Aquário Municipal

A idéia de se reunir em um recinto fechado tanques de água doce e salgada onde permaneceriam em exposição a fauna e flora marinhas - uma iniciativa do prefeito Antonio Gomide Ribeiro dos Santos - foi considerada arrojada, na época. Em 1943, após licitação, a Prefeitura assinava contrato com a construtora Sylvio Passarelli, para a execução do projeto ao preço de Cr$ 465 mil.

Os trabalhos deveriam estar concluídos em cinco meses, mas só a obra só foi terminada 15 meses depois, em 8 de maio de 1944, quando uma comemoração  com a presença do construtor e de cerca de 50 trabalhadores na obra marcou a entrega do prédio à Prefeitura. A inauguração aconteceu em 2 de julho de 1945, com a presença do presidente da República, Getúlio Vargas, assumindo como primeiro administrador o médico-veterinário Joaquim de Moraes.

Surgido na Ponta da Praia no final da Segunda Guerra Mundial, é contemporâneo dos postos de salvamento da praia, da Ponte dos Práticos, da Avenida Saldanha da Gama e do Orquidário Municipal, obras que refletiam o interesse do Poder Público em investir no potencial turístico da Cidade.

Primeiro aquário público do Brasil, tem área de 1 mil m². Cerca de 800 mil pessoas por ano passam pelo segundo parque mais visitado do estado, só superado em movimento pelo Zoológico de São Paulo. É o primeiro e o maior aquário brasileiro e como tal foi destacado na edição de 1995 do Guiness Book - o livro dos Recordes.

Possui a maior variedade de espécies do país, expondo aranhas-do-mar, carpas, corais, esponjas, garoupas, lagostas, leões-marinhos, moréias, pacas, piranhas, pingüins, polvo, tartarugas, tambaquis, filhotes de jacaré e uma infinidade de outros seres aquáticos, incluindo grande variedade de peixes. Mais de 200 espécies de água doce e salgada, num total de 800 animais aquáticos, ocupam seus 35 tanques. O lobo-marinho Macaezinho é a maior atração, realizando traquinadas e acrobacias em seu tanque de 17 m de diâmetro.

Ecologia - Aos poucos, de um simples local de passeio, o Aquário foi assumindo papel de destaque na ecologia da região muito antes do tema virar moda. Além de manter em seus tanques espécies variadas, algumas delas sob a ameaça de extinção, hoje mantém cursos especiais para crianças, uma biblioteca técnica especializada e presta atendimento a animais em situação de risco encontrados no litoral, do Espírito Santo a Santa Catarina.

Engajado em projetos de preservação da vida marinha como o Tamar, voltado à proteção das tartarugas, o Aquário participa de estudos sobre a migração das diversas espécies e pratica a reintrodução desses animais em seu habitat natural.

Além do Projeto Tamar, o equipamento é o único no País a expor tartarugas, que eram caçadas porque o casco servia de matéria-prima na confecção de pentes, presilhas etc. Das cinco espécies de tartarugas marinhas do Brasil, três estão expostas no aquário santista, que conta ainda com o único filhote de pingüim nascido em cativeiro no Brasil.

Aos poucos, o Aquário santista se tornou um ponto de recepção de animais silvestres em risco de vida, como atobás, focas, lobos-marinhos, pingüins e tartarugas marinhas, que são coletadas no litoral de Santa Catarina até o Espírito Santo, sendo remetidas por órgãos ambientais ou particulares para tratamento veterinário especializado. É comum que o sucesso dos cuidados permita reintroduzir o animal em seu ambiente natural.

Tal demanda fez com que a Prefeitura de Santos criasse um setor de Veterinária, com profissional especializado, áreas de quarentena e aparelhagem para pequenas cirurgias. Assim, o Aquário se tornou uma referência nos meios universitários e entre as instituições de pesquisas animais vivos, colaborando com a oferta de peças biológicas e informações que contribuem para os trabalhos desses órgãos - com os quais também realiza pesquisas em ambientes naturais ou com organismos, que resultam na publicação de trabalhos apresentados em congressos, simpósios e outros eventos científicos.

Na visita monitorada, a pessoa fica sabendo que o tubarão tem esqueleto cartilaginoso e troca todos os dentes a cada 28 dias; que o pirarucu e a pirambóia são dois peixes de água doce que respiram por pulmões, em vez de brânquias; que animais como a garoupa e o polvo são miméticos, pois usam camuflagem para se defender dos agressores e atacar suas presas - a garoupa confunde-se com as rochas e o polvo elimina uma tinta escura.

A preocupação com o ambiente está presente no Tanque do Lixo. Ele contém garrafas, latas etc., indicando o tempo de decomposição desses detritos, variável de três ou seis anos (papel e cigarro) a 1 milhão de anos (vidro) ou infinitamente (plástico). O cuidado também se manifesta no Setor de Educação Ambiental, que atende cerca de 600 estudantes por ano. O Setor de Veterinária presta assistência aos animais cativos e aos que aparecem doentes ou feridos, na orla. Av. Bartolomeu de Gusmão, s/nº.