, uniu-se à firma Godofredo, Fonseca & Cia., exportadores de café, e em 1907, quando foi aquela firma liquidada, estabeleceu o negócio atual. Foi, em tempo, grande amador de futebol e por três anos diretor do Palmeira Football Club. Seu irmão, dr. Luiz de Campos Mesquita, formou-se em Direito em 1898, e exerceu por algum tempo a advocacia.

Companhia Puglisi - A Companhia Puglisi, que tem sua sede em São Paulo e sucursais no Rio e em Santos, opera em diversos ramos de negócio. Importa vinhos, espíritos, azeites etc. e recebe uma grande quantidade de mercadorias a consignação. Encarrega-se também da exportação de café e outros produtos brasileiros, por conta dos seus clientes, para o que mantém depósitos em Barra Funda, São Paulo, que se estendem por 10.000 metros quadrados.

Possui a companhia um engenho de arroz que dispõe de capacidade para produzir diariamente 500 sacas de arroz, de 60 quilos cada uma. E finalmente, trata das numerosas vendas em diversas companhias. O capital autorizado da companhia é de 4.000:000$000, dos quais 3.000:000$000 realizados; e um dividendo de 10% foi pago em 1910. Estabeleceu-se esta empresa em 1887, primeiro sob a razão de José Puglisi Carbone, depois sob a de Fratelli Puglisi Carbone, até 1907, quando foi convertida em companhia. Os diretores atuais são os srs. José Puglisi Carbone e Nicola Puglisi Carbone.

O sr. José Puglisi Carbone nasceu em Itália, onde foi educado. Terminado o seu serviço militar, em 1887, veio para São Paulo, principiando ali como importador, em pequena escala, de vinhos italianos etc. Fundou sucessivamente diversas companhias e tornou-se, com os seus irmãos, proprietário do Banco Comercial Italiano, que é hoje conhecido por Banco Francês-Italiano para a América do Sul. O sr. José Puglisi Carbone é membro das diretorias em Paris e São Paulo.

Dentre as outras companhias fundadas por ele, destaca-se a Moinho Santista, de que atualmente é presidente. Em 1903 foi condecorado pelo rei da Itália, com o grau de Cavalliere Della Corona d'Italia, e cinco anos mais tarde com a de Cavalliere Commendatore.

Casa Rodovalho - A Casa Rodovalho, fundada em 1898, pelos sócios atuais, dr. Antonio Pivost de Rodovalho Junior e dr. Oscar Horta, é proprietária duma grande empresa de carruagens e automóveis e única concessionária para funerais na cidade de São Paulo.

A firma tem carruagens e automóveis especiais para casamentos, batizados etc. Importa coroas para finados, de que tem seção especial, onde se encontra grande sortimento de coroas de biscuit, bronze, celulóide, alumínio, miçanga e pano; assim como fazendas, passamanaria e ferragens para armadores e empresa fúnebres. As cocheiras, situadas à Rua da Moóca, 82, ocupam 15.000 metros quadrados; e a da Rua Amaral Gurgel, 8.000 metros quadrados.

A fábrica de carros, situada à Rua da Moóca, 84, está montada com todos os aperfeiçoamentos modernos e o maquinismo é todo movido a vapor. A firma emprega mais de 205 pessoas entre operários e empregados. Os seus escritórios ficam à Travessa da Sé, 14 e 14-A, esquina da Rua Onze de Agosto, 1 e 3.

O coronel Antonio P. Rodovalho, pai do atual chefe da firma, nasceu na capital paulista, a 27 de janeiro de 1838. Aos doze anos, abraçou a carreira comercial e estabeleceu-se com casa própria, em 1863, em São Paulo. Em 1875, foi nomeado gerente-tesoureiro da Caixa filial do Banco do Brasil, cargo que exerceu durante 12 anos; passou depois para a presidência do Banco Comercial, do qual foi um dos fundadores. Foi diretor da Companhia da Estrada de Ferro Ituana e da São Paulo e Rio de Janeiro.

Instalador da Associação Agrícola de São Paulo, tomou parte ativa, em 1855, na realização da primeira Exposição Industrial Paulista. Cooperou eficazmente para a organização da Companhia de Gás de São Paulo, da Companhia Cantareira, da Fábrica de Tecidos Anhaia & Cia., da Serraria Sydow, da Fazenda das Caieiras, considerada um dos maiores e mais arrojados esforços da iniciativa paulista; das atuais fábricas de cimento e louça no km 83 da Sorocabana (estação Rodovalho), e da grande serraria e fábrica de cerâmica na Fazenda Santa Etelvina, no Lajeado.

O coronel Rodovalho viajou durante três anos, visitando importantes estabelecimentos industriais na Europa, que ficou conhecendo quase toda, assim como o Egito e Argélia. Voltando para São Paulo, solicitaram-se as suas aptidões para a direção das companhias Italo-Paulista, Drogas do Estado e Lupton; e foi escolhido para presidente da Associação Comercial; a ele se deve a idéia de pedir por empréstimo hipotecário ao Governo a quantia de Rs. 1.000:000$000 para a compra de um edifício destinado à Bolsa de São Paulo.

Desde 1857 faz parte da Guarda Nacional e prestou serviços excepcionais em 1868, por ocasião da guerra com o Paraguai, que lhe valeram sucessivas promoções até o posto que hoje conserva. A sua generosidade e sentimentos pios estão atestados por muitos benefícios prestados à Santa Casa d Misericórdia, de que foi tesoureiro, e a diversas Irmandades.

O dr. Antonio P. Rodovalho Junior, seu filho, nasceu em 1865 e matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo em 1885. Em 1886, entrou como professor na Escola Neutralidade, dirigida então pelo ilustre educador dr. João Kopke. Em 1887, fundou a Escola do Povo, instituição utilíssima ainda hoje existente, sob a direção do sr. A. P. de Mello Junior; fundou ainda, em 1889, o Externato Popular. Nesse mesmo ano iniciou a sua carreira profissional e comercial, abrindo escritório de advocacia e agência mercantil, à Rua Direita; logo depois, assumiu a direção da Companhia Paulista de Transportes.

Em 1890, recebeu o sr. Rodovalho Junior o grau de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, na Faculdade e São Paulo. A esse tempo era já um dos primeiros corretores da praça. Aí cooperou ele para a fundação de várias empresas industriais, muitas das quais ainda hoje existem. Em 1890, fundou a importante Casa Rodovalho. Adquiriu, em 1894, a Companhia Locomotora Paulista, cujo acervo incorporou à sua casa comercial.

Como político militante, os serviços prestados ao governo valeram-lhe a patente de tenente-coronel da Guarda Nacional. O seu sócio, dr. Oscar Horta, nasceu em Minas Gerais, em 1865. Formou-se em Direito, em São Paulo, em 1891, e exerceu a advocacia durante algum tempo, até que iniciou a sua carreira comercial. Tem interesses em diversas indústrias e grupos financeiros.

Clique na imagem para ampliá-la
Fábrica de Carros, Casa Rodovalho
Foto-montagem publicada com o texto, página 707

Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

M. Fontoura & Cia. - Em 1899 estabeleceu-se, no Rio de Janeiro, a firma Hampshire & Cia., que, alguns anos depois, abriu em São Paulo, sob a gerência do sócio sr. Manoel Antonio Fontoura, uma filial que durou até outubro de 1908, data em que aquele senhor se retirou da dita firma com plena quitação e adquiriu por compra esta filial, fazendo-a girar sob a razão de M. Fontoura & Cia., da qual faz parte um sócio comanditário.

Em março de 1911, devido à expansão de seus negócios por todos os estados do Brasil, resolveu esta firma comprar, por escritura pública, as fábricas de Sant'Anna do Maruí, em Niterói, e em junho do mesmo ano adquiriu também o estoque da firma Hampshire & Cia., no Rio de Janeiro, para facilidade de suas transações nos estados do Norte e Sul. Dedica-se à importação de todo o gênero de máquinas e utensílios, com especialidade no ramo têxtil, e já tem montado e fornecido bastantes instalações completas para fábricas de tecidos.

Atualmente, esta firma é o único agente de Wilson Brothers Bobbin Co. Ld., fabricantes de artigos de madeira para máquinas têxteis; John Mc-Neil & Co., fabricantes de máquinas para açúcar; Crossley Brothers Ld., fabricantes de motor a gás; da Rife Hydraulic Engine Manufacturing Co., fabricantes de aparelhos hidráulicos, e de muitas outras firmas européias e americanas.

A parte industrial (fábricas de Sant'Anna) compreende a fabricação de sulfureto de carbono e também de parafusos, arrebites, porcas de ferro etc. Estão aquelas fábricas montadas com os maquinismos mais modernos e aperfeiçoados e situadas num terreno de propriedade da firma, que tem cerca de 152.000 metros quadrados com frente para o mar, de 380 metros de comprimento, com um cais onde poderão atracar navios de 20 pés de calado. Apenas uma oitava parte deste terreno está ocupada pela sua indústria; o restante é de um valor incalculável para lá se construírem depósitos ou estabelecimentos industriais.

