Conhecida inicialmente como Ilha Mirim ou Ilha Pequena, e a partir de 1540 como Ilha de Braz Cubas (o fundador de Santos que ali residiu inicialmente, antes de
se transferir para seu terreno no sopé do atual Monte Serrate), essa ilha no estuário do porto santista teve também os nomes de Ilha dos Frades ou dos Padres (no século XVII, após sua doação aos frades do Carmo, por Pedro Cubas).
O porto visto da Ilha Barnabé, em cartão postal da década de 1920
Imagem: reprodução de cartão postal negociado no site de leilões Ebay
em 2/4/2010
No século XVIII, foi conhecida como Ilha do Carvalho, ganhando no século XIX o nome atual, por ter pertencido a Barnabé Francisco Vaz de Carvalhaes, importante cidadão santista, cujo solar em
ruínas ainda existe em seu ponto mais alto - e no qual havia intensa movimentação social, com festas memoráveis que ele ali fornecia. Em 26/1/1930, começou a ser usada como depósito de combustíveis e produtos químicos. Nesta foto de 1940/50, a ilha
recebe melhorias:
Foto: Museu do Porto de Santos
Instalação dos tanques para produtos inflamáveis na Ilha de Barnabé, em 1930:
Foto: reprodução do livro: Docas de Santos - Suas origens, lutas e realizações, de Hélio Lobo,
Typ. do Jornal do Commercio - Rodrigues & C. - Rio de Janeiro/RJ, 1936, página 558-a
Os tanques para inflamáveis, em 1931:
Foto: reprodução do livro: Docas de Santos - Suas origens, lutas e realizações, de Hélio Lobo,
Typ. do Jornal do Commercio - Rodrigues & C. - Rio de Janeiro/RJ, 1936, página 590-a
Rara foto de um navio petroleiro da multinacional Esso operando na Ilha Barnabé. Nos anos 1950/60, quando a Refinaria Presidente Bernardes estava no início e ainda não existia o
Terminal Almirante Barroso, em São Sebastião, o movimento de navios-tanques era enorme. Assim, eram vistos em Santos, atracados na Ilha Barnabé, navios da Shell, da Gulf, da Texaco, da Frota Nacional de Petroleiros (Fronape, depois Transpetro) e de
outras companhias do ramo petrolífero. Os navios-tanques tinham como configuração uma superestrutura de vante e outra a ré, como neste T2 tanker, um dos 512 construídos durante a Segunda Guerra Mundial. Destacou o internauta Erik Sailor, num
comentário na rede social Facebook, que o nome dessa arquitetura de navios era as três ilhas, por causa de sua silhueta no mar: à distância só se via três pontos, como se fossem três ilhas. A foto faz parte do acervo do comandante Wanderley
Duck:
Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, publicada na rede social
Facebook em 25/11/2014
Por volta de 1960, a Ilha de Barnabé já mostrava no vulto das instalações a importância adquirida pela movimentação de combustíveis no porto santista:
Foto: Museu do Porto de Santos
No final da década de 1980, a ilha em pleno uso como terminal de produtos perigosos:
Foto: arquivo do editor de Novo Milênio
Vista aérea da ilha, tendo ao fundo Santos e seu porto, em janeiro de 1988:
Foto: Boletim Mensal Estatístico da Codesp, janeiro de 1988
Três anos depois, em 1991, numa época em que crescia a preocupação com a proximidade entre o núcleo urbano santista e o parque de tancagem para produtos químicos perigosos na ilha:
Foto: Boletim Mensal Estatístico da Codesp, janeiro de 1991
Em 10 de outubro de 1991, um raio atingiu tanques de combustível na Ilha Barnabé, trazendo novamente apreensão aos moradores da Baixada Santista, já que sempre se acreditou na região
que explosões e incêndios ali verificados poderiam se propagar às instalações portuárias na margem do canal de navegação e portanto à própria cidade:
Foto: incêndio em 10 de outubro de 1991. Arquivo do editor de Novo Milênio
Outro incêndio na ilha ocorreu em 3/9/1998, alarmando bastante a população da Baixada Santista. Foi preciso mobilizar equipes de bombeiros de toda a região
para evitar que as chamas atingissem outros tanques de produtos inflamáveis. |