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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS
Capela de endereço confuso

Muitos historiadores se baseiam em uma tela do pintor Benedito Calixto, baseada ela mesma em dados equivocados, para localizar em posições erradas a Capela do Carvalho (também chamada de Igreja de Jesus, Maria e José) e o próprio Largo dos Gusmões.

O erro foi desfeito assim por Olao Rodrigues, em seu Almanaque da Baixada Santista, edição 1976, página 82:

Capela de Jesus, Maria e José, em detalhe de quadro de Benedito Calixto

Capela de Jesus, Maria e José, em detalhe de quadro de Benedito Calixto

"Baseado num dos muitos equívocos de Benedito Calixto, Alberto de Souza na sua obra Os Andradas localizou a Capela do Carvalho (sob a evocação de Jesus, Maria e José), também conhecida por Capela do Terço, na Rua da Praia, e todos os historiadores, posteriormente, seguiram o mesmo engano, que vamos desfazer aqui.

"A Rua da Praia - que nos primeiros dias da vila deveria ser realmente junto ao mar - é hoje a Rua Tuiuti e começava no Largo da Praia (agora Largo Senador Vergueiro) e terminava no porto do Bispo (atual Largo Marques de Monte Alegre). A Capela do Carvalho, construída em fins do século XVIII, ficava em terreno isolado no Pátio dos Gusmões, que é hoje trecho da Rua Antonio Prado, defronte ao Armazém 2 da Companhia Docas, e foi demolida em 1902 para facilitar as obras dessa importante empresa.

"O Largo dos Gusmões, que também é confusamente citado pelos historiadores locais, ocupava terreno retangular entre o mar, a ponte do Consulado e o riacho São Jerônimo, fechado ao Sul, pelo correr de construções que começava com o Hotel Palm (depois edifício do Telégrafo Western) e ia até o citado riacho, que seco e aterrado forma agora a Rua Conde D'Eu".

Capela de Jesus, Maria e José, em detalhe de outro quadro de Benedito Calixto
Capela de Jesus, Maria e José, em detalhe de outro quadro de Benedito Calixto

Na História de Santos, Francisco Martins dos Santos informa uma lista de capelas que não mais existem, citando que o nome de Capela do Carvalho foi devido ao fato de ser propriedade do coronel de milícias José Antônio Vieira de Carvalho.

As outras duas antigas capelas citadas pelo historiador são a de Nossa Senhora do Desterro, onde foi levantado o Mosteiro de São Bento; e Capela da Graça, que ficava na Rua do Sal, atual José Ricardo (foi mandada construir por José Adorno e sua mulher Catarina Monteiro e doada aos Padres Carmelitas em 1859, e demolida em 1903).

Há detalhes também sobre a Capela do Carvalho no Almanaque Santos 1972, de Olao Rodrigues (Prodesan Gráfica, Santos/SP, páginas 78/79):

A igreja de Jesus, Maria, José foi demolida quando da construção do cais

A igreja de Jesus, Maria, José foi demolida quando da construção do cais
(Foto: suplemento A Escolinha do Diário Oficial de Santos, 28/8/1971)

"A Capela de Jesus, Maria, José - a Santíssima Trindade - que também foi conhecida por Capela do Carvalho e Capela do Terço, ficava na Rua da Praia, depois denominada Rua Antônio Prado e hoje Rua Tuiuti, onde se situa o prédio nº 45. Durante 111 anos, foi o templo da devoção das famílias santistas, demolido em 1902, já em ruínas, por medida da Intendência Municipal. Pertenceu ao coronel José Antônio Vieira de Carvalho, por herança de seu tio o sargento-mor Antônio José de Carvalho, familiar do Santo Ofício e um dos homens mais ricos de Santos na época.

"O coronel José Antônio Vieira de Carvalho era personalidade de evidência na vida social, política, religiosa e administrativa de Santos, sendo juiz, vereador e presidente da Câmara Municipal em 1808.

"Depois de administrar a Companhia dos Vinhos do Alto Douro, comandou durante quase 23 anos o Fortim do Itapema, dirigindo também o Forte de S. Luís da Bertioga e o Forte de N. S. do Monte Serrate (Forte da Vila). Depois de algum tempo, a Capela de Jesus, Maria, José pertenceu à Irmandade de Nossa Senhora do Terço e, quando demolida, o terreno foi adquirido pela firma Zerrenner, Bülow & Cia., segundo escritura passada no dia 7 de abril de 1904, dois anos após ter sido deitada por Terra.

"Consoante se lê em Santos Noutros Tempos, do distinto historiador Costa e Silva Sobrinho, foram retiradas do templo 24 ossadas e, em seguida, removidas para o Cemitério do Paquetá, no jazigo da Irmandade de Nossa Senhora dos Passos, uma das quais do Coronel José Antônio Vieira de Carvalho, falecido a 19 de dezembro de 1823."

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