Olavo E. de Souza Aranha Junior - O dr. Olavo E. de Souza Aranha Junior fundou, em 1907, uma casa de importação e escritório técnico e comercial à Rua Álvares Penteado, 9. Esta firma é a única agente da Export & Import Trading Company de Antuérpia; da Société Anonyme Nord de Liège (material para estradas de ferro e pontes); dos Ateliers de Construction Nord de France; Nicaise & Deleure, de Bruxelas; de Ver. Ravene che Stabeisen und Traeger Handlungen A. G., de Berlin (ferragens); de Carl Schmidt, Hamburgo, exportadores; de E. Lambert, Rio de Janeiro, máquinas de impressão e papéis, e ainda de diversas outras empresas.

Encarrega-se o dr. Olavo E. de Souza Aranha Junior de empreitadas gerais de estradas de ferro, assim como do fornecimento de todo o material; instalação de qualquer serviço elétrico, instalações industriais para fábricas de qualquer gênero; construção, planta e orçamento para pontes e viadutos, de serviço de abastecimento de água, construção de casas comerciais, moradias, armazéns, casas operárias etc.; construções em cimento armado, instalações telegráficas e telefônicas (importando aparelhos para esse fim da Suécia e da Alemanha), assentamento e exploração de redes sanitárias para qualquer cidade.

É filho do ex-secretário das Finanças do Estado de São Paulo e nasceu na capital do Estado em 1887. Fez parte dos seus estudos em Hamburgo, Alemanha, onde se demorou cinco anos, vindo depois para São Paulo, para os completar na Escola Politécnica, de onde saiu com os diplomas de engenheiro civil e de arquiteto em 1910. Por esta época, de sociedade com os drs. Horacio de A. Rodrigues e Rodrigo Claudio da Silva, executou parte da linha da Estrada de Ferro Noroeste e, por conta do Governo do Estado, 8 quilômetros da linha da Estrada Funilense. Atualmente, está concluindo as obras do canal de Tamanduateí, feitas em cimento armado, e efetuando a construção de diversos prédios.

José Constante & Cia. - Os srs. José Constante & Cia. figuram entre os maiores importadores no Brasil de vinhos, conservas e artigos de consumo em geral. São os únicos agentes, no Brasil, das conhecidas casas Brandão, Gomes & Cia. (Espinho), Adriano Ramos Pinto e Irmão (Porto), José Pereira da Costa Junior e Irmão (Porto), Ch. Johnsen (Cristiânia), Manoel Costa & Cia. (Lisboa), O. Herold & Cia. (Lisboa) e L. Murciano & Hijo (Málaga). A firma está também em relações comerciais com diversos estados do país, com os quais negocia em algodão, cereais etc.

A casa matriz acha-se no Rio de Janeiro, à Rua do Rosário, 149; as filiais à Rua 15 de Novembro, 34, em São Paulo; Rua das Flores, 39, Porto Alegre; Rua Madre de Deus, em Pernambuco. Em Curitiba tem a firma agentes habilitados, bem como em todas as outras principais cidades do Brasil.

A casa foi fundada em 1896 sob a razão social de José Constante. Mais tarde, tornaram-se sócios os srs. José e Augusto Constante, Manoel Rodrigues Pereira e José Martins Borges. Em 1906, houve dissolução da firma e a razão social hoje usada foi formada pelos dois atuais sócios, srs. José Constante e José Martins Borges.

O sr. José Constante, que se acha à testa da casa matriz no Rio, é português de nascimento e veio para o Brasil na idade de 13 anos. Desde então para cá, isto é, há 35 anos, dedicou-se ao comércio. Adquiriu grande prática como empregado em casas importantes, até que se estabeleceu. É proprietário de diversos prédios e terrenos.

O sr. José Martins Borges é também português de nascimento e está no Brasil há 20 anos. Antes de fazer parte da firma José Constante & Cia., negociava em comestíveis e em 1897 liquidou esse negócio, para se tornar sócio da firma atual. É o sr. J. Martins Borges que dirige a filial de São Paulo.

Schill & Cia. - A casa comercial desta importante firma de ferragens é conhecida pela denominação de Casa Erico, porque, no ano de sua fundação, em 1898, a firma se chamava Erico Mills & Cia. Em 1902, foi a razão social alterada para Erico & Cia. e em 1907 substituía esta por Schill & Cia.

A companhia é registrada em Manchester sob o nome de Schill Seebohm & Co. Ltd., com sede social nessa cidade e filiais no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo, sendo esta última a matriz no Brasil. A companhia possuía igualmente filiais em Buenos Aires e Valparaiso e tem agentes em Pernambuco, Bahia, Amazonas e outros estados da República. Os diretores da firma são os srs. C. H. Schill, presidente; Paul H. Schill, William Melland e Samuel Rigby Armitage.

Os negócios não se limitam exclusivamente a ferragens; grandes quantidades de máquinas agrícolas de toda a espécie são importadas, assim como ouras, para a indústria, materiais para construção e estradas de ferro, e ainda óleos e outros artigos.

Entre as principais casas das quais os srs. Schill & Cia. importam suas mercadorias e são únicos agentes contam-se: Galena-Signal Oil Companyh Franklin P.A., USA; Rockford Drilling Machine Company, Rockford, III. J. Sagar & Co. Ld., Halifax, Inglaterra (máquinas para serraria); R. Hornsby & Sons, Ld., Grantham (máquinas a gás); Ransome, Sims & Jefferies, Ltd., Ipswich, Inglaterra (máquinas a gás etc.); E. R. & F. Turner Ltd. (moinhos de arroz etc.) e The Associated Portland Cement Manufacturers (1900), Ltd., Londres (cimento). Nos seus prédios da Rua São Bento, 8, 8-A e 8-B, têm os srs. Schill & Cia., em exposição, uma boa coleção dos principais artigos importados.

A casa emprega 25 pessoas, não incluindo 4 competentes engenheiros, a quem são confiados contratos importantes. Entre as empresas que foram fornecidas de maquinismo pela firma, há os srs. Bergman, Kowarick & Cia. de São Bernardo; Companhia Fiação e Tecidos São Bento, de Jundiaí; Companhia Fiação e Tecidos Santa Maria, de Sorocaba; Companhia Nacional de Estamparia, de Sorocaba; Companhia Paulista de Tecidos de Malha, São Paulo; e Quesiti Piagentini Piatti & Cia., de Espírito Santo do Pinhal. Os srs. Schill & Cia. têm igualmente depósitos em Santos e no Braz. Os gerentes da companhia em São Paulo são os srs. Louis Demel e Octavio Rodrigues.

L. Perroni & Cia. - A firma L. Perroni & Cia., que atualmente gira nesta praça de São Paulo, é sucessora das firmas Sola & Perroni e R. Olita & Cia., estabelecidas em 1884, aquela na cidade de Jaú e esta em São Paulo. Em 1902, juntaram-se estas duas firmas, formando a atual, e ficou a casa de Jaú como filial desta. Os sócios atuais são os srs. Luiz, Francisco e José Perroni, de nacionalidade italiana, assim como o sócio comanditário, sr. Raphael Sola.

A casa importa, em grande escala, vinhos, ferragens e artigos alimentícios, os quais provêm da Inglaterra, Alemanha, França, Bélgica, Portugal, Itália, China e também de Burma, Buenos Aires e Montevidéu. Destas duas últimas procedências, importa farinha de trigo. Os srs. L. Perroni & Cia. são os únicos concessionários no Brasil do conhecidíssimo fernet, do dr. Fernet, fabricado pela Original Fernet Company, de Milão, e também os únicos agentes dos produtos de Fratelli di Riccardo, de Turim, que são: vermute, vinho quinado e Marsala. O escritório dos srs. L. Perroni & Cia. fica à Rua Boa Vista, 31-A, e o armazém e depósito à Rua Monsenhor Andrade, 112 (Pari). A filial de Jaú é situada à Rua Lourenço Prado, 74.

Carraresi & Cia. - Estabelecida esta casa em 1901, sob a razão social de Hugo Carraresi, passou, em 1905, a pertencer à firma Carraresi & Cia., com a união dos sócios solidários Hugo Carraresi e Bruno Belli e os sócios comanditários Lorenzo Sarte e Domenico Citti. A casa matriz acha-se em São Paulo, à Rua da Boa Vista, 15, e as filiais em Santos, Praça da República, 13, e no Rio de Janeiro, Rua de São José, 16.

