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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SANTOS EM 1913 - BIBLIOTECA NM
Impressões do Brazil no Seculo Vinte - [39-D]

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Clique nesta imagem para ir ao índice da obraAo longo dos séculos, as povoações se transformam, vão se adaptando às novas condições e necessidades de vida, perdem e ganham características, crescem ou ficam estagnadas conforme as mudanças econômicas, políticas, culturais, sociais. Artistas, fotógrafos e pesquisadores captam instantes da vida, que ajudam a entender como ela era então.

Um volume precioso para se avaliar as condições do Brasil às vésperas da Primeira Guerra Mundial é a publicação Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no Arquivo Histórico de Cubatão/SP. A obra teve como diretor principal Reginald Lloyd, participando os editores ingleses W. Feldwick (Londres) e L. T. Delaney (Rio de Janeiro); o editor brasileiro Joaquim Eulalio e o historiador londrino Arnold Wright. Ricamente ilustrado (embora não identificando os autores das imagens), o trabalho informa sobre a capital paulista, nas páginas 669 a 675, a seguir reproduzidas (ortografia atualizada nesta transcrição):

Impressões do Brazil no Seculo Vinte


Próceres das indústrias e finanças de São Paulo: 1) F. C. Stoneham Ford; 2) S. Boyes; 3) Conde Asdrubal A. do Nascimento; 4) Cavaleiro Guiseppe Crespi; 5) Dr. Erasmo Teixeira de Assumpção; 6) Manoel Guedes Pinto de Mello; 7) Samuel Augusto de Toledo; 8) Cavaleiro Rodolfo Crespi; 9) Dr. J. A. Rubião; 10) Comendador F. Matarazzo; 11) Cavaleiro oficial Alexandre Siciliano; 12) Guiseppe Puglisi Carbone
Foto-montagem publicada com o texto, página 668

Cargos e profissões

Barão Raymundo Duprat - O barão Raymundo Duprat nasceu em Pernambuco em 1862. Aí fez os seus estudos, vindo depois para Rio de Janeiro, onde iniciou a sua carreira comercial. Passado algum tempo, seguiu para Santos e desta última cidade para a de São Paulo, onde entrou para a Companhia Industrial de São Paulo, como guarda-livros. Em 1895 era nomeado diretor-gerente da referida companhia, cargo que ocupa até hoje. Em 1902, de sociedade com seu irmão, tornou-se proprietário da Typographia e Papelaria, que hoje gira sob a firma de Duprat & Companhia.

Em janeiro de 1911, foi o barão Raymundo Duprat eleito prefeito de São Paulo. Faz parte da diretoria de diversas companhias desta capital, nas quais tem grandes interesses. Pelo seu trabalho e honestidade, alcançou o barão Raymundo Duprat a posição que hoje ocupa e é uma das figuras mais em evidência e das mais estimadas no Estado.

Dr. Gabriel Dias da Silva - O dr. Gabriel Dias da Silva, presidente da Câmara Municipal de São Paulo, nasceu na cidade de Taubaté, Estado de São Paulo, sendo filho do advogado dr. Manoel Dias da Silva e de d. Eulalia Assumpção da silva. Formou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1882. Como estudante, exerceu o magistério e foi oficial da Secretaria do Governo da então Província de São Paulo e oficial de gabinete do presidente da mesma, senador Florencio de Abreu.

Depois de formado, passou a residir na cidade de Campinas, onde abriu banca de advogado, regendo na mesma ocasião algumas cadeiras no Colégio Culto à Ciência. Na mesma cidade, com outros companheiros, fundou a Companhia Campineira de Águas e Esgotos e a Companhia MacHardy (de máquinas agrícolas), das quais foi diretor.

Passando-se para São Paulo, aqui ocupou os cargos de presidente da Associação Comercial de São Paulo, durante dois triênios, da Estrada de Ferro Bragantina, presidente e fundador da Estrada de Ferro de Dourado, da Companhia Industrial de São Paulo (fábrica de tecidos de algodão), da Companhia São Bernardo (fábrica de algodão e linho), da Empresa Termal de Poços de Caldas, da Companhia Melhoramentos do Paraná.

Foi fundador, com outros, da Companhia Fiação e Tecidos São Bento, diretor da Economisadora Paulista. Atualmente, é presidente da Câmara Municipal de São Paulo. Foi também deputado à Assembléia Constituinte do Estado de São Paulo em 1892, ocupando o cargo de secretário da Mesa. Foi fundador da importante casa de comissão de café, na praça de Santos, que se regia pela firma Raphael Sampaio & Cia. conjuntamente com os srs. Raphael de Abreu Sampaio e dr. Antonio de Padua Salles, atual secretário de Agricultura do Estado.

É um espírito muito culto, falando com correção e apuro vários idiomas, e é também uma das figuras mais notáveis do mundo financeiro paulista, não só pela sua elevada posição, como também pelos fartos conhecimentos que possui de finanças. É capitalista e grande proprietário em São Paulo, e importante agricultor de café.

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1) Fábrica de Chocolate e Bombons Falchi, Papini & Cia.; 2) Caixa Mútua de Pensões Vitalícias; 3) Manufatura de Chapéos Italo-Brazileira; 4) Garagens Reunidas
Foto-montagem publicada com o texto, página 690

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R. D. O'Sullivan-Beare, cônsul britânico - O cônsul britânico, sr. R. D. O'Sullivan-Beare, desde que foi nomeado para este cargo em São Paulo, tem prestado assinalados serviços ao seu país. Veio para o Brasil em maio de 1906, e, depois de servir por algum tempo na Bahia, foi por seis meses cônsul geral no Rio de Janeiro, antes de ser transferido para São Paulo.

O sr. O'Sullivan-Beare graduou-se tanto em Artes como em Medicina na Universidade de Dublin, onde adquiriu fama como examinador de Matemáticas e numismata. Durante a guerra egípcia, fez parte do Corpo Médico do Exército. Terminada a campanha, abandonou a carreira de cirurgião do Exército, dedicando o seu tempo, por alguns anos, a viajar por várias terras.

Em 1893, foi nomeado médico-oficial da Colônia da Costa do Ouro, mas não aceitou este cargo, preferindo ir para a África Oriental; em Zanzibar, foi médico do sultão e da Agência Britânica, por mais de um ano. Durante este tempo publicou a Gazeta de Zanzibar e África Oriental, que foi o órgão oficial do sultão, com seções em inglês, árabe e gujerate. Em sinal de reconhecimento pelos seus serviços, conferiu-lhe o sultão a condecoração da Estrela Brilhante de Zanzibar.

Em 1894, foi o sr. O'Sullivan-Beare nomeado vice-cônsul na ilha de Pemba, um pouco distante da costa da África, ao Norte de Zanzibar. Naquele tempo, pouco se sabia da ilha de Pemba, a não ser que produzia 75% de todo o cravo da índia do mundo, e que era um verdadeiro ninho da escravatura e o lugar mais insalubre da África Oriental. O sr. O'Sullivan-Beare foi o primeiro europeu que residiu na referida ilha, desde a sua ocupação pelos portugueses no século XVI; e a sua missão foi estudar as condições da escravatura e suprimir rigorosamente todo e qualquer tráfico de escravos.

Naquele tempo, Pemba contava cerca de 60.000 escravos, que eram continuamente arrebanhados do continente; e os árabes não viram com bons olhos o aparecimento, ali, de um oficial estrangeiro. As condições de sua nomeação de vice-cônsul não eram, pois, lisonjeiras; ao contrário, a missão que lhe fora cometida requeria de sua parte grande tática, firmeza, coragem e envolvia considerável risco pessoal.

O seu relatório atraiu grande atenção e muito concorreu para despertar o sentimento público contra a continuação de tais práticas em protetorados britânicos, tais como Zanzibar e Pemba. E imediatamente o governo inglês compeliu o sultão de Zanzibar a decretar a abolição da escravatura nos seus domínios. O posto de vice-cônsul em Pemba foi abolido, tendo sido antes promovido a cônsul o sr. Sullivan-Beare, pelos relevantes serviços que havia prestado.

Durante a sua estadia naquelas regiões, soube de certos "wa-ganga" (médicos) que havia um remédio indígena para a febre da água-preta. Descobriu que este remédio era derivado de uma árvore da família Cassia, mas de uma espécie desconhecida dos botânicos e que foi com justiça chamada posteriormente Cassia Beareana, em honra ao seu introdutor no domínio da ciência. Estabeleça-se o valor terapêutico de tal remédio, e terá o sr. O'Sullivan-Beare prestado relevante serviço à Humanidade.

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Fábrica e operários da Cia. Chimica Industrial de São Paulo
Foto-montagem publicada com o texto, página 691

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Cavaleiro Pietro Baroli - O cavaleiro Pietro Baroli é cônsul geral da Itália em São Paulo, há algum tempo, tornando-se muito apreciados os seus serviços pela grande colônia italiana daquela cidade. Natural de Pessina Cremonese, graduou-se, com grande brilho, em 1883, com a idade de 26 anos, na Universidade de Turim, e resolveu dedicar-se à carreira consular. Foi enviado para Trieste, onde ficou por dois anos à disposição do respectivo ministro.

Em setembro de 1885, foi nomeado vice-cônsul de terceira classe e seguiu para Constantinopla, onde pouco se demorou, partindo dali para Salonica. Em 1887, veio para Buenos Aires; e de março a outubro de 1888, desempenhou o cargo de cônsul geral. Em abril de 1889, foi transferido para Budapeste, para Toulon em 1890; e em outubro do mesmo ano, promovido a vice-cônsul de segunda classe. Em 1894, recebeu a primeira das muitas condecorações que tem, a de Cavaleiro da Coroa da Itália.

Em 1898, foi feito vice-cônsul de primeira classe e dois anos depois, transferido para Innsbruck, com o título de cônsul; e foi definitivamente nomeado cônsul de segunda classe em 1902. Em 1904, foi feito Cavaleiro da Ordem de São Maurício e São Lazaro, e no ano seguinte, transferido para Dalgiers, onde gozou o título de cônsul geral.

Em 1907, foi nomeado cônsul de primeira classe, e recebeu pelos fins do ano seguinte a condecoração de Oficial da Coroa da Itália, a de Oficial da Ordem de São Maurício e São Lázaro, em 1909, e mais tarde a de Oficial da Legião de Honra e Oficial da Ordem Imperial de Francisco José. Foi nomeado cônsul geral de segunda classe em 1910.

