Baquearam, é verdade, os soldados da liberdade, mas a sua queda
serviu para obrigar aos que se locupletaram nos postos de mando do País a restabelecer o regime democrático, em que as
liberdades individuais são respeitadas.
Coronel Amílcar Salgado. Foi a primeira vítima
As lágrimas vertidas pela valente mulher bandeirante ainda permanecem na retina de quantos
tiveram a ventura de testemunhar os episódios de valentia e bravura da mocidade paulista. Mães, irmãos, noivas, esposas e
companheiros dos heróis que tombaram no campo da luta, hoje, quando lhes fala alguém sobre o que foi a epopéia paulista de 32,
sorriem felizes porque sabem que o sacrifício de seus entes queridos não foi esquecido. E quando a força da saudade se sobrepõe
ao orgulho e à fibra de quem sofreu com estoicismo e resignação, as cintilações das lágrimas furtivas que afloram aos seus olhos
são o testemunho mudo e eloqüente de que nem tudo está perdido.
A semente lançada em São Paulo germinou. O brasileiro está
convicto de que não pode nem deve aceitar o regime de exceção. Mais do que nunca ama a liberdade e faz questão dela fazer uso,
embora às vezes erradamente.
Situando sempre em primeiro plano o nosso Brasil, os
revolucionários de 1932 jamais alimentaram a idéia separatista, como procuravam fazer crer os agentes da ditadura. Todo
movimento constitucionalista se processou em torno do Pavilhão Nacional. As proclamações, os boletins, enfim, todos os impressos
alusivos ao movimento continham palavras eloqüentes de patriotismo, de ideal sadio. São Paulo lutou por um Brasil melhor. São
Paulo lutou contra a opressão e o livre-arbítrio. São Paulo foi grande porque sempre quis que o Brasil fosse grande.
Um depoimento - Júlio de Mesquita Filho, jornalista de
escol, figura das mais respeitadas e acatadas da elite paulista, diretor do grande jornal matutino O Estado de São Paulo,
participante de todas as reuniões que precederam ao levante constitucionalista, pois em seu gabinete de trabalho se processaram
as demarches entre os principais conspiradores, foi por nós escolhido para prestar fiel depoimento sobre o grande evento.
Antes de abordar, diretamente, a revolução propriamente dita,
Júlio de Mesquita Filho fez questão de esclarecer que as comemorações do dia 9 de Julho vindouro ficarão consignadas, para
sempre, nos anais da história de São Paulo, como mais um esforço da mulher bandeirante.
Em vários vagões seguem as
tropas da revolução
Os combatentes aguardam o
trem para embarcar.
O front os espera para a luta cruenta com os governistas
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