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Temos voz, ouça
Quem ligou o rádio na manhã de 31 de julho de 1961 ouviu pela primeira vez nossa voz. O
jornal já anunciara com antecedência a criação da Rádio A Tribuna e a Cidade aguardava o instante inicial de nossa comunicação pelo som. O
som veio e - esta é a opinião dos outros - apareceu claro e límpido nos receptores. A Tribuna abria, a partir de então, um novo campo de
contato com a Baixada Santista, pela música e pela palavra falada
A criação da Rádio A Tribuna foi idéia que o diretor do
jornal, sr. Giusfredo Santini, trouxe em mente durante alguns anos. Quando sentiu que havia condições para a concretização, entregou a seu filho,
Roberto Mário Santini, a superintendência da emissora em formação. E Roberto Santini acumulou então esse cargo com o de gerente-geral do jornal.
A diretriz já estava traçada: fazer uma emissora de rádio de alto nível. Todos os
detalhes foram cuidados detidamente: o som, a programação, a voz dos locutores, a aparelhagem, as instalações, os discos.
Estruturaram-se 5 departamentos para funcionarem durante as 19 horas diárias em que a
Rádio permanece no ar: de Programação, Técnico, de Rádio-Jornal, de Locução e Comercial. Em todos esses setores, houve pesquisa para saber quais as
exigências de radiofonia moderna e aplicá-la à emissora.
Quando, pela primeira vez, foram ligados os transmissores da Rádio A Tribuna e o
locutor, com voz grave, deu início à nossa comunicação falada, já havia uma estrutura sólida, na qual todos os de A Tribuna acreditavam. Só
faltava a parte mais importante do caminho: fazer com que a Cidade acreditasse também.
Difícil, sim - O locutor falou. Sua voz foi recebida pelo microfone, entrou na
mesa de som, foi amplificada e passou para o "Rak", espécie de sistema nervoso da emissora, que envia os sons para o transmissor de freqüência
modulada. Este faz com que a emissão sonora chegue até ao transmissor de ondas médias, que, depois de amplificá-la, projeta-a para as torres. Daí, o
som é lançado ao espaço como "sinais", em determinada freqüência, sendo, então, captado pelos receptores.
O locutor que falou é dos que foram selecionados pela equipe de especialistas
encarregada das admissões para o quadro da Rádio. Os testes, todos acharam difíceis, e só os considerados "muito bons" passaram. Ter voz correta,
bem timbrada, agradavelmente modulada, era apenas um dos requisitos. Cultura e presença de espírito, responsabilidade e calma, outros. Saber um
pouco de francês e inglês - pelo menos eram condições muito importantes.
Por isso é que o Departamento de Locução da Rádio A Tribuna, nos 8 anos de
funcionamento, já foi distinguido pela crítica especializada com 8 prêmios.
No papel, o programa - Desde manhã bem cedo, os programadores da Rádio A
Tribuna estão em suas máquinas de escrever, datilografando todo o roteiro do que vai ser irradiado durante o dia da emissora. A cena é comum:
levanta-se um deles, vai até a discoteca e seleciona alguns dos 5 mil discos LP que estão à disposição; está nascendo um programa. Uma coisa os
programadores têm sempre presente: a Rádio A Tribuna deve oferecer sempre boa música.
Tudo o que existe no Departamento de Programação da Rádio foi preparado por Luiz
Antônio de Moura Freire, que durante algum tempo foi chefe do setor e hoje é responsável pelos programas Tribuna de Discos, diário, e
Tribuna de Discos, dominical, entre outros. Hoje, a chefia da programação está entregue a José Francisco Pacheco, que, na mesma forma
introduzida por Luiz Antônio, prepara programas de música popular ou erudita, buscando um alto nível, "melhorar sempre", segundo ele próprio
declara.
Ao elaborar o roteiro para determinado horário, o programador deve ouvir todos os
discos escolhidos para saber se estão em condições de ir para o ar, além de comprovar a qualidade respectiva. Estar atento aos novos lançamentos
musicais, aqui e no Exterior, outra de suas obrigações. E manter contato com as gravadoras e distribuidoras, para que a Rádio receba os discos mesmo
antes do lançamento, tentando assim "furar" as demais emissoras. O Departamento de Programação detém 15 prêmios da crítica especializada.