Achilles Isella - O sr. Achilles Isella, cônsul da Suíça, nasceu em Morcote (Suíça), em 1865, e ali foi educado. Em 1884, veio para a República Argentina, onde se estabeleceu em La Plata, Província de Buenos Aires, com o mesmo ramo que hoje explora. Na Argentina ficou até 1891, época em que veio para São Paulo, na companhia dos seus irmãos e fundou a atual casa, da qual é único proprietário

Em 1906 foi nomeado vice-cônsul da Suíça e dois anos depois, em 1908, foi promovido a cônsul, cargo que até hoje ocupa. Durante a sua estadia em La Plata, foi presidente da Sociedade Beneficente Suíça, da qual ainda é membro honorário. Desde 1904, é presidente da Sociedade Beneficente Suíça em São Paulo.

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Fundição da Cia. Metalúrgica e Importadora Paulista
Foto publicada com o texto, página 692

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Dr. Olavo Egydio - Quando o dr. Albuquerque Lins, chamado à presidência do Estado, resignou suas funções de ministro das Finanças, seu sucessor, já há muito indicado pela opinião pública, era o dr. Olavo Egydio de Souza Aranha. De fato, este tinha sido o companheiro infatigável de luta do dr. Albuquerque Lins. Juntos tinham trabalhado para a realização do Convênio de Taubaté, e, se oficialmente ainda o dr. Olavo Egydio não tinha feito parte do Governo, ao menos oficiosamente prestara o seu ativo concurso; jamais uma decisão de certa importância fora tomada sem o seu parecer e sem que se tomassem os seus avisos em consideração. Os seus extensos conhecimentos sobre cultura e comércio do café justificavam de sobra a sua entrada para o Governo.

Nascido em São Paulo, aqui fez o dr. Olavo Egydio os seus estudos de Direito, formando-se em 1884. Fixou então residência em Campinas, onde exerceu durante alguns anos a advocacia. Eleito em 1887 deputado liberal à Assembléia Provincial, aí se fez notar pelas suas adiantadas idéias. De 1889 a 1895, consagrou toda a sua atividade à defesa dos interesses da agricultura, salientando-se brilhantemente nos debates da Assembléia. Foi eleito pelo Partido Republicano conselheiro municipal da Capital, vindo então a ser pela primeira vez colaborador do dr. Albuquerque Lins, que era presidente do mesmo. Neste posto trabalhou sem descanso em tudo que pudesse contribuir para o melhoramento de São Paulo.

Colaborou também na organização das exposições realizadas na Capital Federal e no Estado de São Paulo, sob os auspícios da Sociedade Paulista de Agricultura, da qual era um dos membros mais influentes. Tomou parte ativa nas discussões das tarifas de estradas de ferro, discussões que tinham em vista estudar a regularização do preço do café e estabelecer acordos com os mercados consumidores; e usou de toda a sua influência e autoridade perante o governo para o fazer entrar de maneira prática e rápida em luta com a crise iminente.

Conde Alvares Penteado - Há muitos anos que no meio paulista se salientava a individualidade do conde Alvares Penteado. Filho do dr. João Carlos Leite Penteado, advogado de renome em São Paulo, nasceu o conde Alvares Penteado em 1852. Por morte de seu pai, herdou grande fortuna, na qual se compreendia a fazenda de café conhecida por Palmares, nas proximidades da Estação de Palmeiras, da Estrada de Ferro Paulista. A área desta fazenda é de 1.200 alqueires e há nela 700.000 pés de café carregados.

Com a abolição da escravatura em 1888, chegou a escassez de braços para a lavoura ao seu período agudo, e o conde Alvares Penteado foi dos primeiros a introduzir o braço italiano na lavoura. O êxito da experiência foi o melhor possível, e na fazenda de Palmares contam-se atualmente não menos de duzentas famílias. A cultura tem ali atingido o mais alto grau de desenvolvimento, pelo que é a fazenda Palmares considerada, com muita razão, uma propriedade modelo de São Paulo.

No cultivo do café põe o maior interesse o conde Alvares Penteado, que possui outra excelente fazenda conhecida por Santa Maria, no distrito de Jaú, vizinhanças da Estação de Campo Alegre. A área desta fazenda é de 1.000 alqueires, com 250.000 pés de café em plena florescência.

Mas, não é só à indústria da lavoura que está ligado o nome do conde Alvares Penteado, como também a muitas outras iniciativas e empresas. Foi ele, por exemplo, o fundador da Fábrica de Juta de Sant'Anna, que é um dos maiores e mais importantes estabelecimentos do seu gênero, não somente no Brasil como em toda a América do Sul. Foi agora reorganizada, ficando com o nome de Companhia Nacional de Tecidos de Juta.

Pouco tempo depois disto, seu filho, sr. Silvio Alvares Penteado, cuja inclinação para a indústria não é menos acentuada que a de deu pai, fundou a Companhia Paulista de Aniagens, com o capital de Rs. 2.500:000$000, e cujo objetivo é a produção de sacos de diversas qualidades para o transporte do café. Está situada no bairro da Moóca, ocupa uma área de 32.000 metros quadrados e consome 250 toneladas de juta por mês.

A atividade do conde Alvares Penteado também se dedicou à construção de belos prédios em São Paulo. Tomou ele parte proeminente, por exemplo, na construção do Teatro Sant'Anna - que é o primeiro depois do magnificente Teatro Municipal de São Paulo -, da Escola de Comércio e dos Hotéis dos Estrangeiros e Majestic; e bem assim construiu a majestosa Vila Penteado, no aristocrático bairro de Higienópolis, e o estabelecimento comercial de seu nome, à Rua de São Bento, 51.

Concluindo, pode-se dizer que não haveria referência completa ao conde Alvares Penteado, sem se falar na sua filantropia mais de uma vez provada. Assim é que esse benemérito despendeu mais de 50.000 libras esterlinas na monumental Escola de Comércio, cuja situação, no Largo de São Francisco, é a mais central e conveniente que se poderia encontrar.

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Propriedades do conde de Alvares Penteado: 1) Residência do sr. Antonio A. L. Penteado; 2) Sr. Silvio A. Penteado; 3) Conde de Alvares Penteado; 4) A Fábrica de Juta
Foto-montagem publicada com o texto, página 670

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Dr. Rodolpho Miranda - O dr. Rodolpho Miranda foi o organizador do Ministério da Agricultura, criado sob a presidência do dr. Nilo Peçanha, em 1910. É uma das figuras mais em destaque na política nacional; além disto, é grande fazendeiro e grande industrial. A sua fazenda de Anápolis fica situada no município de Avaré e tem 150.000 pés de café, que dão a colheita de 20.000 arrobas, em média anual. A fazenda tem 400 alqueires de terra e é provida com moderna instalação para beneficiar café, perfeitamente montada e com todos os requisitos exigidos por um grande estabelecimento agrícola do seu gênero.

Tem o dr. Rodolpho Miranda outra fazenda no município de Piraju, com 800 alqueires de terras e 300.000 pés de café que produzem 40.000 arrobas em média anual. Há 100 alqueires em pastagens com 300 cabeças de gado de criação. Igualmente dispõe esta fazenda de modernas instalações para beneficiar café etc. Nestas duas fazendas, trabalham 800 colonos, todos italianos.

Em Piracicaba, tem ainda o dr. Rodolpho Miranda a Fábrica de Tecidos Arethusina, que emprega 600 operários e produz mensalmente 200.00 metros de tecidos. E na Capital do Estado, possui ainda o dr. R. Miranda uma fábrica de chapéus, à Rua São Joaquim, 87. Aí trabalham 300 operários e a produção diária vai a 2.000 chapéus. O dr. Rodolpho Miranda foi deputado por São Paulo à Câmara Federal e candidato à presidência do Estado. Reside no seu palacete à Rua General Jardim, 87, São Paulo.

Alexandre Siciliano - O sr. Alexandre Siciliano tem sido um verdadeiro pioneiro em muitos ramos da atividade brasileira. Homem de modesta ascendência, nasceu na Vila de São Nicolau Arcella, província de Cosenza, na Itália; em 1860, veio para o Brasil, em companhia do seu cunhado, com a idade de 9 anos. Encetou pouco depois a vida de negociante, em que alcançou notável êxito. Então conquistou, à custa de trabalho, algumas vantagens na indústria do café, tirando patente de uma invenção para beneficiar café e arroz, a qual tem sido bem aceita por toda a parte.

Em outros ramos de atividade, não foi menos feliz, e hoje acha-se em situação proeminente entre os capitalistas de São Paulo. Quando dominava, ameaçadora, a grande crise do café, foi o sr. Siciliano quem planeou o projeto de valorização adotado pelo governo, e que alcançou tanto sucesso.

Fundou a Companhia Mechanica e Importadora e também o Banco Italo-Brazileiro (hoje liquidado), de que foi um dos diretores. É também diretor do Banco Francez-Italiano e da Companhia Frigorífica Paulista, com o capital de Rs. 3.000:000$000. É presidente da Câmara Italiana de Comércio e diretor-tesoureiro da Sociedade Paulista de Agricultura e Comércio e do Centro Industrial Paulista. É tesoureiro e um dos diretores fundadores da Associação Comercial, instituição exclusivamente brasileira, com um único estrangeiro, o sr. Siciliano. Além disso, é membro de uma comissão do Hospital Italiano Umberto I. Pelo rei da Itália, foi feito Cavalheiro da Coroa da Itália.

Quando veio para o Brasil, onde havia ainda a escravatura, tornou-se o sr. Siciliano um entusiasta da abolição. Apesar de residir há tantos anos no Brasil, onde conquistou a sua posição de capitalista,nunca o sr. Alexandre Siciliano se esqueceu da sua terra natal, para cujo progresso sempre está pronto a contribuir, tendo custeado melhoramentos de estradas, construção de igrejas e escolas e a instalação de luz elétrica e telefones.

Por ocasião do terremoto da Calábria, foi o tesoureiro da Comissão de Socorros em São Paulo, que levantou 300.000 francos; e também angariou fundos para as vítimas da Sicília. Na exposição de São Luiz em 1904, fez parte da comissão do Estado de São Paulo, e tem servido também em diversas comissões de caridade. Um de seus filhos está estudando na Universidade de Cambridge e outro na Alemanha.

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Instalações da Cia. Mecânica e Importadora, mostrando a fundição e os depósitos de máquinas e motores
Foto-montagem publicada com o texto, página 693

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Coronel Fernando Prestes - O coronel Fernando Prestes de Albuquerque nasceu em 1855, no município de Angatuba, comarca de Itapetininga, filho do coronel Manoel Prestes de Albuquerque e d. Ignacia Prestes Vieira. Fez os seus estudos de Humanidades no colégio do Lageado, em Sorocaba, e no colégio Isidoro, na capital do Estado; republicano desde os verdes anos, combateu com ardor o regime monárquico. Foi eleito deputado estadual em 1891 e logo depois os seus pares o elegeram vice-presidente da Câmara dos Deputados. Foi eleito deputado federal em diversas legislaturas e foi vice-presidente do Brasil até março de 1912.

