Imagem: reprodução parcial da página Web da Congregação Mariana (acesso: 7/2/2013)
Origem das congregações - Em 1563, em Roma, o Padre Jean Leunis, SJ
(N.E.: SJ = Superior Jesuíta), professor no
Colégio Romano, organiza entre os alunos uma associação que propõe a seus membros, uma vida cristã exemplar e fervorosa, trabalho apostólico no
ensino do catecismo, visita a hospitais e prisões, e especial devoção à Virgem Maria, caracterizando-se por uma rigorosa seleção dos membros e
cuidado na sua formação, iniciativa que passou a ser imitada e seguida em outros Colégios dos Jesuítas na Europa e na América, com o nome de
Congregação Mariana, que, apesar da supressão da Companhia de Jesus em 1773, continuaram a existir e novamente confiadas aos Padres Jesuítas em
1824, cuja Ordem havia sido restaurada anos antes.
Padre Jean Leunis
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Congregações Marianas no Brasil:
• Em 1583, é fundada no Brasil, no Colégio dos Jesuítas da Bahia, pelo Beato Padre José de Anchieta, SJ, a primeira Congregação Mariana.
• No dia 31 de maio de 1870, é fundada no Colégio São Luís em Itu, estado de São Paulo a primeira
Congregação Mariana no Brasil, depois da volta ao país em 1842, dos Padres Jesuítas, expulsos em 1759, pelo marquês de Pombal.
• Em 1909, começa no Rio de Janeiro a revista Estrela do Mar, que desde 1911, passa a ser o
órgão oficial das CCMM (N.E.: CCMM = Congregações Marianas)
em todo o Brasil.
• Em 1924, é fundada em São Paulo, a primeira Federação Mariana com abrangência estadual.
• Em 1937, é fundada no Rio de Janeiro, a Confederação Nacional das CCMM do Brasil.
• Em 1970, por ocasião do 7º Encontro Nacional dos Dirigentes Marianos em Juiz de Fora, estado de
Minas Gerais, as CCMM do Brasil se filiam à Federação Mundial das Comunidades de Vida Cristã – "CVX", aceitando suas Normas e Princípios Gerais,
resolvendo, porém, permanecer com o nome tradicional de Congregação Mariana, configurando-se, a partir de então, o declínio lendo e progressivo no
número de Congregações Marianas e de Congregados.
Nome - O nome Congregação Mariana é muito mais rico de significado do que se possa imaginar e define de modo claro, o que devemos e queremos
ser. "Significa que somos uma associação de leigos", e não um movimento religioso, constituído de cristãos que se reúnem livremente, para viver e
crescer na fé e na vida da graça, obedecendo a uma determinada Regra de Vida, com uma espiritualidade bem definida. Além disso, procuram esses
fiéis, de modo organizado, realizar seu trabalho apostólico em plena obediência e sintonia com a hierarquia, em espírito de união e plenamente
sintonizado com as orientações da igreja: Sentire cum Ecclesiae.
O que une os Congregados entre si é sua definitiva consagração à Nossa Senhora.Ser Congregado,
hoje, é ser livre de todo individualismo, todo espírito sectário ou qualquer ambição pessoal, na vida da Congregação. É ter consciência de que cada
um de nós é um Consagrado.
Nossa vida de Congregado Mariano não nos pertence mais, porque a oferecemos a Deus, com alegria,
generosidade e gratidão, pelas mãos imaculadas da Virgem Maria, a quem nos consagramos.
Esta consciência de identidade própria da Congregação Mariana deve ser nossa força e a base de nosso crescimento interno e de serviço à Igreja.
Estreitando os laços de fraternidade, de colaboração e apoio a outras Associações e Movimentos tão próximos de nós na Igreja, poderemos participar
através de um trabalho de conjunto com que o Espírito Santo, que cada dia enriquece a Santa Igreja, com a multiplicidade de seus dons e carismas.”
