Que os criminosos brasileiros há muito não respeitam delegacias de polícia, prefeituras, palácios de governos estaduais, quartéis e prisões, não é novidade para ninguem neste país, como também não é novidade que do lado de dentro de todas essas organizações existam pessoas que nada ficam a dever aos piores criminosos, com a diferença de que são "otoridades" e portanto até conseguem se manter acima da lei - como aliás o fazem os criminosos principais.

Neste país, em que a Justiça é comparada - em pesquisa feita por ela mesma - a uma tartaruga, e quem tiver um bom advogado, bem pago, consegue encontrar sempre brechas incríveis na legislação para ser dispensado de prestar contas por seus atos, quaisquer que tenham sido eles, a população tem motivos de sobra para acreditar que a lei só serve mesmo para atingir os inocentes e os criminosos de mínima envergadura. 

O ladrão de galinha vai preso, talvez por décadas, mas o grande criminoso é tratado como excelentíssimo doutor e imediatamente solto sob fiança, se é que chega a ser preso. Essa é a sensação que as pessoas comuns têm, mesmo com a constante divulgação de prisões em todos os escalões - as pessoas logo explicam: o fulano não pagou os subornos devidos, ou caiu em desgraça e serve como bode expiatório.

Afinal, é preciso muita cara de pau para ir traficar drogas dentro do próprio prédio do Ministério da Justiça, em Brasília, como fez este Sebastião, preso no apagar das luzes de 2004, em flagrante. Não importa mais o fato de sua prisão, cabe indagar sobre como ele tinha tanta certeza de não correr perigo ao desenvolver sua atividade dentro do próprio órgão maior encarregado de punir o narcotráfico no País. 

Será ele louco? Então é loucura coletiva, pois ele não agia sozinho, outros mais foram presos - para não falar nos que vão escapar, por falta de provas ou excesso de sorte.

Se a fera já não mete medo e os ratos se metem aos bandos em sua toca, é sinal de que ou os ratos estão muito poderosos ou a fera já tem muito pouco poder. 

Que os internautas julguem então se a falta de respeito à Justiça deve ser ou não condenada a figurar entre as maiores besteiras do ano, neste Festival de Besteiras que Assola a Internet (Febeanet)...