Professor Ferreira Ramos - O professor Ferreira Ramos nasceu no Estado do Rio, em 1866, e fez os seus estudos na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, donde saiu diplomado, como engenheiro civil, em 1886 e, como engenheiro industrial, em 1887. A partir desta data, dirigiu diversas fábricas no Rio, conservando-se ali durante ano e meio. Veio depois para São Paulo, como engenheiro chefe e depois diretor da Companhia Melhoramentos de São Paulo.

Ao cabo de alguns anos, isto é, em 1894, foi nomeado professor da Escola Politécnica da mesma cidade. Fez várias viagens à Europa e América do Norte; foi à Exposição de São Luiz, como comissário do governo federal, para representar o país na sua seção de Agricultura. Terminada essa comissão, foi enviado pelo governo de São Paulo à Bélgica, onde defendeu eficazmente, por parte do Estado, a valorização do café. Aí se demorou 5 anos.

Em janeiro de 1907, perante os membros da Sociedade de Estudos de Questões Coloniais de Antuérpia, fez uma conferência; e, em dezembro de 1908, assinou, pelo Estado de São Paulo, o contrato do empréstimo de £15.000.000. A Câmara do Comércio de Londres felicitou-o e manifestou-lhe agradecimento pela sua importante conferência em Antuérpia. Em 1909, foi nomeado comissário geral adjunto na Exposição de Bruxelas, onde ficou ano e meio e foi condecorado pelo governo belga com o grau de Cavaleiro da Ordem da Coroa. Em 1910 voltou para São Paulo, e no ano seguinte foi eleito membro do Conselho Consultivo do Banco Italo-Belga.

O dr. Ferreira Ramos é ainda secretário geral e presidente interino da Sociedade Paulista de Agricultura, Comércio e Indústria, professor da Escola Politécnica, membro da Sociedade Brasileira de Agricultura em Paris e da Sociedade dos Engenheiros Civis de França.

O professor Ferreira Ramos é proprietário duma fazenda denominada Monte Alto, situada no antigo município de Franca, na Estação de Chapadão, na linha Mogiana. Estende-se essa fazenda pela superfície de 1.000 hectares, com 100.000 pés de café, que produzem atualmente a média de 2.500 sacos de 60 quilos cada um e comporta vasto campo para criação de gado. Os serviços da lavoura ocupam cerca de 100 colonos. O dr. Ferreira Ramos colaborou em diversos jornais, revistas e escreveu algumas obras sobre agricultura, café, álcool, questões econômicas e diversos outros assuntos. Reside à Avenida Paulista, 89, em São Paulo.


Industriais paulistas: 1) Nicoláo von Hütschler; 2) Ganymedes Villaça; 3) Alfredo Duprat; 4) Julius Hartmann; 5) Coronel Francisco Amaro; 6) C. Michelet; 7) Comendador Leoncio do Amaral Gurgel; 8) Gustav Reichenbach; 9) Comendador Oscar Augusto do Nascimento; 10) Palaride Mortari; 11) A. Kenworthy; 12) J. F. Kenworthy; 13) Luiz M. Pinto de Queiroz; 14) John Kenworthy; 15) José H. Forster; 16) Raphael de Andrade Duarte; 17) Joseph Vigne; 18) Qurino Ciorlia; 19) Giovanni Crespi; 20) Thomas Guedes Pinto de Mello; 21) J. Copingen Walsh; 22) George Craig; 23) Emilio Relchert; 24) Martinho Guedes Pinto de Mello; 25) Francisco Ciorlia; 26) Brasilio Monteiro da Silva; 27) Sr. Leslie; 28) Dr. Bernardo Morelli; 29) Julio Martins
Foto-montagem publicada com o texto, página 694

Dr. Victor Dubugras - O dr. Victor Dubugras tem o seu escritório de arquitetura em São Paulo desde 1891. Tem executado uma infinidade de obras importantes, entre as quais citaremos a Faculdade de Medicina da Bahia, da qual levantou as plantas e efetivou as obras, e umas 8 ou 10 escolas e cadeias no interior do Estado de São Paulo. Enviou uma planta ao concurso para o Teatro Municipal do Rio de Janeiro e obteve o segundo prêmio, e no concursos para o Palácio Legislativo obteve o terceiro.

Diversas outras dessas vitórias tem alcançado na sua carreira. Desenhou e construiu as cadeias de São Carlos, Santa Bárbara e Araras; a estação Mayrink, na linha Sorocabana; a vila Uchoa, em São Paulo; e, além de muitas mais construídas, traz diversas outras em construção, assim como uma padaria. Atualmente, tem o dr. Dubugras para mais de 600 contos de obras em via de construção. Ultimamente, concorreu para o projeto da Detenção de São Paulo, em colaboração com os drs. Pujol e Toledo. É professor da Escola Politécnica desde 1894 e presidente da Sociedade dos Arquitetos de São Paulo.

O dr. Victor Dubugras nasceu na Sarthe (França) e veio para Buenos Aires, ainda moço, onde estudou arquitetura e se formou em 1890. Praticou em Buenos Aires durante um ano, e pouco depois veio para São Paulo, onde criou a sua reputação profissional. É proprietário. O seu escritório funciona no Palacete Lara.

M. E. Hehl - O sr. M. E. Hehl, engenheiro arquiteto, nasceu em Cassel (Alemanha) em 1861, e fez os seus estudos em Hanover. Em 1888, foi contratado pela Estrada de Ferro Bahia e Minas, como chefe da seção de Mucuri, na qualidade de engenheiro, e aí se conservou durante dois anos. Veio depois para São Paulo e entrou para a seção técnica do Banco União, da qual era chefe o engenheiro arquiteto dr. Ramos de Azevedo. Durante oito anos e meio exerceu essas funções e passou, em 1897, a trabalhar por conta própria como engenheiro-arquiteto.

Em 1898 foi o sr. M. E. Hehl nomeado lente catedrático da Escola Politécnica para as cadeiras de História da Arquitetura, Estética e Obras Públicas, que até hoje ocupa. Os seus projetos obtiveram já prêmios, entre estes um primeiro e um segundo prêmio. Possui também o sr. Hehl uma medalha de ouro da Academia de Palermo, da qual é membro honorário. O sr. M. E. Hehl fez as plantas e realizou a construção de diversas vilas, escolas, igrejas, hospitais etc., e atualmente se está construindo, segundo o seu projeto e sob a sua direção, a nova Catedral de São Paulo, que será a maior igreja do Brasil. Ao mesmo tempo, ocupa-se o sr. Hehl da edificação da Catedral de Santos e da Matriz da Consolação.

O Colégio Santo Augusto, o Ginásio do Carmo, o Hospital Santa Catharina e uma infinidade d'outros projetos forma por ele também efetuados. O sr. M. E. Hehl reside na sua vila da Avenida Higienópolis, 7, que foi por ele próprio construída e é uma das mais belas de São Paulo. Tem o seu escritório à Rua Líbero Badaró, 38.


Fazendeiros do estado de São Paulo: 1) José Augusto da Fonseca; 2) Robert T. Locke; 3) Dr. Antonio Pereira do Amaral Carvalho; 4) Coronel José Emygdio Ferraz do Amaral; 5) Dr. João Alves de Lima; 6) Dr. Marcilio Mourão; 7) Ignacio Alvares; 8) Carlos E. T. Schmitt; 9) Antonio Lourenço Corrêa; 10) Antonio Alves Aranha; 11) Arlindo Ferraz de Andrade; 12) Dr. Candido de Souza Campos; 13) Alberto Archanjo da Cruz; 14) José A. d'Oliveira; 15) Comendador Antonio Augusto Mendes Borges; 16) Christiano Godofredo Altenfelder; 17) Antonio de Almeida Campos Irmão; 18) Dr. Candido Ferreira de Camargo; 19) Antonio de Almeida Leite; 20) Carlos Alves de Oliveira Guimarães; 21) José de Araujo Cintra; 22) Coronel Francisco de Oliveira Simões; 23) O falecido J. M. Alves de Lima; 24) Dr. Firmiano Pinto; 25) Francisco Corrêa; 26) Affonso Fraga; 27) Roberto de Souza Barros; 28) José Levy; 29) Sra. d. Maria Candida Alves de Lima; 30) Vicente Puccianti; 31) Bento de Abreu Sampaio Vidal; 32) Luiz Bueno de Miranda; 33) J. Cordeiro; 34) Walter Rietmann; 35) Dr. Antonio de Souza Campos Junior; 36) João Matthiesen; 37) P. Alves de Lima; 38) Cesarino Affonso dos Santos
Foto-montagem publicada com o texto, página 695

F. P. Ramos de Azevedo & Cia. - O dr. Ramos de Azevedo, cujos notáveis trabalhos de construção civil, entre os quais avulta o suntuoso Teatro Municipal de São Paulo, o colocaram na primeira plana dos engenheiros arquitetos do Brasil, é o chefe e fundador da firma F. P. Ramos de Azevedo & Cia., a que o Governo de São Paulo tem confiado algumas das suas maiores e mais importantes empreitadas.

Estabelecido em São Paulo, há cerca de 20 anos, o dr. Ramos de Azevedo admitiu como sócios, em 1907, os drs. Ricardo Severo, engenheiro civil, e Domiziano Rossi, arquiteto, os quais eram seus antigos colaboradores. Importantes edifícios públicos e particulares da cidade de São Paulo foram por ele construídos, assim como algumas catedrais, escolas e estações do interior do Estado. Atualmente tem em construção os edifícios para a Penitenciária, Palácio das Indústrias e Paço Municipal, e cerca de 80 casas particulares, vilas, hotéis e fábricas, o que representa mais de 13.000 contos de obras, por conta do governo, e 4.000 contos de construções particulares.

O dr. Ricardo Severo nasceu em Lisboa em 1869 e foi diplomado pela Escola Politécnica do Porto, como engenheiro de obras públicas e de minas. Veio para São Paulo em 1892, e relacionou-se com o dr. Ramos de Azevedo, como engenheiro da seção técnica do Banco União de São Paulo, de que aquele era diretor. Regressou a Portugal, onde se dedicou a trabalhos de arquitetura e arqueologia, publicou vários estudos e fundou a revista Portugalia, que tem dois grossos volumes publicados. Voltando a São Paulo, em 1907, associou-se ao dr. Ramos de Azevedo.

O dr. Domiziano Rossi nasceu em 1865, em Gênova, onde fez os seus cursos artísticos, e veio para o Brasil em 1889. Foi durante muitos anos auxiliar do dr. Ramos de Azevedo, e em 1907 tornou-se seu associado. É diretor da classe de desenho, escultura e artes decorativas do Liceu de Artes e Ofícios e professor de Desenho Artístico na Escola Politécnica de São Paulo.

