'É, é, é, é o reboque do café’. Foi assim que, em altos brados, os corretores de café, do Centro da Cidade, fizeram o primeiro passeio no reboque atrelado ao Bonde Turístico, na sexta-feira (27/10), atraindo um grande público no decorrer de seu trajeto.

Esse tipo de transporte, que possui em seu interior seis bancos, divididos em cinco assentos cada um, para comportar 30 pessoas, passou por uma restauração geral, mas conservou seu aspecto original da época em que trafegava.

“Tudo foi reproduzido conforme o modelo original do veículo, que data do ano de 1870”, contabiliza o engenheiro elétrico da CET, Marcos Rogério Gonçalves Nascimento.

Além dos assentos, foram preparados encostos, mancal (buchas de bronze, substituindo as de madeira do rolamento), cortinas e uma iluminação que será feita por cinco luminárias da época. "Após ter feito uma parada no Museu do Bonde para que o público o conhecesse, ele agora ganha novamente as ruas", brinca o chefe do departamento da CET, Secundino Duarte Perez, que trabalhou como condutor na época em que o bonde trafegava.

‘O Bonde Turístico’ manterá o horário de seu funcionamento, das 10 às 19 horas, de terça a sexta-feira, e sábados e domingos, das 10 às 17 horas, com passagem ao preço de R$ 0,50. Desde sua inauguração, em 23 de setembro, o bonde já transportou  mais de 20 mil passageiros, média superior à  500 pessoas por dia.

A linha turística tem 1.700 metros de extensão, cujo trajeto começa na Praça Mauá, seguindo pelas ruas General Câmara e Comércio, Largo Marquês de Monte Alegre, Rua Tuiuti, Praça Barão do Rio Branco, ruas Augusto Severo e Cidade de Toledo, retornando ao ponto inicial na Praça Mauá.

Histórias pitorescas - Assim como o bonde, o reboque também tem a sua cota dentro da história do transporte santista. Esse transporte foi o primeiro sobre trilhos a ser tracionado por animais. Na época, além de primordialmente transportar passageiros, o veículo algumas vezes também dava lugar para outras cargas.

Duarte completa suas lembranças ao dizer que os assentos do reboque eram muito disputados pelos passageiros. "Os trabalhadores do cais, e de outros lugares, lotavam o reboque com a intenção de pagar menos, mesmo que o valor da passagem, entre este e o bonde, fosse uma diferença de tostões, ou centavos de acordo com a moeda de hoje".