Imagem: reprodução da carta de leitor na página 2
O LEITOR DO DL FALA
Nossos sindicalistas e o navio-prisão Raul Soares
Ao longo da última semana, o Diário do Litoral nos brindou com
uma série de reportagens sobre o navio-prisão Raul Soares, nos anos 60.
Na época, eu tinha 10 anos (1964). Era início da ditadura e me lembro de, muitas vezes, ter visto
pais de meus amigos de infância serem tirados de suas casas à força pela Polícia. Eu via esposas desesperadas e filhos chorando por conta da prisão
de um pai de família, um trabalhador, um sindicalista.
Estas reportagens foram ótimas para que não esqueçamos esta história triste da ditadura. Onde
trabalhadores, sindicalistas ou estudantes não podiam lutar pelos seus direitos. Eram presos, torturados e, muitas vezes, desaparecidos.
Foi ótimo ver o depoimento de Argeu Anacleto da Silva, que foi dirigente do Sindicato dos
Operários Portuários (Sintraport), e também a lembrança de Iradil Santos Melo, já falecido, que tive o prazer de conhecer em um movimento que nós,
portuários, fizemos em 1996, com ida a Brasília. Conheci também Lídia Maria de Melo, sua filha, no lançamento do livro Raul Soares, Um Navio
Tatuado em Nós.
Só faltou a lembrança de mais alguns companheiros do nosso sindicato, com destaque para Ângelo
Oswaldo Mastelini, que era dirigente na época em que o presidente era o Manoel de Almeida.
Mastelini, que faleceu em 05 de agosto de 2009, foi por muitos anos presidente do Departamento de
Aposentados do Sintraport, hoje Aposintra.
Esta série de reportagem foi muito importante para que todos conheçam a participação do médico
cientista Thomas Maack, que tanto ajudou os prisioneiros do navio.
Aqui na Aposintra, já arquivamos os jornais para que os nossos aposentados atuais e futuros não
esqueçam esta importante história do cais santista. As diretorias da Aposintra e do Sintraport parabenizam e agradecem ao DL e ao repórter
Francisco Aloise pela excelente matéria.
Luiz Augusto de Almeida Filho |