Dr. F. P. Ramos de Azevedo - O dr. F. P. Ramos de Azevedo nasceu em São Paulo, a 8 de dezembro de 1851. Foi aluno do curso de Artilharia da Escola Militar do Rio de Janeiro. Trabalhou, como engenheiro auxiliar das Companhias Paulista e Mogiana de Estradas de Ferro, desde 1872. Em 1875, partiu para a Bélgica, onde fez o curso completo de Engenharia e Arquitetura, conquistando em 1878 o seu diploma, com altas distinções. Voltou ao Brasil e instalou-se em Campinas, onde concluiu a construção da Catedral e executou muitos outros edifícios, salientando-se, desde logo, como arquiteto de muito saber e fino sentimento artístico. Veio a São Paulo, encarregado pelo conde de Parnaíba da construção do palácio para a Tesouraria da Fazenda.

O seu êxito na capital do Estado levou-o a fixar-se aqui, em 1886, e desde então tem executado grande número de palacetes, vilas, casas de comércio e estabelecimentos públicos. Construiu a Escola Normal, Quartel de Polícia, escolas modelos, palácios das secretarias de Justiça e Obras Públicas, Palácio do Governo, hospitais de Guapira, dos Expostos, vários colégios, Liceu de Artes e Ofícios, estações de caminhos de ferro, enfim uma enorme série de obras cujo valor total anda em mais de 60.000 contos de réis. O último edifício público construído pelo dr. Ramos de Azevedo foi o Teatro Municipal, cujo êxito coroou definitivamente os méritos do ilustre arquiteto.

Tem este atualmente em construção o Paço Municipal, a Penitenciária, o Palácio das Indústrias, o Fórum, além de cerca de 80 prédios particulares, espalhados por toda a cidade. Estas numerosas obras são trabalhos seu e de seus colaboradores - pois que o dr. Ramos de Azevedo se soube rodear sempre de profissionais de alta competência - e representam trinta anos de ininterrupta atividade.

O nome do dr. Ramos de Azevedo está ligado ao renascimento do Estado de São Paulo e da sua capital, cujo aspecto surpreende todos os europeus que a visitam, pelo cunho artístico das suas novas construções.

Dr. Vicente de Carvalho - O dr. Vicente de Carvalho desempenha, há quatro anos, as funções de juiz de Direito em São Paulo. Nasceu nesta mesma capital em 1866 e aqui se formou pela Faculdade de Direito em 1886. Foi logo depois para Santos, onde exerceu a advocacia durante alguns anos. Em 1891, foi eleito deputado à Câmara do Estado e no ano seguinte nomeado secretário do Interior.

Notável homem de letras, tem publicado diversas obras, em prosa e em verso, entre as quais se podem citar as Ardentias (1885), Relicario (1888 e segunda edição em 1890), Rosa, rosa de amor... (1906), Sonetos e Poemas (1909) e Páginas Soltas (1911). Escreveu também, em 1901, um estudo, Solução da crise do café, muito apreciado pelos especialistas da matéria e pelos interessados em geral. Altamente considerado pelos seus trabalhos literários, não só no Estado natal como em todo o Brasil, foi eleito, em 1910, para a Academia Brasileira e fez também parte da Academia Paulista de Letras.

O dr. Vicente de Carvalho tem interesses em diversas indústrias e é proprietário da fazenda do Fructal, no município de Franca, distante 9 quilômetros da estação do mesmo nome, fazenda essa dotada de todos os melhoramentos modernos. É também diretor da Empreza de Navegação Fluvial Sul Paulista, a qual dispõe de cinco vapores que fazem o serviço dos rios Juquiá, Jacupiranga, Una, Piroupava e Ribeira de Iguape, servindo as localidades de Cananéia, Iguape e Xiririca (N.E.: atual Eldorado Paulista/SP). O comércio de maior importância desses rios é a exportação de arroz.


Fazendeiros do estado de São Paulo: 1) William R. Dulley; 2) Aleixo da Silva Passos; 3) Joaquim Gomes de Siqueira Reis Junior; 4) Joaquim da Silva Passos; 5) Luiz de Queiroz Telles Junior; 6) Theotonio Monteiro de Barros; 7) José Lima de Souza Dias; 8) Ernesto Theodoro Lima; 9) Antonio da Silva Vasconcellos; 10) José da Silveira Barreto; 11) João de Paulo Mascarenhas; 12) José Aleixo da Silva Passos; 13) Candido Pereira Lima; 14) Sra. d. Anna Delfina Gomes; 15) José Pedro de Souza Meirelles; 16) Bento Ribeiro Nogueira; 17) Manoel Bernardo dos Reis; 18) José de Souza Dias; 19) Dr. Augusto Freire de Mattos Barretto; 20) Antonio de Azevedo Souza; 21) José Ozorio de Souza; 22) Venerando Pereira dos Santos; 23) Joaquim Mariano da Silva Jotta; 24) José Pereira Lima; 25) C. Macintyre; 26) Mario de Azevedo Souza; 27) Firmino de Oliveira Lima; 28) Manoel José Alves do Valle; 29) Major Honorio Vieira de Andrade Palma; 30) Joaquim Prudente Corrêa; 31) Coronel Antonio Furquim Pereira; 32) Luiz Siqueira Reis; 33) Manoel Mariano da Silva Jotta; 34) Capitão Antonio José Dias Lima; 35) Dr. J. E. de Souza Barros; 36) José Pinto de Miranda; 37) Martim Cabral Moreira; 38) Estevão de Souza Barros; 39) José Pedro de Alcantara Figueiredo; 40) José Jacintho da Silveira Pinto
Foto-montagem publicada com o texto, página 696

George Krug - Nos últimos anos, têm sido executadas pelo dr. George Krug as plantas e construções de alguns dos mais importantes edifícios de São Paulo. Entre essas obras se podem citar o Colégio Mackenzie, os bancos "British", "London and Brasilian" e "Brasilianische", os armazéns dos srs. Nathan & Co., a Companhia Standard Oil, as igrejas paroquiais de São Joaquim, Braz e Belenzinho, o Hospital Samaritano, e mais de 100 casas particulares.

Em Santos, planeou e edificou o sr. Krug o Brasilianische Bank, o escritório da Companhia City Improvements, o Estabelecimento de Águas Públicas, a Casa da Força, o escritório e armazéns de J. D. Martins e algumas casas particulares. O sr. Krug nasceu nos Estados Unidos da América do Norte, educou-se na Universidade da Pennsylvania e adquiriu prática de arquiteto com o sr. James H. Windrim, diretor das Obras Públicas de Philadelphia. Em 1888, uniu-se a seu pai, o finado sr. William Krug, que foi construtor em São Paulo, e desde o falecimento desde, em 1907, tem continuado por sua própria conta e responsabilidade.

É freqüentemente chamado como árbitro oficial em questões de prédios, seguros contra fogo etc. É professor de Arquitetura na Escola Politécnica do Estado e no Colégio Mackenzie. O sr. Krug possui uma fazenda de cerca de 2.000 alqueires, perto de Piracicaba, onde faz experiências de criação de gado de raça e de cultivo de cereais. O seu escritório acha-se instalado no Palacete Briccola.

Dr. Domingos Jaguaribe - O dr. Domingos Jaguaribe, brasileiro, médico, fundou o Instituto Psico-Fisiológico de São Paulo, que é uma sucursal da instituição do mesmo nome em Paris, da qual aquele clínico é membro correspondente. Foi presidente do segundo Congresso Geográfico da América do Sul. É membro da Royal Geographical Society of London e da Society of Psychical Research de Londres.

O dr. Domingos Jaguaribe exerceu já o mandato de deputado ao Congresso Estadual, e desempenhou saliente papel no movimento de propaganda que levou à abolição da escravatura. Escritor distinto, tem publicado, além de outras, as seguintes obras: O aclimatamento das raças sob o ponto de vista da colonisação no Brazil, Meios praticos de colonisar, Organisação do trabalho, Arte de formar homens de bem, O Sul de São Paulo e Homens e idéas.

Atualmente, aplica-se o dr. Jaguaribe sobretudo ao Instituto Hidroterápico, também por ele fundado. O ilustre facultativo tem um sistema, cuja infalibilidade garante, de curar, pelo hipnotismo, o vício da embriaguez ainda nos casos mais antigos e inveterados. Reside na rua que tem o seu nome (Dr. Jaguaribe), nº 33.

Dr. Eduardo da Fonseca Cotching - O dr. E. da Fonseca Cotching fez o seu curso de Ciências Jurídicas e Sociais no mais antigo estabelecimento de ensino do país, a Faculdade de Direito de São Paulo, de onde têm saído tantos homens notáveis e políticos do Brasil. Pertence a uma das mais antigas e ilustres famílias paulistas - Almeida Prado e Fonseca -, sendo, pelo lado paterno, filho do sr. William Mackrell Cotching, de nacionalidade inglesa, há muitos anos residente no Brasil, onde conta largo círculo de relações. Logo de pois de terminados os seus estudos superiores, empreendeu o dr. Cotching uma viagem pela Europa, cujas capitais visitou demoradamente, tratando de se familiarizar, tanto quanto possível, com a civilização do Velho Mundo.

Uma das qualidades dominantes neste gentleman é o seu grande amor e entusiasmo pelo Brasil e o desejo acentuado de atrair, nas relações financeiras, os homens de negócios da Inglaterra ao seu país. Tem também grande admiração, aliada a legítimo orgulho, pela civilização da Inglaterra, país de seu pai. O dr. Cotching, além de se dedicar à advocacia, ocupa-se de negócios financeiros e industriais; e decerto, em breve tempo, devido à sua influencia, importantes capitais ingleses serão introduzidos no Brasil, especialmente no Estado de São Paulo. É presidente de diversas importantes companhias. Reside à Rua São Luiz, 1, em São Paulo.

Drs. Prudente de Moraes e França Meirelles - Os drs. A. Prudente de Moraes e A. C. de França Meirelles estabeleceram em 1911 um escritório técnico na cidade de São Paulo, à Rua Direita, nº 2. Contrataram com o Governo do Estado os serviços de captação e adução das águas do Ribeirão Barrocada, que vai contribuir para o abastecimento da Capital. Fizeram o estudo completo para o abastecimento de água e esgotos para a cidade de Socorro, obras cuja execução lhes será confiada. E contrataram também, com o dr. Francisco de Paula Ramos de Azevedo, a construção de parte da nova Penitenciária da Capital; e com o Governo do Estado, os estudos definitivos de um tramway de 1,60 m de bitola com uma extensão de 50 quilômetros, para transporte de materiais destinados às obras de captação e adução, para a Capital, das águas do Ribeirão Cutia.

