No ano de 1957, a então
Companhia Docas de Santos (CDS) patrocinou um álbum sobre as suas atividades, produzido pelo Magazin das
Nações - Editora & Publicidade Roman Ltda. (São Paulo, Santos, Rio de Janeiro, Buenos Aires, Los Angeles) - exemplar pertencente a Fábio Ferraro
Oliari, assessor do diretor-presidente da atual Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), que ofereceu as imagens a Novo Milênio.
Estas fotos são de um anúncio publicado no álbum, junto com o texto:
Novo cais para navios petroleiros
em construção para a Companhia Docas de Santos
Vista da obra, novembro de 1956
A produção mundial de óleo cru triplicou durante os últimos 20 anos e continua
crescendo em ritmo acelerado. A demanda de navios petroleiros para transportar este óleo tem, naturalmente, aumentado correspondentemente e, hoje,
os transportes de óleo correspondem a 45% do total dos transportes marítimos.
Para melhorar a eficiência e a economia dos transportes, estão sendo construídos
petroleiros sempre maiores. Durante os últimos poucos anos, o tamanho máximo de petroleiros em uso aumentou de 30.000 para 80.000 toneladas de
capacidade de carga e, no momento, o limite para o tamanho dos petroleiros é imposto principalmente pelo calado e dimensões dos canais e portos
existentes e em construção.
Os petroleiros grandes já existentes, com calado de 12-13 m, apresentam problemas
sérios para as autoridades portuárias, em todo o mundo, devido às dificuldades econômicas e técnicas, em proporcionar instalações adequadas para
receber estes navios e as cargas que trazem.
Há dois anos atrás, a Companhia Docas de Santos resolveu construir um novo terminal
para petroleiros grandes, no local denominado Conceiçãozinha. O local escolhido é isolado das demais instalações do porto, estando situado no início
do canal de entrada para o mesmo, de modo que os petroleiros não terão de passar por outros trechos do porto, para chegar ao ponto de descarga.
A elaboração do projeto e a execução das obras civis do novo cais ou ponte de
atracação foram confiadas a Christiani-Nielsen Engenheiros e Construtores S.A.
O novo cais está projetado para 13 metros de calado e para servir, simultaneamente, a
dois petroleiros de 84.000 toneladas de deslocamento. As figuras nesta página mostram plantas e cortes típicos do cais. A ponte é de construção
aberta, com laje de concreto armado, apoiada sobre estacas de 20-30 m de comprimento, também de concreto armado. Nos quatro pontos principais de
apoio dos navios, foram projetados dolfins circulares de estacas de concreto armado enchidos com enrocamento de pedras brutas. Elementos importantes
da ponte são as defesas que servem como amortecedores de choques entre os navios e a ponte. Estas defesas consistem de estacas de aço cravadas em
frente à ponte, apoiadas na sua parte superior por molas de borracha e tendo a sua parte frontal revestida de madeira. Este tipo de defesa que
raramente se usa para cais, contínuo e pesado, torna-se necessário neste caso em que se trata de construção leve e aberta e de navios muito grandes,
para proteger, não somente a ponte, mas, também, os navios. Em cima da ponte, serão instalados oleodutos, registros e guindastes para mangueiras. Os
dados principais da obra são:
Comprimento - 576 metros
Calado - 13 metros
Número de estacas - 1.514
Comprimento das estacas - 20-30 metros
A execução do cais encontra-se na sua fase final, tendo sido concluído, até agora,
aproximadamente 80% dos serviços. Nas fotografias abaixo estão indicadas diversas fases da execução.
Na elaboração do projeto para este cais foram aproveitadas as experiências adquiridas
por Christiani-Nielsen, em outros países, no preparo de projetos e execução de obras similares, recentemente construídas, como o terminal de Fawley,
na Inglaterra, projetado e construído para The Esso Petroleum Co. Ltd., o terminal de Botany Bay, na Austrália, projetado para Australian Oil
Refining Limited e o terminal de Skarvik, construído para o porto de Gotemburgo, na Suécia.
Imagens publicadas no álbum
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