As ruas Maranhão...
Foto: Luigi Bongiovanni, publicada com a matéria
Quinta-feira, 23 de
novembro de 2006, 07:50
CALÇADAS
Ao bel-prazer
Embora existam padrões específicos para a construção de passeios públicos,
estabelecidos pelo Decreto Municipal nº 3.569, as regras não são respeitadas
Da Reportagem
Quem reparar nas calçadas de Santos, além de vários
trechos deteriorados, irá perceber a variedade de pisos utilizados nos passeios públicos. A falta de padronização é tanta que, em determinados
pontos, a calçada de uma mesma quadra pode ter três tipos de piso diferentes.
Isso porque alguns munícipes esquecem da segurança e das exigências da Prefeitura e
escolhem o revestimento de acordo com sua preferência. No entanto, na hora de uma reforma na calçada, é preciso estar atento ao tipo de piso. Embora
muitos não saibam, há padrões específicos para cada lugar, estabelecidos por meio de Decreto Municipal nº 3.569, de 1º de junho de 2000.
O alerta é do vice-prefeito e secretário municipal de Obras e Serviços Públicos,
Antônio Carlos Silva Gonçalves, que reconhece que a situação em alguns pontos está crítica. As ruas Maranhão e Olavo Bilac, ambas na Pompéia, são
exemplos da variedade de revestimentos. Nas duas vias, há quarteirões com três tipos de pisos diferentes.
Isso acontece, segundo o secretário, porque os reparos nas calçadas são de
responsabilidade do proprietário (ou representante legal) do imóvel localizado em frente ao passeio. "Os consertos cabem à Prefeitura quando raízes
de uma árvore levantam a calçada, ou obras de saneamento prejudicam o pavimento, por exemplo. Nos demais casos, geralmente, a manutenção é do
munícipe".
Pela lei, o mosaico português é exigido nas calçadas da orla e da primeira quadra da
praia, trecho considerado turístico pela Prefeitura. As rampas de acesso devem ser de ladrilho hidráulico.
Os moradores dos morros e da Zona Noroeste são os que têm maior facilidade para saber
qual é o piso adequado, já que apenas um tipo é permitido. Nas calçadas dos morros o revestimento deve ser de concreto. Neste caso, não há outras
opções. Assim como na ZN, onde só é permitido o ladrilho hidráulico cinza.
"O decreto determina qual é o piso permitido. A confusão ocorre devido ao zoneamento
das vias, no qual cada trecho tem um revestimento específico", frisa Gonçalves ao recomendar às pessoas que, antes de reformarem o passeio público,
consultem a Prefeitura para realizar as obras de acordo com a legislação. "Calçada não é enfeite, é local de segurança".
Gerente de uma loja de lustres localizada na Rua Senador Feijó, Haroldo Augusto
Ferreira Filho teve que consertar a calçada em frente ao estabelecimento, "pois o aspecto do piso não estava de acordo com a proposta da loja. Foi
uma questão de consciência".
Assim como o piso correto para aquele local, Ferreira Filho prestou atenção em outro
detalhe: a proteção das árvores plantadas na calçada. Esse cuidado foi deixado de lado na Rua Djalma Dutra, no Gonzaga, onde um prédio construiu uma
espécie de caixa de concreto ao redor de uma árvore, prejudicando os motoristas que estacionam próximo ao local, uma vez que a abertura da porta é
dificultada em razão da altura da proteção.
De acordo com Gonçalves, a Prefeitura fornece uma cova rasa para o plantio de árvores,
no nível da calçada. "Proteções muito acima do passeio estão erradas e sujeitas a multa".
Análise |
“Calçada não é enfeite, é local de segurança”
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Antônio Carlos Silva Gonçalves
Secretário de Obras
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Multa - Seja pela proteção fora dos padrões em uma árvore, rampa de acesso
irregular ou revestimento incorreto na calçada, o procedimento adotado pela Prefeitura é o mesmo: intimação e multa, caso o prazo estabelecido seja
desrespeitado.
"O munícipe que for intimado terá um prazo de 30 dias para providenciar a reforma e,
se não cumprir o exigido, poderá ser autuado em R$ 1.613,56, valor da multa de passeio danificado". Em relação aos locais flagrados por A Tribuna,
o secretário afirma que a Prefeitura verificará o procedimento que foi adotado pelos fiscais da Seosp.
...e Olavo Bilac, ambas na Pompéia,
são exemplos da variedade de revestimentos usados nas calçadas
Foto: Luigi Bongiovanni, publicada com a matéria
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