O engenheiro Antonio Prudente de Moraes nasceu em 1880, na cidade de Piracicaba, do Estado de São Paulo, sendo seu pai o dr. Prudente José de Moraes Barros, ex-presidente da República. Fez o curso de engenheiro civil na Escola Politécnica de São Paulo, formando-se em 1902. Antes de se formar, trabalhou na São Paulo Railway Company, na construção da linha dupla para Santos. Depois de formado, trabalhou na São Paulo Railway Co., passando para a Estrada de Ferro Sorocabana, quando assumiu a sua superintendência o engenheiro Alfredo Maia. Convidado, mais tarde já pelos poderes oficiais, já por empresas particulares, para diversos estudos e trabalhos, desempenhou-os com perfeita competência.

Em 1909, começou a trabalhar por conta própria, e, já de sociedade com outros, já sozinho, contratou e executou importantes trabalhos. Numa dessas comissões, percorreu todo o traçado da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, fazendo uma inspeção geral e apresentando relatório minucioso à Sorocabana Railway, sobre a estrada e o Estado de Mato Grosso, que atravessou a cavalo. Voltando dessa viagem, abriu com o seu colega dr. A. C. de França Meirelles o escritório em que atualmente trabalha.

O engenheiro Antonio Carlos de França Meirelles nasceu na cidade de Guaratinguetá, do Estado de São Paulo, em 1879, sendo seu pai o coronel Antonio de Meirelles Freire. Fez o curso de engenheiro civil na Escola Politécnica de São Paulo, formando-se em 1902. Logo depois, entrou para a Comissão de Saneamento de Santos, que, mais tarde, deixou para ir dirigir a construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil na qualidade de empreiteiro, tendo como sócios os engenheiros Horacio Rodrigues e Rodrigo Claudio da Silva.

Esse serviço, que compreendia 40 quilômetros, principiando na margem direita do Paraná e seguindo na direção de Corumbá, no Estado de Mato Grosso, foi executado com as maiores dificuldades, pois que a ponta dos trilhos estava a muitas léguas da margem do Rio Paraná. Terminada essa construção, o engenheiro A. C. de França Meirelles executou diversos serviços de menor importância. Em 1911, fez sociedade com o engenheiro A. Prudente de Moraes, para montarem o escritório em que hoje ambos trabalham.


Fazendeiros do estado de São Paulo: 1) José Gé de Almeida Prado; 2) José Ignacio de Camargo Penteado; 3) Dr. Paula Machado; 4) J. A. Davy; 5) Wilfrido D. De Arruda; 6) Dr. Antonio Moreira de Barros; 7) Vespasiano Vaz; 8) Dr. B. de Toledo Arruda Junior; 9) Coronel Joaquim da Cunha Diniz Junqueira; 10) Dr. José de Toledo Arruda; 11) Dr. A. Dino Bueno; 12) Coronel João Carlos Penteado; 13) Amos L. Post; 14) Francisco Schmidt
Foto-montagem publicada com o texto, página 698

Augusto Fried - À proficiência de arquiteto do sr. Augusto Fried, deve São Paulo edifícios como a Vila A. von Bulow, de três andares, à esquina das ruas Direita, Quintino Bocaiuva e José Bonifácio; a Cervejaria Antarctica, em Água Branca; e a nova seção do Banco Alemão, assim como muitos importantes edifícios, comerciais e particulares.

Em 1910, executou o sr. Fried trabalhos no valor de Rs. 800:000$000, tendo tido em 1911 uma média de 70 a 80 contos por mês. Nasceu em 1857 em Wurtemberg; educou-se em Stuttgart, Genova e Saint-Etienne. Em 1888, uniu-se à firma construtora Carlos Altgelt, em Buenos Aires. Depois, passou três anos e meio no departamento técnico da Estrada de Ferro de Buenos Aires e Rosario, hoje unida com a Pacífico.

Em 1896, veio para São Paulo, onde abriu o seu escritório de sociedade com o sr. Carlos Eckman. Juntos tomaram estes srs. importantes empreitadas; e embora dissolvessem a sociedade em 1900, ainda unidos trabalharam em 1905 e 1906 nas obras dos srs. Stoltz & Cia. e Hasenclever & Cia., no Rio de Janeiro. O escritório do sr. Fried acha-se à Rua Brigadeiro Luiz Antonio, 245.

Dr. Godofredo Wilken - O dr. Godofredo Wilken, médico em São Paulo, operador do Hospital da Santa Casa de Misericórdia, da mesma cidade, nasceu no Recife (Pernambuco), em 8 de novembro de 1879. É diplomado em Medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e em Farmácia pela Faculdade de Medicina da Bahia. Prestou valiosos serviços médicos, ainda estudante, nos hospitais de sangue criados na Bahia, durante a luta de Canudos. Fez viagens de estudos pela Europa, onde praticou nos hospitais de Berlim e Paris.

Dr. Geraldo de Souza Tosta - O dr. Geraldo de Souza Tosta nasceu em Minas e fez os seus estudos no Rio de Janeiro, onde se formou pela Faculdade de Medicina, em 1900. Clinica em Bragança, onde ocupa um lugar distinto na classe. É diretor do Hospital da Santa Casa de Misericórdia e chefe da seção de cirurgia neste hospital, em Bragança e Atibaia. Reside em Bragança, à Rua Coronel Ozorio, 23.

Dr. João Mauricio Sampaio Vianna - O dr. João Mauricio de Sampaio Vianna, considerado um dos mais distintos clínicos de São Paulo, formou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. É chefe do corpo clínico do Instituto Wanderley. É grande amador de esporte, e faz parte de vários clubes de São Paulo.

Augusto de Toledo e Hyppolito Gustavo Pujol Junior - Esta firma de engenheiros arquitetos, conquanto recentemente constituída, ocupa já um lugar proeminente na capital do Estado de São Paulo. Tem já dirigido a construção de vários e importantes edifícios, não só em São Paulo, como também nos arredores. Foram os arquitetos-construtores dos edifícios da Exposição Preparatória de 1909. O seu escritório fica à Rua 15 de Novembro, 3, segundo andar.

Dr. Mario do Amaral - O dr. Mario do Amaral nasceu, a 11 de agosto de 1874, em São Paulo, onde fez os seus estudos na Faculdade de Direito, formando-se em 1896. Pouco tempo depois, começou a exercer a advocacia, abrindo o seu escritório à Rua Santa Thereza, 18. Em 1908 foi o dr. Mario do Amaral eleito conselheiro municipal pelo segundo distrito, que compreende os bairros da Liberdade, Cambray e Vila Mariana. Atualmente é secretário da Câmara Municipal e faz parte da Comissão de Finanças.

Dr. Benedicto Montenegro - O dr. Benedicto Montenegro, médico muito conhecido na capital paulista, nasceu na Bocaina, Estado de São Paulo, a 9 de abril de 1888. Fez o seu curso secundário no Colégio Mackenzie, onde se bacharelou em 1904. Em 1905, foi para os Estados Unidos, matriculando-se na Universidade de Pennsylvania. Depois dum curso de quatro anos, graduou-se em Medicina e Cirurgia por essa escola, em 1909. Voltando ao Brasil, prestou o exame de suficiência no Rio de Janeiro e veio ocupar em São Paulo o posto de cirurgião da Santa Casa. Faz, além disto, vasta clínica particular.

Durante a sua estada nos Estados Unidos, entrou o dr. Montenegro para a Medical Society of the U.S.A., para a James Tyson Medical Soc., de Philadelphia, e para a Fraternity of Surgeons of the U.S.A. Foi grande jogador de futebol, tanto nos Estados Unidos como no Brasil. No período de 1903-1904, era o dr. Montenegro, então estudante do Colégio Mackenzie, considerado o melhor full-back do Estado; e em 1904 recebeu uma medalha de ouro, confirmando-lhe esse posto de honra. Na universidade de Pennsylvania, jogou também no time oficial. É ainda hoje grande amador do atletismo, conquanto os seus deveres profissionais o impeçam de tomar parte ativa no esporte.

De sociedade com o seu cunhado, sr. Domingos Carvalho, fundou o dr. Montenegro o primeiro estabelecimento do Brasil para o fabrico de cápsulas. Esta empresa foi estabelecida em 1911; e a fábrica, montada com maquinismo moderníssimo, tem uma capacidade de produção de 70.000 cápsulas por operário e por dia. As cápsulas são feitas de diversos tamanhos e o nome do freguês é nelas impresso.

A marca registrada da fábrica é Capsulas Amylaceas Paulistanas. Esta empresa parece poder em breve absorver a totalidade do comércio brasileiro em tal ramo, excluindo o artigo importado; as suas vendas estão, de fato, aumentando de mês para mês. O consultório cirúrgico do dr. Montenegro fica à Rua Bocayuva, 4.

Dr. Armando da Silva Prado - O dr. Armando da Silva Prado nasceu na cidade de São Paulo em 11 de março de 1880 e aí foi educado, cursando a Faculdade de Direito. Em 1902, tomou o grau de bacharel em borla e capelo. Em 1905, começou a exercer sua profissão e tem atualmente o seu escritório na Rua de São Bento, 43. O dr. Armando da Silva Prado, que é filho do dr. Eleuterio da Silva Prado, já falecido, foi eleito vereador municipal em janeiro de 1911, pelo segundo distrito.

Dr. João Sampaio - O dr. João Sampaio nasceu em Piracicaba, Estado de São Paulo, em 1877. Estudou em São Paulo, formando-se pela sua Faculdade de Direito, em 1897. Exerceu a advocacia durante 10 anos em sua cidade natal, onde desempenhou também os cargos de juiz de paz e delegado de polícia. Mais tarde, passou a advogar em São Paulo, especializando-se em leis constitucionais, matéria sobre a qual escreveu vários artigos publicados em revistas abrasileiras.

Em 1907, foi o dr. Sampaio eleito deputado estadual, cargo para o qual foi reeleito no período seguinte e que ocupa atualmente. Foi escolhido para membro da Comissão de Revisão da constituição, trabalho esse de que se ocupa presentemente. É um entusiasta da eletricidade e suas aplicações e foi um dos promotores da instalação elétrica, já em pleno funcionamento, para luz e força em piracicaba. Politicamente, faz parte do Partido Civilista. Tem o seu escritório à Rua Direita, 10C.

Carlos Ekman - Ao talento do arquiteto sr. Carlos Ekman, deve São Paulo alguns dos seus mais belos edifícios, tais como o palácio do conde Alvares Penteado, a Escola de Comércio que aquele titular ofereceu ao Estado de São Paulo, a Casa Bamberg à esquina das ruas 15 de Novembro e General Carneiro - o primeiro edifício com armação de ferro em São Paulo -, o Teatro São José, a Casa Alemã, a Vila Antonietta e muitos outros.