Os srs. Carraresi & Cia. são despachantes importantes em Santos e Rio e ao mesmo tempo consignatários de navios a vela e vapores, e representantes da Companhia de Navegação Marinha Mercante Argentina e diversas companhias de seguros. Representam diversas casas e companhias européias e norte-americanas, fábricas de material para estradas de ferro e construções, ferro e metais diversos e estaleiros navais. A filial de Santos ocupa 30 empregados, a matriz em São Paulo 22, e a filial do Rio, que existe há pouco tempo, 7.

O sr. Hugo Carraresi, fundador da casa, nasceu na Itália, em Florença, e veio para o Brasil em 1896, principiando então modestamente os seus negócios. Em 1901, desenvolveu esses negócios, sempre bem sucedido, e fundou a casa atual, da qual faz parte o sr. Bruno Belli. Este sr. é também de origem italiana; nasceu em Veneza, veio para o Brasil, com seus pais, ainda muito moço, e ficou em São Paulo, onde foi educado. Em 1905, entrou como sócio para a firma Carraresi & Cia. Dirige a casa matriz de São Paulo. Os comanditários, igualmente italianos, são financeiros muito conhecidos no país.

Casa Alemã - Um dos aspectos salientes no progresso de São Paulo é o grande melhoramento que ultimamente se operou nas suas casas de negócios. Uma das mais modernas e sem dúvida mais suntuosas é a Casa Alemã, de propriedade dos srs. Wagner & Cia. O prédio, especialmente edificado para a firma, foi inaugurado em 1910, com todos os melhoramentos que possa exigir o ramo de fazendas, modas e costuras.

É um belo edifício de três andares, com um vão correndo do solo ao teto; a luz é provida por uma clarabóia. No andar térreo, espaçosas e bem decoradas vitrinas rivalizam com as melhores da Europa. Nesse andar, funcionam as seções de roupas feitas, oficina de costura, bordados e uma infinidade de artigos pertencentes ao ramo. As mercadorias estão artística e praticamente colocadas, para poderem ser examinadas pelo público; e há numerosas vidraças para perfumarias, objetos de toalete etc. Dois elevadores conduzem os fregueses à parte superior do prédio; há outro, para carga. O segundo andar é reservado à seção de móveis, artigos caseiros, brinquedos etc.; e o terceiro andar, ao depósito. Agregada à sua seção de móveis, tem a firma uma oficina de tapeçaria e marcenaria. Além do armazém principal, uma oficina é mantida, assim como um depósito, ambos nas proximidades da loja.

A firma emprega, entre homens e mulheres, umas 300 pessoas, o que demonstra a sua importância. os armazéns são situados à Rua Direita, 16, 18 e 20, e estendem os fundos até a Rua da Quitanda. Os srs. Wagner & Cia., além das suas casas de São Paulo, têm filiais em Santos, esta fundada há 10 anos; Campinas, estabelecida há 15 anos; Ribeirão Preto, estabelecida em 1910; e Jaú, aberta em 1911. Os negócios são exclusivamente a retalho e todas as mercadorias são importadas da Alemanha, França, Inglaterra, Áustria e América do Norte.

A fundação da firma data de 1881, quando o sr. Daniel Heydenreich iniciou um pequeno negócio de fazendas. Em 1886, seu irmão Adolf juntou-se à firma e mais tarde reuniram-se mais dois irmãos, Hermann e Frangott. Durante alguns anos negociou a casa com ótimos resultados e foi aos poucos aumentando as suas transações.

O sr. Frangott ficou em Hamburgo, como comprador da casa, de 1894 a 1899; e neste ano se retirou, como os outros irmãos, em favor dos proprietários atuais srs. Wagner & Cia.; aqueles continuam, porém, a ter interesses no negócio, como comanditários, e a seu cargo está a casa de compras, em Berlim. Os sócios solidários atuais são os srs. F. Wagner, Max Schadlich, Max Engelhardt e F. Ahlfeld, este último gerente da filial de Santos. À sua iniciativa e empreendimento deve a Casa Alemã a atual posição de que goza entre as casas de São Paulo.

Rieckmann & Cia. - Poucas casas importadoras no Estado de São Paulo fretam navios para trazer as suas mercadorias; exige-o, de vez em quando, o vulto dos negócios da firma Rieckmann & Cia., especialmente para carregamentos de sal, provenientes dos portos brasileiros de Mossoró e Macau. Neste gênero, faz a firma, juntamente com quatro outras casas, importantes transações.

Os srs. Rieckmann & Cia. são igualmente conhecidos como importadores de ferragens, porcelanas, louças de barro, tintas, óleos, pólvora, drogas, charutos etc. São os únicos agentes da fábrica de couros de Doerr & Reinhart, dos afamados charutos e fumos de Poock & Cia. Os seus escritórios e armazéns são situados à Rua São Bento, 85, com fundos para a Rua Líbero Badaró. Aí se empregam umas 24 pessoas, e nos depósitos da Rua Monsenhor de Andrade, 112, há um pessoal de 20 empregados. A firma negocia a varejo e por atacado e as suas mercadorias são vendidas pelo Estado de São Paulo e outros vizinhos, havendo para este fim diversos viajantes.

A firma, fundada em 1891, sob a razão de Richter Brenne & Cia., foi alterada em 1903 para Rodolfo Richter & Cia.; e em 1906, foi o nome atual adotado. Os sócios eram os srs. W. Rieckmann, Gustav Knoblauch e Eduardo Pülschen; em 1910, este último retirou-se da firma.

O sr. Rieckmann nasceu em Winsen (Alemanha) e veio para o Brasil há uns 28 anos. A princípio, foi empregado; e em 1892, estabeleceu-se por conta própria, na cidade de Campinas. Em 1906, formou a firma atual, continuando na sua casa de Campinas, como comanditário, e tendo como sócio solidário o sr. Paulo Staedter. Em 1910, porém, abandonou os seus interesses na firma.

O sr. Knoblauch nasceu em Frankfort s.Main e reside no Brasil desde 1887. Ao princípio, foi empregado em Porto Alegre; passados quatro anos, teve que voltar para a Alemanha, a fazer o seu serviço militar. Terminado este, visitou a Inglaterra e voltou para O Brasil, em 1893. Empregou-se em São Paulo até 1902; nesta data, entrou para a casa de Richter Brenne & Cia. e, poucos anos depois, conseguia ser um dos sócios da firma atual.

Schmidt, Trost & Cia. - No gênero de importação e exportação em geral, sustenta a firma Schmidt, Trost & Cia. importante negócio, e em linhas de navegação e companhias de seguros representa avultados interesses. Na sua seção de importação, a firma negocia em toda classe de ferragens, incluindo ferro bruto, aço, arame, metais, materiais para construção, ferramentas de toda a espécie, óleos, tintas, vernizes etc. Os escritórios são situados à Rua Álvares Penteado, 9-A, e os depósitos à Rua Domingos Paiva, 40 a 46.

A firma emprega umas 20 pessoas. A exportação consiste somente em café, algum do qual produzido numa fazenda de propriedade da firma, no Estado de São Paulo. Ocasionalmente opera também a firma transações bancárias por conta de casas estrangeiras. Tem a sua casa de compras em Hamburgo, na Hermann Strasse, 34, sob o nome de Herr Carl Schmidt, que é um dos sócios da firma. Os srs. Schmidt, Trost & Cia. são agentes da Rederiaktiebolaget Nordslijernan, Estocolmo (Johnson Line Steamers); Thyssen & Cia. Mulheim; Orenstein & Koppel (Arthur Koppel) A.G. Berlim; Germania Cement Works, Lehrte; Comp. de Seguros Manheim, Manheim; Hamburger Assekuranz Verein Hamburgo etc. etc.

Além da casa de São Paulo, mantém a firma uma filial em Santos. Como é sabido, a firma Schmidt, Trost & Cia. existe somente desde 1910; mas a primitiva razão de Schmidt & Trost data de 1890. Os sócios atuais são os srs. Carl Schmidt, Heinrich Trost e Wilhelm Richers; e todos eles tomam parte ativa nos negócios.

Alfredo Malevolti - O sr. Alfredo Malevolti é estabelecido em São Paulo, com escritório de representação de casas estrangeiras, à Rua José Bonifácio, 28. Nasceu em 1858, em Florença, Itália, onde fez os seus primeiros estudos. Foi para Paris com 23 anos de idade, e aí iniciou a carreira comercial, sendo-lhe de grande auxílio o conhecimento que tinha do inglês e do francês, além da sua língua materna. Veio para o Rio de Janeiro em 1884, como representante duma casa manufatora; em 1893, empregou-se na Santos Improvements Company, à qual prestou reais serviços; subiu ao posto de gerente e então estabeleceu a companhia em bases mais sólidas. Foi durante a administração do sr. Malevolti que se estabeleceu o suprimento de água à cidade de Santos.