Em Santos - A devoção mariana em Santos através das Congregações Marianas, teve início exatamente no dia 12 de março de 1916, quando o padre
José Visconti, SJ com um grupo de 12 jovens, após várias reuniões preliminares, com base nas regras comuns dos sodalícios marianos, sob a proteção
maternal da Virgem Maria e de São Luiz Gonzaga, assumiram o compromisso de levarem vida de bons cristãos e, em consequência, edificarem o próximo.
Estava assim, fundada a Congregação Mariana de Santos, que mais tarde, devido ao crescimento do
apostolado mariano em Santos, passou a designar-se Congregação Mariana da Anunciação, título de sua patrona, Nossa Senhora da Anunciação, hoje
sediada no Centro Comunitário da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus. De suas fileiras seguiram a vida religiosa na Companhia de Jesus, os saudosos
padre Edmundo Delgado, irmão Luiz Machado Neto, que atuou em Roma, no Colégio Pio Brasileiro, como também, em período diferente, o irmão Paschoal
Maradei, SJ, que presidiu a diretoria da Congregação no ano de 1932, ingressando na Companhia de Jesus em 21/10/1936.
Seus diretores:
Além do Padre José Visconti, seu fundador, no período de 1916 a 1924 e de 1930 a 1934; os também Jesuítas:
• Padre Ângelo Contessotto, nos períodos de 1924 a 1928 e de 1934 a 1940;
• Padre José Danti, em 1928;
• Padre Carlos Doppler, no período de 1928 a 1930;
• Padre Francisco de Assis Rocha, no período de 1940 a 1942;
• Padre Valentim Rozman, no período de 1942 a 1945;
• Padre Santo Armelin, em 1945;
• Padre Waldomiro Alvarenga, no período de 1945 a 1953;
• Padre João Trachta, no período de 1953 a 1959;
• Padre Lauro Trajano Lopes, no período 1959/1960;
• Padre José Achótegui, no período de 1960 a 1962;
• Padre João da Silva Passos, no período de 1962 a 1971 e 1974 a 1978;
• Padre Milton Paulo de Lacerda, no período de 1972 / 1973 e
• Padre Paulo José de Souza, no período de 1978 a 1982,
sucedendo-lhes, após a entrega da paróquia à Diocese de Santos pelos Jesuítas, em 1981/82, os sacerdotes diocesanos
• Monsenhor Primo Vieira, de saudosa memória, no período de 1982 a 1994 e
• Padre Antonio Alberto Finotti, desde 1994, em cuja administração, homenageando seu antecessor, foi dado o nome de Centro Comunitário Monsenhor
Primo Vieira ao complexo sócio-esportivo coberto, construído no fundo do terreno da paróquia.
Presidiram a Diretoria nesses 86 anos de existência:
• Joaquim de Almeida Miranda, em 1916, 1917 e 1919;
• Lino Vieira, em 1920 e 1923;
• Vicente Severiano Morel em 1921, 1934, 1936 e 1939;
• Joaquim de Campos Serra Netto, em 1918;
• Vicente Greco, em 1922;
• Paulo Dutra da Silva, em 1924;
• Fábio Aguiar Goulart, em 1925;
• Synésio de Andrade Fernandes, em 1926 e 1943;
• Rodolpho Eduardo Fonseca, em 1927;
• Joaquim Sérvulo da Cunha, em 1928 e 1930;
• Milton Evangelista de Almeida, em 1929, 1935, 1936 e 1990/92;
• Alaor de Souza Ablas, em 1931;
• Paschoal Maradei, SJ, em 1932;
• Hely de Aguiar Botto Filho, em 1933 e 1940;
• Marino Leite, em 1937, 1949 e 1950;
• Carlos Pacheco Cyrillo, em 1938;
• Ennio Emmerich de Souza, em 1941, 1942 e 1945;
• José Teixeira Coelho, em 1944, 1946, 1951, 1957, 1958 e 1961;
• Manoel Garcia Vilarinho, em 1947;
• Danton Evangelista de Almeida, em 1948;
• Nelson Fonseca Pereira, em 1952, 1953 e 1959;
• Ângelo Pierri Sobrinho, em 1954;
• Antonio Ablas Filho, em 1955 e 1956;
• Ítalo Morgado Sartini, em 1959;
• Rubens de Moraes Pinto, em 1960, 1975, 1976, 1982, 1983, 1984 e 1997/99;
• Affonso Bernardo Fernandes Vitali, em 1962;
• Eros dos Santos Chaves, em 1963, 1965, 1973, 1977, 1986/88,1988/90 e 1999/01;
• Roberto Machado de Almeida, em 1964;
• Osmar Novoa, em 1967, 1978, 1979 e 1984/86;
• Marcelo Emmerich de Souza, em 1968;
• José Alves Filho em 1969;
• Nilo Novoa, em 1970;
• Augêncio Miranda, em 1971, 1980, 1981 e 1994/96;
• Aluysio Machado de Almeida, em 1972;
• Francisco Augusto Correia Sobrinho, em 1974;
• Antonio de Almeida Neves em 1992/94 (faleceu no exercício do mandato, completado por Augêncio Miranda);
• Antonio Fernandes Ribeiro Júnior em 2002/03 e 2003/05.
