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Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos, em 23/2/1999.
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/07/00 14:08:32
SOCIEDADE
Um futuro meio incerto 

Haverá compradores para essas novas tecnologias?

Marcelo Vieira de Castro Santos (*)
Colaborador

Estava assistindo a uma palestra sobre Smart Community, e enquanto o palestrista se colocava e divagava em exemplos e conotações futuristas, eu viajava pelo mundo de informações que estavam sendo passadas. Nesse momento, me vi num mundo futuro, onde as residências vão estar totalmente computadorizadas, tudo vai estar interligado, shopping, trabalho, os clubes vão ficar dentro de condomínios fechados. Tudo isso me tocou profundamente. Mas, quantas pessoas terão acesso a esse tipo de tecnologia?

Nisso, comecei a pensar nas possibilidades, e encontrei uma coisa meio preocupante:

1. Se passarmos a trabalhar em nossas casas, significa que a tecnologia avançou a ponto de não necessitarmos de tantos funcionários para executar o mesmo serviço; então, estaremos gerando mais desemprego;

2. Com o aumento do índice de desemprego, cai o consumo de mercadorias e circulação da moeda, o que significa que as empresas vão vender menos;

3. As empresas, vendendo menos, não vão precisar produzir tanto, o que vai gerar mais desemprego, e tudo isso cria uma grande bola de neve.

Será que aquelas pessoas que hoje pensam em tecnologia não se conscientizam que em breve não existirá quem as compre? E aqueles de maior posse financeira que conseguiriam comprar, tendem a ficar prisioneiros de suas residências, pois lá fora a segurança será praticamente nula, onde o número de pessoas passando fome estarão lutando pela sua sobrevivência.

É, a palestra acabou e eu voltei ao meu mundo real, mas com uma pulga atrás da orelha. Será que esse é o futuro do homem?

(*) Marcelo Vieira de Castro Santos é analista de sistemas e diretor técnico de uma empresa de desenvolvimento de sistemas.

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