O sr. Malevolti conservou-se na City Improvements durante 13 anos. Deixando-a em 1896, estabeleceu-se como agente, representante e importador, negócio no qual tem feito uma carreira coroada pelo melhor êxito. Representa em São Paulo mais de 40 das mais importantes casas européias e norte-americanas, fazendo também um movimento importante de importação por conta própria.

Entre as casas que representa o sr. Malevolti, contam-se: as casas alemãs de Augusto de Freitas, Soc. Lim. Hamburgo; Carl Joseph Hamburgo; A. Schweizer, Furth; Fischer & Co, Plauen; John J. Engel, Berlim; Jüling & Besser, Annaberg; Krantz & Neumann, Plauen; Wilhem Stern & Co., Furth; as casas austríacas: Alois Schweiger & Co., Viena; G. Josephy's Erben, Bielitz; Kramer & Lobl, Glabonz; a casa belga Charles Zunz Ltd., Bruxelas; as casas francesas A. & G. Cahen, Paris; F. Hoffmann La-Roche & Co., Paris; G. R. Kent, Calais; as casas inglesas Alldays & Onions; Pneumatique Engineering Co. Ltd., Londres; Cross Sons & Absolom Ltd., Londres; David Midgley & Sons, Manchester; Dussault Chovil  Co., Birmingham; Edward Johns & Co. Ltd., Rugeley; E. T. Daniels & Wise, Londres; Forth & Clyde e Sunnyside Iron Co. Ltd., Falkirk; H. Dalton, Skelmanthorpe; John Lethem & Sons, Edimburgo; Low & Bonar, Dundee; Thomas Adams Ltd., Nottingham; Tress & Co., Londres; W. E. Johnson & Co., Liverpool; W. & T. Avery Ltd., Birmingham; as casas suíças de Pfund & Vallois, St. Gall; E. W. Badenmann, St. Gall; Fehrlin & Co., St. Gall; e as casas norte-americanas de Chipman Ltd., New York; The Carter's Ink Co., Boston.

Guerra & Cia. - Esta firma é estabelecida com escritório de comissões de café à Rua José Bonifácio, 17, São Paulo. Os sócios são os srs. João Marques Guerra e Augusto Marques Guerra, ambos portugueses. A firma, que foi fundada em 1887, recebe e compra café, e faz também a importação de secos e molhados, que vende em larga escala, para o interior do Estado, por onde traz vários viajantes.

Em seu depósito têm os srs. Guerra & Cia. grande estoque de artigos do seu ramo de negócio, artigos esses de primeira qualidade, o que muito concorre para a excelente reputação de que goza na praça de São Paulo esta casa que, de ano para ano, estende o seu campo de operações.

Augusto Saraiva & Cia. - Esta firma comissária de café e cereais na praça de São Paulo e estabelecida à Rua Paula Souza, 71, foi criada pelo sr. Augusto Diamantino Saraiva em 1868. Funcionou, durante algum tempo, à Rua Direita; e depois, foi transferida para a Rua Álvares Penteado (antiga Rua do Comércio); era então o seu ramo de comércio a importação e venda, por atacado, de secos e molhados.

Por morte do fundador da casa, constituiu-se, sob a mesma firma, uma sociedade composta dos srs. José e Affonso Augusto Saraiva, solidários, e d. Adelaide Saraiva, comanditária, filhos aqueles e esta viúva do fundador. Durou esta sociedade até 1910, quando entrou para a casa, como sócio, o sr. José Leite Carrijo, que assumiu a gerência. Liquidou então a casa o seu negócio de secos e molhados e passou a trabalhar exclusivamente como comissária de café e cereais.

O sr. Carrijo nasceu no Estado do Rio de Janeiro, em 1868. Desde muito moço se entregou à carreira comercial. Começou como empregado de importante casa de comissões de café, no Rio de Janeiro; em 1890, veio para São Paulo e entrou, como guarda-livros, para a casa Porfírio Machado & Cia.; deixou esse lugar, para ser sócio interessado da casa Edward Wisard; e em 1900 estabeleceu-se, de sociedade com o sr. Luiz Antonio de Oliveira Cruz, sob a firma Leite & Cruz., depois Leite, Woog & Cia.

Atualmente, é o sr. Carrijo presidente do Centro do Comércio de Cereais de São Paulo, agremiação destinada a constituir, na capital paulista, uma Bolsa para o negócio de cereais, negócio esse de grande futuro, dadas as condições de fecundidade das terras do Estado. Os srs. José e Affonso Augusto Saraiva são proprietários na capital; e só se dedicaram ao comércio após a morte de seu pai, isto é, em 1902.

Prado, Villela & Cia. - Desta firma de comissários, com escritório à Rua do Rosário, 21, São Paulo, são sócios os srs. João Prado, Alexandre Villela e Torquato Caleiro. A firma foi organizada a 1º de janeiro de 1911, em sucessão a Caleiro Prado & Cia. Os srs. Prado, Villela & Cia. negociam principalmente em café, arroz, feijão e milho. Todos os sócios nasceram em São Paulo e aí foram educados. O sr. Villela é também importante fazendeiro de café, possuindo no município de Franca uma fazenda com 80.000 pés, que dão, termo médio, uma produção anual de 11.000 arrobas de café.

Perfecto Ares - O sr. Perfecto Ares, estabelecido em São Paulo, com casa de cereais por atacado e escritório de comissões e consignações à Rua de Santa Rosa, 98, é atualmente vice-presidente do Centro de Cereais. A casa foi fundada em 1905, à mesma rua, 62, e mudou-se em 1909 para o prédio que ocupa presentemente. A firma opera principalmente com café, que exporta em larga escala para a Europa. O sr. Ares nasceu na Galiza, Espanha, e está no Brasil há cerca de 20 anos. Foi um dos fundadores e o primeiro tesoureiro do Centro de Cereais, e tem feito parte da diretoria de várias associações beneficentes.

Fogaça, Rolim & Cia. - Esta conhecida casa de São Paulo foi fundada em 1890 e desde então tem aumentado continuamente o volume de suas transações, tornando-se, hoje, uma das mais importantes no seu ramo de negócio. Os srs. Fogaça, Rolim & Cia. recebem em consignação e também compram por conta própria, café, fumo, toucinho, arroz, feijão, milho, madeiras do país e outros artigos nacionais; e adiantam 80% em dinheiro, à vista dos conhecimentos de embarque e sob garantia de mercadorias.

O escritório central da firma fica à Rua de Santa Rosa, 27, sobrado; e os seus depósitos, à Rua Carlos Garcia, 27, e Rua Santa Rosa, 42. A firma tem agentes no Rio de Janeiro, Bahia, Santos e em diversas cidades do interior do Estado. Os sócios atualmente são os srs. Joaquim Fogaça de Almeida, Ruy Fogaça de Almeida Rolim e Antonio Fogaça de Almeida.

Octaviano Anacleto - O sr. Octaviano Anacleto, conhecido comissário de São Paulo, abriu o seu escritório à Rua Paula Souza, em 1909. O sr. Anacleto, ao principiar a sua vida comercial, em Campinas, negociava em larga escala em máquinas para a agricultura; hoje, porém, em São Paulo, opera principalmente em cereais e café, vendendo cerca de 50.000 sacas de café, anualmente, para diversos pontos do Estado. O sr. Anacleto nasceu e foi educado em São Paulo. É um dos fundadores do Centro de Cereais. Durante algum tempo, foi o sr. Octaviano Anacleto estabelecido com casa comercial em Santos.

Clique na imagem para ampliá-la
J. Faria & Cia.
Foto-montagem publicada com o texto, página 710

Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

J. Faria & Cia. - Os srs. J. Faria & Cia., estabelecidos à Rua Álvares Penteado, 42, em São Paulo, negociam em larga escala no seu ramo de comércio e indústria. Os seus principais artigos em matéria de comércio são: casimiras e fazendas, bem como aviamentos para alfaiates, os quais importam das diversas fábricas da Europa e Estados Unidos da América do Norte em larga e importante quantidade.

Em matéria de indústria, tem esta firma uma das mais importantes manufaturas da América do Sul em roupas para crianças e senhoras, cuja fábrica, movida a eletricidade, se acha instalada no 1º e 2º andares do prédio citado à Rua Álvares Penteado, 42, com um efetivo de homens e mulheres entre 200 e 300 pessoas.

A firma J. Faria & Cia. é constituída pelos sócios solidários srs. José Faria e dr. Francisco Jardim do Nascimento e do sócio comanditário sr. conde Asdrubal do Nascimento. Tem como interessados os srs. Manoel Ferreira de Souza, Valentim Guimarães, Jayme Franqueira e Luiz Rinaldi. Existe esta firma desde 1902, sendo seu fundador o sócio sr. José Faria, estabelecido em seus princípios à Rua Álvares Penteado, 6-A e 6-B. Tem como agentes no Rio de Janeiro os srs. Sequeira & Vieira, à Rua de São Bento, 119, e viajantes nas zonas Paulista, Sorocabana, Mogiana, Estado de Minas, Paraná etc. São ainda agentes dos automóveis Hispano-Suiza e Lampares Company Limited, Lâmpadas Elétricas "C", de Barcelona e Paris, e da U.S.A. Cigarette Machine Companyh Limited e de várias outras fábricas.