O sr. Ekman nasceu em 1866, em Estocolmo, e foi educado na Escola Politécnica de Copenhague. Daí, seguiu para Nova York e por dois anos foi engenheiro desenhista de uma bem conhecida firma de arquitetos. Seguindo para Buenos Aires, ali trabalhou também por dois anos como arquiteto, passando em seguida algum tempo no Rio de Janeiro, donde regressou a Buenos Aires.

Em 1895, instalou-se definitivamente em São Paulo, como sócio do sr. Augusto Fried Durny; durante quatro anos erigiram esses srs. muitos edifícios públicos e particulares; e mesmo depois da dissolução da sociedade, colaboraram na edificação dos esplêndidos prédios dos srs. Herm, Stolz & Cia., e Hasenclever & Cia., no Rio de Janeiro, em 1905 e 1906, respectivamente. O sr. Ekman reside à Rua Veridiana, 46, e tem o seu escritório na Travessa da Sé, 3.

Benjamin G. Cörner - O engenheiro civil Benjamin G. Cörner é filho do falecido engenheiro civil C. H. Cörner, o qual era formado pela Escola Politécnica de Dresden e veio para o Brasil há cerca de 30 anos. Foi durante 10 anos engenheiro chefe da Estrada de Ferro Sorocabana, a qual deixou para estabelecer-se com escritório técnico em São Paulo em 1896. Construiu em São Paulo muitos edifícios, entre eles a fábrica Bavaria e muitas casas particulares e fábricas. Foi o primeiro a introduzir no Brasil os poços artesianos, dedicando-se a esta especialidade, durante 15 anos, em São Paulo, Rio de Janeiro e Santos. Era também representante da fábrica de pontes Harkort, da Alemanha, e construiu quase todas as pontes da Estrada de Ferro Sorocabana e muitas da Companhia Mogiana, bem como o viaduto do Chá, em São Paulo. Faleceu aos 27 de maio de 1909.

Após a morte de seu pai, o engenheiro Benjamin G. Cörner assumiu a direção do escritório técnico. O engenheiro Benjamin G. Cörner nasceu em 26 de agosto de 1886 e formou-se em 1908 no Mackenzie College de São Paulo. Continuando as obras de seu falecido pai, construiu as oficinas de locomotivas da Estrada de Ferro Central do Brasil, em São Paulo. Continuou também a dedicar-se à especialidade de poços artesianos, dos quais perfurou cerca de 50 em dois anos. Construiu diversas pontes na Sorocabana, além de casas, reservatórios etc.

É representante da casa importadora Grapw & Wellmann, de Hamburgo; da fábrica de pontes Harkort, da Alemanha; de diversas fábricas de automóveis e máquinas, e tem importado grande quantidade de máquinas para o Governo, municipalidades e particulares. Antes de se estabelecer com escritório, foi engenheiro das companhias São Paulo Railway, Mogiana, Sorocabana e Douradense. Tem escritório à Rua Marechal Deodoro, 6, em São Paulo, caixa do Correio 98. Endereço telegráfico: Cörner, São Paulo.

Dr. João Duarte Junior - O dr. João Duarte Junior, engenheiro civil, construtor de obras em cimento armado, tem, até hoje, empreendido diversas obras importantes. O cais de Niterói, da extensão de 10 quilômetros, foi por ele construído, assim como um filtro, em cimento armado, no Vale do Guaraú, com a capacidade de 150.000 litros de água e destinado ao abastecimento de São Paulo. Foi ele o construtor do encanamento d'água da Cantareira a São Paulo, na extensão de 18 quilômetros. Estes tubos, de um metro de diâmetro, atravessam o Rio Tietê, por meio de duas pontes de cimento armado sistema Matrai.

O dr. J. Duarte Junior é autor de diversos projetos importantes, tais como os da canalização de água de Espírito Santo do Pinhal, de Araras e Mogi-Guaçu. Estes foram por ele próprio executados, assim como os do abastecimento de água nas cidades de Pirassununga, Itatiba, Bebedouro, Itu e Uruguaiana.

O dr. J. Duarte Junior nasceu no Rio Grande do Sul, em 1870, e fez os seus estudos na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, onde se formou em 1892. Voltou para a sua terra natal, onde trabalhou durante um ano na construção de estradas de ferro; e em 1893 veio para São Paulo. É professor, na Escola Politécnica, de Topografia Geodésica e de Astronomia, desde 1891. É proprietário de diversos terrenos e prédios, presidente da Companhia de Estradas de Ferro de Araraquara e à Rua Álvares Penteado, 9, tem o seu escritório técnico e comercial, um dos que, nesta cidade, maior soma de trabalho executa anualmente.


Representantes das profissões liberais em São Paulo: 1) Dr. Nestor Esteves da Natividade; 2) Dr. Guilherme Ellis; 3) Dr. José Carlos de Macedo Soares; 4) Dr. B. Montenegro; 5) Dr. J. Rodrigues Alves; 6) Dr. A. Candido Rodrigues; 7) Charles W. Armstrong; 8) Dr. Godofredo Wilken; 9) Dr. L. F. Rangel de Freitas; 10) Dr. Augusto Freire da Silva; 11) Dr. Lamartine S. Nogueira da Gama; 12) Francisco de Azevedo Junior; 13) Dr. Ricardo Villela; 14) Horacio Berlinck; 15) Dr. Vicente de Carvalho; 16) Dr. A. F. Paula Souza; 17) Dr. Rodolpho Miranda; 18) Dr. Luiz Pinto Serva; 19) Dr. Eduardo Fonseca Cotching; 20) Cel. Cornello Schmit; 21) Dr. Carlos Botelho; 22) Dr. Lacerda Franco; 23) Dr. João de Faria; 24) Dr. Homem de Mello; 25) Dr. Domingos Jaguaribe; 26) Dr. Franco da Rocha; 27) Coronel Francisco Coutinho
Foto-montagem publicada com o texto, página 672

A. Maurice de Ladrière - O sr. A. Maurice de Ladrière, engenheiro civil e arquiteto, reformou-se há uns oito anos, no corpo de engenheiros do exército francês, do qual fazia parte, na qualidade de capitão. Durante alguns anos, viajou por diversos países, a serviço da Sociedade Geográfica de Paris, a fim de visitar minas etc. Em 1910, veio para São Paulo, onde iniciou negócios por conta própria.

Tem executado diversos projetos para melhoramentos da cidade e particularmente as grandiosas pontes e viadutos projetados. Atualmente, está executando diversas obras em São Paulo, Santos e Rio de Janeiro.

Em sua companhia, trabalha o professor Giacomo Carberi, arquiteto, nascido em Bolonha. Foi este último autor dos projetos de diversas obras para o conde de Prates, quando fazia parte do pessoal técnico no escritório do construtor Samuel das Neves, e sempre sob a direção do dr. de Ladrière. Entre esses projetos, figuram os de dois vastos prédios à Rua Líbero Badaró, e de um palacete para o conde de Prates, na mesma rua.

Drs. Horacio de A. Rodrigues e Claudio da Silva - Os drs. Horacio Rodrigues e Claudio da Silva têm o seu escritório à Rua Direita, 2, segundo andar. São ambos engenheiros formados em 1904, na Escola Politécnica de São Paulo, e estabeleceram-se com escritório de construções em 1906.

São os seguintes os principais serviços por eles executados: construções particulares em São Paulo, diversas obras para a Diretoria de Obras Públicas de São Paulo (grupos escolares de Bragança e São José do Rio Pardo etc.); construções de estradas de ferro: Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, 100 quilômetros; Estrada de Ferro Araraquara, 30 quilômetros; Estrada de Ferro Funilense, 28 quilômetros; organização e construção de empresas telefônicas (Companhia Paulista de Telefones), instalações elétricas para cidades (Bariri); serviços de águas e esgotos. Os seus serviços representam a soma anual de 1.500 a 2.000 contos.

O dr. Horácio Rodrigues formou-se também em Direito em 1906. É diretor técnico da Companhia Rede Telefônica bragantina (capital 1.500 contos de réis), sócio comanditário da firma Cassio Muniz & Cia. (capital de 300 contos de réis), e sócio solidário da Empresa de Luz e Força de Socorro (capital 250 contos de réis). O dr. Rodrigo Claudio da Silva é proprietário de terras no interior e de prédios na Capital do Estado e na Capital Federal e sócio, juntamente com o dr. Horacio Rodrigues, da Empresa de Força e Luz de Bariri (capital 300 contos de réis).

Ball, Baker, Cornish & Co. - Embora esta bem conhecida firma londrina de guarda-livros diplomados apenas tenha sido organizada em abril de 1910, conta já, entre os seus clientes, muitas das mais importantes firmas inglesas e européias do Brasil. A firma é vastamente conhecida em Londres, onde foi formada há quarenta anos pelo atual sócio mais velho, sr. John B. Ball, F.C.A., ex-presidente do Instituto de Escrituração Mercantil. Os outros sócios são os srs. C.C. Baker, F.C.A. (Londres); C. W. Cornish, F.C.A. (Londres) e Basil G.D. Ball, A.C.A. (sócio residente no Brasil).

Desde que o sr. Basil D. G. Ball instalou em São Paulo o escritório, tem sido necessário, para dar conta do trabalho, abrir outras filiais no Rio de Janeiro e em Santos. O sr. Basil Ball, que é filho do fundador, foi por algum tempo guarda-marinha na Armada Real e capitão da Brigada Londrina da Primeira Divisão do Transporte e Coluna de Suprimento. Depois de cumprir o período de aprendizagem e de se graduar como membro associado do Instituto de Guarda-Livros Diplomados, entrou como sócio para a firma. Em 1909, caso-se com a filha do falecido Canon Richard Irvine, D.D. of Belfast.

Dr. Luiz de Toledo Piza e Almeida - O dr. Luiz Piza, como é mais geralmente nomeado, nasceu em Capivari, em 1858, filho de distinta família e descendente de nobres senhores espanhóis que se estabeleceram em São Paulo durante o domínio de Espanha. Tendo feito os primeiros estudos na fazenda de seus pais, foi para São Paulo e matriculou-se na Faculdade de Direito, pela qual se formou em 1883. Iniciou na advocacia a sua carreira, exercitando-se em diversas cidades do Estado, então Província, antes de se fixar definitivamente na Capital, onde permanece desde 1889. Os seus trabalhos profissionais têm-lhe valido, além duma bela nomeada, os capitais que lhe permitem possuir hoje uma das mais vastas extensões territoriais do Estado: o dr. Luiz Piza é proprietário de cerca de 100.000 hectares de terras virgens.

