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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - ENSINO
A educação... e as antigas escolas (4-c)

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Tradicionais colégios, que muito santista recorda com saudade, independentemente de serem públicos ou particulares, marcados por professores que se destacaram na Cidade, e por eventos que também fizeram história. Continua o relato do Almanaque de Santos 1971 (de Olao Rodrigues, editado por Ariel Editora e Publicidade, Santos/SP, 1971):
 
Os grandes colégios de Santos na atualidade

[...]

Colégio Coração de Maria - Fundado em 1º de julho de 1904 como unidade da Congregação do Imaculado Coração de Maria, o Colégio Coração de Maria, piedosa iniciativa da Madre Maria Clementina dos Santos Anjos, então Superiora do Asilo de Órfãos, contou com o apoio e incentivo da Superiora-Geral, Madre Maria Margarida de S. José, que, a fim de dirigir a novel Casa, mandou para Santos Madre Maria Inês de S. Luís, em companhia das Irmãs Rita, Carmen, Paula, Ludovina e Perpétua.

Provisoriamente instalada em casa de moradia na Praça José Bonifácio, onde permaneceu por espaço de um ano, a pequena comunidade transferiu-se para outra sede, também do tipo residencial.

Desde logo, porém, a Madre Superiora mostrou-se assoberbada com os encargos que pesavam sobre a modesta Casa educacional, chegando a comunicar-se com a Superiora-Geral, que a aconselhou a buscar outra solução que não a do proposto fechamento. O padre jesuíta Luís Rossi muito se interessou pela continuidade do estabelecimento, que se fazia peculiarmente necessário a Santos no campo da educação religiosa, cívica e pedagógica, como fizera sentir à virtuosa Serva de Deus, a quem indicou terreno que se situava nas proximidades do Gasômetro, sentenciando: "Ali, Madre, é o lugar da sua futura Casa".

O terreno, contudo, era pantanoso, o que ainda mais fez recrudescer as apreensões da Superiora do Coração de Maria, muito prudente e zelosa em suas atribuições religioso-administrativas. Todavia, como alento do Alto a uma obra marcadamente sócio-cultural, melhores dias surgiram para robustecer o espírito de iniciativa de Madre Maria Clementina dos Santos Anjos. Veio a primeira e valedora contribuição. Logo depois, Madre Inês viu-se contemplada pela Associação Predial de Santos. Um amigo da Casa, o Sr. Olegário Paiva, que se incluía entre os coadjuvadores da obra, predispondo-se a escolher terrenos à venda, optou justamente por aquele que se situava nas proximidades do Gasômetro, sugerido pelo padre Luís Rossi.

Certo é que o movimento foi crescendo, e na primeira sexta-feira de janeiro de 1911, por inspiração da Divina Providência e como corolário do esforço, desprendimento e abnegação, o modesto Colégio inaugurava sua sede, abençoada por Deus, com a celebração da Santa Missa por Monsenhor Ladeira.


Prédio da escola em 1921
Foto: acervo da instituição, divulgada em seu site na Internet

Terminado o Superiorato de Madre Maria Inês, sucedeu-lhe Madre Maria do Santíssimo Sacramento. Outra Superiora veio dirigir, após, o Coração de Maria, Madre Inocência do Santíssimo Sacramento. A 4ª Superiora foi Madre Maria Otávia do Santíssimo Sacramento. Assumindo em 1920 a direção da conceituada Casa, Madre Maria Petronilha deu-lhe desvelado impulso, chegando a 595 o número de matrículas. Foi no Superiorato dessa Serva de Deus que se construiu o novo prédio, de n. 374, da Rua da Constituição, com a manutenção dos cursos ginasial e normal, além do primário. Outras importantes obras efetivaram-se durante o governo da 6ª Superiora, Madre Efigênia de S. José, que se desenvolveu de 1929 a 1935, continuado por Madre Benícia.

Em 1944, o Colégio Coração de Maria passou à direção da Madre Maria Lília de S. João Evangelista, que entre outras inovações criou o curso gratuito de alfabetização; substituída em 1947 por Madre Maria Alódia de S. Miguel, a esta coube expandir a Biblioteca.

Depois da administração de Madre Nélia, o Coração de Maria experimentou outra ordem administrativa, com a assunção de Irmã Aída à função de coordenadora, que nos dias de hoje é exercida pela Irmã Idília Soares. A diretora na atualidade é a Irmã Teresinha Conte.

Com a explosão do Gasômetro, em janeiro de 1967, o edifício sofreu danos que determinaram substancial reforma, hoje se acomodando o Colégio em prédio arquitetonicamente vistoso, amplo e confortável.

É um dos principais estabelecimentos de Ensino do Município e um dos raros que mantêm cursos exclusivamente para a juventude feminina, nos quais a competência pedagógica se alia ao regime de respeito e disciplina.

Com cerca de 900 alunas, o Coração de Maria também se distingue por atos e certames cívicos, com destaque para sua fanfarra, que ostenta o título de campeã do Estado na modalidade.

[...]


Em 1939, alunas do 1º ao 4º ano do Colégio Imaculado Coração de Maria
Foto: acervo de Diva dos Santos Ramos, publicada no dia 21 de abril de 2006
na seção Imagem do Passado do jornal santista A Tribuna

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