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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - URBANISMO (X)
Porto disputa espaço com a cidade (8-B)

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Metropolização, conurbação, verticalização. Os santistas passaram a segunda metade do século XX se acostumando com essas três palavras, que sintetizam um período de grandes transformações no modo de vida dos habitantes da Ilha de São Vicente e regiões próximas.

O avanço portuário sobre o território urbano foi também marcado pelas filas de caminhões com cargas destinadas ao porto, que periodicamente atravancam o trânsito da cidade, especialmente nos acessos rodoviários ao porto. Maio de 2005 é um exemplo dos problemas, registrados no dia 11 e que continuaram nos dias seguintes, como relata a matéria publicada no jornal santista A Tribuna em 12 de maio de 2005, uma quinta-feira:


TRANSTORNO - Filas com até 7 quilômetros de extensão provocaram um dos piores engarrafamentos já registrados na entrada de Santos
Foto: Irandy Ribas, publicada com a matéria

Caminhões congestionam Via Anchieta por 15 horas

Segundo o Sindicato dos Caminhoneiros, os problemas vão continuar

Num dos piores congestionamentos já registrados na região, das 5 horas da manhã e até às 20, ontem, os motoristas tiveram de enfrentar um engarrafamento de sete quilômetros na pista Sul da Via Anchieta, devido ao grande número de caminhões com destino ao porto para o escoamento da safra agrícola. Segundo o Sindicato dos Caminhoneiros da Baixada Santista, os problemas vão continuar ocorrendo e com mais intensidade.


Filas de carretas com destino ao porto começaram por volta das 5 horas...
Foto: Carlos Nogueira, publicada com a matéria


...e duraram até as 20 horas, prejudicando o trânsito na entrada de Santos
Foto: Irandy Ribas, publicada com a matéria

CAOS
Motoristas enfrentam mais de 15 horas de congestionamento

Volume de caminhões vindos para o cais interrompeu o tráfego na Via Anchieta

Da Reportagem

O início do escoamento da safra agrícola e o conseqüente aumento do número de caminhões com destino ao porto causaram ontem um dos piores congestionamentos da história da região. Para motoristas que se dirigiam ao cais ou moradores da Baixada Santista que trafegavam entre Santos e Cubatão, essa quarta-feira foi marcada por um trânsito parado por horas na pista Sul da Via Anchieta (descendente), filas de caminhões de até sete quilômetros de extensão e um engarrafamento iniciado às 5 horas e que durou, pelo menos, até as 20 horas.

Segundo o Sindicato dos Caminhoneiros, o problema deve continuar pelos próximos meses e até piorar.

Ontem, nos pontos mais críticos, como entre o Km 64 (na altura da alça de acesso ao viaduto da Alemoa) e o Km 60 da Anchieta, os autos demoravam 45 minutos para andar um quilômetro. E levaram, em média, duas horas para atravessar todo o trecho, operação que normalmente é feita em dez minutos. Em meio aos caminhões, os carros de passeio tentavam "escapar" pelo acostamento. O procedimento, inclusive, era monitorado pela Polícia Rodoviária.

Muitos motoristas se surpreenderam com o congestionamento. Para outros, era só mais uma jornada de trabalho. O caminhoneiro Heleno Lima, por exemplo, levou exatas duas horas para cruzar o viaduto da Alemoa e chegar à entrada do cais santista na Avenida Augusto Barata (o Retão da Alemoa) - a única permitida para veículos pesados.

Já o motorista Ronaldo Stefani, que estava no fim da fila, estimava que iria demorar cerca de quatro horas até conseguir chegar ao destino. Vindo da Capital, ele iria descarregar um contêiner no Cais do Saboó. "Para mim essas filas são a minha realidade", dizia, ao sair do caminhão para conversar com alguns colegas, também caminhoneiros, no acostamento da pista.

Por volta das 11 horas, cada vez que a fila andava, Stefani conseguia avançar, no máximo, 15 metros. Em seguida, o trânsito parava novamente por vários minutos.