Não tem sido menos ativa a vida política do dr. Luiz Piza do que a sua vida profissional. Republicano desde os primeiros dias da vida acadêmica e ativo propagandista, três anos após a proclamação do novo regime, foi o dr. Piza eleito deputado estadual, depois de ter ocupado, durante curto espaço de tempo, uma cadeira de professor na Escola Normal de São Paulo. Deputado em três legislaturas sucessivas e presidente da Câmara, durante quase todo esse tempo, interrompeu em 1899 a sua ação política, para recomeçar em 1901, como deputado federal.

Na Câmara dos Deputados de São Paulo e no Congresso Federal foi sempre grande a contribuição trazida pelo dr. Luiz Piza no exame das questões de Direito e dos assuntos econômicos e financeiros. Foi convidado, em 1903, para exercer o cargo de chefe de polícia, que ocupou durante alguns meses, empregando os seus melhores esforços para que a polícia e a Força Pública do Estado tivessem, com o tempo, a organização modelar que hoje têm. Foi nomeado, pouco mais tarde, secretário da Agricultura, e nesse cargo revelou qualidades de administrador severo e inteligente.

Depois, foi o dr. Luiz Piza eleito senador estadual, mandato que ainda hoje exerce. Os seus mais importantes trabalhos parlamentares se referem à criação da Caixa de Conversão e à valorização do café, que combateu veementemente e cujos efeitos ainda hoje contesta. O dr. Luiz Piza é casado, desde 1894, com distinta senhora da família Campos Salles.

José Rossi - Reputado arquiteto da capital paulista, o sr. José Rossi é diplomado em Paris e tem executado para particulares, entre outras obras, as seguintes: Palacete Baruel, Joalheria Netter, Confeitaria Castellões, Banco Hipotecário etc. Para o Governo do Estado, construiu o sr. José Rossi o Necrotério da Hospedaria de Imigrantes e o Instituto de Vacinação.

O sr. José Rossi tem presentemente em via de construção o importante edifício do Skating-Palace, na Praça da República, o qual compreende três galerias e uma pista com 1.000 metros quadrados, e fica situado em um terreno de 2.200 metros quadrados. Tem também o sr. Rossi em construção grande número de edifícios em vários pontos da cidade. O sr. José Rossi nasceu na Suíça e veio para o Brasil em 1890. Faz parte da Sociedade de Arquitetos de São Paulo, da Sociedade de Engenheiros, da mesma capital, e também do Instituto de Paris.

Valle, Rodrigues & Ramos - Os srs. Valle, Rodrigues & Ramos, estabelecidos em 1900 com escritório de engenharia, admitiram, em 1904, como sócio, o sr. dr. J. V. Malta Cardoso. Ficou a firma então composta dos sócios drs. Ataliba Valle, F. Rodrigues, Malta Cardoso e Paula Ramos. Estes srs. têm executado diversas obras de importância, entre as quais as da Empresa de Eletricidade de São Paulo e Rio em Lorena e Taubaté, por eles incorporada em Companhia.

A empresa fornece a luz para essas duas cidades, mas atualmente ocupa-se da instalação de turbinas que terão uma força de 10 a 20.000 cavalos, força suficiente para iluminação de 8 a 10 cidades. O capital da empresa sobe a 800 contos e são seus diretores os drs. Ataliba Valle, Fonseca Rodrigues e malta Cardoso. A firma executou os projetos e obras do serviço de água e esgotos da cidade de São Manoel e do abastecimento d'água para a Municipalidade de Jundiaí, assim como de diversas outras.

O dr. Ataliba Valle nasceu no Rio Grande do Sul em 1861 e fez seus estudos na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, donde saiu diplomado em 1883 como engenheiro civil. Nessa época, entrou para o Ministério da Agricultura do Rio e durante 12 anos trabalhou na seção de Estradas de Ferro. Em São Paulo foi engenheiro do Governo Estadual e fez parte da Comissão Sanitária que trabalhou nos melhoramentos da cidade até 1900. Nessa data entrou, na qualidade de sócio, para a firma atual. Em 1895, foi nomeado professor da Escola Técnica para Estradas de Ferro, posto que ocupa até hoje.

O dr. José Antonio de Fonseca Rodrigues nasceu em Fortaleza, capital do Estado de Ceará, em 1862, e foi educado na Escola Técnica de Rio de Janeiro, onde se formou em 1882. Trabalhou por conta do Governo Imperial nas obras da Barra do Rio Grande do Sul e na construção de estradas de ferro do mesmo Estado. Em Santos, trabalhou nas obras do porto até 1892, quando veio para São Paulo juntar-se à Comissão Sanitária; e em 1900 entrou para a firma atual.

O outro sócio, o dr. J. V. Malta Cardoso, nasceu no Estado de São Paulo, em 1878, e aí fez seus estudos na Escola Politécnica, formando-se em 1902. Entrou então para as Obras Públicas Estaduais, onde se demorou um ano. As obras de canalização de água em Curitiba, Estado do Paraná, foram por ele executadas, por conta de terceiro. Em 1904, entrou como sócio para a firma atual. A Escola Politécnica conferiu-lhe um prêmio que lhe permite trabalhar em qualquer repartição pertencente ao Governo Estadual.

Casa de Saúde Dr. Homem de Mello & Cia. - Este estabelecimento médico, exclusivamente para doentes de moléstias nervosas e mentais, foi fundado em setembro de 1907 e fica situado no arrabalde Alto das Perdizes, em uma bela chácara de 23.000 metros quadrados. Compreende diversos pavilhões, modernos, com todos os melhoramentos, independentes, ajardinados e isolados para separação completa e rigorosa de sexos.

A Casa de Saúde fornece aos doentes completo tratamento médico, conforme os ensinamentos da psiquiatria moderna; e este tratamento é dirigido pelos especialistas mais conceituados de São Paulo. São diretores do estabelecimento os drs. C. Homem de Mello e Franco da Rocha. O primeiro mora no edifício; o segundo é médico consultor e conferencista.

O dr. Franco da Rocha, paulista, formou-se em 1890 na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde tomou o grau de doutor. Dedicou-se aos estudos da psiquiatria e ocupa, há 16 anos, o cargo de diretor do Asilo de Alienados de Juqueri. Foi ele quem organizou este excelente asilo e reformou completamente a assistência aos alienados no Estado, criando as Colônias Agrícolas anexas ao asilo de tratamento. Tendo viajado pela Escócia, onde estudou o seu sistema de assistência a alienados, chegando a São Paulo organizou também a bela instituição da assistência familiar na vila e município de Juqueri, segundo o sistema escocês. Tem publicado diversos trabalhos, entre os quais o excelente volume para uso de médicos, advogados e médicos legistas, A Psychiatria Forense. Tem publicado também muitos relatórios que são verdadeiros estudos de Psiquiatria. É membro de várias sociedades científicas (psiquiátricas) estrangeiras; e os seus artigos sobre moléstias mentais têm sido publicados no Allgemeine Zeitschrift für Psychiatrie, de Berlim; nos Annales Medico-Psychologiques, de Paris; nos Archivos de Psychiatria e Criminologia, de Buenos Aires; na Revista Medica, de São Paulo; e no jornal O Estado de São Paulo, da mesma capital.

O dr. C. Homem de Mello tomou o grau de doutor em Medicina no Rio de Janeiro, em dezembro de 1888, e a sua tese sobre paranóias obteve a nota de distinção. Trabalhou durante três anos no Hospício Dom Pedro II (Asilo de Alienados do Rio de Janeiro), lugar obtido por concurso. Voltando para São Paulo, sua terra natal, dedicou-se à clínica civil e especializou-se em Psiquiatria. Foi nomeado médico psiquiatra do Hospício de Alienados (hoje Asilo de Alienados de Juqueri), onde trabalhou durante 15 anos. Aposentando-se do Hospício de Juqueri, fundou, de sociedade com o seu falecido amigo, o capitalista J. Franco da Rocha, a Casa de Saúde de que trata esta notícia.

O dr. C. Homem de Mello é também diretor vice-presidente da importante Companhia de Seguros Monte Pio da Família; ultimamente foi eleito diretor tesoureiro da próspera Sociedade Mútua de Seguros Pensionato da Família.

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Cia. Auto-Taxímetros Paulista (L. Prado, presidente): 1) Automóveis à espera no Teatro Municipal; 2) Automóveis à espera de aluguel na Praça da República
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Dr. Regino Aragão - O dr. Regino Aragão, engenheiro industrial, nasceu no Ceará e fez seus estudos na Escola Politécnica de São Paulo, onde se formou em 1900. Iniciou então a sua carreira profissional como engenheiro-construtor. O Teatro São José, do qual o dr. Aragão é atualmente arrendatário, foi por ele construído, assim como diversos edifícios públicos e residências particulares, entre estas os palacetes dos srs. Antonio Fidelio, Alfredo Speers, Antonio Norberto Ribeiro Valle, A. Linenberg e coronel Francisco Guimarães. E, entre os edifícios públicos, salientam-se os grupos escolares do Braz e Lapa e o Observatório, na Capital, além das obras executadas em diversas cidades do Interior.

O dr. Regino Aragão é proprietário duma fábrica de ladrilhos, denominada Cruzeiro do Sul, sita à Rua Vitalis, 44. É, além disso, vice-presidente da Brazilian Excursion Co. Ld.; acionista da Companhia Garagens Reunidas e outras sociedades anônimas e concessionário dos serviços de água e esgotos de Santo Amaro. Ocupa, há 13 anos, o cargo de preparador de Química na Escola Politécnica de São Paulo, onde estudou. A cargo de seu escritório, que funciona no Teatro São José, estão atualmente obras no valor aproximado de 2.500 contos de réis.

Dr. Luiz F. Rangel de Freitas - O dr. Luiz F. Rangel de Freitas, conhecido advogado e autor de várias obras sobre Direito, nasceu em Iguape, São Paulo, em 1867. Fez os seus estudos primários na Escola Americana daquela cidade; e em seguida entrou para o colégio Mackenzie, na capital do Estado. Indo depois para o Rio de Janeiro, ali se formou em Direito em 1889.

Depois da sua formatura, ocupou o dr. Rangel de Freitas várias posições oficiais, tais como juiz municipal, delegado de polícia, promotor público etc., em São Paulo. É membro da Sociedade Histórica e Geográfica do Estado e grão-mestre da Maçonaria Paulista. É advogado da maioria dos membros da colônia americana e também tem uma grande clientela entre a população italiana da cidade. O dr. Rangel de Freitas tem um filho estudando Engenharia na Dean Academy, Franklin, Estados Unidos.