São os componentes da firma J. Faria & Cia. incorporadores de diversas companhias, especialmente de transportes por automóveis, tanto em São Paulo, como no Rio de Janeiro, Santos, Belo Horizonte, Curitiba, Campinas, Itapecerica etc., nas quais têm empregado cerca de 1.000 automóveis e em capital Rs. 2.000:000$000 em moeda corrente.

O sócio sr. José Faria é português e conta 32 anos de idade. Nasceu em Vila de Conde, Portugal, em 1880, e veio para o Brasil com 9 anos de idade. Dedicou-se ao comércio de fazendas etc., como empregado, até que se estabeleceu por conta própria. Dotado duma atividade rara e cumpridor de seus deveres, viu-se dentro de pequeno espaço de tempo proprietário de 5 estabelecimentos, dos quais auferiu resultados satisfatórios. Faz parte do Clube de Regatas Tietê e acha-se presentemente na Europa, especialmente para comprar maquinismos para o desenvolvimento das confecções, em virtude de tornar-se, dia a dia, maior o número de pedidos desta indústria.

O dr. Francisco Jardim do Nascimento, filho do conde Asdrubal do Nascimento, e nascido no Rio de Janeiro em 1885, formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1909 e entrou para a firma em 1911, em cuja direção toma parte ativa.

Ernesto de Castro & Cia. - Esta casa foi fundada em 1889 sob a razão social de Azevedo, Bueno & Cia., passou mais tarde à de E. P. Bueno & Cia., e em 1903 organizou-se a firma atual, composta dos srs. F. P. Ramos de Azevedo, conhecido engenheiro-arquiteto, como comanditário; Ernesto Dias de Castro, engenheiro civil, e Mario Dias de Castro, ambos como solidários.

A firma importa em grande escala todos os artigos para construção de edifícios, como ferragens, tintas, vigas de ferro, cerâmica, artigos sanitários, aparelhos para gás e eletricidade, tubos para água, óleos, cimento, madeiras, maquinismos para lavoura, indústrias, estradas de ferro etc. etc. Possui uma serraria, Serraria Central, a qual deve no ano corrente sofrer grande ampliação, e onde são manipulados mensalmente 800 a 1.000 metros cúbicos de madeiras de lei e pinho nacional, além do pinho de resina importado da América do Norte e pinho da Suécia, este em pequena escala.

O armazém e escritório ocupam o vasto prédio de quatro pavimentos à Rua Boa Vista, 26; e o depósito fica à Rua Visconde de Parnaíba, 220, com uma área de cerca de 30.000 metros quadrados e um desvio duplo da São Paulo Railway, de 185 metros. A distribuição de mercadorias aos clientes é feita por 15 carroças, tendo a firma feito encomenda de alguns caminhões automóveis Orion, para ampliar os transportes.

O arquiteto sr. Ramos de Azevedo, natural de São Paulo, diplomado em Gand, é lente e vice-diretor da Escola Politécnica e tem construído os principais edifícios da capital do Estado. Acaba de construir o Teatro Municipal e está construindo o Paço Municipal (Hôtel de Ville), a Penitenciária, o Palácio das Indústrias, a nova estação da Sorocabana Railway etc.

O engenheiro sr. Ernesto de Castro, nascido no Rio Grande do Sul, fez os seus estudos na Escola Politécnica de São Paulo e é professor de Matemáticas no Ginásio do Estado. O sócio sr. Mario Dias de Castro é do RIo Grande do Sul, onde fez parte da firma João Aydos & Cia., de Porto Alegre, e entrou para a firma em 909.

Mala Real Inglesa - O escritório da Mala Real Inglesa em São Paulo, estabelecido em 1906 e sito à Rua São Bento, 50, está ao cargo do sr. Charles W. Miller. Anteriormente esta empresa teve como agente durante diversos anos os srs. P. C. P. Lupton & Cia., fazendo então o sr. C. W. Miller parte desta firma. Quando, porém, a Mala Real abriu escritório por conta própria, ele foi nomeado representante da companhia.

Em fins de 1910, tendo a Mala Real adquirido a P. S. N. Co., o sr. C. W. Miller passou a ser igualmente agente desta. Com o fim de facilitar o embarque e desembarque de passageiros à chegada e saída de cada paquete, o sr. Miller segue nestas ocasiões para Santos.

Os paquetes da Mala Real Inglesa e da Pacific Steam Navigation Co. amanhecem geralmente em Santos e saem às 2 horas da tarde do mesmo dia; a maior parte dos passageiros de São Paulo seguem para Santos pelo trem das 8 a.m. tendo deste modo tempo mais que suficiente para dirigirem-se a bordo antes da partida do paquete.

As duas empresas mantêm um serviço semanal com vapores rápidos de grande tonelagem e de todo conforto. Os vapores atracam ao cais de Santos, o que oferece uma grande vantagem aos passageiros.

O sr. C. W. Miller, agente da Mala Real Inglesa e da P. S. N. Co. Ld., é vice-cônsul da Inglaterra; nasceu no Brasil e foi educado na Inglaterra. Voltando para a sua terra natal em 1894, entrou para a Companhia Lupton, que era então agente da Mala Real Inglesa. Quando a Mala Real abriu em 1906 escritório por conta própria, o sr. Miller foi nomeado seu representante. Durante a ausência dum ano do sr. Lupton, ele desempenhou o cargo de vice-cônsul da Inglaterra. Passado algum tempo, tendo este senhor desistido do vice-consulado, ele continuou a geri-lo até 1910, época em que foi nomeado vice-cônsul.

O sr. Miller foi um dos membros fundadores do primeiro clube de futebol de São Paulo e durante 5 anos, de 1902 a 1907, foi capitão de time. Sua sra., d. Antonietta Rudge Miller, é uma das pianistas de mais talento na América do Sul. Na idade de 7 anos já tocava perante o público com sucesso. A sra. A. Rudge Miller tem executado diversos concertos na Inglaterra, e a imprensa foi unânime em reconhecer o seu talento.

Tobias de Barros & Cia. - Esta firma de comissários de café, que foi organizada em 1903, opera tanto em São Paulo como em Santos, e é representada no Rio de Janeiro pelo sr. Euclydes Souto Fernandes Villaça. Negocia anualmente com cerca de 35.000 sacas de café, pretendendo muito breve iniciar por conta própria a exportação direta de café para a Argentina e Uruguai. O seu escritório funciona à Rua Senador Queiroz, 39, com 18 empregados.

Os sócios são os srs. João Tobias de Barros e Alvaro de Macedo. O primeiro é filho do falecido barão de Piracicaba. Teve, há 9 anos, uma fazenda de café, de que dispôs, para encetar a sua vida atual. O segundo foi educado em São Paulo e nos Estados Unidos da América e entrou para esta firma em 1911.

Casa Helvetia - A Casa Helvetia, sita à Rua Visconde do Rio Branco, 43, foi fundada em 1891 pelos srs. Achilles Isella, Oreste Isella e Louis Isella. Falecendo este último em 1900 e retirando-se o sr. Oreste em 1895, ficou sendo o sr. Achilles Isella o único proprietário da Casa.

A Helvetia importa materiais para construção, telhas francesas e nacionais, cimentos marca Germania e outras, gesso de Paris, cimento de presa rápida, telhas de vidro, ladrilhos de Marselha, azulejos. Tem duas fábricas de ladrilhos, cimento, mosaicos, ornamentos e decorações. Esta fábrica ocupa uma área de 3.000 metros quadrados, e dispõe de uma completa instalação de máquinas modernas e aperfeiçoadas para o fabrico de ladrilhos. Nela trabalham de 40 a 50 operários.

Os produtos são vendidos nos estados de São Paulo, Minas Gerais (Sul), Rio de Janeiro e Paraná. Os tetos do Teatro Municipal de São Paulo e dos principais monumentos do Governo foram executados pela casa Helvetia. Em vista do impulso tomado pelos seus negócios, acaba o proprietário de adquirir um terreno pegado aos seus escritórios à Rua Visconde do Rio Branco 50-A, para ali instalar um armazém. A fábrica está situada à Rua Dr. Pedro Vicente. O sr. Achilles Isella tem interesses em diversas outras empresas industriais, de cujas diretorias faz parte.