O Jornal A Alvorada
A Congregação Mariana de Santos é das unidades mais atuantes, operosas, dignas e meritórias da
grande família católica de Santos. No dia 1º de outubro de 1934 distribuiu o jornal A Alvorada, órgão
quinzenal da Congregação Mariana, de que era diretor Júlio César de Toledo Murat, tesoureiro Mílton Evangelista de Almeida e secretário Aristóteles
Ferreira.
Do artigo de apresentação permitimo-nos transcrever estes trechos: "Entramos
na área como porta-voz e com a bênção do nosso mui amado chefe d. José Maria Parreira Lara como homenagem humilde ao 10º aniversário da sua
trasladação para esta diocese, à qual s. exa. dedicou os dois primeiros lustros do Episcopado ativo, frutuoso e santo, à imitação do Divino Mestre,
que não conhecia acepção de pessoas.
"Entramos na área como porta-voz das Congregações da Diocese, trabalhando de fato por Deus e pela
Pátria, em que pesem os inimigos de um e outro. Como moços da terra de Braz Cubas, entramos na área de viseira aberta, com a coragem dos jovens que
perderam o medo no batismo de fogo e sangue das trincheiras ao toque argentino d'Alvorada. Formemos veribus uniti, para mostrar a gregos e
troianos que as congregações marianas são mais do que outros julgam e trabalham mais do que o vulgo sabe".
Naquela oportunidade, o padre Ângelo Contessa S. J. era superior do Sagrado Coração de Jesus e 1º
diretor da Federação das Congregações Marianas da Diocese. Nesse número inicial de Alvorada, trabalhos doutrinários, elogiável fotografia de
Nossa Senhora do Rosário, curiosidades e seção recreativa.
Interior do Santuário do Sagrado Coração de Jesus, após a explosão do Gasômetro em 1967
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ARTIGO
Atuação na História
Rubens de Moraes
Sem o objetivo de personificar em
detrimento de tantos outros congregados que anonimamente trabalharam nesses 87 anos com os mesmos méritos, é justo pôr à mostra nossa atuação em
diversos setores por alguns de nossos congregados:
- no teatro - com seus membros em conjunto com os de outras associações, promovendo e participando de peças no salão anexo ao antigo
Santuário;
- no esporte - aplicando-se o lema tão conhecido de "mente sã corpo são", sempre mereceu apoio, em diversos setores, desde o "ping-pong",
hoje conhecido como tênis de mesa, em tempos passados com destaque, tendo nele pontificado o já citado irmão Pascoal Maradei, SJ, passando pelo
futebol, basquete, atletismo, natação, etc., nos quais vários de nossos congregados se destacaram, evidentemente como amadores, nas diversas
agremiações esportivas da cidade, até o voleibol, em que a Congregação pontificou como primeira campeã santista na modalidade, por ocasião dos
festejos comemorativos do centenário da elevação da Vila de Santos à categoria de cidade, no ano de 1939;
- barraca de praia - criada no ano de 1968, funcionou até cerca de 1997, já nos últimos anos sob a direção de paroquianos, mantendo a prática
do voleibol, predominando a frequência de amigos, pois os congregados já não se sentiam com o vigor indispensável para a su prática;
- na política - destacamos a atuação de José Alexandre de Moura Negrini, como secretário da Saúde no governo do estado do Paraná.
