Na chamada belle epoque, nos salões santistas de danças do início do século XX, a paquera se resumia a um flerte à distância, e era preciso uma série de floreios para o cavalheiro
conquistar ao menos a oportunidade de conversar com a moça que atraíra sua atenção.Um dos truques era enviar à moça uma espécie de cartão de visita,
provavelmente destacado de um carnê (nota-se o lado esquerdo serrilhado, resultante do picote para destacar do bloco), e aguardar a sua reação.
Este cartão tinha as instruções e o texto:
Dobrando o lado esquerdo
será NÃO
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Dobrando o lado direito
será SIM
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POR TI MINHA ALMA SOFFRE
E feliz seria meu coração se a senhorita acceitasse os meus
protestos de amor
- Devolvendo o cartão intacto dará uma esperança -
Observa-se que o cavalheiro em questão foi feliz na abordagem, já que, apesar das marcas do tempo, é visível a dobra do cartão no lado SIM...
Imagem: acervo do historiador Waldir Rueda Martins
Esses cartões eram populares em todo o Brasil. Este é de Curitiba e tem igualmente a marca do SIM:
Imagem divulgada na rede social Facebook por Rádio Mundo Livre
FM, de Curitiba, em 22/3/2014
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