"Fiel ao princípio de dar uma educação
integral, o Stella Maris foi crescendo".
"Cada espaço pensado, criado, adaptado ou
modificado foi
conseqüência de um olhar atento às
transformações e carências da sociedade: 'Após cinco anos, nossa Madre Superiora, reverenda
madre Domitila, decidiu que era necessário aumentar nossa escola. Um belo prédio de três andares foi adicionado à casa da pequena torre, que parecia
ter sempre estado lá' (Esther Bacon)".
"Nos primeiros anos, outros imóveis fizeram
parte desse conjunto: a Casa Carvalho, onde funcionou, até 1939, o Jardim da Infância misto, para crianças de 4 a 6 anos,..."
"...e a casa da Rua Oswaldo Cruz nº 464, na
qual foi instalado o Curso Normal, em 1949".
"Por volta de 1940, o Stella Maris ganha
outros acréscimos: a capela, no mesmo lugar em que hoje se encontra, e o salão de festas, que contribuiria para o almejado desenvolvimento
artístico, literário e social das alunas. O colégio cresce, a exemplo do bairro e da própria cidade".
"No Gymnasio Stella Maris, de 1937,
o regime era de internato, externato e semi-internato feminino. Naquele tempo eram poucas as professoras leigas. A inspeção educacional, feita em 12
de novembro daquele ano, observava que 'as religiosas, legalmente registradas, que exercem o
Magistério no gymnasio, não percebem vencimentos de acordo com as regras da congregação a que pertencem'."
"As madres do colégio viviam em regime de
clausura e dividiam-se entre as obreiras, encarregadas da manutenção do monastério, e as educadoras, que ministravam aulas. Várias delas tinham, em
seus currículos, regência de escolas secundárias na Bélgica, cursos na Alemanha e em outros países da Europa".
"As vestes especiais e a clausura foram
impostas por Roma, quando reconheceu as mulheres como religiosas. Além disso, eram obrigadas a recitar o Ofício Divino, em latim, por várias horas
ao dia".
"O reservado modo de vida das mères,
como eram chamadas pelas alunas, e o som do sino que tocava para chamá-las, despertavam a curiosidade nas meninas:
'Começávamos o dia com missa na capela, as freiras todas com hábito (lindo!). Madre Maria Lúcia era
Mère Preféte. Era meu ídolo. Misteriosa, vivia na clausura, que atiçava a minha imaginação' (Myrthes
Basseto Orsi, em Stella Maris - 80 Anos de Histórias Inesquecíveis)".
"Somente na década de 60 é que o Concílio
Vaticano II as liberou da clausura e do hábito religioso, mas conservou a recitação do Ofício das Horas Canônicas".
"Sobre a rotina do colégio assim descreveu
Edith P. Gonçalves DIas, em seu livro Memórias do Casarão Branco: 'Ia às 7 horas,
assistindo primeiramente à Santa Missa; logo depois era servido o café. Depois eram iniciadas as aulas, que ocupavam toda a manhã. Após o almoço e
recreio, íamos para a sala de estudos. As menores sentavam-se sempre com alguma de classe mais adiantada. Eram carteiras duplas. Lembro-me de sentar
alternadamente com Maria Amélia Tourinho ou Zilda Negrão, que já estavam no 5º ano. No almoço, sentava-me sempre ao lado de Merita Santos Dias, e só
nos era permitido falar em francês. Com isso, cheguei a falar esse idioma corretamente'.".
Fotos: acervo da Fams. Nas imagens
preto-e-branco, cor acrescentada por Novo Milênio
Texto entre aspas: informação usada
originalmente na exposição da Fams |