Foram vereadores eleitos: Lúcio da Silva Graça, Aristóteles Ferreira (que presidiu a Câmara
Municipal em uma legislatura), Geraldo Soares Novaes e Fernando Dias de Oliva (que em uma das eleições foi o vereador mais votado, tendo presidido a
Câmara Municipal de Santos em duas legislaturas, chegando a ocupar o cargo de prefeito interino), além de vereadores na capital do estado, cidade de
São Paulo, Elias Schamas e Arnaldo de Abreu Madeira - este, atualmente, deputado federal pelo estado de São Paulo, em seu terceiro mandato, líder do
governo federal na legislatura 1999/2002 e hoje, ocupando Secretaria na Casa Civil do Governo do Estado de São Paulo.
Foram secretários municipais em Santos: Nelson Manoel do Rego, da Saúde, e Carlos Pacheco Cyrillo,
da Justiça;
- no laicato - como justo prêmio à prestação de serviços às causas da diocese e exemplo como profissionais e chefes de família, a Santa Sé
agraciou com o título de comendador os congregados Vicente Severiano Morel, Antonio Ablas Filho e Ennio Emmerich de Souza;
- o Estado - através de sua Secretaria da Educação, deu a duas unidades de ensino secundário e técnico, respectivamente, o nome de Antonio
Ablas Filho e o de Aristóteles Ferreira, nossos congregados, a escolas coincidentemente sediadas no bairro Aparecida, da paróquia do Sagrado Coração
de Jesus, em que estamos inseridos;
- homenageados - Com o nome dado em ruas da cidade, nosso fundador, padre José Visconti, SJ, o congregado Marino Leite e monsenhor Primo
Vieira, nosso primeiro assistente diocesano.
Fiéis aos princípios estabelecidos em suas regras, a Congregação Mariana da Anunciação teve como
seu principal apostolado a Escola Noturna Santo Inácio, fundada em 15 de novembro de 1921, pelo padre José Visconti, SJ, cuja finalidade cumprida
durante exatos 60 anos, sempre foi o ensino primário completo aos carentes, no seu início, objetivando os pequenos jornaleiros, ampliando-se, no
correr dos anos, a adultos, em inúmeros casos já sexagenários, com os exames conclusivos da então quarta série, sob a fiscalização da Delegacia do
Ensino Estadual, sendo-lhes então, conferidos os competentes diplomas.
Muito serviço foi então prestado na erradicação do analfabetismo em nossa cidade, abrangendo a
população dos nossos morros e de outros redutos carentes de então, atividade encerrada no ano de 1981, com comunicado na imprensa local, para fins
de conhecimento oficial da praça de Santos, com destaque para o comércio cafeeiro, que muito contribuiu para a aquisição do prédio de nossa sede
própria e que, entre tantos, foram seus colaboradores, possibilitando a gratuidade total do curso - total, sim, porque nenhuma despesa com o estudo
tinham os alunos, que além do ensino, cujos professores em regra geral eram os Congregados, a maioria ainda estudantes, recebiam todo o material
escolar (livros, cadernos, lápis, borracha etc.), além de, eventualmente, assistência à saúde, pelos nossos médicos congregados, em nosso modesto
ambulatório ou em seus consultórios, além de outros auxílios materiais, que em casos especiais, abrangiam familiares.
Sucessão dos fatos - É justo que fique consignado que as suas atividades foram encerradas em virtude das lacunas quanto à alfabetização em
nossa cidade terem sido preenchidas pela criação, pelo poder público municipal, de cursos noturnos em quantidades que sanaram as necessidades de
então. Registre-se, também sem nominar, e para nosso orgulho, termos conhecimento de progressos significativos de muitos desses ex-alunos, na vida
religiosa, prolongada na Congregação que fundamos entre eles, alguns convivendo em nossas atividades nos dias de hoje, como também na vida familiar
e profissional.