G. Villaça & Cia. - Esta firma, fundada no Rio de Janeiro, em 1901, abriu em São Paulo uma casa que, tempo depois, passava a ser a matriz. A firma, que é comissária de café, encarrega-se igualmente de exportações e consignações. Os sócios são os srs. Ganymedes Villaça, sócio-gerente, e Nestor Villaça, interessado.

A firma vende anualmente para cima de 100.000 sacos de café, a maior parte de qualidade inferior. Em 1911, porém, mais de 75% dos cafés vendidos foram de qualidade superior. Para os seus diversos serviços, dispõe a firma de 18 empregados.

O sr. Ganymedes Villaça nasceu no Estado do Rio, em 1871, e principiou a sua carreira comercial como guarda-livros, mister que exerceu até fundar a casa atual. É proprietário de diversas casas e terrenos em São Paulo, e no Rio é fundador e proprietário da Fábrica Borges Villaça & Cia., ultimamente incorporada em companhia com o capital de 500 contos.

L. Grumbach & Cia. - O mais alto grau de proficiência na arte da cerâmica se evidencia nos armazéns dos srs. L. Grumbach & Cia., à Rua de São Bento, 91. Figuram estes srs. entre os principais comerciantes de São Paulo nesse artigo; e de fato, muito poucos os igualarão na América do Sul, especialmente em cristais, vidros, bronze, metal, porcelana, utensílios domésticos e grande quantidade de artigos de ornamento. Contudo, a especialidade da firma é a porcelana, para cuja produção têm uma fábrica em Limoges, na França.

Os srs. L. Grumbach & Cia. não só produzem a fina porcelana branca, como também as variedades coloridas e artísticas deste delicado artigo, que vendem em grande escala pelos estados de São Paulo, Minas, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso e outros. Também importam mercadorias de outras partes da Europa e América do Norte. Os seus viajantes operam na maioria das cidades do Centro e Sul do Brasil. São agentes dos srs. Bacarat & Cristoffle e de outras casas bem conhecidas. Na variedade e extensão do seu sortimento, tem realmente a firma poucos competidores.

Cassio Muniz & Cia. - Esta firma, fundada em 1909 com um capital de 300:000$000 pelo sr. Cassio Muniz, como sócio-gerente, sr. Domingos Ferreira Gomes, financeiro, e o dr. Horacio Rodrigues, engenheiro e financeiro, como comanditários, negocia em grande escala em ferragens, materiais para construção e estradas de ferro etc. Dispõe mensalmente duma média de 5.000 barricas de cimento e os seus negócios montam todos os meses a cerca de 150 contos.

Os srs. Cassio Muniz & Cia. são os únicos agentes da bem conhecida marca de cimento Aalborg Portland Cement Fabrik A. G. de Dinamarca, da Radua Manufacturing Co. de Londres, e de diversas outras companhias. Os escritórios e armazéns da firma ficam à Rua de São Bento, 12, e empregam 16 pessoas. Além disso, há vastos depósitos na Rua Domingos Paiva.

Os banqueiros da firma são, em São Paulo, o Banco Francês e Italiano para a América do Sul, e em Londres o London Hanseatic Bank. O sócio-gerente sr. Casio Muniz nasceu em São Paulo, onde principiou a sua carreira comercial, em 1884, entrando para a Casa Nathan, onde permaneceu 16 anos. Aí adquiriu a sua experiência dos negócios, e em 1909 começou a negociar, com outros, por conta própria.

C. P. Vianna & Cia. - Esta casa importadora e comissária foi fundada em 1880 e girou sob a razão social de J. P. de Castro & Cia., até o ano de 1887 em que passou à atual firma. Tem esta como sócio solidário e gerente o sr. C. P. Vianna, e como sócio comanditário o sr. Léon Bergman.

Os seus armazéns e mostruários em São Paulo estão situados à Rua Álvares Penteado, 11, 13 e 15. Há também uma filial na cidade de Santos. A casa traz diversos empregados viajantes, pelo estado de São Paulo e estados vizinhos.

Entre os artigos de que são únicos agentes e depositários os srs. P. C. Vianna & Cia. citam-se: os tecidos da Fábrica de Fiação e Tecidos de Lã Bergman, Kowarick & Cia., de São Bernardo; vinhos do Porto marcas Adriano, São Jorge, Dom Manuel II, Cosmopolita e outros; águas minerais de Lambary e Cambuquira, torradores de café Souza Mello, arame farpado Elephante, carbureto de cálcio Bullier, enxadas marca Tatu, anil chinês etc. Importam também ferragens, artigos para construções, tintas, armas e munições, armarinhos, vinhos, licores e conservas Philippe & Canaud e outras.

O sr. C. P. Vianna nasceu na cidade de Santos, onde foi por muito tempo comissário de café, antes de entrar para esta casa. Atualmente é também sócio comanditário da firma Bergman, Kowarick & Cia., com fábrica de tecidos de lã em São Bernardo.

Charles Hü & Cia. - Entre as casas mais importantes do comércio de São Paulo, destaca-se a firma Charles Hü & Cia., importadora de vinhos, licores, conservas e gêneros alimentícios, que oferece à venda os produtos mais genuínos, devido a ser agente direta das mais afamadas marcas, tais como os vinhos de Bordeaux, Calvet; vinhos do Porto, Don; Kina Royal, Águas de Caxambu, Moscatel Royal, Cognac Delaunay, Mate David, Champagnes Pommery, Marie Brizard e Rogers, licores Cossart & Gordon (Londres).

Os mesmos senhores são os incorporadores da Companhia Franco Brasileira de Conservas Alimentícias, cujos produtos já estão sendo exportados com franco sucesso e no país têm consumo garantido. São também agentes da importante companhia de seguros contra fogo L'Union (de Paris) e da Compagnie pour la Fabrication des Compteurs et Matériel d'Usines à Gas (de Paris).

Esta casa foi fundada em 1893 pelo seu atual chefe, M. Charles Hü; e os seus negócios, sempre em desenvolvimento constante, exigem a mudança dos armazéns para o prédio que vai ser construído à Rua Direita, esquina da Rua Líbero Badaró, e também atingirá a nova Avenida Central, ora em construção.

A Casa Charles Hü é preferida pelas principais famílias de São Paulo com justa razão; e retribui essa simpatia, pois o seu chefe, que é também um ativo propagandista do café no estrangeiro, tem em França diversas casas, onde o café e outros produtos do Brasil são encontrados pelos apreciadores. O sr. Charles Hü, fundador e chefe da casa, tem como orgulho visto o êxito do seu trabalho e tino comercial, que já lhe valeram o título de Conselheiro do Comércio Exterior da França.

Garcia, Nogueira & Cia. - Esta firma, sob a qual gira a conhecida Loja do Japão, de que são proprietários os srs. Manoel Garcia da Silva, Manoel Lopes da Costa Nogueira e Francisco Ribeira, foi fundada em São Paulo há mais de 20 anos. Antes, durante uns quatorze anos da sua existência, pertencia a casa comercial ao sr. Manoel Garcia da Silva. A firma trata de diversos ramos de negócio. É agente do Banco do Minho há 10 anos, e nessa qualidade saca letras e cartas de crédito sobre a Europa e realiza vários outros negócios bancários.

A firma mantém uma fábrica à Rua Santo Antonio, destinada à produção de velas de igreja de todas as qualidades, e outra, de fósforos, à Rua Espírito Santo, de onde saem os de marca Violeta, que se encontram no mercado brasileiro. Na Rua São Bento, 54, tem a sua loja. Importa fogos artificiais, chá, leite condensado, drogas para os fogos, artigos para Carnaval, peixe em conserva, presuntos ingleses, papel de escrever, envelopes, produtos da China e do Japão, vinhos e espíritos, licores, chocolate, sementes de toda a espécie, rapé, charutos e muitos outros artigos do seu ramo de comércio. A Loja do Japão faz negócio tanto por atacado como a varejo.

C. Panayotti & Cia. - A Casa C. Panayotti & Cia., fundada em 1908 pelo sr. C. Panayotti, como sócio-gerente, e o sr. A. Berdall, como comanditário, tem um capital de 80:000$000. A firma organiza clubes ou cooperativas de 200 sócios cada um para aquisição de objetos, como sejam espingardas de W.W. Greener, das quais é única representante para o interior do estado de São Paulo; jóias e capas de borracha.

Os membros da cooperativa pagam semanalmente uma prestação de acordo com o artigo desejado. Todas as semanas se realiza um sorteio e a pessoa possuidora do número premiado recebe o objeto por ela subscrito, sem ulterior pagamento. Os outros membros continuam a pagar, com exceção dos já contemplados, durante as semanas de que constar o clube, e findas elas, recebem o objeto por eles escolhido.

