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Artigo escrito em 1999
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/15/02 13:59:00
Quem ficou tomando conta da loja? 

Mário Persona (*)
Colaborador

Esta sempre foi uma pergunta bem conhecida dos pequenos negócios familiares, muitos dos quais ainda existem principalmente no interior do Brasil. A loja precisava ter sempre alguém de prontidão no balcão, mesmo que fosse apenas para espantar as moscas. Hoje a pergunta pode ser respondida pelo comerciante moderno com um tranqüilo: "Ninguém!" Isto só foi possível graças a um novo ambiente de negócios onde você não precisa ficar no balcão espantando as moscas, mesmo porque não existem moscas cibernéticas para serem enxotadas. Estou falando da Internet e do comércio eletrônico.

O sonho de todo comerciante, de vender até enquanto dorme, já se tornou uma realidade. Que tal tirar férias, se esticar numa rede na varanda depois da feijoada e ainda assim continuar vendendo? Parece utopia mas não é. Negócios pela Internet não têm dia nem hora. Acontecem sempre. E você nem precisa ficar preocupado se tem alguém cuidando da loja.

O bolo e a fatia - O comércio na Internet promete, e muito. O Forrester Research divulgou uma pesquisa que prevê a movimentação de 3,2 trilhões de dólares de receitas corporativas pela Internet até o ano 2003, ou o equivalente a 5% de todas as vendas do planeta. Você não vai querer ficar de fora desse mercado. 

A maneira como você irá garantir a sua fatia dependerá em muito da estratégia que adotar. Todavia, se você for um pequeno empreendedor, posso garantir que já leva uma grande vantagem. Em um mar assim, onde ninguém ainda conhece os obstáculos e oportunidades, os peixes pequenos podem ser mais ágeis que as grandes baleias corporativas. Estas são difíceis de manobrar e quando tomam o rumo errado acabam encalhando por permanecerem muito tempo na praia do insucesso. Peixes pequenos podem mudar rapidamente de direção. 

Mas antes que você fique muito animado, nem tudo são flores no excitante mundo do comércio eletrônico. Você pode abrir sua loja na Internet, competir ombro a ombro com grandes corporações e até ser mais bem sucedido que elas neste comércio de virada de século, mas há muito trabalho a ser feito por trás dos bastidores. Antes de deitar na rede do quintal e ver sua conta bancária aumentar, é preciso firmar sua presença na rede mundial.

Embora não seja propriamente uma corrida do ouro, a Internet ainda é uma terra de oportunidades. Mas só vão encontrá-las os que entrarem na rede agora - será que já são retardatários? - com muita vontade e criatividade para poderem deitar na rede depois. E quando falo em criatividade, não estou me referindo à cor ou estilo de sua webpage. A criatividade necessária em uma esquina por onde passam milhões de clientes em potencial é a técnica de fazê-los enxergar a porta de sua loja, serem cativados por um marketing inovador e saírem satisfeitos, querendo voltar.

Fórmula - Um bom exemplo disto foi o exemplo dado em um artigo que li recentemente, sobre uma loja de roupas que achou a fórmula do sucesso para vender na Internet. Ao invés de apenas expor as fotos e preços de cada peça, acabaram transformando simples camisas e saias em temas de romance. Como? Descrevendo com todas as letras e cores o tecido de que cada peça é feita, de onde veio o fio e a forma como foi tratado e até mesmo a técnica utilizada para pregar os botões.

Esta possibilidade de incluir muito mais informações do que um vendedor poderia passar em uma venda normal é uma característica única do comércio pela Internet. E que deve ser explorada. O exemplo acima foi de uma fórmula bem sucedida que explorou a característica principal da Internet que é a de um meio de informação. Certamente existem outras fórmulas, limitadas somente pela criatividade - que obviamente não tem limites. Caberá a você descobrir a fórmula ideal para o seu negócio em particular. Assim você estará perfeitamente integrado na rede mundial e a um passo de sua rede da varanda. E poderá vender muito, mesmo quando ninguém estiver tomando conta da loja.

(*) Mário Persona é consultor, escritor e palestrante. Esta crônica faz parte dos temas apresentados em suas palestras. Edita o boletim eletrônico Crônicas de Negócios e mantém endereço próprio na Web, onde seus textos estão disponíveis.