Até o final do ano a Companhia de Engenharia de Tráfego pretende colocar o bonde camarão, como era conhecido o bonde fechado, nos trilhos do Centro Histórico de Santos. Nos dois últimos meses, os trabalhos de recuperação se intensificaram, pois várias peças que estavam sendo confeccionadas e outras recuperadas manualmente ficaram prontas e foi possível instalá-las no veículo. Apenas algumas peças que exigem trabalho muito especializado estão sendo feitas fora das oficinas da CET.

Desde janeiro deste ano, a CET está empenhada na restauração do camarão. No geral, sua estrutura estava em boas condições. A última reforma data de 1970, poucos meses antes da retirada desses veículos do transporte público de Santos. Todo o madeiramento original vai ser aproveitado. As partes de marcenaria, funilaria, elétrica e mecânica estão sendo recuperadas na CET. Caixilhos, janelas e bancos de madeira são feitos na marcenaria da empresa. As janelas já estão prontas. Os bancos novos serão exatamente iguais ao único banco remanescente do veículo, que acabou servindo de modelo.

O engenheiro Marcos Rogério G. Nascimento, que está à frente da equipe de funcionários, explica que a reconstrução do bonde é um trabalho muito delicado e que exige paciência e dedicação. "É como montar um quebra-cabeça. São muitos detalhes. Cada furo, cada marca na madeira indica que ali algum componente estava instalado". O sistema de freio é, segundo ele, "uma cópia" do bonde turístico do Centro. No dia de sua manutenção, às segundas-feiras, a equipe desmonta e retira a peça a ser copiada, traz rapidamente à CET, faz um molde da referida peça e volta ao abrigo para remontá-la no veículo, que deve estar pronto para circular no dia seguinte.

A CET-Santos fez uma permuta com a CTC – Companhia de Transportes Coletivos do Rio de Janeiro para obter o motor, que está sendo restaurado por uma firma especializada. A Companhia está fazendo o orçamento dos motores auxiliares.