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Reconhecida a Faculdade de Filosofia de Santos pelo Ministério da Educação
Declarações à A Tribuna de monsenhor Primo Vieira, diretor da escola superior de
Santos, que abordou outros assuntos
No dia 12 último, a Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras de Santos teve o seu reconhecimento oficial. Como se sabe, todas as faculdades somente depois de dois anos de
funcionamento recebem do Conselho Nacional de Educação a chancela definitiva de aprovação. A Faculdade de Direito de Santos, no seu terceiro ano de
funcionamento, obteve o seu reconhecimento. Faltava o da Faculdade de Filosofia, que acaba de ocorrer.
Fala, monsenhor Primo Vieira - Sobre o reconhecimento da Faculdade de Filosofia, falou a
A Tribuna, ontem, o seu diretor, monsenhor Primo Vieira, que declarou:
"Quem lida com processos de funcionamento ou
reconhecimento de faculdades, no Ministério da Educação, é que sabe quanto o trabalho é penoso. Faz-se exame minucioso das condições culturais da
cidade, da situação financeira da sociedade mantenedora, da organização interna da escola, das suas instalações do ponto de vista pedagógico e,
principalmente, se verifica, com todas as exigências legais, se o professorado está à altura da atribuição.
"Para o funcionamento da Faculdade de Filosofia, há dois anos atrás, foi feito minucioso processo
nesse sentido, e com rasgados louvores o relatório do dr. Paulo Parreiras Horta era favorável à abertura dos cursos de neo-latinas,
anglo-germânicas, pedagogia e jornalismo. Na Diretoria do Ensino Superior há uma comissão permanente para estudo dos regimentos internos das
faculdades, que se pronuncia nesse particular, concomitantemente com a relação do processo de funcionamento. O nosso Regimento Interno foi, naquela
ocasião, também aprovado. Só depois da experiência de dois anos é que o Conselho Nacional de Educação estudou o processo de reconhecimento
definitivo, que permite à escola emitir os seus diplomas, com valor jurídico, para todos os efeitos".
Os membros do C.N.E. - Passou, monsenhor Primo Vieira, a falar sobre os membros do Conselho
Nacional de Educação, dizendo: "São todos homens de inegável cultura, conhecidos em todo o
Brasil pelas suas obras e atividades educacionais. Dia 12 último, para reconhecimento de nossa faculdade, compareceram ao Ministério da Educação as
seguintes personalidades: Cesário de Andrade, presidente; Alceu de Amoroso Lima (Tristão de Ataíde), d. Helder Câmara, prof. João Carlos Machado,
prof. Beni Carvalho, Barreto Filho, prof. José Libani, prof. Jurandir Lidi, diretor do Ensino Superior, prof. Almeida Junior, Celso Kelly e prof.
Parreiras Hortas, o relator do reconhecimento".
O nosso relator - Prosseguiu monsenhor Primo Vieira: "Merece
atenção particular o nome ilustre do prof. Paulo Parreiras Horta. Para nós é uma honra fora do comum, estar a sua pessoa ligada à nossa escola. Ele
é um cientista de fama mundial, conhecido e citado nas enciclopédias de Medicina, no ramo de Dermatologia. Começou ele, com Osvaldo Cruz, o
Instituto de Pesquisas de Manguinhos. É uma venerada figura que honra a cultura médica de nossa terra. Contei com a sua boa vontade que, aceitando
relatar o nosso processo, procurou dentro do mínimo de tempo dar o seu parecer, que ficou sendo o de n. 205 de 1957, pelo qual ficou reconhecida a
nossa Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras".
"Santos está muito pobre ainda" - Encerrando suas declarações, ajuntou o diretor da
Faculdade de Filosofia: "Santos está muito pobre ainda, no campo do ensino universitário.
Contamos com três faculdades superiores, além das duas católicas. Goiânia, com densidade demográfica minúscula em relação a Santos, possui de quatro
a seis faculdades superiores. Uberaba, Juiz de Fora e Sorocaba estão bem à frente, sem falarmos de Campinas, que já possui a da Universidade
Pontifícia. Santos, para que tenha direito a uma universidade, há que conseguir mais uma faculdade, a de Engenharia, por exemplo, que está nos
planos da Sociedade Visconde de São Leopoldo.
"Interessante é notar-se que para haver universidade, a Faculdade de Filosofia é indispensável.
Sem ela, ainda que haja numerosas faculdades superiores, não se reconhece a universidade, e com ela bastará duas outras. Pelo que se vê, a conquista
é preciosa, mas temos que trabalhar muito ainda".
Monsenhor Primo Vieira, diretor da Faculdade de Filosofia de Santos, quando falava à A
Tribuna sobre o reconhecimento da escola
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