Sexta-feira, 18 de Maio de 2007, 08:06
ALTERNATIVAS
Museus tentam atrair mais público
Coordenadores querem eliminar estigma de lugar que concentra coisas
velhas, estáticas e eruditas
Bruno Guedes
Da Redação
Diretores de museus da
Cidade buscam alternativas para tirar dessas casas em que se respira história e cultura o estigma de algo velho, estático e erudito, longe da
realidade da maioria da população. Para isso, adotam outras formas de abordagem e tentam conquistar as novas gerações como um fiel público dos
museus, que têm seu dia comemorado hoje.
"Tentamos unir todo o conhecimento que se adquire aqui com espaços lúdicos, para mexer com a
imaginação de crianças e até de jovens", disse Lúcio Fagundes, diretor do Museu de Pesca, visitado por 90 mil pessoas no ano passado. Este ano, uma
das espaçosas salas do imóvel recebeu o Projeto Surf Art Kids, em que crianças fazem desenhos de cenários marinhos, inspirados no que viram no museu
e em alguns quadros.
Investiu-se também na criação de novos cenários. Um deles simula uma embarcação rústica em que os
visitantes se vêem rodeados pelo mar. Um outro é o quarto do capitão, feito de madeira, escuro e com objetos típicos.
Um dos diretores dos museus do Mar e Marítimo, localizados na Ponta da Praia, Luís Alonso opta
pela variedade de peças e espécies para incrementar as duas casas. Caracterizar o ambiente também é a aposta de Luís Alonso. O Museu Marítimo, cuja
decoração remete a uma embarcação antiga, tem uma música cantada por piratas de séculos atrás. O diretor conta que tem dois projetos para atender a
escolas de periferia, mas falta de incentivo aos museus.
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230 mil é o número aproximado de visitas anuais aos museus de Santos |
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Conhecimento acessível - O Museu do Café, localizado na Bolsa Oficial de
Café, no Centro, promove cursos para aproximar os visitantes. Há cursos sobre o que é museu, sobre os tipos e história do café e sobre educação
patrimonial na rede pública.
A qualidade dos monitores, ressaltou a coordenadora, Marjorie Carvalho, também é
um ponto de que não se pode descuidar. "Temos monitores que interagem, não contam a história de uma forma parada".
No museu está preservada a época áurea do café, no início do século passado. O
grande salão do pregão, onde o produto era negociado, é rodeado por telas de Benedicto Calixto que retratam momentos da História do Brasil. O local
recebe visitantes de todo o mundo.
Imagem e som - Dentro do Centro de Cultura Patrícia Galvão, uma outra
sala guarda acervos que mexem com os sentidos do visitante. O Museu da Imagem e do Som não precisa de muito incremento para oferecer interatividade:
tem milhares de filmes, em VHS e DVD, e títulos musicais, muitos dos quais em discos LP, hoje extintos no mercado.
No local é possível ouvir música e, em sessões com hora marcada, assistir a
filmes em uma sala de projeções. Apesar de o museu ser interativo por natureza, a coordenação tenta atrair o público também para a tecnologia
audiovisual exposta e utilizada no local.
"Estamos fazendo com que o público sinta o funcionamento dos objetos usados ao
longo da história, faça uma analogia entre os aparelhos de épocas atrás e de hoje", explicou o coordenador de Cinemas da Secretaria de Cultura,
Nívio Mota. No museu, que recebe 1.500 visitas mensais, é possível ouvir música em uma vitrola, por exemplo. |