Pela primeira vez no porto, o caminhoneiro Tarcísio Xavier ficou impressionado com o congestionamento também nas vias do cais santista. Perdido no trânsito desordenado do porto, onde carretas invadiam os trilhos pelos quais um trem logo iria passar, o motorista, sem saber que não podia entrar com o caminhão na malha urbana, o fez pela Praça Barão do Rio Branco (no Centro).

Vai piorar - Segundo o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros da Baixada Santista (Sindicam), José Luiz Ribeiro Gonçalves, os congestionamentos devem continuar acontecendo e, inclusive, com mais intensidade. Durante alguns meses, pelo menos até julho, haverá a confluência dos embarques das safras de soja e de açúcar, recém-iniciados.

Gonçalves explica que são duas as razões que causam as filas. A primeira é a falta de um estacionamento para acomodar todas as carretas. E a segunda e o fato de o produtor da carga, geralmente instalado no Interior do Estado e no Centro-Oeste do País, enviar os veículos de carga indiscriminadamente: "Eles têm de construir silos para armazenar a carga na origem", afirma.

Maior lentidão - A morosidade para chegar ao cais santista continuou ao longo do dia. Por volta das 18 horas, a situação verificada pela manhã não sofreu alterações. Do Km 60 ao Km 64, o grande fluxo de veículos parados era notório e sem previsão de normalização.

Para o presidente do Sindicam, o tráfego na via começaria a ser reduzido somente a partir das 20 horas, quando o volume de caminhões que desce a Serra em direção ao porto diminui. Entretanto, a liberação do tráfego nas vias só ocorreria mais tarde. "Só depois das 20 horas que a fila vai começar a reduzir. Antes disso, o congestionamento vai continuar".

Durante o início da noite, os veículos leves, na tentativa de desviar das carretas que ocupavam a maioria das faixas de rolamento da pista Sul da Anchieta, migravam para a pista contígua à rodovia. Eles percorriam toda a Avenida Bandeirantes até acessar a Cidade.

Uma obra que pode melhorar o tráfego na entrada de Santos é a construção de mais uma faixa de rolamento na pista Sul da rodovia, entre o Km 63 e o Km 64. A proposta foi apresentada por A Tribuna em junho do ano passado.


Imagem publicada com a matéria

Sindicato vai debater problema com CET hoje

O Sindicato dos Caminhoneiros da Baixada Santista (Sindicam) irá solicitar hoje à Prefeitura Municipal, numa reunião com representantes do órgão às 9 horas, na sede da Prodesan, que seja ampliado o horário para a circulação de caminhões e carretas na Avenida Martins Fontes, usada como uma opção de acesso ao cais.

Tradicionalmente, veículos de carga devem chegar e partir da área portuária através da Alemoa. Eles também podem usar a Avenida Martins Fontes, que se liga à região dos terminais através de uma de suas travessas, a Rua Cristiano Otoni. Entretanto, o tráfego de carretas nessa via é proibido das 6 às 10 horas e das 16 às 20 horas (períodos de maior movimento de carros de passeio).

Segundo o presidente do Sindicam, José Luiz Ribeiro Gonçalves, apenas o acesso ao cais santista pela Alemoa "não é suficiente".

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) não retornou a ligação até o fechamento desta edição indicando qual representante da Prefeitura deve debater com o Sindicam. A assessoria do prefeito João Paulo Tavares Papa afirmou que ele deve se pronunciar sobre o assunto somente após a reunião, da qual não participará.

Estado - O secretário estadual de Transportes, Dario Rais Lopes, afirmou ontem, em visita a A Tribuna, que a solução para problemas como os congestionamentos nos acessos ao porto depende da construção de um estacionamento.

Lopes destacou que a área da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA) é a escolha ideal para o empreendimento. "Nós (Estado) sugerimos 13 locais onde o estacionamento poderia ser feito. O da Rede é ideal".

Atualmente, a gleba, localizada às margens da Via Anchieta, ao lado da Vila dos Pescadores (em Cubatão), está sendo analisada pela Caixa Econômica Federal, que irá divulgar uma avaliação do terreno. Somente então ele poderá ser passado à União, com quem a Rede tem débitos, e repassado à Codesp. A Autoridade Portuária irá abrir uma licitação para destinar a área à iniciativa privada.

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