CET E CTC DO RIO DE JANEIRO FAZEM ACORDO DE COOPERAÇÃO
A revitalização do centro histórico de Santos começou a se
concretizar hoje, no Paço Municipal, durante um encontro entre o prefeito Beto Mansur, o presidente da CET e representantes da Companhia de
Transportes Coletivos (CTC) do Rio de Janeiro, que vieram fazer uma visita técnica a Santos.
O gerente daquela empresa, engº. Bernardo Stille Neto, responsável pela exploração das
linhas do bonde de Santa Teresa, tradicional bairro do Rio de Janeiro, colocou-se à disposição para contribuir com a experiência bem sucedida da
capital carioca, num acordo de cooperação técnica que poderá ser formalizado em breve. O trabalho estará todo voltado à restauração dos exemplares
de bondes ainda existentes em Santos, que vão operar a linha turística no Centro da Cidade, conforme projeto do prefeito Beto Mansur.
"É uma parceria importante, com informações sobre as instalações elétricas e mecânicas
essenciais ao desenvolvimento de projetos", ponderou o prefeito em seu gabinete, onde recebeu os visitantes. Ele salientou dois aspectos
fundamentais para a revitalização do Centro de Santos. "Primeiro, a criação de um circuito fechado para o bonde, incentivando os empresários a
investirem em bares, restaurantes e num comércio forte. Segundo, trazer as pessoas para o Centro, em especial nos finais de semana, com a realização
de shows musicais, unindo lazer, cultura e história".
A princípio, o circuito do bonde teria um percurso de 1.300 metros, saindo da Praça Barão do
Rio Branco, passando pela Ruas General Câmara, Comércio, José Ricardo, Tuiuti, Augusto Severo, e retornando ao ponto de partida.
Para a execução do projeto, a CET está avaliando a possibilidade do aproveitamento de alguns
trilhos remanescentes da época de operação dos bondes em Santos. "Uma parte está deteriorada, e talvez tenhamos que adquirir outros", disse Papa. No
tocante ao intercâmbio, Papa ressaltou que a Fundação Arquivo e Memória de Santos poderá ajudar a CTC do Rio de Janeiro em projetos de recuperação
de documentos, fotos e plantas, já que a instituição santista possui uma equipe especializada para isso.
Durante o encontro de hoje, Bernardo Stille, que estava acompanhado dos assessores técnicos,
João Carlos Lopes e José Alício dos Santos, exibiu uma fita de vídeo sobre a utilização de bondes em Paris e Lisboa. Em seguida, o grupo acompanhou
o prefeito e diretores da CET a alguns pontos do percurso a ser implantado em Santos. Stille levou para o Rio a minuta do convênio para estudos
junto à diretoria da empresa carioca.
ENGENHEIRO DA CTC DO RIO ELOGIA ESTRUTURA DA CET
Bernardo Stille veio a Santos, por intermédio de um convite
formulado pelo diretor Técnico-Operacional da CET, Eduardo Di Gregorio, que na semana passada esteve durante dois dias no Rio de Janeiro para
conhecer o projeto dos bondes de Santa Teresa. Em Santos, Stille fez uma visita à sede da CET para conhecer a empresa e as condições dos dois
bondes, que estão sendo restaurados. O engenheiro gostou do que viu. "A empresa tem uma boa estrutura e os bondes oferecem todas as condições para
recuperar suas características originais", avaliou.
Ele contou que, com a implantação da linha turística, Santos e Rio de Janeiro serão as duas
únicas cidades na América Latina que terão bondes. Ressaltou que a revitalização desse tipo de transporte tem sido uma tônica nas cidades de porte
médio da Europa, por ser original, barato, não poluente.
Stille explicou que no Rio, com a revitalização do sistema de bonde Santa Teresa/Lapa, o
bairro ganhou fama internacional e aumentou seu potencial turístico, já que possui uma topografia sinuosa e características tradicionais. "Lá
operamos com 11 bondes numa percurso de 10 quilômetros, que serve como meio de transporte de massa. Nos finais de semana, algumas linhas servem os
pontos turísticos, com grande receptividade”. Ele contou que também são realizados passeios com as crianças e o pessoal da Terceira Idade, além de
shows musicais e teatrais nos bondes.
O sucesso dos bondes tem sido tão intenso, que a prefeitura do Rio ampliou em mais três
quilômetros os percursos, perfazendo um total de 13 km. "Nosso objetivo é retirar os ônibus do bairro e operar o transporte coletivo apenas com
bondes, frisou Stille, concluindo que as linhas são bastante rentáveis. |