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Ele vive na Rádio - De manhã um homem chega à Rádio A Tribuna. O ascensorista
já o conhece e sabe que vai para o 9º andar. Alguns já iniciaram o trabalho; ele vai de sala em sala. Percorre os dois estúdios, as duas técnicas,
passa pela sala de programações, discoteca, rádio-escuta, sala do rádio-jornal. Verifica se todos os aparelhos de ar condicionado estão funcionando
satisfatoriamente - há em todas as dependências da Rádio - e conversa com os responsáveis pelo Departamento Comercial.
Dá uma opinião na sala dos programadores; conversa em seguida com um técnico em
eletrônica a respeito de pequeno defeito que apareceu em um dos transmissores.
Depois, vai para sua sala. Na porta está escrito: "Gerente". Ele é o Élio Ávila de
Souza, que foi o responsável pela montagem, instalação, direção e assistência técnica na Rádio A Tribuna. Hoje é o gerente.
Élio de Souza gosta de lembrar o tempo de esquematização do Departamento Técnico da
Rádio, os problemas na aquisição dos aparelhos, a dificuldade para conseguir o prefixo ZYR-252, 1.160 kilohertz. Conhece detalhadamente os dois
transmissores de ondas médias, o transmissor de freqüência modulada, o conjunto do VHF para comunicação entre os estúdios e transmissores e está
pronto a opinar sobre qualquer defeito que aparece.
Quando chega um operador de som, novato, Élio explica que as mesas de som e os
toca-discos existentes são de procedência norte-americana e mostra como funcionam. Não esquece de recomendar que haja contato ininterrupto com os
transmissores e que os operadores de som solicitem com freqüência nos horários pré-estabelecidos a "leitura" de como está funcionando o
equipamento, nos transmissores, para entrosamento geral e transmissão perfeita.
É a todos esses cuidados que o gerente da Rádio atribui os 13 prêmios conseguidos pelo
Departamento Técnico da Rádio A Tribuna.
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Nossa notícia - Foi um jornalista - hoje é o chefe de Redação do Jornal - quem
estruturou o Departamento de Rádio-Jornal da emissora: Carlos Klein. Sua função era transformar todo o processo dos linotipos, teletipos, gravuras,
clichês, repórteres, rotativa, tinta e papel, na notícia que seria enunciada pelo locutor da Rádio.
Foi escolhido um jornalista porque, segundo o pensamento dos responsáveis, "é essa a
categoria que entende de notícia, que sabe como buscá-la, achá-la e depois informar e formar a opinião pública".
Até agora, todos os prêmios de rádio-jornal conferidos na Cidade foram ganhos pela
equipe da Rádio A Tribuna, que funciona ligada diretamente ao jornal, embora com autonomia.
O Departamento de Rádio-Jornal, com seus 4 redatores, proporciona aos ouvintes da
emissora 27 boletins diários, inclusive 18 flashes esportivos; o noticioso matinal A Tribuna em 30 Minutos, produzido unicamente com
notícias publicadas pelo jornal A Tribuna, das quais os leitores terão mais detalhes ao ler o jornal; o Grande Boletim Noturno, um
jornal falado.
Também estão afetos a esse setor o Serviço de Utilidade Pública, transmitido 10
vezes durante a programação diária, e os Boletins Meteorológicos, que vão para o ar 7 vezes ao dia. Nemesir Prado é nome sempre lembrado
porque, junto com Carlos Klein, foi o responsável pela estruturação de tal Departamento.
Uma empresa, sim - Tendo como princípio inovar no campo da propaganda
radiofônica e como objetivo transformar a Rádio A Tribuna em autêntica realização empresarial, iniciou-se, junto com a emissora, o seu Departamento
Comercial, que adapta os diversos setores em função de suas atribuições.
O Departamento, dirigido por Arildo Cândia Barbosa, tem por finalidade selecionar o
tipo de propaganda a ser transmitida, a fim de que o setor publicitário se mantenha sempre em nível satisfatório e que a matéria paga seja recebida
favoravelmente pelos ouvintes.
Uma equipe de funcionárias trabalha em estreito contato com as agências de publicidade
e com os corretores, para possibilitar o sucesso empresarial que, por sua vez, fará com que a Rádio A Tribuna tenha condições permanentes de
melhorar suas condições técnicas, de programação e pessoal, fazendo com que os 1.160 kilohertz se tornem dia a dia mais agradáveis.
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