A firma tem atualmente funcionando 32 clubes de jóias, 21 de capas de borracha e 6 de espingardas. Todos os meses se forma um novo clube. Para propaganda dos seus artigos, têm os srs. Panayotti & Cia. três viajantes que estabelecem agências pelo interior do Estado; e até a presente data existem já 165 dessas agências.

A firma é proprietária duma fábrica de jóias, situada à Ladeira Porto Geral, 6, e que ocupa 9 oficiais para fabricação de qualquer espécie de jóias. Brevemente receberá um importante material para fabricação de capas de borracha. O seu armazém e escritório estão situados à Rua do Rosário, 21, alto. Os clubes são autorizados e fiscalizados pelo Governo Federal, de acordo com o decreto nº 8.598, de 8 de março de 1911.

O sr. C. Panayotti nasceu no Egito, mas há 22 anos que vive no Brasil, tendo-se naturalizado. É capitão da Guarda Nacional. Foi o fundador da firma Whitaker & Brotero, em Santos, da qual se retirou para estabelecer a firma atual.

Macdonald & Cia. - Esta firma, estabelecida em 1898 sob o nome de Macdonald Bros. & Cia., foi, em 1903, alterada para Macdonald & Cia. Compõem-na os srs. E. J. Macdonald, sócio-gerente, e W. L. Strain, que reside na Inglaterra. A firma importa máquinas, todas as espécies de ferragens, toda as qualidades de ferramentas, cofres de Milners, tintas, óleos etc.

Estes senhores são os únicos agentes no Brasil dos afamados fabricantes J. & J. Colman Ltd., produtores dos reputados artigos Azul Colman, Canela Keen, Mostarda e outros. São também os únicos representantes dos afamados vernizes de Robert Kearsley & Co., de Ripon, Inglaterra. Os srs. Macdonald & Cia. são proprietários de uma fábrica de óleo de rícino, sita à Alameda Guaratinguetá. Produz esta fábrica anualmente cerca de 10.000 quilos do artigo conhecido sob a marca Dois Garfos, tão apreciada e vulgarizada pela sua superior qualidade. O escritório e o armazém da firma estão situados à Rua da Quitanda, 7.

O pessoal da firma consta de 10 empregados. O sócio gerente, sr. E. J. Macdonald, é de origem escocesa e veio para o Brasil há mais ou menos 20 anos. Trabalhou a princípio na casa dos srs. Lupton & Cia. Retirando-se desta firma, em 1898, fundou a casa atual.

Bittencourt Rebello & Cia. - Esta importante firma de comissários e exportadores é estabelecida à Rua da Conceição, 76, na capital do Estado de São Paulo. A casa negocia principalmente em café e gêneros do país, fazendo transações em comissão e por conta própria e ocupando-se particularmente da exportação interestadual do café.

O seu capital registrado é de Rs. 100:000$000, tendo, porém, em movimento, a quantia de Rs. 300:000$000. Os sócios da firma são o barão Raymundo Duprat, industrial e prefeito do município de São Paulo, socio comanditário; e o sr. Manoel de Bittencourt Rebello, sócio solidário e gerente da casa.

Alves Lima & Cia. - A firma Alves Lima & Cia. comissária de café em Santos, a qual se compõe dos srs. dr. Heitor O. Adams e Antonio Alves de Lima, possui, no município de Ribeirão Claro, no Estado do Paraná, distante 18 quilômetros da Estação de Xavantes, da estrada de Ferro Sorocabana, no Estado de São Paulo, importante fazenda, com a área de 1.350 alqueires (31.560.000 metros quadrados).

Há nessa fazenda 300.000 pés de café, um terço dos quais em produção e dando a colheita anual de 12.000 a 15.000 arrobas. Os maquinismos, dos mais modernos modelos, acionados por um motor a vapor, podem beneficiar 600 arrobas de café diariamente. Há também na propriedade bons terreiros para secagem, uma serraria, máquinas para beneficiar arroz e milho, debulhador, moinho e desintegrador. A fazenda tem ainda 300 alqueires em matas esplêndidas e 100 em pastos, e nestes pastos se contam 200 cabeças de gado. Para os colonos, que compõem 50 famílias, existem boas moradias. Tem ainda a fazenda casa de residência e administração, depósitos, estábulos e dependências para a criação de porcos. Cortam a fazenda, fornecendo-lhe água em abundância, dois ribeirões: o Anhumas e o Ribeirão Claro.

O dr. Heitor de Oliveira Adams, um dos seus proprietários, nasceu no estado de São Paulo e fez os seus estudos no Rio de Janeiro, onde se formou em Medicina. Depois de ter clinicado algum tempo no Rio e em São Paulo, o dr. Heitor de Oliveira Adams resolveu abraçar a carreira comercial, entrando como sócio para a casa Alves Lima & Cia.

Grande Hotel Roma - O Grande Hotel Roma, que é de primeira ordem e um dos melhores de São Paulo, está situado em frente da Estação central da Luz (São Paulo Railway) e a 200 metros da Estação da Estrada de Ferro Sorocabana, com bondes à porta, de 5 em 5 minutos, para todos os pontos da cidade.

Ocupa ele um vasto e moderno prédio de dois andares e dispõe de 100 espaçosos e bem mobiliados quartos, onde se podem acomodar até 160 hóspedes, uma suntuosa sala de jantar para 60 talheres, salão de fumar, gabinete de leitura etc. Em cada andar há três banheiros modernos com água fria e quente. Os preços são módicos, sendo a diária de 8$000 até 12$000, de acordo com os aposentos ocupados. Os senhores hóspedes poderão também, se o desejarem, obter dois ou mais quartos, havendo entre a maior parte destes portas de comunicação. O hotel é todo iluminado a luz elétrica. A cozinha é feita à moda francesa e italiana.

O proprietário, sr. Ernesto Cocito, que é italiano, veio para o Brasil há 21 anos e fundou, de sociedade com um seu irmão, o hotel então em condições modestas. Desde 1899, porém, ficou sendo o sr. Ernesto Cocito único proprietário e realizou todos os melhoramentos necessários para tornar o seu estabelecimento um dos melhores hotéis da capital.

Dr. José M. Rodrigues Alves - O dr. José Rodrigues Alves faz parte da firma Toledo & Cia., comissária em Santos, e também da firma J.M.R. Alves & Cia., proprietária da Fazenda Paraná. Esta fazenda, que fica situada a 3 quilômetros da estação de Aracaçu, na Estrada de Ferro Sorocabana, município de Faxina, tem de área 4.000 alqueires. A Fazenda Paraná, recentemente adquirida pela firma para a cultura do café e do algodão, tem 300 alqueires destinados a esta última lavoura.

Além de 50 cavalos e bestas, existem na fazenda cerca de 500 cabeças de gado, número que será aumentado, melhorando-se as raças com a introdução de reprodutores puro-sangue, importados diretamente da Inglaterra e dos países do continente europeu. Esperam os sócios da firma obter em São Paulo ótimo mercado para o seu gado. As famílias de colonos são em número de 70; e há para elas boas casas. Dois rios, que cortam a fazenda, fornecem-lhe uma ótima aguada.

O dr. Rodrigues Ales nasceu em São Paulo e estudou na Alemanha e no Elizabeth College, Inglaterra. Formou-se em Engenharia pelo University College, de Londres. Exerceu a sua profissão durante três anos na Estrada de Ferro Mogiana, São Paulo; atualmente, porém, dedica-se ao comércio. É parente do ex-presidente da República dr. Rodrigues Alves. Reside em São Paulo, à Rua Maranhão, 31.

Braulio & Cia. - Esta importante firma, estabelecida com farmácia e drogaria à Rua de São Bento, 34-A, São Paulo, importa também perfumes e toda a sorte de artigos químicos.

A casa faz avultado negócio e emprega um pessoal numeroso. Com o contínuo desenvolvimento que têm tido as operações da firma, o edifício, em que presentemente se acha estabelecida, não comporta mais o movimento; por isso, os srs. Braulio & Cia. resolveram transferir o estabelecimento para um edifício maior na mesma rua. Esta casa é conhecidíssima na cidade de São Paulo, onde goza de ótima reputação. A casa tem sempre avultado estoque de artigos do seu comércio.

Casa Baruel - Os armazéns e escritórios da Casa Baruel estão instalados à Rua Direita, 1 e 3; a casa filial, à Avenida Rangel Pestana, 149; a fábrica e os depósitos, respectivamente, à Rua Dr. Domingos de Moraes, 41, e à Rua Cantareira, 45. A firma, além dos negócios que faz na sua seção fabril, importa drogas, especialidades farmacêuticas, artigos para industriais, perfumarias, instrumentos de cirurgia etc. São sócios da firma Baruel & Cia. os srs. Francisco Nicolau Baruel, dr. Alberico Galvão Bueno e Arthur Alves Martins.