Foram seus diretores de ensino, além do nosso atual presidente congregado Antonio Fernandes Ribeiro
Júnior, entre outros, de difícil identificação devido à perda de preciosos documentos inutilizados pelos cupins em duas oportunidades, Enerí Gomide
Passos, Manoel Penha, Manoel Oliva, Fernando Dias de Oliva, Jacyr Durante,...
Grande número de seus congregados ativaram-se como confrades da Sociedade São Vicente de Paulo, nas
diversas Conferências, inclusive nas suas presidências, como, também e, sobretudo, na da Sociedade a nível diocesano, durante vários anos - mais de
25 -, presidida pelo congregado comendador Vicente Severiano Morel.
Além da chamada Congregação de Operários - também agregada ao Santuário do Coração de Jesus, em
que a Congregação teve participação efetiva na sua fundação sob a direção dos padres jesuítas, que cessou suas atividades logo após a
explosão do gasômetro -, teve a Congregação participação efetiva na organização e fundação das Congregações Marianas das
paróquias da Pompéia e Embaré, esta dos Frades Franciscanos Capuchinhos, da igreja de São Benedito, hoje de Santa Cruz, dos Padres Camilianos, com a
designação de membros de seus quadros no preparo desses novos sodalícios, como da já citada dos alunos e ex-alunos da nossa Escola Noturna Santo
Inácio.
Funcionaram na Congregação, quando sediada na Rua Sete de Setembro nº 45, onde hoje funciona a Casa João Paulo II, obra de assistência Social da
nossa Catedral, dirigida pelas irmãs Canossianas, a Federação das CCMM de Santos, que teve como seus presidentes nossos congregados Synésio de
Andrade Fernandes, Danton Evangelista de Almeida, Ítalo Morgado Sartini; a Confederação das Famílias Cristãs, que teve como presidentes nossos
congregados José Ferreira de Pontes e José Teixeira Coelho; a Liga Eleitoral Católica; além de várias Conferências Vicentinas.
Tiveram início de suas atividades em Santos, com suas reuniões preparatórias nas dependências
sociais da Congregação, as Equipes de Casais de Nossa Senhora, o Cursilho de Cristandade, as Equipes de Casais com Cristo (ECC).
Também através de seus membros, colaborou a Congregação Mariana da Anunciação, nas campanhas para
construção da igreja da hoje Paróquia do Senhor dos Passos e total participação na doação do terreno e início da construção da Igreja da hoje
paróquia de Santa Margarida Maria Alacoque, apóstola da devoção ao Sagrado Coração de Jesus.
Construção da nova paróquia, no bairro Aparecida
Imagem: site da Congregação Mariana (acesso: 7/2/2013)
Atualmente, a Congregação Mariana da Anunciação sofre as consequências do acima mencionado declínio
lento e progressivo das Congregações e Congregados, pois em Santos, coincidentemente ou não, isso aconteceu a partir de então, agravadas na Diocese,
com a supressão da Federação local, ao que se seguiram o encerramento progressivo, das Congregações Marianas paroquiais, restando justamente esta,
que até então, ou seja, até a criação da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, em 9 de junho de 1972, data comemorativa da memória do Apóstolo do
Brasil, beato José de Anchieta, SJ, não tinha o caráter paroquial, remanescente até os dias de hoje, graças à proteção de Maria, sob o título de
Nossa Senhora da Anunciação.
Após a explosão do gasômetro, já acima referida, e a condenação da igreja, por alegado risco por
órgãos técnicos, nossas missas mensais compromissais passaram a ser celebradas na capela da sede social, algumas vezes, por sacerdotes jesuítas
vindos de São Paulo, para suprir as necessidades decorrentes dos compromissos dos aqui residentes na sede da Congregação de Operários, com a
diocese, na celebração das missas de preceito dominical.
