Santos, baluarte do charadismo
Santos já foi grande centro de Enigmismo, quando em atividade o Círculo Enigmístico de
Santos, fundado a 28 de janeiro de 1950, no salão nobre da Associação Predial de Santos. Durante o espaço de 2 lustros, a entidade que congregava os
charadistas e cruzadistas do Município teve saliência no Enigmismo do País e com ressonância no Exterior, mercê da capacidade técnica da maioria dos
seus associados, elementos de incontestável expressão na atividade da Arte-Ciência.
O Círculo Enigmístico de Santos chegou a reunir perto de 400 associados de Santos, São
Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e de outros centros brasileiros, além de Portugal. Teve período de fastígio.
Santos contou com figuras exponenciais no mundo do Enigmismo, valendo salientar que,
sob o esteio de sua entidade, a Cidade foi bicampeã do Campeonato brasileiro de Charadismo, patrocinado pela Revista de Palavras Cruzadas, do
Rio de Janeiro, sendo também campeã da primeira fase da Taça Brasil, além de outros feitos no País e exterior, como Portugal, que tanto a
enobreceram pelo concurso inteligente de seus representantes, entre os quais devemos apontar: Arpetra (Armando Petrarchi Filho), já desaparecido;
Nostradamus (Élcio Rodrigues Teixeira); Calpetus (João Dias Martins Filho); Cantagalo (Álvaro Gonçales da Silva); Benjamim Filgueiras (Cacula), já
falecido; Kinsos (Joaquim Passos); Andes (frutuoso Cruz e Carvalho); Persa (Saul Peres Gil); Otrebia (Alberto Almeida); Pinguim (Guilherme Zanin);
Brigadeiro (Nelson Bernardo); Eldener Franco (Malba Tantan); almt. Esculápio César de Paiva; Jumedes (Júlio Mendes Fernandes); Portucalense (Manoel
de Barros); Geneal (Geraldo Maestre Álvares); Garamufo (general Laurentino Lopes Bonorino); FRUC (Francisco Ribeiro de Ulhoa Cintra (já falecido);
Lerocha (Miguel Rocha); Hercomo (Herculano Corrêa de Morais); José O. Naldinho (Breque) e tantos outros.
O Círculo Enigmístico de Santos fez circular a revista O Enigmista, dirigida
por esse expoente do Charadismo, que foi Armando Petrarchi Filho e também orientou durante bom período a seção de Palavras Cruzadas de A Tribuna.
Sua primeira diretoria foi esta: presidente, Olao Rodrigues (Ariel); vice-presidente,
Élcio Rodrigues Teixeira (Nostradamus); 1º secretário, Álvaro Gonçalves da Silva; 2º secretário, Ari Serpa (Clown); 1º tesoureiro, Nelson Bernardo
(Brigadeiro); 2º tesoureiro, Frutuoso Cruz e Carvalho (Andes).
Um de seus destacados associados, Garamufo, pseudônimo do general Laurentino Lopes
Bonorino, editou em 1952 um calendário dissilábico inverso, com muita aceitação no País e em Portugal, revelando essa obra com 48.153 vocábulos e
locuções dos principais léxicos usados em charadas - não apenas ingente trabalho de pesquisa, senão também a aptidão cultural do ilustre autor, pois
ela prestigiou e enriqueceu a bibliografia da Arte-Ciência.
Em período recuado pontificou, em Santos, o Bloco dos Fidalgos, de que foi figura
impar o veterano Julião Reminot, pseudônimo de Antônio Militão Júnior, considerado o "Pai do Charadismo" de Santos. Entre os elementos que também se
destacaram no charadismo de outrora, como elementos dedicados do Bloco dos Fidalgos, tornando Santos conhecida e respeitada nos grandes centros
charadísticos do País, devem ser assinalados Da Pera, pseudônimo de José Pereira da Silva, grande produtor e decifrador, falecido em setembro de
1967 na cidade de Catanduva, onde há anos passou a residir; Júlio Diniz, também falecido; João dias Martins Júnior, o popular Calpetus, que ainda
hoje se mantém em atividade, criador e lançador das Charadas Complementares, bem acolhidas no Brasil e em Portugal, figura destacada que também foi
do Círculo Enigmístico de Santos, e o grande José Naldinho, o Breque.
O Círculo Enigmístico de Santos encerrou sua atividade em 1960, depois de 10 anos de
profícua existência, toda ela consagrada ao desenvolvimento e expansão do Charadismo e Cruzadismo de Santos e do País. |