O sr. Francisco Nicolau Baruel nasceu em São Paulo, capital do Estado. É filho do sr. Francisco Antonio Baruel e d. Maria G. Baruel, já falecidos. Dedicou-se desde moço ao comércio, tendo sido proprietário da Pharmacia do Castor durante 17 anos. E é chefe da Casa Baruel há 20 anos. É também atualmente um dos diretores do Banco São Paulo e Companhia Brasileira de Seguros. Fez parte da Câmara Municipal da capital durante três legislaturas.

The English Store - Esta casa foi fundada em 1886 para o negócio, em pequena escala, da importação direta e venda a retalho de artigos americanos e europeus, especialmente ingleses. Os negócios da firma correram tão bem que, em 1911, foi necessário transferir o estabelecimento para armazéns maiores, na mesma Rua Duque de Caxias, onde ficava a pequena loja, fundada em 1886 pelos srs. Baggott.

A firma negocia em toda a sorte de comestíveis finos, objetos para toalete, escovas, ferragens, vinhos e espíritos. Os artigos do estoque são, não só de manufatura estrangeira, como também de fabricação nacional, e o estrangeiro encontra nesta casa exatamente o que encontraria nos estabelecimentos congêneres de Londres ou Nova York e com muito pequena diferença no preço.

O fundador da casa, sr. George Baggott, nasceu em Suffolk, Inglaterra, em 1848; veio para o Brasil em 1873. Depois de se ocupar de empreitadas de estradas de ferro em São Paulo, por algum tempo, esteve também empregado na São Paulo Railway. Seu filho e sócio, sr. James Chester Baggott, nasceu e foi educado em São Paulo.

Fajisaki & Cia. - Este estabelecimento de importação e venda por atacado e a retalho de artigos japoneses fica situado em São Paulo, à Rua de São Bento, 68-A; e tem como sócios os srs. S. Fujisaki, S. Noma e I. Goto. Foi fundado em São Paulo em 1906, como sucursal da conhecida casa de Tóquio, que gira sob a mesma firma. Atualmente, está um dos sócios à testa da casa matriz no Japão e o outro na direção dos negócios da sucursal no Brasil.

A casa de São Paulo tem grande e variado sortimento de artigos de manufatura japonesa, para uso doméstico e objetos para ornamentação e para presentes. Os empregados da casa são japoneses e falam várias línguas européias, o que grandemente facilita as transações da firma. Os srs. Fujisaki & Cika. fazem grande movimento anual; e os seus negócios aumentam de ano para ano, principalmente nos últimos tempos.

The Singer Sewing Machine Co., Ltd. - Esta importante companhia, conhecida no mundo inteiro, há mais de 30 anos, vendia os seus produtos no Brasil por meio de agentes. Em 1905, fundou filiais em todos os estados do Brasil sob a administração, no Rio de Janeiro, do sr. L. O. Harnecker. Dois escritórios centrais são mantidos: um na Bahia, do qual dependem as filiais do Norte da República e de que é superintendente o sr. Carlos Strucely; e outro em São Paulo, para as do Sul da República, com a superintendência do sr. William G. Stevens. Fica este escritório situado à Rua Florêncio de Abreu, 58 e 60.

No Norte da República, mantém a companhia 30 filiais e uns 10 a 20 vendedores espalhados pelos estados; e no Sul, cerca de 60 filiais, sendo 10 na cidade do Rio de Janeiro, 9 em São Paulo, duas em Porto Alegre e outras espalhadas pelos diversos estados. Todas essas filiais se acham sob a direção da matriz no Brasil.

A companhia efetua avultadíssimos negócios, fornecendo a fábricas de roupas feitas, calçado, sacaria, luvas etc., máquinas de diversas qualidades. Encarrega-se de ensinar bordados a todos os seus compradores, e para este fim mantém cerca de 150 professoras. Toda as máquinas provêm das duas principais fábricas, a de Port Elizabeth, New Jersey, EUA, e da Singer Clydebank, na Escócia.

A matriz da companhia está em Nova York, em Singer Buildings. O superintendente geral para o Sul do Brasil, sr. W. G. Stevens, há 12 anos que faz parte da companhia e desde 1911 se acha à testa da casa de São Paulo.

The Brazilian Excursion Company - Esta empresa, recentemente fundada por pessoas que conhecem perfeitamente a indústria em questão, tem por fim orientar a corrente dos forasteiros e visitantes, dirigindo estes aos pontos mais dignos de serem vistos - com a melhor utilização possível das ramificações das redes ferroviárias - e tomando a seu cargo tudo o que nas viagens representa dificuldade e incômodo, isto é, a formação dos itinerários, a organização dos passeios, a escolha dos hotéis e, em suma, todas as indicações necessárias aos excursionistas. E assim ela se preparou para prestar importantes serviços principalmente ao país, que os viajantes, em menos tempo e com certas comodidades que até agora não encontravam, ficarão conhecendo melhor.

Igualmente se propõe a companhia a despertar ou animar nos nacionais e estrangeiros aqui residentes - especialmente na classe dos empregados e dos pequenos proprietários - o desejo e o gosto das viagens para conhecerem os outros estados desta futurosa República e com a garantia de encontrarem em todos os lugares ótimo tratamento mediante módica despesa.

A sede social da empresa fica em São Paulo, à Rua Boa Vista, 37; e as filiais, no Rio de Janeiro, à Avenida Central, e em Santos à Rua 15 de Novembro, 30. O seu capital é de 400 contos, e a sua diretoria é composta dos srs.: coronel Francisco da Cunha Bueno, presidente; dr. Regino Aragão, vice-presidente; coronel Antonio Gordinho Filho, tesoureiro; e José Castiglioni, diretor-gerente. E o Conselho Fiscal é constituído pelos srs. dr. Rogerio O'Connor de Camargo Duarte, dr. Francisco Jardim do Nascimento, Ernesto Cocito, Armindo Cardoso, Ranulpho de Campos Salles e dr. Carolino da Motta e Silva.

Hotel Forster - O Hotel Forster, à Rua Brigadeiro Tobias, 23-25, é um dos melhores e mais bem conhecidos hotéis familiares de São Paulo, especialmente para alemães. O hotel, que se acha instalado no primeiro andar do edifício, tem 38 quartos, a preços moderados. Todos os cômodos são iluminados à luz elétrica; e a sala de jantar comporta 60 hóspedes. A cozinha é à moda brasileira ou alemã, preparando-se por encomenda menus especiais, com variado sortimento de vinhos e licores. Há bondes à porta, com pequenos intervalos.

O proprietário, sr. Alberto Forster, é suíço e vive em São Paulo há 22 anos. Com grande experiência da sua profissão, abriu em 1904 este hotel, em cuja direção é habilmente auxiliado por sua esposa.

J. A. L. Pereira Coutinho - A firma J. A. L. Pereira Coutinho, fundada em 1882, tem seus armazéns e escritório à Rua José Bonifácio, 11 e 13, em São Paulo. A casa importa diretamente dos principais mercados da América e Europa mercadorias de seu ramo de negócio. Faz especialidade em vinhos finos: Porto, Madeira, Jerez, Champagnes, licores e conservas alimentícias das mais reputadas marcas, produtos esses que vende por atacado e a varejo, tanto na capital como em todo o Estado de São Paulo e seus vizinhos.

Para a sua propaganda e transações no interior, mantém a casa diversos viajantes. Encarrega-se também de comissões e consignações.


Comerciantes paulistas: 1) Dr. Claudio de Souza; 2) Urbano de Mello; 3) Manoel Martins Gonçalves; 4) Alexandre Villela; 5) Coronel Antonio Proost Rodovalho; 6) Dr. Oscar Moreira; 7) P. Ares; 8) L. Grumbach; 9) O. Anacleto; 10) George Baggott; 11) Leonidas Moreira; 12) José M. Alves Ferreira Junior; 13) Cyril L. Stock; 14) Cavaleiro Enrico Secchi; 15) Torquato Caleiro; 16) José Martins Borges; 17) Antonio Rodrigues Guimarães; 18) Thomaz A. Alves Saraiva; 19) João Prado; 20) Nicolau Baruel; 21) Dr. Antonio Proost Rodovalho Junior; 22) C. Manderbach; 23) J. Zlatoporsky; 24) Leon Bergman; 25) Christiano P. Vianna; 26) J. da Costa Ramalho Ortigão; 27) Cassio Muniz de Souza; 28) E. Vanorden; 29) W. Rieckmann; 30) Pedro Weingull; 31) Antenor de Lara Campos; 32) G. Knoblauch; 33) Comendador Joaquim d'Abreu de Lima Pereira Coutinho; 34) Roberto Secchi; 35) Dr. Oscar Horta; 36) Engenheiro Ernesto Dias de Castro; 37) Luiz Perroni; 38) Charles Hü; 39) Attilio Secchi
Foto-montagem publicada com o texto, página 711

Leva para a página seguinte