Adquirido o terreno para sediar o novo templo construído com os recursos
oriundos da indenização, padre João da Silva Passos sugeriu e solicitou nossa adesão e colaboração na efetivação da obra, oportunidade em que nos
transferimos para o prédio então existente ao lado da igreja, que alugamos com os recursos oriundos dos alugueis da sede da Rua Sete de Setembro,
que posteriormente transferimos para a Catedral de Santos, mediante doação/pagamento da metade do valor venal então constante no IPTU, que permitiu
nossa efetiva colaboração na construção do Centro Comunitário - não evidentemente no custo total do empreendimento, mas sim, no impedimento de que a
obra sofresse interrupção, enquanto no aguardo de recursos provenientes de campanhas ou de auxílios advindos de órgãos de organizações católicas da
Alemanha.
Essa colaboração consistiu sempre, em "empréstimos a fundo perdido" nos momentos referidos,
transformados, ao final, em donativo, ampliando-se com a construção de mais um andar, que seria a nós destinado, mas que dele abrimos mão, optando
pela metade, onde estamos sediados - fatos que constam de modo não formal, mas em simples citações, em atas do Conselho Paroquial, única
documentação em que parcialmente os fatos descritos constam, e que mereceram apoio de monsenhor Primo Vieira e endosso informal de dom David Picão,
atualmente nosso bispo emérito (N. E.: falecido em 30/4/2009).
A essas citações, em consequência ao inevitável vínculo citado, somos não mais que 30/35 membros
semi-ativos, com as limitações impostas pelo avanço na idade (predominam os acima dos que, com a graça de Deus, já ultrapassaram os 60, 70, 80 e até
90 anos), participamos de modo modesto nas atividades paroquiais: de reuniões semanais e reunião mensal da diretoria, como, já subentendido, em
celebrações paroquiais, entre as quais quaresma, semana santa, advento, horas santa, novena em honra do patrono da paróquia, Sagrado Coração de
Jesus, etc...
A partir do ano de 1960, durante 10 (dez) anos, quase seguidos (duas ou três alternâncias),
participamos de 10 (dez) retiros "fechados" inacianos de três dias, no então noviciado de Itaici (ainda com a sua construção nos seus primeiros
passos no ano de 1960) e ultimamente, até o falecimento do padre Paulo José de Souza, SJ, após a entrega da paróquia pelos jesuítas, tínhamos a
prática anual, de um domingo de espiritualidade em Vila Kostka, Itaici, sob a orientação desse nosso amigo, mestre e conselheiro, de saudosa
memória.
Nos dias de hoje, mas desde o
ano de 1968, em que idealizamos a Campanha da Reza do Terço pela Família, com o prestígio do padre Paulo José de Souza, SJ, modesta, mas vitoriosa,
através da oferta de terços e livretos (mais de 63.850), selos (mais de 403.500) e adesivos (15.125), volantes (15.000) com mesma figura, mapa do
Brasil tendo como contorno o terço e o lema: "A Cristo por Maria pela Família Unida" - campanha que não só ultrapassou nosso estado, como o
exterior, para onde, especificamente África do Sul, remetemos, há alguns anos, atendendo apelo lançado em órgão de divulgação católico, 5.000
terços, selos e adesivos.
Registre-se que essa campanha da reza do Terço pela Família, em época passada, sob o comando do
Padre Peytton, nos EEUU, então com ampla repercussão, foi introduzida em nossa cidade, pelo nosso diretor, Padre Waldomiro Alvarenga, SJ, no período
entre 1948/1953, pelo microfone da PRB4, Rádio Clube de Santos, instalado na capela de nossa sede social, diariamente, às 18 horas, rezava o TERÇO,
sempre com um grupo de pessoas, nessa intenção.
Concluindo, vamos nos referir a uma expressão muito carinhosa de nosso então Bispo Diocesano. Em
conversa informal, Dom David Picão, hoje Bispo Emérito, há anos passados: "vocês são teimosos".
Que nossa Mãe Santíssima, nossa padroeira Senhora da Anunciação, continue a proteger nossa
teimosia, pela fé que LHE devotamos com amor sem limites, e assim, sob o Seu amparo, em pecado mortal não havemos de morrer, pois a Virgem Maria nos
há de valer!
SALVE MARIA!
Fachada atual da Paróquia
Imagem: site da Congregação Mariana (acesso: 7/2/2013)
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