Dr. Alexandrino de Moraes Pedroso - O dr. ALexandrino de Moraes Pedroso, médico em São Paulo, é uma figura bastante conhecida no mundo científico brasileiro. Nasceu em São Paulo em 1881 e fez o seu curso primário no Colégio João de Deus daquela cidade. Depois de cursar a Escola Politécnica, durante um ano, foi o dr. Pedroso, em 1900, para os Estados Unidos, e fez um curso de quatro anos na Universidade da Pennsylvania, onde se formou em Medicina. Durante este tempo, foi tesoureiro do Clube da América Latina, daquela universidade. Voltando ao Brasil, fez o seu exame de suficiência na Faculdade do Rio de Janeiro e voltou a São Paulo, onde começou a exercer a clínica dos hospitais.

Em 1908, já casado, foi novamente aos Estados Unidos, acompanhado por sua esposa. Seguiu então um curso superior na Universidade Hopkins e em seguida clinicou, durante algum tempo, no Hospital da Pennsylvania. Voltando a São Paulo, aí fixou residência, e foi nomeado diretor do Laboratório Patológico da Santa Casa, cargo esse que ocupa há três anos. O dr. Pedroso foi também médico assistente do Instituto Pasteur e do Instituto Vacínico. É membro da Sociedade de Medicina, e goza da reputação de um dos mais hábeis médicos analistas do Brasil.

Dr. Pedro Vicente de Azevedo - O dr. Pedro Vicente de Azevedo, conselheiro municipal pelo distrito de Santa Efigênia, nasceu em 29 de junho de 1844 em Lorena, na então Província de São Paulo, e fez os seus estudos na Faculdade de Direito desta cidade. Doutorou-se em Direito. É advogado. Durante os anos de 1867 e 1868 exerceu as funções de juiz em São Luiz; foi deputado em diversas legislaturas. Presidente da Província do Pará, de 1874 a 75; presidente da Província de Minas Gerais, de 1875 a 76; da de Pernambuco, de 1886 a 87; e da Província de São Paulo, de junho de 1888 a abril de 1889.

O dr. Vicente de Azevedo obteve diversas condecorações, entre as quais a de dignitário da Imperial Ordem da Rosa, comendador da Conceição de Vila Viçosa de Portugal e outras. Desde 1889, vive retirado da política. Ocupou ainda os cargos de vice-prefeito da Municipalidade de São Paulo, de 1899 a 1904. Tendo desistido deste cargo, foi novamente eleito conselheiro municipal em 1910. É presidente do Centro dos Bancos de Custeio Rural e continua a exercer a sua profissão de advogado. O seu escritório fica à Rua do Comércio, 32.

Dr. Carlos J. Botelho - O dr. Carlos J. Botelho, distinto clínico em São Paulo, proprietário do Jardim de Aclimação, é também fazendeiro na Serra de Dourado e em São Carlos. O seu estabelecimento hidroterápico, tão conhecido e freqüentado em São Paulo, é, de todos os pontos de vista, modelar e acha-se perfeitamente instalado.

O dr. Carlos J. Botelho tem tomado parte ativa na vida política do seu Estado; exerceu o cargo de secretário da Agricultura, no período de 1904 a 1908. Na Serra de Dourado, Estado de São Paulo, importante região cafeeira onde, em geral, a produção não é inferior a 100 arrobas por 1.000 pés de café, tem o dr. Botelho a sua fazenda Santa Constança. Tem esta fazenda 500.000 pés de café em terra roxa, extremamente fértil, os quais chegam a dar, em anos bons, a formidável colheita de 100.000 arrobas. O valor de cada um destes cafeeiros é de Rs. 4$000, o que dá para a fazenda, só em plantação de café, o valor de Rs. 2.000:000$000.

José Brotero - O engenheiro dr. José Brotero, brasileiro, estudou na Inglaterra e em outros países da Europa. Foi engenheiro da Estrada de Ferro Sorocabana até 1909, dirigindo vários trabalhos executados pela mesma estrada. Desde então, tem-se ocupado em diversos trabalhos concernentes à sua profissão. Foi sucessivamente engenheiro no Ramal de Guapira em 1910, engenheiro das obras de melhoramentos da cidade de Caxambu, Minas Gerais, e de outros serviços importantes.

Dr. F. S. Lane - Uma das maiores coleções de orquídeas do Brasil é a do dr. Fred S. Lane, cirurgião-dentista em São Paulo. Uma parte dessa coleção acha-se na residência do dr. Lane, à Rua Barão de Iguape, mas o maior número de exemplares está na sua fazenda de Santo Amaro, a 20 milhas da cidade. A coleção compreende alguns milhares de espécimes.

As famílias de orquídeas que, na coleção, figuram com maior número de exemplares, são as Laelias e Cattleyas, das quais há várias centenas de variedades e milhares de espécimes. Da família das Purpurata, existem cerca de 1.000 exemplares; e das Laelia Crispi, mais de 100. Encontram-se na coleção seis variedades híbridas de Laelia e Cattleya com a Laelia Elegans, havendo 12 exemplares do mais belo desses hibridismos. Tais espécimes variam do branco mais puro, até a púrpura mais profunda.

Entre as Cattleyas, possui o dr. Lane várias espécies intermédias, tais como Parissonae, Loddigesu, Leopoldi, Labrat, Warneari, e grande número de híbridos naturais. Possui também todas as Laelias brasileiras de valor, grande número das quais são plantadas em terra. Nas 500 Onciduns que conta a coleção, estão provavelmente representadas todas as variedades que crescem ao ar livre. Figuram ainda na coleção 200 Miltoneas, 100 Stanhopae, uma das quais com 200 flores, e alguns exemplares valiosos de Sophronites.

Uma das características da coleção é constituída pelos milhares de exemplares de tamanho reduzido que o dr. Lane se esmera em produzir, obtendo flores, também pequenas, algumas do tamanho da cabeça de um alfinete. Dignos de menção são também alguns raros espécimes da C. Sororia, um híbrido ainda sem nome de Cattleya Walkenna com Cattleya Vlutina e outros híbridos curiosos. O dr. Lane tem viajado muito, em caça de orquídeas. Com esse fim, visitou as Filipinas, Ilhas do Pacífico, América do Norte e do Sul. O dr. Lane é natural dos Estados Unidos e exerce, em São Paulo, a profissão de cirurgião-dentista.

Engenheiro Alexandre de Albuquerque - O engenheiro Alexandre de Albuquerque nasceu em São Paulo em 1880 e estudou, na Escola Politécnica desta cidade, Arquitetura e Engenharia. Em 1905, obteve o grande prêmio de Arquitetura, concedido pelo Estado, a fim de completar os seus estudos na Europa, para onde seguiu, depois de ter recebido os seus diplomas de Arquitetura e Engenharia. Na Europa ficou o engenheiro A. de Albuquerque um ano e voltou para São Paulo em 1906.

Praticou durante três anos com o bem conhecido arquiteto dr. Ramos de Azevedo e em 1909 principiou a exercer a sua profissão por conta própria. Numerosos projetos de obras importantes lhe têm sido confiados, entre os quais mencionaremos: o Cassino de São Paulo, o Teatro de Jaú, o Mercado de Amparo, o Ginásio Macedo Soares de São Paulo e uma infinidade de casas particulares. O escritório do engenheiro Alexandre de Albuquerque é situado à Rua Álvares Penteado, 9, São Paulo.

Dr. Heribaldo Siciliano - O dr. Heribaldo Siciliano, engenheiro-arquiteto da Companhia Mecânica e Importadora, tem executado, por conta desta companhia, obras importantes, entre as quais a da condução das águas para o abastecimento da Capital, os reservatórios da Moóca e Araçá, galerias de águas pluviais em cimento armado, a ponte da Rua Florêncio de Abreu, o Mercado Municipal e uma infinidade de prédios.

Atualmente, tem em projeto diversas casas para a Companhia Mecânica, oficinas, vilas etc. O dr. H. Siciliano nasceu em São Paulo em 1878. Aqui se educou, cursou a Escola Politécnica e formou-se em 1903. Nesse mesmo ano, entrou para a Companhia. É secretário da Sociedade dos Arquitetos de São Paulo; o seu escritório fica à Rua 15 de Novembro, 36.

Dr. Ricardo Villela - O dr. Ricardo Villela é o diretor técnico da companhia Empresa de Força e Luz Norte de São Paulo, que possui uma importante usina hidrelétrica de 5.000 cavalos construída no Tietê, perto de Salesópolis, e diretor da Companhia de Melhoramentos Porto Feliz e presidente da Companhia Mogiana de Tecidos e Fiação. Têm ambas como diretor técnico o dr. Ricardo Villela, que é também secretário-diretor do Sindicato de Fábricas de Chapéus do Estado de São Paulo e chefe da firma M. Villela e Companhia de São Paulo.

O dr. Villela nasceu na Capital Federal, em 28 de novembro de 1878, dedicando-se desde muito moço à carreira industrial. É inventor do monoplano Brazil e uma das figuras mais em destaque do Norte de São Paulo.

Dr. Luiz Pinto Serva - O dr. Luiz Pinto Serva é advogado das companhias de estrada de ferro Paulista e Guatapará. É natural de São Paulo, em cuja Faculdade de Direito se graduou, em 1900, e onde exerce a sua profissão desde aquele ano.

Hentz Coachman - O sr. Hentz Coachman seguiu a carreira de dentista, que era já a profissão de seu pai. Sus dois irmãos igualmente adotaram essa profissão. O sr. Hentz Coachman nasceu em 1874, no Rio de Janeiro, onde recebeu a primeira educação, e seguiu depois para os Estados Unidos, para completar os seus estudos. Ali tirou o diploma de cirurgião-dentista.

Voltou para o Brasil em 1903, e, no ano seguinte, começou a praticar com seu pai, no Rio de Janeiro. Em 1910, veio o sr. Hentz Coachman para São Paulo, onde rapidamente tem prosperado. O seu consultório funciona à Rua Direita, 6.


Arquitetos e engenheiros da cidade de São Paulo: 1) Dr. A. C. de França Meirelles; 2) Dr. Antonio Prudente de Moraes; 3) O falecido dr. C. H. Cörner; 4) Dr. Benjamin G. Cörner; 5) Carlos Ekman; 6) José Rossi; 7) Dr. Domiziano Rossi; 8) M. E. Hehl; 9) Ricardo Severo; 10) Augusto de Toledo; 11) Hippolyto Gustavo; 12) Dr. F. P. Ramos de Azevedo; 13) Dr. Victor Dubugras; 14) Dr. George Krug; 15) Dr. Alexandre de Albuquerque; 16) Dr. João Duarte Junior; 17) Dr. Augusto Fried; 18) Dr. Domingos Alves Matheus
Foto-montagem publicada com o texto, página 674

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